11. Adore You!
9 de Julho, de 2023.
Aparentemente muito tempo passou, e parece que muitas coisas mudaram na minha vida, e uma delas é que os meninos conheceram a minha mãe, e ela ficou desacreditada, acho que ela nunca pensou que fosse ver os ídolos dela tão de perto, era um flashback dos anos 90.
Tristemente o Samuel e o Sérgio não estavam mais na nossa casa, já que a Sueli depois de algumas semanas conseguiu vir para cá, em meio a tanto trabalho e correria com o consultório odontológico. Acredito que mesmo partindo meu coração eles estarem tão distantes, foi bom para ela, o reencontro deles foi tão lindo, que eu tive até que registrar em uma das milhares câmeras da minha mãe, já que foto não era o que faltava nesse lugar.
O Samuel sempre foi, e ainda é meu favorito, e eu não entendo o porquê de tanto carinho com ele. Só sei que quando eu estava mal, o mesmo sempre tentava achar o lado bom das coisas e tentar me animar de certa forma, até com as músicas que eu gostava, principalmente essas mais atuais, tipo "Adore You" do Harry Styles. Eu tive que passar a tarde inteira explicando sobre One Direction para todos eles. No fim eles tocaram perfeitamente, como sempre.
Quando minha mãe voltou, foi um baque para mim também, era como se eu tivesse acostumada a ficar aqui sem ela e tudo mais. Óbvio que eu tinha uma saudades enorme dos abraços e carinhos da mesma, entretanto foi muito diferente ter que explicar a situação, a mesma não sabia se desmaiava, ria ou chorava, completamente compreensível.
— Catarina! — ouvi a voz da mulher mais velha ecoar em meu quarto. Estava tirando meu fone lentamente.
— Oi! Desculpa mãe, eu estava escutando algumas músicas para eu conseguir compor algo. — sorri sem mostrar os dentes.
— Ai que linda! Eu tenho uma filha artista, que belezinha. — ela se sentou na minha cama e beijou meus cabelos.
Eu fiquei calma e em paz, minha mãe sempre teve esse efeito em mim, igual os meninos.
— Mãe?
— Diga querida — falou se aproximando da escrivaninha do meu quarto, que estava com algumas fotografias do seu trabalho, a Amazônia é realmente bela.
— Você sabe como está o Sam? — já faz quase dois meses que não via ele, estava morrendo de saudades.
— Não sei meu amor, mas acredito que com a companhia da família dele, ele estará em boas mãos. Isso tudo é saudade? — ela sorriu.
— Não sei, eu gosto muito dele, e ele é muito habilidoso com o baixo, você tinha que ver os dias que ele ficou aqui, conseguiu pegar até músicas atuais! — disse entusiasmada.
— Imagino que deve ter sido incrível, pena eu não estar aqui para presenciar essa animação toda. Depois de toda a minha paralisação quando vi eles, acho que também fiquei igual a você, encantada. Os mamonas foram a melhor banda nacional de rock dos anos 90, aliás, foi assim que eu conheci seu pai! — disse prendendo o cabelo em um coque, enquanto apertava mais os olhos, segurando seus óculos.
— Acho que eu e o Sérgio sabemos muito bem como tudo aconteceu. — tapei minha boca rindo descontroladamente.
— Você mexeu nas minhas coisas? Já falei que não gosto filha, que vergonha. — o sangue começou a subir por suas bochechas.
Senhorita Amélia corando? Que belezinha!
— Estava na hora mãe! Nós dois amamos a história de vocês, pena ter acabado tão rápido — disse.
— Tudo tem seu tempo, acredito que eu e seu pai nos entendemos no fim de tudo, você sabe que nosso término foi bem pacífico, né? Sempre te confirmei isso.
