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“Ser feliz não é viver apenas momentos de alegria. É ter coragem de enfrentar os momentos de tristeza e sabedoria para transformar os problemas em aprendizado.”



Maya caminhava apressada pelos crredores do hospital, sentindo o coração martelar contra o peito. O ar parecia pesado, e sua mente estava um turbilhão de pensamentos.

Chris Evans era seu pai.

David, ao seu lado, acompanhava seu ritmo sem dizer nada, mas era evidente que ele queria falar alguma coisa. Ele apenas esperou até que saíssem do andar da ala de internação e encontrassem um corredor menos movimentado.

— Ok, vamos lá — ele finalmente disse, parando no meio do corredor e segurando o braço de Maya suavemente para que ela fizesse o mesmo. — Você tá bem?

Maya piscou algumas vezes, como se estivesse tentando organizar as palavras na cabeça antes de falar.

— Eu... Eu não sei. — Ela passou as mãos pelo rosto, respirando fundo. — Isso é uma piada, certo? Tipo, só pode ser. Eu cresci sem um pai, David. E agora, do nada, descubro que ele é literalmente o Chris Evans?

David assobiou baixinho.

— Bom, pelo lado positivo, isso significa que você tem genética de super-herói.

Maya lançou um olhar mortal para ele, e David ergueu as mãos em rendição.

— Tá, desculpa, esse não é o momento pra piadas. Mas sério, Maya... O que você tá sentindo agora?

Ela hesitou.

— Raiva. Confusão. Frustração. — Seus ombros caíram um pouco. — E talvez... um pouco de curiosidade.

David sorriu de lado.

— Olha, eu sei que isso é um choque, mas você não precisa decidir nada agora. Dá um tempo pra processar.

Maya mordeu o lábio, desviando o olhar para o chão.

— E se eu não quiser conhecer ele? E se eu decidir que prefiro continuar como sempre foi?

David deu de ombros.

— Então é isso. É sua escolha. Mas... — Ele olhou para ela com um olhar significativo. — Parece que ele quer estar na sua vida. E, pelo que vi no quarto, ele tava tão assustado quanto você.

Maya soltou um suspiro profundo.

— Eu não sei, David. Isso é grande demais.

Ele colocou um braço ao redor dos ombros dela.

— Então vamos começar com o básico. Um passo de cada vez. Agora, por exemplo, a gente pode ir tomar um café pra você respirar e pensar um pouco antes de voltar.

Maya soltou uma risada fraca, mas assentiu.

— Um café parece uma boa ideia.

E com isso, eles seguiram em direção à lanchonete do hospital, o cheiro de café fresco e pão recém-saído do forno preenchendo o espaço pequeno, mas acolhedor. Maya pediu um café preto, forte — precisava de algo para clarear a mente — enquanto David optou por um chocolate quente.

Os dois se sentaram em uma mesa perto da janela, onde a visão da cidade iluminada contrastava com o caos interno que Maya sentia. Ela girava o copo de café entre as mãos, ainda tentando organizar seus pensamentos.

— Então… — David começou, quebrando o silêncio. — Vamos falar sobre o elefante na sala ou você prefere que eu faça mais algumas piadas ruins antes?

Maya soltou um suspiro cansado.

— Eu nem sei por onde começar.

David tomou um gole de seu chocolate quente antes de responder.

— Tá bom, então vamos por partes. Você quer que eu diga o que eu acho?

Maya assentiu lentamente.

— Sim. Diz logo.

Ele apoiou os cotovelos na mesa, inclinando-se um pouco para frente.

— Eu acho que você tem todo o direito de estar confusa, com raiva e até um pouco perdida. Mas também acho que você deveria, pelo menos, dar uma chance de entender o lado dele.

Maya revirou os olhos.

— Você também tá do lado dele agora?

David riu.

— Eu não disse isso. Mas pensa comigo: ele parecia tão perdido quanto você. E se ele realmente não soubesse da sua existência?

Maya abriu a boca para retrucar, mas parou. Essa era a parte que mais a confundia. Sua mãe nunca mencionou o nome dele, nunca deu nenhuma pista de quem poderia ser seu pai. E Chris Evans parecia genuinamente chocado ao vê-la.

Ela franziu a testa, levando o copo de café aos lábios.

— E se ele só estiver aqui por culpa?

David deu de ombros.

