𝖽𝖾𝖼𝖾𝗆𝖻𝖾𝗋 𝟣𝟨𝗍𝗁
Sentada no sofá do pequeno apartamento perto da cidade de Londres, estava Bridget com seu sorvete de baunilha e chocolate. Um filme escolhido aleatoriamente na Netflix passava na televisão enquanto a morena se aconchegava nos dois cobertores que a cobriam.
— Coberta desse jeito e comendo sorvete? — Tom perguntou indignado ao entrar na sala de estar. Já estava habituado a que a amiga fosse friorenta, mas não imaginava que seria daquele jeito.
— O sorvete é meu conforto, Thomas. Seja no inverno ou no verão. — Bridget deu de ombros, observando o garoto se sentar a seu lado e começando a puxar uma pontinha de um dos cobertores, querendo se aconchegar com ela. — Ei! Esses são meus, vai pergar os seus!
A expressão no rosto da morena fez com que Tom sorrisse. Adorava vê-la toda bravinha, e não pôde deixar de aproveitar a oportunidade perfeita para puxar os cobertores quase completamente e se tapar.
— Essa casa também é minha, e você devia aprender a partilhar com seu amigo do coração. — O moreno esboçou um sorriso ao ver a garota levantar as sobrancelhas com indignação.
— Talvez partilhe algumas coisas, mas comida? Jamais. A Bridget não partilha comida! — A garota respondeu pausadamente, fazendo referência ao icônico Joey Tribbiani, o que fez Tom rir.
Depois de meia hora continuando a assistir o filme do qual Tom estava completamente farto. Bridget não queria mais ver o filme, pois estava demasiado clichê e ela detestava essas coisas, mas fingiu que estava adorando ao perceber as caras de nojo da parte do seu melhor amigo de cada vez em que os dois personagens principais diziam palavras amorosas um ao outro.
— Bridget, tire essa porra do ecrã antes que eu exploda de tanto ódio! — Tom praticamente berrou depois dos personagens começarem a se beijar em câmera lenta em ecrã inteiro.
— Thomas! Chega de palavras feias, sua mãe não te educou desse jeito, garoto! — A morena exclamou para ele, vendo-o ficar cada vez mais perturbado com aquele filme.
De qualquer forma, Bridget desligou o ecrã rapidamente, vendo o amigo relaxar no sofá. Tom respirou fundo sarcasticamente, fazendo a garota rir alto pelas expressões de alívio dele.
— Estava pensando, e que tal encomendar sushi para o jantar? — O moreno se virou para ela, observando enquanto ele dava de ombros.
— Se quiser pode, mas eu não sei se vou ter tempo hoje. — Bridget suspirou fundo antes de se levantar do sofá. — Porque... Tenho um encontro! — Ela fez um gesto com as mãos como se fogos de artifício tivessem explodido.
— O quê? — Ele se levantou rapidamente, correndo atrás da morena que seguia para seu quarto.
— Eu. Tenho. Um. Encontro. — A garota repetiu pausadamente para que ele compreendesse melhor.
Tom se atirou para cima da cama dela, de bruços, observando enquanto Bridget remexia no armário à procura de uma roupa que impressionasse a tal pessoa com quem ela se encontraria. Esse ato não deixou de fazê-lo se perguntar como Bridget se prepararia se o encontro fosse com ele. Ela ficaria nervosa? Tentaria parecer bem?
Um monte de perguntas rodavam a mente de Tom à medida em que Bridget tirava o moletom que tinha sobre o corpo para colocar um vestido de malha que tinha encontrado no armário. Já não era estranho entre eles, tendo em conta que viviam juntos por cerca de um ano.
— Com quem? Como isso aconteceu? — Perguntou, vendo-a se virar lentamente com uma expressão ofendida, o que o fez arrepender-se imediatamente. — Não! Não, Bree, não era isso que eu querida dizer! Eu estava perguntando como isso aconteceu sem eu saber! — Acrescentou antes que levasse uma bronca, fazendo ênfase nas últimas palavras.
— Acontecendo. — Tom levantou as sobrancelhas perante a declaração da amiga. — Você não sabe tudo sobre mim!
Tom se levantou da cama, dando passos lentos em direção à garota e ficando atrás dela, que estava apenas em lingerie. Se encostou a ela, fazendo com que ela sentisse contacto com o corpo inteiro dele. Afastou uma mecha de cabelo do rosto dela, se aproximando do seu ouvido.
— Talvez não saiba, mas te garanto que sei suficiente para te tratar melhor do que qualquer outro homem. — Foi apenas com essas palavras que ele se afastou, saindo do quarto.
