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"Nada como um novo dia.
Para novas histórias,
novos amigos,
novo tudo..."
Wellas
Chris sentiu o peso das palavras de Eleanor, cada uma delas se cravando como uma lâmina em seu peito. Ele olhou para ela, tentando ler o que havia de mais profundo nos olhos dela. A expressão dela era de um cansaço imenso, como se ela estivesse se despedindo de algo, de uma parte dela mesma, ou talvez de um ciclo que ela sabia que estava chegando ao fim. Isso mexeu com ele de uma forma que ele não conseguia ignorar.
— Eu… Eu vou conhecê-la, Eleanor. Eu prometo. — A voz de Chris saiu mais suave do que ele havia imaginado, mas com a força de uma promessa que ele não tinha certeza de conseguir cumprir. Ele sentiu o peso da responsabilidade que agora se impunha sobre ele.
Eleanor assentiu lentamente, os olhos marejados de lágrimas. Ela queria acreditar nas palavras dele, mas ela também sabia que a vida dele, a vida de Chris, já estava cheia de complicações. Maya seria uma complicação a mais. E, embora ela soubesse que ele faria o possível para estar presente, ela sentia o medo de que as coisas nunca fossem tão simples.
— Eu só… não quero que ela seja mais uma coisa que você tenha que enfrentar, Chris. Ela não merece… — ela começou, mas a palavra “desapontamento” ficou no ar, sem ser dita.
Chris a interrompeu, caminhando até a cama dela e se ajoelhando ao lado dela, como se quisesse garantir que ela o entendesse, como se fosse possível transmitir tudo o que ele sentia com um simples gesto.
— Claro que não. Ela não é uma complicação, Eleanor. É a minha filha. Eu… nunca imaginei que isso aconteceria, mas agora que sei, não posso mais virar as costas. Eu vou conhecê-la. Vou ser parte da vida dela. Isso… isso não é uma opção. É o que eu vou fazer.
Eleanor respirou fundo, ainda lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. Ela apertou a mão de Chris, como se essa fosse a última coisa que ela poderia fazer por ele, por Maya, e por ela mesma.
— Você está dizendo isso porque… porque o que mais poderia fazer? Não estou sendo injusta, Chris. Eu só tenho medo de que você vá embora também. Eu… — a voz dela falhou, e ela se calou, tentando controlar a emoção que a dominava.
Chris não sabia o que responder a isso. Ele queria dizer que não a deixaria, mas a realidade de como sua vida agora estava completamente virada de cabeça para baixo o impedia de ser tão seguro em suas palavras. O que ele sentia por ela, por tudo o que ela havia passado, por Maya, era algo tão novo, tão avassalador, que ele não sabia onde aquilo tudo iria dar.
— Não vou embora, Eleanor. Não até que eu consiga fazer o que é certo. — Ele respondeu, tentando ser firme, mesmo que estivesse se sentindo completamente perdido no meio disso tudo.
Foi quando ele sentiu o vibrar de seu celular no bolso. Ele pegou o aparelho rapidamente, vendo o nome de Kira na tela. Uma sensação de urgência o tomou. Ele olhou de volta para Eleanor, vendo-a mais tranquila, mas ainda assustada com o que havia se revelado.
— Eu preciso falar com Kira, mas não vou te deixar sozinha, tá? Vou pedir para alguém te trazer alguma coisa, ou se você precisar de algo… — Chris hesitou, ainda sentindo a necessidade de estar ali, mas ao mesmo tempo, sua mente estava presa ao fato de que ele precisava continuar com a jornada para entender toda essa história, especialmente agora com a ameaça do tempo correndo contra eles.
Eleanor assentiu suavemente, compreendendo o que ele queria dizer. Ela não precisava mais de conselhos ou promessas, ela apenas queria a certeza de que ele faria o que tivesse que fazer, por ela, e principalmente por Maya.
