Capítulo 5
Assim que avistei a luz no fim do túnel, corri o mais rápido que pude, deixando Minami para trás, pois sabia se virar. Ao passar pela entrada, deparei-me com Sanzu parado, com as mãos nos bolsos, e Maria ao seu lado, de frente para a casa. Ele não esperava, mas abracei-o imediatamente, tremendo pelo palhaço que havia visto lá dentro.
—— Você está bem? Você sumiu assim que entramos. — ele acaricia minha cabeça e me abraça com a outra mão.
—— Estou bem sim, mas fiquei um pouco assustado. Tenho medo de palhaços e acabei encontrando um lá dentro. — meu corpo se arrepia só de lembrar.
—— Na entrada, há uma cortina, e dependendo de por onde você passar, será levado para outro lugar da casa — Minami caminha até Maria ao lado de Sanzu — Vamos? Já são dez da noite, prometi à sua mãe que não iria levá-la tarde.
—— Certo, certo. Harleen, você também já vai? — ela fixa seu olhar em mim.
—— Acredito que sim, você já quer ir, Haru?
—— Depende de você.
—— Então, estamos partindo — coloco minhas mãos atrás das costas, observando-a concordar — nos vemos amanhã?
—— Amanhã? — Seu primo pergunta desconfiado.
—— Elas frequentam aulas de balé juntas — Sanzu responde por mim.
—— Entendi, vamos Maria.
—— Vamos.
Os dois se afastam, nos deixando para trás. Me viro para ele, permitindo um sorriso enorme escapar.
—— Obrigada pela noite, Haru. Tenho certeza de que você foi a melhor pessoa que papai já escolheu para ser meu motorista, você é tão gentil e legal.— viro-me de costas e estendo a mão para ele — vamos?
—— Sim. — ele se aproxima, com um sorriso no rosto.
Enquanto caminhávamos em direção ao carro, contei a ele sobre o palhaço que apareceu e a experiência de quase surtar com ele.
Na manhã seguinte, Sanzu me deixou na faculdade e, enquanto eu caminhava pelo corredor, Shin parou na minha frente começando com suas bajulações. Ele era bonito, tenho que concordar, mas ele é tão chato. Ele não sabe as regras que meu pai me ensinou sobre como um garoto deve me tratar para que eu possa gostar dele.
Ele só sabia falar que me queria em sua cama e me beijando. No fundo, eu também sabia que ele só queria ficar comigo para ter fama, por estar namorando a filha de Sano Manjiro.
Eu posso ser inocente e não ver maldade em tudo, mas tenho 20 anos, não sou burra.
—— Com licença, Shin, preciso ir para a aula. — Passo por ele, mas ele agarra meu pulso com força, puxando-me de volta para sua frente. — Estou falando sério.
—— Calma, estamos apenas conversando. — Debato-me em seus braços tentando me soltar. — Por favor, acalme-se.
—— Solte minha amiga agora, ou irei arrancar seu pau, seu arrombado!— Ouço alguém falar em outro idioma, mas conhecido por mim, e olho para trás, encontrando Maria.
—— Quem é você, garota? — Ele grita.
—— Sou amiga dessa coisinha linda aí nos seus braços. — Ela aponta para mim, mandando um beijo no ar. — se você não soltar ela pode ter certeza que você terá problemas.
Ele me solta resmungando vários xingamentos, afastando-se de nós. Maria corre em minha direção, segurando meu braço.
—— Droga, você tem uma pele bem clara, o hematoma já está aparecendo. — ela massageia suavemente a área arroxeada com o polegar, com uma expressão preocupada. — Vamos até a enfermaria, vi no meu mapa que fica na ala oeste.
—— Obrigada, mas o que está fazendo aqui? — pergunto, curiosa.
—— Vou fazer faculdade aqui agora. Escolheu o que? — pergunta, enquanto caminhamos em direção à enfermaria, mantendo suas mãos em meu pulso.
—— Estou estudando Medicina Veterinária. — viramos o corredor e já avistamos a enfermaria — E você?
—— Optei por Gastronomia — ela abre a porta e entramos. — Além de gostar da área, aprecio os professores de lá. — sussurrou.
—— Que atrevida!
Maria havia aceitado carona comigo para irmos à aula de balé e agora estamos nos alongando enquanto aguardamos a chegada da professora. Seu cabelo está preso em um coque, e ela veste um conjunto de shorts de lycra e um top da marca Calvin Klein, realçando sua bela silhueta.
—— Então, quer ir ao meu aniversário? — ela pergunta, abrindo as pernas em um espacate perfeito, apoiando os cotovelos no chão e a cabeça sobre a palma da mão.
—— Sim, estarei lá. No sábado, às dez da noite, certo? — seguro as pontas dos meus pés, erguendo a perna para o alto.
—— Isso, o tema é máfia — ela me olhou de soslaio ao se levantar — a professora está chegando.
Levanto-me novamente, concentrando-me na professora à minha frente. É daqui a dois dias seu aniversário, mas já estou ansiosa. Nunca fui a uma festa que não fosse as festas de negócios do meu pai, não que elas sejam entediantes. Quanto ao tema da máfia, não é um problema. Tenho várias peças de roupa que se encaixam no tema, o que facilita as coisas.
—— Quantos anos você vai fazer, Maria? — pergunto em voz baixa, enquanto esticamos nossas pernas na barra, seguindo as instruções da professora.
—— 21 anos, estou ficando velha mô — ela sorriu.
Por que será que o tema é máfia?
Votem e comentem.
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