𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟭.
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Tudo começou quando eu fui deixada na fazenda dos meus avós pelos meus pais. Eu ainda era um pequeno ser, que não sabia sequer andar. Mesmo assim, os meus pais não ligaram para meu futuro ou para o que eu iria pensar. Eu cresci sem saber o rosto da minha e do meu pai. Cresci sem saber como era a voz deles, como eram seus cabelos, suas personalidades, seu hábitos...
Entre meus nove anos de idade, eu sempre questionava aos meus avós se eles iriam voltar algum dia, mas tudo o que eu recebia era uma resposta fria, ou até mesmo, uma mudança de assunto.
Eu parei de acreditar nisso, depois de esperar por dias, meses e anos. A verdade é que eles me abandonaram, como se eu fosse um pequeno pedaço de lixo. Eu sou órfã de pai e de mãe!
Tomei a decisão de que eu não seguiria a minha vida nessa fazenda pacata e cheia de nada. Não sei como consegui viver metade da minha vida neste lugar. Está na hora de dizer adeus para isso tudo. Na hora de dizer adeus para meus queridos avós. Eu os amo, mas eu quero seguir a minha vida e ser uma pessoa bem sucedida no futuro.
Pego a minha mochila de meu pequeno guarda roupa e coloco apenas as minhas roupas necessárias. Ando em direção até meu criado mudo e abro a gaveta, pegando uma pequena caixa escondida no fundo falso do compartimento. Eu guardava as minhas únicas economias ali, pois era tudo o que eu tinha. Eu pego e coloco na minha bolsa normal, cujo havia ganhado da minha querida vózinha.
Pego a mochila maior em minha mão e antes de sair, coloco algumas comidas e lanches na mesma, apenas por precaução. Observo se não havia ninguém na frente da pequena casa e cogito que meus avós estariam trabalhando na colheita da fazenda.
A minha bicicleta rosa estava logo ali, e ela será a minha salvação nesse momento. Vovô me deu ela de presente depois de eu pedir por dias e dias para ele. Coitadinho, eu devo ter lhe enchido muito por causa dessa bicicleta.
Subo na bicicleta e coloco a mochila na minha cesta. Antes de partir, eu olho um pouco ao redor do lugar aonde passei toda a minha infância, aonde morei com meus avós e me diverti muito. Mas, está na hora de ir e deixar tudo isso para trás.
Começo a pedalar e entro na pequena estrada que provavelmente daria para a cidade grande. Eu fiz muitas pesquisas antes de fugir, não poderia vir tão despreparada, afinal, sou Son Chaeyoung!
A brisa bate em meu rosto e o sol brilha á cada vez mais que pedalo. Percebo que eu estava saindo da fazenda dos meus avós, quando os vejo colhendo morangos em uma das colheitas que tínhamos. Eles se levantam em simultâneo e olham brevemente para mim, logo suas feições de pavor eram vistas... mesmo me ressentindo daquilo, eu não paro e apenas vou embora. Era a minha chance!
Adeus, queridos avós.
[...]
Meus olhos brilham quando eu percebo que estava aonde sempre sonhei. A cidade grande. Os prédios eram para lá de formosos, as lojas eram modernas, as pessoas vestiam coisas que jamais havia visto antes e os carros eram totalmente incríveis e diferentes.
Eu nunca pensei que um lugar fosse ser tão interessante dessa forma.
Continuo a pedalar, e nisso, entro em uma rua que parecia ser um bairro de pessoas ricas. As casas eram mais belas do que as que eu havia visto a minutos atrás. Isso era mesmo possível?
Percebo que eu não havia planejado o mais importante. Aonde eu irei ficar durante esse tempo todo? Eu preciso ter uma casa! O que será que essas pessoas fazem para ter casas tão luxuosas como essa?
No meio do caminho, avisto uma linda casa que tinha portões grandes e dourados, uma piscina gigantesca e com uma cascata de água infinita, um jardim imenso e cheio de lírios, minha planta predileta. Essa era a casa dos sonhos de qualquer pessoa!
Chocada com aquilo tudo, eu desço da minha bicicleta rapidamente e chego mais de perto para olhar a casa. Assim que me aproximo, o portão grande e dourado se abre para mim e eu fico confusa. Eles estavam dando boas vindas para mim?
Pego a minha bicicleta e entro dentro da casa. Assim que entro e pouso minha bicicleta no lugar, os portões se fecham, e eu fico um pouco assustada com tamanha tecnologia e modernidade.
Chego mais perto para observar as flores que tinham no jardim, pego um lírio e coloco-o na minha orelha. De repente, eu me assusto um pouco com algo que pula em cima de mim e começa a me lamber.
Eu rio com tudo aquilo, e quando me viro, percebo que era um cachorrinho peludo e muito dócil que agora me recebia alegremente com seus atos de carinho.
— Ray! Volte aqui! — uma garota grita, saindo da parte de trás da casa e me deixando em prantos.
— Quem é você? O que está fazendo com o meu cachorro? E o que estava fazendo na minha casa e no meu jardim? — a garota de cabelos longos e castanhos pergunta. Ela era deslumbrante, tinha uma pele de porcelana, um rosto delicado e um corpo muito bem esculpido. Além disso, vestia uma roupa lilás que combinava com a mesma e exalava um toque de elegância único no ar.
— Eu sou a Chaeyoung. O seu portão me recebeu na sua casa e então eu entrei. Pensei que não tinha ninguém na casa e...
— O que? Isso é invasão! Só porque o portão da minha casa abriu, não significa que você pode entrar aqui. Fique aí, eu irei chamar a polícia. — ela diz indignada e se virando para chamar pela polícia, mas eu puxo seu braço e a coloco em minha frente novamente.
— Ei! Quer dizer, senhorita... não precisamos chamar a polícia em uma situação dessa, não acha? — olho para o cachorro que me lambia e pulava, feliz com a minha presença — Veja, eu não sou uma má pessoa, até o seu cachorro gosta de mim!
— Ray! O que você está fazendo com uma estranha? — ela questiona, mas o cachorro começa a latir em resposta. Eu rio com aquilo, ele parecia realmente ter gostado imensamente de mim. Isso não me surpreende, afinal, animais sempre foram a minha paixão.
— Acho que seu cachorro não quer que eu vá embora. Olhe como é o destino, pois não? — dou uma risada de nervoso — Eu não tenho um lugar para ficar, seu cachorro parece me adorar, os portões da sua casa se abriram sozinhos para mim... acho que essa é uma ótima oportunidade para que você me deixe ficar aqui, eh..
— Mina. É Mina.
— Isso ai, Mina!
Ela olha com uma cara de insatisfação e desconfiança para mim, cruza seus braços e logo fala: — Sinto muito, não posso deixar uma estranha ficar em minha casa. Além disso, meus pais estão de férias e eu não tenho como ter a permissão deles... tenho certeza absoluta que eles não gostariam nem um pouco dessa ideia.
— Por favor! Seriam apenas alguns dias, até eu arrumar algum lugar para ficar... Assim que seus pais voltarem, eu prometo sair daqui. Eles não vão saber de nada, não é?
Mina olha para o cachorro, que agora abanava o seu rabo rapidamente e olhava para a sua dona com um olhar esperançoso, logo ela dá um suspiro.
— Tudo bem. Apenas por alguns dias.
— Muito obrigada! Você não irá se arrepender, Mina.
Agora, eu já tinha um lugar para ficar. As coisas estão indo muito bem para apenas alguns minutos morando na cidade grande!
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