— Eu só queria que você soubesse que… que, por mais que eu tenha tomado decisões difíceis, sempre pensei no melhor para ela. Eu sei que você vai ser um bom pai, Chris. Eu só espero que, no final, você consiga perdoar tudo o que eu fiz.
Chris a olhou por um momento e, com um aperto no peito, se levantou. Ele não sabia se conseguiria realmente perdoar tudo o que ela havia feito, mas, naquele instante, o que mais importava era fazer o certo para Maya.
— Eu não estou aqui para julgar, Eleanor. Mas vou tentar entender tudo. Eu só preciso saber o que fazer a partir daqui.
Com isso, ele se afastou um pouco, pegando o celular para retornar à mensagem de Kira. Mas antes que ele pudesse desbloquear a tela, uma última coisa passou pela sua mente: e se Maya fosse tudo o que ele pensou que nunca teria? E se ela fosse exatamente a razão pela qual ele precisasse mudar sua vida completamente?
Chris respirou fundo e se concentrou. Ele precisava se apressar. Havia uma filha para encontrar, uma história para ouvir e uma vida para descobrir, e ele faria tudo o que estivesse ao seu alcance para estar lá, para Maya.
Ele olhou mais uma vez para Eleanor, antes de finalmente sair da sala e se afastar um pouco. Ele não queria deixar Eleanor ali, mas sua mente estava acelerada com tudo o que havia acabado de descobrir. Ele sabia que ainda havia muito a entender e a resolver, mas, acima de tudo, ele sentia a urgência de agir.
Com a mensagem de Kira ainda em sua mão, ele apertou o botão de desbloqueio do celular e leu rapidamente a mensagem. Kira estava preocupada, perguntando onde ele estava.
Chris sabia que deveria dar explicações a Kira, mas naquele momento, tudo o que ele conseguia pensar era em Maya. Ele precisava entender como ela havia crescido, o que ela gostava, quem ela era. Ele precisava conhecê-la, e a ideia de que ela poderia ser sua filha o deixava confuso e, ao mesmo tempo, determinado.
Ele foi até a recepção do hospital, perguntando sobre os detalhes do teste de DNA que precisaria fazer para confirmar tudo. A enfermeira, que o olhou com uma certa curiosidade antes de identificar que ele era o "primo" de Eleanor, rapidamente começou a organizar os documentos necessários. Chris tentou se concentrar, mas não conseguia evitar os pensamentos sobre como tudo isso mudaria sua vida. Ele estava prestes a descobrir uma filha que ele não sabia que tinha, e isso o enchia de um medo inexplicável, uma mistura de emoção e responsabilidade.
Ao sair da recepção, ele se pegou pensando sobre as palavras de Eleanor, sobre o que ela havia dito sobre Maya ser um reflexo dele. Não que ele estivesse preparado para ser pai, muito menos em uma situação como essa, mas o que ele sentia por ela, por saber que ela era sua filha, era um instinto protetor que ele nunca soubera que possuía. Era como se, de repente, sua vida tivesse mudado completamente e ele precisasse estar ali para ela.
Ele mandou uma mensagem rápida para Kira, explicando que estava no hospital e que quando voltasse para casa ele explicaria tudo. Ele sabia que isso podia ser um choque para ela, mas a verdade era que ele não tinha espaço mental para mais explicações naquele momento.
Chris se dirigiu para o quarto de Eleanor, mas antes de entrar, hesitou. Ele não sabia o que esperar da conversa que teria com ela agora. As palavras dela ainda estavam ecoando em sua mente. A verdade estava lá, mas ele não sabia como lidar com ela.
Ao entrar, Eleanor ainda estava na mesma posição, mas seu olhar havia mudado. Ela parecia um pouco mais calma, mas a apreensão não havia desaparecido. Ela olhou para ele, e por um momento, não disseram nada. O silêncio entre eles era pesado, quase palpável, mas dessa vez, Chris sentiu que havia algo mais ali. Algo que ele precisava aprender a lidar.