Sim, ela sempre disse. Todavia, nem ela acreditava mais naquela mentira. Meus pais passaram por algo muito forte, mas eu não queria ser a chata e me intrometer, acredito que alguma hora, essa birra toda vai ter um estopim. Como dizia Clarice Lispector: "Perdi muito tempo até aprender que não se guarda palavras, ou você as fala, as escreve, ou elas te sufocam."
— E olha esse do Guns! Meu pai comprou quando ele fez uma viagem para a Inglaterra! Não é lindo? — Elisa me mostrava seus discos, como se fossem seus filhos, uma fofa, mas eu não estava no clima.
A Eli era aquele tipo de pessoa que você precisa ter por perto, porque ela sempre estará ali para você, independente da situação, e foi isso que me encantou nela. Acho que o Samuel é assim, emana alegria por onde passa.
— É lindo amiga, adorei. — eu disse encostando minha cabeça em sua almofada de cerejas.
— Você odiou Catarina Neves, nem vem tentar me enganar com essa cara de peixe morto! O que aconteceu? — ela se sentou ao meu lado.
— Não sei! Estou odiando a ideia de que o Samuel não está mais lá em casa, antes eu desabafava e ria com ele, sobre tudo, e de repente tudo acabou — falei alterando um pouco minha voz.
— Você tem que entender que isso iria acontecer de alguma forma ou outra Cat, ele não é sua propriedade. Ele tem uma família que se preocupa com o mesmo, e outra, do nada ele aparece na casa de uma estranha e com vida! Imagina a reação da Sueli ou de qualquer outro familiar — ela fez um carinho leve em meus ombros.
— Eu compreendo tudo isso, mas é difícil tentar pensar assim, enquanto a minha mente está completamente nublada. Só quero um abraço dele para esquecer dos problemas da escola e da separação dos meus pais — eu enfiei minha cara nos travesseiros daquela cama enorme.
— Sei que é estressante amiga, mas de tudo isso algo bom vai sair, e outra, não é como se ele tivesse sumido, só está longe de você, separado por alguns quilômetros. — ela se deitou.
— Você tem razão Lisa, acho que eu sou uma boba por pensar assim — abracei ela, obrigando-a a se sentar.
— Para com isso! Você é tudo, menos boba, e sentir falta de alguém é completamente normal, afinal, isso são reações humanas — ela beijou minha testa.
— Acredita que as aulas com o Mateus deram resultado? Acho que agora ele sai da minha cola. — disse enxugando algumas lágrimas que insistiam em cair.
— Nada a ver ele começar a falar com você, ontem mesmo ele ficava babando ovo daquela metida da Alice, zero paciência! — Elisa estava colando alguns pôsteres de umas revistas teens que ela tinha pegado de sua prima mais velha.
— Nem me fale, mas meu trabalho está tendo resultado, então já é um começo.
— Realmente. Quer me ajudar a colar?
— Claro! — levantei enquanto minha blusa com estampa do "Kiss" cobria meu corpo todo, Samuel dizia que as roupas de banda eram as quais eu ficava mais deslumbrante, mesmo sendo bem simples.
Foi bom espairecer a cabeça com a Elisa, depois nós assistimos "Sociedade dos Poetas Mortos", para eu libertar todo o meu choro, que ela sabia que estava contido.
Acho que eu adorava a companhia de Samuel Reoli, e acredito que ele nem deve pensar em mim.
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I. Olá amores! Quanto tempo, não? Perdão por toda a demora, é que minha vida estava muito corrida nesses últimos meses, mas acho que consegui entregar um capítulo relativamente bom! 💗✨
II. Não canso de dizer: obrigada pelos votos e comentários! Continuem fazendo isso, não sejam leitores fantasmas, preciso saber se estão gostando da história.
III. A Cat não tem idade para namorar o Samuel gente, mas depois de vários capítulos vocês vão entender porque ela gosta tanto dele. Não fiquem preocupados!
IV. Beijos e abraços meus pitchulos e pitchulas! Aproveitem esse capítulo! ❤️
Ass: Helena 🤍✨🎧
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