— E se ele estiver aqui porque realmente quer te conhecer? Você não precisa decidir nada agora, Maya. Mas talvez valha a pena ouvir o que ele tem a dizer.

Maya ficou em silêncio, olhando para a espuma do café, sua mente rodando com todas as possibilidades.

Finalmente, ela suspirou.

— Eu não sei o que fazer, David.

Ele sorriu de lado.

— Então não faça nada por enquanto. Só respira, processa, e quando estiver pronta, você decide.

Ela assentiu lentamente.

— Acho que isso é tudo que eu posso fazer agora.

Os dois continuaram ali, em silêncio, enquanto Maya tentava encontrar um caminho em meio à tempestade de emoções que a dominava.

Maya permaneceu olhando para o café quase intocado em suas mãos, enquanto David mexia distraidamente no canudo do chocolate quente. O silêncio entre eles não era desconfortável, mas carregado.

Ela sabia que David estava certo. Não precisava tomar uma decisão agora, mas isso não tornava as coisas mais fáceis. Sua vida inteira, ela cresceu sem sequer pensar na existência do pai, e agora ele estava ali. E não só qualquer pai. Chris Evans.

Era absurdo.

— Você acha que minha mãe queria que eu soubesse agora? — Maya perguntou baixinho, quase para si mesma.

David inclinou a cabeça, refletindo.

— Acho que ela queria te contar antes que fosse tarde demais.

Maya fechou os olhos por um instante. Ela sabia o que ele queria dizer. Sua mãe estava cada vez mais fraca, e Maya sentia que o tempo que lhe restava era curto.

O medo tomou conta de seu peito.

E se ela morresse agora?

E se essa fosse a última conversa que tivessem tido?

Ela engoliu em seco e apertou a borda do copo com força.

David percebeu sua tensão e tocou levemente a mão dela sobre a mesa.

— Ei, eu tô aqui, tá? Você não tá sozinha.

Maya respirou fundo, piscando rapidamente para afastar as lágrimas que ameaçavam surgir.

— Eu sei. — Sua voz saiu quase em um sussurro. — Você acha que eu pareço com ele? — Maya perguntou de repente, sem encarar David.

Ele arqueou as sobrancelhas e analisou o rosto dela por um momento.

― Agora que você falou... — Ele inclinou a cabeça, como se estivesse realmente considerando. — Seu olhar é parecido. E tem o jeito como você franze a testa quando tá pensando em alguma coisa séria.

Maya soltou um suspiro, recostando-se na cadeira.

– Isso é surreal. — O celular dela vibrou sobre a mesa. Um número desconhecido.

Ela franziu a testa antes de atender.

— Alô?

Do outro lado da linha, uma voz hesitante e familiar soou.

— Maya… sou eu, Chris.

Seu coração parou por um segundo. Ela olhou para David, que imediatamente percebeu quem era.

Maya umedeceu os lábios, tentando encontrar sua voz.

— Como conseguiu meu número?

— Sua mãe me deu. — Ele fez uma pausa, parecendo nervoso. — Eu sei que isso é muita coisa pra processar, mas eu queria saber se podemos conversar. Só nós dois. Sem pressão, eu prometo.

Maya hesitou, mordendo o lábio. Olhou para David, que apenas ergueu as sobrancelhas em um gesto de a decisão é sua.

Ela fechou os olhos por um segundo, então suspirou.

— Tudo bem. Mas não agora.

Do outro lado da linha, Chris pareceu aliviado.

— Claro. Quando você estiver pronta.

— Eu aviso.

— Ok. Obrigado, Maya.

Ela desligou sem dizer mais nada e soltou um longo suspiro, deixando o telefone de lado.

David tomou o último gole do chocolate quente e sorriu.

— Isso é um bom começo.

Maya revirou os olhos, mas um pequeno sorriso brincou em seus lábios.

Talvez fosse mesmo.

Maya e David subiram de volta para o quarto da Eleanor, ambos em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Quando abriram a porta, encontraram Chris e Kira de pé, como se já estivessem prestes a sair.

Chris se virou ao vê-los entrar e limpou a garganta antes de falar:

— Acho que já tomamos tempo demais da sua mãe. Está na hora dela descansar.

Kira, ao lado dele, assentiu, lançando um olhar cuidadoso para Eleanor, que parecia exausta na cama.

— Foi um prazer te conhecer, Eleanor. Cuida de você, tá? — Kira disse, e pela primeira vez, Maya percebeu uma certa suavidade na voz da mulher.