— Eu falei com a enfermeira sobre o teste de DNA. Já está sendo organizado. Eu só… Eu só queria ter certeza de que você sabe que eu não estou aqui para acusar você de nada. — Ele falou, tentando aliviar um pouco o peso das palavras.
Eleanor assentiu, olhando para ele com um olhar que era quase de agradecimento, mas também de medo.
— Eu entendo, Chris. Eu realmente entendo. Eu sabia que seria assim. Mas o importante agora é… — ela hesitou, e então completou com um sorriso triste. — O importante agora é que você tem a chance de conhecer a Maya. E é tudo o que ela merece.
Chris apenas assentiu, sentindo o peso dessa verdade, uma verdade que agora estava mais real do que nunca. Ele precisaria estar presente. Para ela, para a Maya, e para a história deles, que ainda estava sendo escrita, página por página.
— Eu vou estar lá, Eleanor. Eu vou. Só… só me dê um pouco de tempo. Eu preciso processar tudo. E… — Ele olhou para ela mais uma vez, vendo a fragilidade que ela estava tentando esconder. — Vou fazer isso, por Maya.
Eleanor olhou para ele, quase como se quisesse pedir algo mais, mas as palavras dela falharam. Ela sabia que não poderia pedir mais nada a ele. O que importava agora era o futuro, o futuro de Maya e a chance de Chris estar presente para ela.
Chris, sem dizer mais nada, virou-se para sair. Mas, antes que ele passasse pela porta, se virou e olhou de novo para Eleanor.
— Você fez o que achou ser o certo, Eleanor. Agora é a minha vez de fazer a minha parte. — Ele disse com a voz mais firme, mais segura, do que se sentia por dentro.
Eleanor olhou para ele, o alívio nos olhos misturado com uma dor que não queria se revelar. Ela sabia que ele faria o que fosse necessário. E isso, de alguma forma, era o que ela precisava ouvir.
Chris saiu do quarto e foi para o estacionamento, respirando fundo antes de entrar no carro. Ele ainda estava processando tudo, mas uma coisa agora estava clara para ele: sua vida nunca mais seria a mesma. E talvez fosse isso que ele precisasse para ser realmente quem sempre foi destinado a ser: um pai.
Sentou-se no carro, apoiando a cabeça no volante por um momento, tentando acalmar os pensamentos que giravam sem parar. Ele nunca havia se imaginado na posição em que estava agora, enfrentando uma revelação tão impactante e inesperada. Uma filha. Uma filha que ele não sabia que existia, mas que, de alguma forma, parecia ser a chave para uma nova parte de sua vida.
Ele olhou para o retrovisor e viu as luzes do hospital se distanciando. O que aconteceria quando ele realmente conhecesse Maya? Ele já tinha sido um homem ocupado, sempre com sua vida e carreira como prioridade, mas agora, com essa nova informação, o peso da responsabilidade de ser pai parecia esmagador.
Ele sempre quis ser pai. Sempre sonhou com isso. Desde jovem, ele se imaginava brincando com seu filho ou filha, ensinando tudo o que sabia, sendo aquele tipo de pai presente, amoroso, alguém em quem uma criança pudesse confiar. Mas ele nunca imaginou que descobriria assim, de uma forma tão inesperada e avassaladora.
E, apesar de toda a loucura da situação, apesar da forma como Eleanor escondeu a verdade por tantos anos, ele sentia algo inesperado crescendo dentro dele: felicidade. Ele tinha uma filha. Maya. Um nome bonito. Uma jovem que, de alguma forma, carregava parte dele no mundo sem que ele soubesse.
Mas, junto com a felicidade, vinha o medo.
E se ela não gostasse dele? E se já tivesse criado na cabeça uma ideia sobre o pai que a abandonou? Porque era isso que ela devia pensar, não? Que ele nunca quis estar presente. Que ele a ignorou. Como ele poderia consertar isso? Como poderia recuperar todo o tempo perdido?
