━━ CAPÍTULO 1
29 de janeiro
Nesse exato momento eu e a família de Charlie estava escutando o vovô Joe falando sobre a aventura do Willy Wonka, não dá para acreditar que esse chocolateiro tem cada ideia que eu fico besta.
Vocês não vão acreditar que ele inventa produtos a princípio aparentemente impossíveis que capturam a imaginação do mundo, como o sorvete que nunca derrete e pequenos ovos doces quebrados no nascimento de pássaros de chocolate que se mexem e piam.
— Sabia que ele inventou um jeito de fazer sorvete de chocolate... que o mantém gelado por horas sem precisar de freezer? Você pode até deixá-lo ao sol em um dia quente que ele não derrete. – anunciou o vovô todo orgulhoso.
— É impossível! – disse Charlie, com expressão confusa.
— Mas Willy Wonka inventou.
— Pouco depois... Quinze anos antes... ele decidiu construir uma fábrica de chocolate. A maior fábrica de chocolate da história. Cinquenta vezes maior do que qualquer outra. – terminou o vovô Joe.
— Conte a eles sobre o príncipe indiano. Eles vão gostar de ouvir.
Vovô George e a vovó Georgina ficaram bastante curiosos sobre o príncipe indiano, se ajeitaram na cama para saber mais dessa história interessante.
— Refere‐se ao príncipe de Pondicherry? – perguntou o vovô Joe.
— O príncipe de Pondicherry escreveu uma carta ao Sr. Wonka. E pediu a ele que fosse à Índia... para construir um Palácio colossal todinho feito de chocolate.
Vovó Georgina sorriu com isso, ela não entendia se que nada que o vovô estava falando.
— Como havia prometido, os tijolos eram de chocolate... e o cimento que os mantinha no lugar era chocolate.
As paredes e os tetos também eram de chocolate. Assim como os tapetes, os quadros e a mobília. Mas o Sr. Wonka tinha razão, é claro. Logo depois disso, veio um dia bem quente, com um sol escaldante. O príncipe mandou um telegrama urgente pedindo um novo palácio.
— Mas Willy Wonka tinha seus próprios problemas, os outros fabricantes de chocolate ficaram com inveja do Sr. Wonka.Começaram a enviar espiões para roubar suas receitas secretas, o Sr. Geleboia começou a fabricar um sorvete que nunca derretia, o Focinaldo apareceu com um chiclete que não perdia o gosto depois, o Lesmoloide começou a fazer chicletes... que faziam bolas de tamanhos incríveis. A roubalheira era tanta que, um dia, sem avisar... o Sr. Wonka mandou todos os operários para casa... e anunciou que ia fechar a fábrica de chocolate para sempre. – O Mais velho deu fim na história e começou a comer a sua sopa.
— Mas não fechou para sempre. Está aberta agora.
— Às vezes, o "para sempre" dos adultos que dizer "por muito tempo". – corrigiu a senhora bucket.
— Exemplo: "parece que vou tomar sopa de repolho para sempre" – reclamou vovô George, voltando comer sua sopa.
— Papai!
— A fábrica fechou mesmo, Charlie.
— E parece que ela vai ficar fechada para sempre. E então, um dia, vimos fumaça saindo das chaminés. A fábrica tinha voltado a funcionar. – disse o vovô Joe.
— Mas se as chaminés voltarão a funcionar, deve ter alguém trabalhando por lá ou será o próprio Willy Wonka.
Fiquei pensando nisso até o Charlie perguntar mais uma vez sobre a fábrica, esse garoto é muito curioso, mas quem sou para julgar nessa idade eu era assim até hoje eu sou.
— Voltou para o seu emprego?
— Não. Ninguém voltou. – O vovô Joe deu fim nessa conversa.
Tudo ficou em total silêncio, eu já tinha terminado de comer minha sopa quando eu fiquei pensando no amanhã. O Charlie veio falar comigo me tirando dos pensamentos.
— Amélia, você conheceu o Willy Wonka? – disse Charlie, todos que estavam comendo pararam e ficaram olhando para mim na espera da resposta.
— Não Charlie, nunca o conheci, mas gostaria muito de vê-lo.
Meu desejo era conhecer tudo que tem naquela fábrica, eu ficava imaginando o que tinha lá além dos chocolates. Seria uma aventura em tanto aquele lugar maravilhoso.
— A maquete do Charlie é o máximo que vamos poder ver. – com humor ácido, disse vovô George.
Naquele momento foi um silêncio mortal, todo mundo ficou meio triste pela resposta do vovô George, mas ele tinha razão, a única coisa que sai daquele lugar é o chocolate já embalado e endereçado. Só a maquete do Charlie que resta nos vê.
— Bem, eu já vou, amanhã preciso acordar bem cedo, é dia de faxina, além disso, chegaram livros novos – deixando o prato na pia e começando a lavá-lo.
Dei boa noite a todos e saí da casa dos Bucket. Ao caminhar pela rua deserta, não havia ninguém por perto para contar a história. Ao passar em frente à fábrica, senti novamente a sensação de estar sendo observada, algo que sempre acontecia quando passava por lá. Mas era o caminho mais curto para chegar em casa, então apressei o passo, querendo chegar logo.
Amanhã será um longo dia.
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