Bridget sentiu seu rosto aquecer perante a afirmação do amigo. Ela estava acostumada com aquele tipo de comentários da parte dele, e sempre reagia do mesmo jeito. Mas sempre se tentava convencer de que apenas sentia aquelas coisas por Tom ser um homem, logo tinha seu charme.
Apenas isso, obviamente ela não tinha sentimentos por ele.
Afastanto essa ideia da sua cabeça, a garota pegou no perfume em sua prateleira e o aplicou pelo pescoço. Ela pretendia seduzir o homem que havia conhecido por um aplicativo de encontros. O cara tinha cerca de trinta anos, falta de cabelo e olhos claros. Ela não sabia muito sobre ele, mas parecia ter sido bem simpático por mensagem.
— E onde a princesa pensa que vai? — Bridget escutou o seu melhor amigo dizer, sentado no sofá enquanto assistia televisão. — Não se preocupe, eu posso muito bem responder por você. A lado nenhum, muito menos com esse vestido que mais parece um cinto!
A morena bufou ao ouvir as palavras entediantes do amigo. Ele se preocupava imensamente com ela desde que um cara tentou assediá-la no meio de uma festa, e Tom teve que intervir antes que algo pior acontecesse.
— Tom, eu sei muito bem cuidar de mim. — Ela se virou furiosamente, esperando que o moreno ainda estivesse no sofá. No entanto, ele estava bem na frente dela quando se virou.
O som do coração de Bridget saía pela boca, por onde ela respirava desesperadamente por ar. Tentou não o demonstrar, expirando baixo, mas já era tarde. Os olhos de Tom ficaram colados nos lábios da melhor amiga em uma questão de segundos.
A mão dele roçou na cintura dela, que teve arrepios com o repentino toque físico. Os olhos dos dois se encontraram ao mesmo tempo, mas Bridget desviou os olhos para o chão rapidamente.
— Bree... — O moreno disse e ela ergueu o olhar, podendo jurar que ele tinha dado um passo em frente, porém estava demasiado focada nos lábios dele para prestar atenção.
— Não preciso de babá, Thomas. — Respondeu, virando as costas para abrir a porta e sair, sentindo o frio do corredor do prédio por todo o corpo, o que fez com que apertasse o casaco comprido que cobria seu vestido curto.
Ela não podia negar que parte de si tinha alguma esperança de que Tom fosse atrás dela, e acabou esperando vários segundos em frente à porta do apartamento. Quando se apercebeu de que a espera seria em vão, Bridget caminhou pelo corredor, entrando no elevador apressadamente.
Já estava ficando tarde, e ela sabia que não tinha vontade nenhuma de ter aquele encontro. Porém, Bridget não ficava com ninguém há alguns dias, e ela estava começando a ficar extremamente necessitada. Desesperadamente, ao ponto de aceitar sair com o homem que ela já tinha recusado no aplicativo mais de três vezes.
Seus pés estavam doloridos devido aos tacões que batiam fortemente contra a calçada, enquanto Bridget caminhava em direção a seu carro do lado de fora do prédio. Seu celular vibrou em sua bolsa, fazendo com que ela bufasse ao pensar que fosse do aplicativo de encontros.
Bateu a porta do carro fortemente, podendo ver a sua respiração no ar devido às temperaturas baixas que eram notáveis do lado de fora. Novamente, o celular vibrou. Isso fez com que o novoeiro em frente à morena se tornasse ainda maior quando ela suspirou pesadamemte antes de abrir a bolsa e retirar o celular.
Tommy:
Você sabe que vai sentir
a minha falta.
É sério, não fique brava
comigo, por favor.
Bree:
Não estou brava com você.
Tom:
Ow... Eu amo quando você
fica toda bravinha...
Bree:
Ei! Eu não fico "bravinha"!!
Quando eu fico chateada é sério.
Tom:
Hum... Pois...
Bree:
ESTOU FALANDO
SÉRIO, THOMAS!
Bridget sorriu enquanto continuava a trocar mensagens com seu melhor amigo. Eles sempre se entendiam após suas discussões e ele sempre sabia fazê-la se sentir melhor.
A morena se apercebeu de que já estava falando com Tom por vinte minutos, o que fez com que se apressasse em despachá-lo, colocando a chave no carro. Enquanto dirigia por uma estrada escura e fria, Bridget se apercebeu de que teria ficado muito melhor em casa, com o único que realmente a podia fazer se sentir melhor.
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