Eleanor sorriu fraco.

— Obrigada por virem.

Chris desviou o olhar para Maya, como se quisesse dizer algo, mas hesitou. Ele não queria forçá-la a nada, não queria pressioná-la. No fim, apenas assentiu para ela antes de se virar para sair.

— A gente se vê, Maya.

Maya permaneceu em silêncio, observando os dois saírem pela porta. Assim que desapareceram pelo corredor, ela soltou um suspiro profundo e foi até a cadeira ao lado da cama da mãe.

David puxou outra cadeira e se sentou, cruzando os braços.

— Bom... Isso foi estranho.

Maya lançou um olhar para ele, sem paciência.

— Você acha?

Ele ergueu as mãos, rindo de leve.

— Ei, só tô narrando os fatos.

Eleanor observou a filha por um momento e, com um esforço visível, levou a mão até a dela.

— Como você está, querida?

Maya olhou para os dedos frágeis da mãe segurando os seus e sentiu um aperto no peito.

— Eu não sei, mãe. Ainda estou tentando entender tudo.

Eleanor sorriu suavemente.

— Você pode levar o tempo que precisar, meu amor.

Maya abaixou a cabeça e respirou fundo.

— Eu só não sei o que fazer com isso. Com ele.

Eleanor apertou levemente sua mão.

— Apenas escute o seu coração. Ele vai te guiar.

Maya soltou um suspiro pesado, olhando para a mãe.

Ela só esperava que seu coração soubesse o que fazer.

O silêncio se instalou no quarto por alguns instantes, apenas o som dos aparelhos médicos preenchendo o espaço. Maya observava sua mãe, que parecia ainda mais frágil do que antes. Cada dia que passava, a realidade de que poderia perdê-la se tornava mais difícil de ignorar.

David, percebendo a tensão no ar, resolveu quebrar o silêncio.

— Então… o que achou deles? — Ele perguntou, referindo-se a Chris e Kira.

Maya suspirou e passou as mãos pelo rosto, sentindo o cansaço pesar sobre seus ombros.

— Eu não sei. Foi estranho. Ver dois famosos no quarto da minha mãe como se fosse algo normal? E, principalmente, ele…

Ela parou por um momento, escolhendo as palavras.

— Ele parecia… genuíno. Mas eu não sei o que pensar.

Eleanor sorriu levemente, com um olhar cansado, mas cheio de ternura.

— Chris sempre foi assim. Ele sente as coisas de verdade.

Maya franziu o cenho e cruzou os braços.

— Você fala como se ele fosse um santo, mãe. Mas ele sumiu da sua vida há anos.

Eleanor suspirou e olhou para a filha com um pouco de culpa.

— Ele não sumiu, Maya. Eu desapareci. E nunca dei a ele a chance de saber sobre você.

Maya abaixou o olhar, processando isso.  As palavras de Eleanor pareciam reverberar em sua mente, mas nenhuma delas fazia sentido.

"Eu desapareci. E nunca dei a ele a chance de saber sobre você."

Foi como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de seus pés. Maya fechou os olhos por um momento, tentando se recompor.

— Você está me dizendo que... — Ela engoliu em seco. — É sério mesmo que você nunca contou para ele que estava grávida de mim?

Eleanor não conseguiu olhar diretamente para a filha. Ela sabia o quanto aquilo ia machucar Maya, mas era a verdade. Ela havia escondido tudo, feito escolhas que, no fundo, achava que seriam para o bem de todos, mas agora… Agora, ela via que aquelas escolhas apenas causaram mais dor.

— Eu estava com medo, Maya. Medo de que ele não quisesse ficar. Medo de como ele reagiria. E eu achei que, se você crescesse longe do mundo dele, seria mais fácil. Eu... eu pensei que estava fazendo o melhor para você. — A voz dela quebrou no final, e ela olhou para Maya, tentando ver se havia algum entendimento nos olhos da filha.

Mas Maya estava incrédula, o choque ainda tomando conta dela. Ela respirou fundo, tentando controlar a raiva que começou a surgir.

— Então você decidiu simplesmente me esconder dele? Me esconder de quem eu sou? De quem ele é? — Sua voz tremia, mas ela estava furiosa.

David, que estava apenas observando, sabia que era o momento para Maya descarregar todas as emoções que estava guardando há tanto tempo.

Eleanor baixou a cabeça, lágrimas ameaçando escapar dos seus olhos.

