Capítulo 12
Dom, 22h00PM
Nos bastidores da boate, um murmúrio nervoso se espalhou rapidamente quando a figura enigmática cruzou a entrada. Seus passos seguros ecoavam pelo ambiente, enquanto os presentes se entreolhavam, temerosos de chamar a atenção daquele que emanava uma aura de perigo. Com sua presença imponente, ele se dirigiu até uma mesa isolada no fundo do salão, onde duas figuras aguardavam ansiosamente, tentando disfarçar o nervosismo por trás de suas poses de tédio e goles nervosos nas bebidas coloridas. O brilho fraco das luzes dançantes da boate parecia destacar ainda mais a tensão que pairava no ar.
O homem se acomodou elegantemente no sofá, encarando os dois indivíduos que agora direcionavam toda a sua atenção para ele. Com um gesto suave, ele chamou o garçom e fez seu pedido, recebendo a bebida com uma rapidez impressionante. Segurando o copo entre os dedos com destreza, ele ergueu seu olhar penetrante e encontrou os olhos dos dois de forma firme e decidida, como se estivesse prestes a desvendar segredos.
—— Kakucho, Kokonoi, que bom que vieram. Tenho algumas perguntas para fazer, e sei que vocês podem responder todas. — Ele deu um gole em sua bebida e colocou mais do líquido colorido até encher o copo.
—— E quais seriam essas perguntas, Terano? — Kokonoi Hajime, o homem de cabelos brancos realçando seus olhos marcantes como os de uma raposa traiçoeira, perguntou.
—— Tem a ver com a mãe de Harleen. — Kokonoi Hajime ficou tenso por alguns momentos, e um sorriso surgiu em Terano. — Conhecida como Mallory Hajime, sua irmã. — O de cabelos brancos se moveu no sofá, arrumando sua postura. Olhando de soslaio para Kakucho e seguindo seu olhar, Terano olhou para o mesmo — e também com o pai dela.
—— Perdeu a noção do perigo? Acha mesmo que vamos passar informações do Manjiro para você? — Kakucho encarava Terano com sarcasmo enquanto o grandão continuava a manter sua pose despreocupada tomando sua bebida. — e outra nós nem devíamos...
—— Estou me referindo a Izana, Kurokawa Izana. — Após a revelação de Terano, os homens à sua frente ficaram tensos, com semblantes espantados e curiosos ao ouvirem o nome de seu antigo comandante sair da boca de South Terano. — Vamos verificar se estou correto: há 20 anos, sua irmã conheceu o comandante da Tenjiku, um homem bastante... Perigoso, digamos, e parece que Manjiro Sano também estava apaixonado por ela. Embora tenha visto Izana poucas vezes, já que ele não simpatizava muito comigo, eu era bastante próximo de Mallory. Parecia que entre eles era apenas um romance adolescente, e nunca, jamais desconfiei que ela estivesse grávida, então me afastei por um tempo. Quando retornei, descobri que Izana Kurokawa, conhecido como o Rei da Tenjiku, havia falecido, Mallory havia tido uma filha com o Manjiro e também chegou a falecer pois parto. Mas as informações não batiam. Só se ela acabou "ficando", se é que vocês me entende, quatro meses antes da morte de Izana. E outra, ela não era louca para se envolver com um garoto dois anos mais novo que ela, e ainda menor de idade. Mas eu acreditei, já que as vezes ela tinha um parafuso a menos. Com a morte da Mallory, me afastei por completo da família Sano e da Toman, e por isso olhei a Harleen bebê poucas vezes. Com isso, não percebi a semelhança entre ela e o verdadeiro pai. Izana é o verdadeiro pai da Harleen, estou certo?
"Espero que eu não esteja falando bobagens, não tenho certeza de nada" — Pensou Minami, encarando os dois homens enquanto tomava sua bebida.
Os dois homens se entreolhram tensos sem saber o que responder, pois qualquer resposta poderia dar ruim.
Harleen Sano|Seg, 08h00PM
. Entrei na faculdade e observei alguns alunos com pressa e outros entediados, pois as provas finais estavam se aproximando. Além disso, antes do término do ano letivo, haveria um baile à fantasia, que não foi organizado pelos professores ou diretores. Alguns jovens, sem ter o que fazer, chantagearam o diretor, que acabou cedendo à pressão.
Ao abrir meu armário para pegar meus livros, me deparei com Shin. Ele era alguém que não via há dias, e para ser sincera, nem tinha sentido sua falta.
-- Harleen, vim pedir desculpas por tudo - ele começou - Eu realmente errei. Podemos ser amigos?
-- Isso foi uma surpresa... bem, por que não? - respondi com um sorriso simpático, apesar de tudo - Estou indo para a aula, quer me acompanhar?