Ele suspirou, pegando o celular e olhando novamente a mensagem de Kira. Ele sabia que precisava falar com ela. Ela era sua parceira, a pessoa com quem dividia a vida. E Kira não era exatamente do tipo que gostava de segredos ou surpresas—especialmente uma desse tamanho.
Quando chegou em casa, o ambiente estava mais quieto do que o normal. Kira estava sentada no sofá, com o celular nas mãos, aparentemente esperando por algo, ou talvez apenas distraída. Quando ela o viu entrar, seu olhar se suavizou, mas logo notou a expressão séria no rosto de Chris.
— Tudo bem? — Kira perguntou, seu tom de voz estava preocupado, mas ela não queria pressioná-lo.
Chris fechou a porta atrás de si e se aproximou dela. Ele sabia que ela merecia saber, que ela tinha direito de entender o que estava acontecendo, mas não tinha certeza de como explicar. Não sabia nem por onde começar.
— Kira… — Ele começou, sentando ao seu lado. Ela olhou para ele, a ansiedade crescendo. — Eu… eu descobri algo. Algo muito grande, algo que vai mudar tudo.
Kira ficou em silêncio, esperando ele continuar. Ela tinha o olhar atento, os olhos estreitos, tentando entender onde aquilo iria dar.
— A Eleanor, a mulher com quem… — Chris hesitou, lembrando-se do que havia dito a Eleanor no hospital. — Ela é minha ex-namorada. E… e ela tem uma filha. Uma filha chamada Maya.
O nome dela parecia estranho nos lábios de Chris, como algo distante, mas ao mesmo tempo tão real.
— Eu… Eu não sabia disso. Eu nunca soube que ela estava grávida. Mas agora, com tudo o que aconteceu, e com o que ela me disse no hospital, eu preciso fazer o certo. Eu preciso conhecê-la, Kira. Eu… eu sou o pai dela.
Kira o olhou com os olhos arregalados, processando o que ele estava dizendo. Ela sentiu uma mistura de surpresa e preocupação, mas, ao mesmo tempo, havia uma calma crescente em sua expressão. Ela pegou a mão de Chris, apertando-a com firmeza.
— E você tem certeza disso?
— Eu pedi um teste de DNA. Mas… eu não sei, uma parte minha sente que é verdade.
Kira parou e olhou para ele, analisando seu rosto.
— Você tá assustado.
Ele riu, sem humor.
— Claro que eu tô. Mas também tô feliz. Kira, você sabe… Eu sempre quis ser pai. E agora… agora eu posso ser o dela.
Ela ficou em silêncio por um instante, observando a expressão dele. Chris era um homem que sempre sonhou com uma família, que sempre falava sobre como queria ser um pai presente e carinhoso. Mas essa situação… isso era diferente de tudo que eles tinham imaginado juntos.
— Eu entendo… — Kira disse, sua voz suave, mas firme. — Eu entendo que você precisa fazer isso. Você sempre foi muito responsável, Chris, e eu sei que ser pai é algo muito importante para você agora.
Ela puxou o rosto dele para olhar nos olhos dela, tentando passar uma sensação de apoio, de entendimento.
— Mas, o que você vai fazer agora? O que você precisa de mim?
Chris sentiu uma onda de alívio passar por ele ao ver que Kira não estava cobrando, não estava duvidando dele. Ela estava lá, disposta a ser a parceira que ele precisava nesse momento. Ele sabia que ela estava sentindo uma dor silenciosa, e ele não queria causar mais complicações na vida dela, mas agora, com tudo o que ele estava prestes a enfrentar, não havia como voltar atrás.
Chris suspirou.
— Eu vou conhecê-la. Vou dar um jeito de entrar na vida dela. Não posso mudar o passado, mas posso tentar construir algo daqui pra frente.