— Eu sei. Eu sei que foi errado. Eu só... eu só queria proteger você. E acabei te afastando de tudo. De todos.

— E o que eu faço com isso agora, mãe? Como eu posso simplesmente aceitar que você mentiu sobre meu próprio pai? — Ela gritou, sem querer, a raiva transbordando. — Como você pôde esconder isso de mim?

Eleanor sabia que o que a sua filha estava sentindo era uma mistura de dor e decepção. A mãe dela a tinha protegido de um mundo que ela, talvez, nunca tivesse realmente compreendido.

— Eu não sei, querida… Eu só sei que, no fundo, eu sempre quis que você fosse feliz. Eu sempre quis que você tivesse uma vida boa. Não importa quem fosse seu pai. Mas, agora, eu vejo que errei… errei profundamente.

Maya olhou para a mãe com um misto de incredulidade e tristeza. Ela queria gritar, queria chorar, mas, no fundo, não sabia o que mais sentir. O que mais pensar.

O que fazia dela, então? Quem ela era, se a base de toda a sua vida tivesse sido construída sobre mentiras?

Ela sentiu uma onda de desespero tomar conta de si, o medo de que sua identidade, sua história, tudo fosse falso. De que, ao tentar entender quem era seu pai, ela só teria mais perguntas sem respostas.

David se aproximou e colocou a mão no ombro de Maya, tentando, sem sucesso, aliviar a tensão que ela sentia.

— Maya… eu sei que isso tudo é uma montanha-russa. Mas você não está sozinha. Eu estou aqui.

Ela não respondeu, apenas ficou em silêncio, sentindo uma mistura de emoções confusas. Olhou para Eleanor, que a observava com dor nos olhos, e não conseguiu deixar de sentir que algo se quebrava dentro dela.

Como é que ela ia reconstruir tudo agora? Como ia seguir em frente quando a verdade parecia mais distante do que nunca?

Maya assentiu, mas não sabia como voltar a se sentir em paz. Tudo o que ela sabia era que agora, mais do que nunca, sua vida estava irremediavelmente ligada a Chris Evans. E ela não sabia se estava pronta para lidar com isso.

David observava a troca entre mãe e filha, sentindo que aquele era um momento importante para Maya. Ele não queria interferir, mas também não queria que ela se fechasse completamente.

— Maya… — Eleanor chamou sua atenção suavemente. — Eu sei que é difícil. Eu sei que tudo isso é demais para absorver. Mas eu só quero que você saiba que ele realmente se importa.

Maya desviou o olhar e passou a mão pelo cabelo, claramente frustrada.

— Eu só… Eu não sei o que fazer com essa informação, mãe.

Eleanor sorriu com ternura, apesar da fadiga evidente.

— E não precisa saber agora, meu amor. Apenas… pense nisso.

Maya fechou os olhos por um instante antes de assentir lentamente.

David cutucou o braço dela de leve.

— Pelo menos, você pode dizer que sua vida definitivamente não é entediante.

Maya olhou para ele com uma expressão exausta, mas um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

— Você realmente não consegue ficar sério por cinco segundos, né?

Ele riu.

— Não quando eu vejo você fazendo essa cara de quem está prestes a explodir.

Eleanor riu baixinho, o que fez Maya relaxar um pouco. Por um momento, parecia uma noite qualquer, sem segredos devastadores ou emoções à flor da pele.

Mas no fundo, ela sabia que sua vida nunca mais seria a mesma. Tudo o que ela sabia era que agora, mais do que nunca, sua vida estava irremediavelmente ligada a Chris Evans. E ela não sabia se estava pronta para lidar com isso.

Maya respirou fundo, seus olhos ainda fixos na porta do quarto, como se temesse o que a aguardava atrás dela. A dor no peito era quase física, mas o silêncio de sua mãe, a presença dela ainda ali, tornou tudo mais confuso. De repente, a voz de Eleanor, fraca, mas firme, cortou o ar.

— Maya... — A mãe de Maya disse, com um tom cansado, quase como se estivesse forçando suas palavras a saírem. Ela estava claramente exausta, mas seus olhos estavam claros, repletos de arrependimento. — Eu sei que fiz algo muito errado... e sinto muito, minha filha. Me perdoe por não te contar a verdade antes.

