━━ CAPÍTULO 2

30 de janeiro


Lá estava ela, a querida jovem Amélia, com seu humor sempre agradável e suas roupas estranhamente engraçadas, um estilo que ela adorava desde criança.

A londrina nunca teve do que reclamar sobre as coisas que possuía; sempre se orgulhava do que tinha. Mas, naquele momento, ela tinha, sim, algo a reclamar. Amélia acordou bem cedo para organizar a biblioteca, pois era o dia da faxina. Ela só queria que as coisas se limpassem automaticamente, isso ajudaria muito.

Finalmente, depois de muito esforço, ela havia terminado de limpar a última estante da pequena biblioteca. Embora tenha começado cedo, ela conseguiu terminar rapidamente.

— Ufa, estou exausta – murmurou Amélia, com um semblante cansado, descendo da cadeira com cuidado para não cair.

Ao ouvir a porta abrir e fechar com estrondo, Amélia deu um pulo, assustada com o barulho, mas logo se sentiu aliviada ao ver seu amigo Charlie vindo correndo.

— Amélia, Amélia, Amélia! – Charlie estava ofegante, correndo e segurando um panfleto nas mãos.

O pequeno garoto chegou até sua amiga, a abraçou, corado como um tomate, com uma gota de suor surgindo em sua testa.

— Amélia, a fábrica de chocolate Wonka vai abrir as portas! Depois de anos, ela vai abrir! Olha aqui. – disse Charlie, entregando o panfleto para sua amiga, com um sorriso enorme nos lábios.

Caros cidadãos do mundo, eu, Willy Wonka...
Decidi permitir que cinco crianças visitem minha fábrica neste ano.
Além disso, uma dessas crianças ganhará um prêmio especial...
Melhor do que tudo o que vocês possam imaginar.”

Ao ler aquilo, Amélia abriu um sorriso enorme. Nunca imaginou que a fábrica finalmente abriria depois de tantos anos fechada. Ela amava tudo que via naquele lugar, e o chocolate era a coisa mais sagrada para ela.

Seus pais não gostavam muito que ela comesse tantos doces, mas Amélia sempre tinha um argumento pronto, dizendo: "Chocolate vem do cacau, que vem do cacaueiro, sendo uma planta. Portanto, chocolate é salada." Ela pegou essa frase de algum livro que sempre lia, mas nunca soube quem a escreveu.

— Charlie, vamos contar para sua família, principalmente para o vovô Joe. Ele vai adorar essa notícia! – Amélia arrumando suas coisas para fechar a biblioteca rapidamente.

Então, Charlie e Amélia saíram da biblioteca, caminhando pela estrada coberta de neve, observando algumas crianças brincando e fazendo bonecos de neve. Com certeza, depois ela marcaria um dia para brincar com Charlie, indo até a casa da família Bucket para contar a incrível e maravilhosa notícia.

AMÉLIA COOPER

Nós estávamos reunidos na casa de Charlie, falando sobre a novidade para os avós dele. Nesse momento, o vovô Joe começou a falar sobre conhecer a fábrica.

— Não seria o máximo, Charlie, abrir uma barra de chocolate e encontrar o convite dourado dentro? – o vovô Joe disse, todo empolgado.

— Seria, mas só ganho uma barra por ano, no meu aniversário – respondeu Charlie, cabisbaixo olhando para sua amiga.

— Mas é na próxima semana – Mrs. Bucket disse, voltando a sua rotina.

Quando Charlie disse isso, fiquei triste por ele. Ele merecia um mundo inteiro e todos os chocolates.

— Você tem tanta chance quanto qualquer outro – encorajou a vovó Josephine.

— Bobagem! As crianças que vão achar os convites são as que podem comprar chocolate todo dia. Charlie só ganha um por ano. Ele não tem nenhuma chance.

Os avós de Charlie se olharam, surpresos com a fala do vovô George.

— Todos têm uma chance, Charlie – encorajou a vovó Josephine.

— Sua avó Josephine tem razão, Charlie. Todos nós temos uma chance, e nunca devemos desperdiçá-la, porque isso acontece apenas uma vez. – disse para ele, passando a mão na sua cabeça.

Ele deu um pequeno sorriso para mim e balançou a cabeça em confirmação.

— Preste bem atenção. Uma criança acha que o primeiro convite será para... Gordo.

Ao falar isso, o vovô George estava certo sobre a primeira pessoa que encontrou.

A primeira criança a encontrar o convite dourado foi Augustus Gloop, que morava em Düsseldorf, na Alemanha. Era de se esperar que Augustus ganhasse o convite, já que comia muitas barras de chocolate por dia.

Eu fiquei espantada com isso, como esse garoto comia tanto chocolate. Não queria nem imaginar a sua diabetes.

— Não disse que seria um gorducho!

— Que menino asqueroso!

— Só há mais quatro convites.

— Agora que acharam um, vai ser uma loucura total!

E, mais uma vez, vovô George estava certo, foi uma febre mundial. As pessoas iam à loucura por causa do convite.

A segunda pessoa a encontrar o convite foi Veruca Salt, residente de Buckinghamshire, Inglaterra. Veruca sempre conseguia tudo o que queria, e conversou o pai até conseguir um convite. Porém, não foi o senhor Salt quem o deu, nem a senhora Salt, mas sim as empregadas da fábrica de nozes do senhor Salt.

— Ela é ainda pior que o gorducho – todos nós concordamos com o vovô George.

— Acho que não é justo. Não foi ela que encontrou o convite.

— Não se preocupe, Charlie, aquele homem mima a filha dele.

Eu não passaria nem um segundo com essa menina. Só os pais mesmo para aguentá-la.

Quando a porta se abriu, todos nós olhamos para a mesma direção e vimos o senhor e a senhora Bucket, com algo escondido atrás das costas. A mais velha entregou o presente a Charlie, todos nos aproximamos para ver mais de perto.

Charlie abriu o presente com cuidado, mas parou imediatamente.

— É melhor deixar para amanhã.

— Nem pensar!

— Pai! – O senhor Bucket repreendeu o vovô Joe.

— Nós juntos temos 381 anos. Não vamos esperar! – disse o vovô Joe.

— Charlie, não se sinta decepcionado se não encontrar o...

— Seja como for, ainda terá o chocolate.

Charlie então começou a abrir seu presente com um sorriso enorme no rosto, mas esse sorriso foi desaparecendo quando ele retirou toda a embalagem do chocolate e não encontrou o convite dourado.

Todos nós estávamos com um sorriso no rosto, mas o silêncio logo tomou conta da casa. Charlie então cortou o silêncio.

— Vamos dividir.

— Não, Charlie, é seu presente de aniversário, não.

— O chocolate é meu, e faço o que eu quiser com ele.

Charlie então dividiu o chocolate, e todos nós agradecemos com um pequeno sorriso.

Fiquei tão triste por ele, vendo aquelas crianças mimadas ganharem seus convites e ele não. Isso não era justo.

Uma ideia veio à minha cabeça. Amanhã, quando acordar, vou comprar duas barras de chocolate Wonka para Charlie. Se não vier nenhum convite dourado, eu comprarei mais até achar. Não vou desistir até ver Charlie entrando naquela fábrica. Vou fazer o impossível para que isso aconteça.

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