Kira o observou por um momento e depois caminhou até ele. Olhou para ele, os olhos cheios de compreensão, mas também uma tristeza silenciosa que ele reconheceu. Ela sabia que ele estava prestes a se lançar em algo que mudaria tudo, mas estava disposta a acompanhá-lo, de alguma forma.
— Eu entendo, Chris. Mas me prometa que, enquanto você estiver conhecendo a sua filha, não vai se esquecer de nós também. Eu não quero ser deixada para trás.
Aquele pedido de Kira tocou o fundo de seu coração. Ele sabia que ela não estava pedindo para ser prioridade, mas que ela precisava de segurança de que ele ainda se importava com ela, apesar de tudo o que estava acontecendo.
Chris respirou fundo, apertando sua mão novamente, e olhando nos olhos dela com a sinceridade mais profunda que ele podia oferecer.
— Eu nunca te esqueceria, Kira. Você é muito importante para mim. Mas, agora, eu preciso ver onde isso vai levar. E, se tudo der certo, espero que você esteja ao meu lado, para que possamos enfrentar isso juntos.
Kira sorriu suavemente, ainda com o coração apertado, mas mais tranquila. Ela sabia que, independentemente do que acontecesse, ela não o abandonaria, e ele não a deixaria para trás.
— Eu vou estar aqui, Chris. Sempre. Então… — Ela pegou o rosto dele entre as mãos. — Se você quer ser um pai para ela, então você vai ser. Mas não ache que vai ser fácil.
Ele sorriu, segurando as mãos dela.
— Eu sei. Mas eu tô pronto pra tentar.
Ela revirou os olhos.
— Não sei se você tá pronto, mas sei que não vai desistir.
Ele riu, puxando-a para um abraço apertado.
— Obrigado, meu amor.
Ela suspirou contra o peito dele.
— Eu vou te cobrar essa gratidão depois, Evans.
Chris riu, mas logo ficou sério de novo. Ele ainda tinha um longo caminho pela frente. Mas, pela primeira vez desde que descobriu a verdade, ele sentiu que não estava sozinho.
Kira se afastou ligeiramente, ainda segurando o rosto de Chris entre as mãos, analisando cada detalhe da expressão dele. Ela conseguia ver a felicidade ali, misturada com o medo, com a incerteza. Chris sempre quis ser pai, mas a forma como isso aconteceu foi um choque para qualquer um.
— Tá, então… o que você vai fazer agora? — Ela perguntou, soltando-o e cruzando os braços.
Chris suspirou, passando a mão pelo cabelo.
— Eu preciso encontrar a Maya. Preciso saber como ela é, o que ela gosta, como foi a vida dela até agora. Eu passei anos sem saber que ela existia, Kira. Eu perdi tanto tempo… — Ele balançou a cabeça, frustrado consigo mesmo, mesmo sabendo que não tinha culpa.
Kira estreitou os olhos.
— E como você acha que ela vai reagir?
Chris mordeu o lábio inferior, pensativo.
— Eu não faço ideia. Mas tenho medo. Medo dela me odiar. Medo de que ela tenha criado uma história na cabeça de que eu a abandonei.
Kira soltou um suspiro, balançando a cabeça.
— Bom, você não pode controlar como ela vai reagir. Mas pode controlar o que você faz daqui pra frente.
Chris assentiu lentamente.
— Eu sei. E eu quero fazer isso direito.
Kira o analisou por mais alguns segundos e depois deu um leve tapa no braço dele.
— Então para de drama, Evans. Você quer ser pai? Seja. Mas vai ter que ter paciência. Se ela for parecida com você, vai ser teimosa. E se puxou a mãe, bem… — Ela arqueou uma sobrancelha.
Chris riu baixinho.
— Então eu tô ferrado, né?
Kira deu um sorriso de canto.
— Um pouco.
Chris respirou fundo, sentindo um pouco do peso sair de seus ombros.