Maya se virou, sentindo o peso de cada palavra de sua mãe. A angústia no rosto de Eleanor era palpável, como se ela soubesse que estava perdendo o tempo que poderia ter usado para construir um vínculo com a filha. Maya sentiu uma onda de tristeza invadir seu peito. Ela sabia o quanto Eleanor estava arrependida, mas as palavras da mãe não eram suficientes para curar as feridas que haviam sido abertas.

— Eu sei, mãe... — Maya disse baixinho, seu tom suave, mas cheio de uma emoção que ela ainda não conseguia identificar completamente. — Eu sei que você cometeu um erro, mas... você está doente, e isso me machuca muito mais.

Eleanor levantou a mão, como se quisesse tocá-la, mas logo recuou, sentindo-se fraca.

— Eu me arrependo de não ter te contado sobre ele, sobre tudo. Eu deveria ter sido honesta com você... quando você ainda era pequena, quando você ainda poderia entender... — A voz de Eleanor tremia, cheia de arrependimento. — Eu estava com medo, Maya. Com medo de te machucar... e de perder você. Mas a vida me pegou de surpresa e agora... agora eu não sei como resolver isso. Eu só queria ser uma boa mãe para você...

Maya engoliu em seco. Ela viu a mãe tentando lidar com seus próprios fantasmas e, por um momento, a raiva que sentira se dissipou, dando lugar a algo mais suave: compreensão.

— Eu sei que você fez o que achava ser o melhor, mãe. Eu... eu estou tentando entender isso. Não é fácil. Não é fácil saber que você escondeu coisas tão grandes de mim... Mas você está doente agora. Eu... eu não posso te cobrar mais nada, não agora.

A voz de Maya falhou por um momento, e ela se aproximou de Eleanor, sentindo que o peso da verdade era algo que ela ainda precisava aprender a carregar. Ela segurou a mão da mãe, apertando com cuidado, como um sinal de que estava ali, de que não a abandonaria, mesmo com toda a dor.

— Eu aceito seu pedido de perdão, mãe. Não porque você me pediu, mas porque... você está lutando. Eu não vou fazer isso ser mais difícil do que já é. Eu entendo que a gente vai ter que consertar isso com o tempo, e vai ser um processo... mas, por agora, tudo o que eu posso fazer é estar aqui.

Eleanor sorriu com um alívio visível, seus olhos brilhando com gratidão. Era como se o peso de todos esses anos tivesse diminuído, só um pouco. Ela queria se sentir perdoada, mas sabia que ainda havia um longo caminho pela frente.

— Eu te amo, Maya... sempre amei. Mesmo nos meus erros, eu nunca parei de te amar.

Maya balançou a cabeça, tentando não se perder nas lágrimas que estavam prestes a cair. Ela respirou fundo e forçou um sorriso, tentando demonstrar que, apesar de tudo, ela estava ali para a mãe, mesmo com o caos emocional que se passava dentro dela.

— Eu também te amo, mãe independente de tudo.

Aos poucos, Maya sentiu um alívio, uma sensação de que, apesar de tudo, o buraco que se formara dentro dela talvez começasse a se fechar, ou pelo menos a cicatrizar. Sabia que havia muito mais a ser resolvido, mas naquele momento, ela queria apenas dar à mãe o conforto que ela tanto precisava.

Eleanor fechou os olhos, relaxando na cama, como se finalmente pudesse respirar um pouco mais fácil, ao menos naquele momento. Ela sabia que, embora a estrada à frente fosse difícil, sua filha estava ali, disposta a ajudá-la a caminhar por ela. E isso era o suficiente para ela, por agora.

Maya olhou para o lado, vendo David observando tudo em silêncio. Ele não disse nada, mas seu olhar era de apoio, como sempre fora. Ele sabia o quanto isso significava para ela, e só o fato de ela estar ali, naqueles momentos delicados, já dizia tudo.

Com um último olhar para a mãe, Maya se afastou lentamente, sentindo que aquele pequeno passo, aquele perdão, era o início de algo que ela ainda não conseguia ver completamente. Mas, por enquanto, isso seria o suficiente.

𝙽𝚘𝚝𝚊𝚜!!

(𝟢𝟣) O que acharam do capítulo de hoje?

(𝟢𝟤) Espero que estejam gostando <3

(𝟢𝟥) Desculpem se tiver algum erro ortográfico.

(𝟢𝟦) Votem e comentem por favor.

(𝟢𝟧) Tem vídeos da fanfic lá no tik tok caso queiram ver.

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