-- Sim, eu quero. - ele se posiciona ao meu lado, acompanhando-me a cada passo.
É bastante peculiar essa sua atitude repentina.
Ao passar pelo corredor, percebo alguns estudantes olhando e cochichando em nossa direção. Talvez seja por eu, a jovem que já foi humilhada por causa dele, estar sendo acompanhada por ele novamente? Bem, todos merecem uma segunda chance. Ignorei as fofocas e entrei na minha sala. Shin seguiu em frente em direção à sua sala, enquanto eu me sentei bem na frente, como de costume, aguardando a professora.
Já tenho uma ideia para a minha fantasia, mas não tenho certeza se será apropriada. Pode ser uma surpresa para alguns.
A professora entrou na sala, interrompendo meus pensamentos, e começou a aula.
——
Montei minha bandeja com meu almoço e passei meu olhar pela faculdade procurando Maria. Não a encontrei, então segui para uma mesa qualquer e sentei-me. Aproveitei para refletir sobre o jantar com os amigos que meu pai marcou para hoje. Estava nervosa, pois desde aquela noite não encontrei mais aqueles homens, apenas o Sanzu.
A bandeja foi colocada à minha frente, chamando minha atenção. Olhei para o lado e vi Shin. Apesar de ele ter pedido "desculpas", ainda sinto que não posso confiar nele. No entanto, acredito que todos merecem uma segunda chance.
-- Já decidiu com qual traje irá ao baile? - Shin perguntou.
-- Sim, já decidi, mas prefiro não falar sobre isso ainda. - respondi enquanto mexia em uma ervilha com a ponta do garfo. Meus pensamentos estavam longes. - e nem tenho certeza se quero comparecer.
-- Nossa, por quê? - ele vira para mim confuso enquanto segurava seu copo com suco. Até achei que fosse jogar em mim. - Ah não, Harleen, você tem que vir!
-- Vou pensar sobre isso. - digo de forma simples. Parece que ele não percebe que não quero prolongar este assunto. - Vou ter que ir agora, está bem?
-- Ok.
Pego minha bandeja e a levo de volta para o lugar, em seguida, sigo em direção à minha sala. Pego minha garrafa de água e bebo um pouco. Assim que termino e me preparo para guardá-la em minha bolsa, Nahoya entra na sala com Souya, fofocando sobre algo.
Guardo a garrafinha e me levanto, exibindo meu melhor sorriso.
-- Você sabe por que a Maria não veio hoje? - Souya pergunta.
-- Não, enviei uma mensagem, mas até agora ela não me respondeu. - olho a tela do meu celular para verificar o horário. - Já se passaram mais de duas horas desde que enviei a mensagem.
—— Ela deve estar ocupada - Nahoya diz. - Vamos indo agora, tchau, tchau!
-- Sim, tchau, Harleen!
-- Tchauzinho, meninos. — observo-os sumir pela porta antes de me sentar em meu lugar e deitar minha cabeça sobre os meus braços cruzados sobre a mesa.
O dia passou lentamente, o que me irritou bastante. No final do dia, Sanzu me buscou como de costume e me levou para casa. Hoje não tenho aula de balé, não acho que as segundas-feiras sejam boas para fazer algo. Assim que ele me deixou em frente de casa, seguiu seu caminho para casa para se arrumar, pois em duas horas seria o jantar.
Tomei um banho e fiquei sentada em um sofá do escritório do meu pai assistindo à sua televisão, enquanto ele se concentrava em suas tarefas. Até que ouço uma tosse forçada de sua parte.
-- Harleen... Posso te fazer uma pergunta? Apenas por curiosidade - ele diz, sem desviar o olhar dos papéis.
-- Claro - respondo, curiosa, tentando adivinhar o que ele dirá a seguir.
-- O que você faria se eu não fosse seu pai e, um dia, seu verdadeiro pai aparecesse? - ele pergunta. Arqueio a sobrancelha, achando a pergunta extremamente inesperada. Olho para a grande tela à minha frente, em busca de uma resposta...
Bem... Eu acharia isso estranho, sentiria que tudo o que vivi não é real... Mas sempre notei que eu e meu pai não temos muita semelhança... Talvez eu me pareça mais com minha mãe.
-- Não sei o que dizer... - respondo com firmeza.- mas por que essa pergunta tão repentina?
-- Não foi nada, essa pergunta simplesmente surgiu em minha mente. Talvez por causa de um filme que vi ontem a noite.- ele responde.
-- Entendo... - franzo o cenho, encarando a televisão à minha frente.
Espero que a teoria do Minami tenha ficado bom para vocês entenderem, ainda estou tentando melhorar no lance de plots! Bejão, nenéns. ❤️
Votem e comentem.
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