— Você acha que eu tô fazendo a coisa certa?
Kira revirou os olhos.
— Eu acho que você não conseguiria viver consigo mesmo se não tentasse. E, sinceramente? Você vai ser um ótimo pai. Só tenta não surtar no processo.
Chris sorriu e puxou Kira para um abraço apertado.
— Eu te amo, sabia?
Ela suspirou contra o peito dele.
— Eu sei. E agora você tem duas mulheres na sua vida pra te fazer correr atrás.
Chris riu, mas logo ficou sério de novo.
— Eu vou encontrá-la, Kira. E vou dar um jeito de entrar na vida dela.
Kira assentiu, soltando-o e pegando a chave do carro.
— Então vamos.
Chris franziu a testa.
— Pra onde?
Kira revirou os olhos.
— Encontrar sua filha, óbvio. Você não pode perder mais tempo.
Chris sentiu o coração acelerar. Ele estava prestes a conhecer Maya. E, por mais assustador que isso fosse, ele sabia que estava pronto.
Eles estavam sentados no banco do carro estacionado em frente ao hospital. Ambos usavam roupas discretas, escolhidas para evitar qualquer tipo de reconhecimento. Chris usava um boné e óculos escuros, tentando passar despercebido, enquanto Kira estava com um simples casaco e um lenço que cobria parcialmente seu rosto. Sabiam que a situação era delicada, e manter um baixo perfil era necessário para evitar a atenção de fãs e fotógrafos.
Eles dois estavam a caminho do hospital, o silêncio no carro pesado, ambos cientes da gravidade da situação. O que ele acabara de descobrir sobre Maya, a filha que ele nunca soubera que tinha, ainda estava martelando em sua mente. Ele estava preparado para tudo, mas não sabia como lidar com a situação, como iria encontrar palavras para contar a Maya sobre o que Eleanor, sua mãe, havia escondido por tanto tempo.
Kira olhou para ele, percebendo a preocupação no rosto de Chris. Ela sabia o quanto ele queria estar ao lado de Maya agora, mas ele estava preso entre as emoções conflitantes de ser pai e a dor da perda iminente da mulher que, de certa forma, havia sido a chave para a descoberta dessa verdade. Não havia como evitar que tudo mudasse para sempre.
— Você vai dar conta disso, Chris — Kira disse suavemente, seus olhos fixos na estrada à frente. — Eu sei que você tem medo do que vai acontecer, mas você vai ser um ótimo pai para ela.
Ele a olhou rapidamente, um sorriso forçado surgindo, mas sua expressão logo se tornou séria de novo.
— Eu sei, Kira, mas... tudo isso é tão repentino. Não sei nem por onde começar. Como você conta para alguém que, de repente, descobriu que tem um pai depois de toda a sua vida sem saber disso? Eu... eu não quero que ela me veja como uma surpresa, como uma parte do passado. Eu só quero ser o pai que ela merece, mesmo com tudo acontecendo.
Kira sentiu a tensão nele e segurou sua mão suavemente, buscando transmitir um pouco de tranquilidade.
— Vai ser difícil, mas a vida é cheia de surpresas assim, não é? E a Maya... ela tem você. E agora, você tem ela. Vai ser uma caminhada complicada, mas é uma caminhada que vale a pena, não importa o quão difícil seja. E eu vou estar aqui, do seu lado.
Chris assentiu com a cabeça, sentindo-se grato pelo apoio de Kira. Ele precisava dela agora, mais do que nunca. Não sabia o que esperar quando encontrasse Eleanor, mas sabia que ele não podia enfrentar isso sozinho. Ele precisava da força dela.
Quando eles chegaram ao hospital, a tensão se intensificou. O edifício parecia um gigante impessoal, suas paredes e corredores eram testemunhas de tantas histórias de vida e morte. Eles caminharam até a recepção, e a enfermeira os dirigiu até o quarto de Eleanor.
Chris parou na porta por um momento, sentindo o peso daquilo tudo. Ele estava a um passo de confrontar o que havia sido escondido por tanto tempo. O desejo de conhecer Maya o mais rápido possível estava ali, mas a ansiedade de como ela reagiria o deixava em suspense. Ele não queria que ela se sentisse sobrecarregada, mas sabia que a verdade precisava ser dita.
— Kira — ele disse, se virando para ela, com uma voz carregada de incerteza. — Eu realmente preciso de você ao meu lado agora. Não sei o que vou encontrar quando entrar ali. Preciso de seu apoio.
Kira, que já sabia o quanto esse momento era importante para ele, colocou a mão em seu braço, apertando com carinho.
— Eu vou com você, Chris. Não importa o que aconteça, estou aqui para você.
Com um suspiro profundo, Chris empurrou a porta do quarto de Eleanor. Ele a viu na cama, frágil, os olhos fechados, conectada a vários aparelhos. A cena era difícil de encarar, mas ele precisava dela ali para dar o próximo passo. Ele se aproximou dela com o coração apertado.
— Eleanor... — Ele murmurou, a voz rouca. — Eu... preciso saber como vamos contar a verdade para a Maya. Não posso deixar ela descobrir de qualquer maneira, sem preparação. Eu não posso simplesmente aparecer na vida dela e esperar que tudo se resolva.
Eleanor abriu os olhos lentamente, seu rosto pálido, mas os olhos ainda cheios de um tipo de resignação e aceitação. Ela olhou para Chris com um misto de tristeza e compreensão.
— Eu sei que você está assustado, Chris... — ela respondeu com uma voz suave, mas com a firmeza de alguém que estava lidando com suas próprias angústias. — Mas você tem que ser honesto com ela. Ela precisa saber a verdade. Eu sempre soube que esse dia chegaria, e, por mais difícil que tenha sido, ela tem o direito de conhecer quem você é.
Chris fechou os olhos por um momento, tentando processar as palavras de Eleanor. Ela estava certa, mas a responsabilidade de ser um pai de repente parecia esmagadora.
— Eu sei... mas como? Como a faço entender isso, quando ela me viu como uma figura distante? — ele perguntou, sua frustração começando a transparecer.
Kira deu um passo à frente, colocando a mão no ombro de Chris.
— A Maya vai entender, Chris. Ela pode ficar assustada no começo, mas ela tem você agora. E isso já é um começo. Não importa o que aconteceu no passado, o importante é o que vai acontecer a partir de agora.
Chris olhou para Kira, e depois de um momento, ele respirou fundo. Ele sabia que ela estava certa. Ele não podia mudar o que aconteceu antes, mas podia mudar o que aconteceria agora.
— Eu preciso conhecê-la, Kira. Eu preciso olhar nos olhos dela e mostrar a ela que eu estou aqui. Eu vou tentar, por mais difícil que seja.
Kira sorriu para ele, um sorriso de apoio e encorajamento, e ficou ao lado de Chris quando ele se virou novamente para Eleanor.
— Quando você sentir que está pronto, nós podemos ir até ela — disse Eleanor, a voz mais fraca, mas cheia de uma sabedoria silenciosa.
Chris assentiu, sentindo uma determinação renovada. Ele não sabia o que o futuro traria, mas sabia que precisava seguir em frente. Não podia mais esperar. Ele tinha uma filha, e agora, mais do que nunca, ele queria que ela soubesse a verdade, da forma mais cuidadosa possível.
Com um último olhar para Eleanor, ele se virou para Kira, que estava ao seu lado, firme e confiável. Eles estavam prontos para dar o próximo passo.
𝙽𝚘𝚝𝚊𝚜!
(𝟢𝟣) O Chris e a Kira são meus xodó.
(𝟢𝟤) Perdoem se tiver alguma escrita errada.
(𝟢𝟥) Eu espero que tenham gostado.
(04) Votem e comentem por favor
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