4. Hands¹
— Ei, Tom. — S/n disse sem olhar para cima quando Tom entrou em seu quarto, a encontrando deitada de bruços na cama, digitando em seu computador. — Como estava o trânsito no caminho até aqui?
— Bem. — respondeu brevemente, fazendo S/n erguer apenas o olhar para o seu melhor amigo, os dedos flutuando parados sobre o teclado.
— Ué, você está bem? — perguntou preocupada e Tom olhou para ela, nervoso, como se tivesse algo na ponta da língua, mas não conseguisse espremer as palavras.
— S/n, preciso te perguntar uma coisa. — Tom afirmou, fazendo com que S/n por fim levantasse toda a cabeça, franzindo ligeiramente a testa.
— Ok... — a resposta dela saiu quase como uma pergunta, mas não pôde evitar, estava demasiado confusa com a súbita afirmação do seu melhor amigo.
— Sei que você sempre gosta e compartilha as minhas postagens nas redes sociais, e isso é sempre bom. — ele começou, se aproximando e se sentando na beira da cama dela enquanto franzia as sobrancelhas. — Mas você nunca interage nos comentários.
— Tom, fala logo. — S/n soltou impulsivamente, olhando para ele, genuinamente perdida.
— Então, eu só estava curioso para saber por que eu vi você curtindo o comentário de um fã no meu Instagram mais cedo... — ele estava propositalmente sendo dramático, prolongando suas sílabas. — ...obcecado pelas minhas mãos?
Uh-oh.
— Não acompanho essas coisas. — ela mentiu, desviando o olhar de volta para o seu computador para que ele não pudesse ler sua expressão culpada.
Mas ele era bom demais em ler ela, conhecia S/n muito bem. Tom estendeu a mão, deslizando as mãos lentamente para cima e sobre a tela do computador para fechá-lo, deixando-as bem abertas na parte superior enquanto ele se deitava na cama.
Suas mãos pareciam bronzeadas e calejadas, seu relógio preto destacando-se em nítido contraste com sua pele.
— Acho que você pode acompanhar então. — ele podia ver os olhos dela fazendo exatamente o que ele queria, rolando sobre seus dedos.
Ela se recusou a olhar para ele, mordendo o lábio inferior. Os nervos tomavam conta de seu corpo à medida que sua respiração descompensada aumentava de volume, o que fez com que Tom abrisse um ligeiro sorriso presunçoso.
— Apenas com base nas evidências aqui. — Tom manteve seu tom baixo, movendo-se para apoiar a cabeça nas mãos, os cotovelos apoiados na cama, para que ficasse na altura dos olhos dela. — Parece que você talvez... — ele liberou um braço para pegar uma penugem do seu cobertor, enrolando-o lentamente entre os dedos como se soubesse que ela estava olhando. — ...tenha uma queda pelas minhas mãos, hm?
S/n podia sentir o sangue correndo para suas bochechas enquanto lentamente trazia seu olhar para o rosto dele, tentando o seu melhor para não ceder sob seus lindos olhos castanhos.
— Não se iluda, meu bem, são só mãos em geral, nada pessoal. — Tom falou falsamente querendo convencer ela, mas isso foi uma mentira completa.
S/n soltou um suspiro pesado ao pensar no mãos dele haviam feito com a saúde mental dela. Coisas que as de outras pessoas jamais fizeram. Ele era o melhor amigo dela, porém, esses eram sentimentos quais ela simplesmente não podia deixar borbulhar na superfície.
— Não acredito que demorei tanto para descobrir isso sobre você. — Tom afirmou sem conseguir conter um sorriso malicioso no rosto.
— Claramente você não prestou atenção suficiente. — murmurou, quase sem voz ao pensar em milhares de formas de escapar daquela situação.
— É, talvez... Mas realmente... — Tom olhou para ela de brincadeira com as sobrancelhas levantadas, brincando com o material do cobertor da cama de S/n lentamente. — ...mãos? É isso que atraí você?
— O que você quer de mim? — S/n estava tentando o seu melhor para não revelar que o seu desejo por ele tinha sido tão facilmente chamado.
Ele levou a mão até ao rosto dela, pressionando o polegar em seu queixo e deixando sua cabeça descansar nos dedos restantes.
— Nada. Eu acho que é fofo. — ele torceu o nariz para S/n, que franziu a testa lentamente, derretida pelo tom de voz dele.
— Você nunca vai me deixar esquecer isso, não é? — ela fez beicinho para ele, tentando arranjar uma maneira de voltar ao seu lado mais amigável para com Tom antes que a excitação tomasse conta dela.
Tom pegou uma das mãos livres dela e entrelaçou seus dedos, algo que os dois faziam com bastante frequência como melhores amigos. Mas desta vez, parecia diferente, muito mais... carregado. Carregado de sentimentos que não tinham nada a ver com melhores amigos.
— Quanta graça isso teria? — respondeu ao deixar um sorriso lento se espalhar em seu rosto.
Nos dias seguintes, Tom estava claramente tentando irritar S/n, e ela acabou por perceber isso. Ele estendia a mão e passava os dedos levemente pelo cabelo dela enquanto ela se sentava no sofá assistindo ao seu episódio semanal de Despedida de Solteira, brincaria com o relógio enorme em seu pulso, torcendo-o para frente e para trás para que a luz refletisse no rosto dela e chamasse a sua atenção, obrigando-a a olhar na sua direção.
Ele se ofereceu para preparar o jantar com ela uma noite e teve a audácia de fingir que havia se cortado cortando uma pimenta para que ela pegasse a mão dele e a examinasse em busca de ferimentos. Depois de girar a sua mão três vezes procurando o corte, S/n o ouviu rindo e se apercebeu do que ele havia feito.
— Idiota. — falou imediatamente, dando um tapa na mão de Tom e mostrando a língua para ele.
— Suas mãos são macias. — ele confessou depois de sua crise de risos terminar, tentado pegar as mãos dela nas suas, em que ela desviou rapidamente.
— Vai se fuder, Thomas. — S/n tentou conter um sorriso ao entrar na brincadeira.
— Também te amo. — gritou enquanto ela saía da cozinha numa tentativa de esconder o seu sorriso, murmurando "bastardo atrevido" para ele baixinho.
Em outra noite, os dois estavam fora com seus amigos, Tom fazia questão de ficar ao lado de S/n em qualquer bar que eles fossem, colocando a mão em cima da dela quando ele contava uma piada, comendo uma quantidade alarmante de amendoins da tigela em sua frente, quebrando as cascas ao enfiar os dedos entre elas, diretamente na linha de visão de S/n.
Eles compartilharam uma série de olhares de sobrancelhas levantadas durante a noite, e cada pequeno aperto que ele deu na mão dela, no seu braço ou na sua cintura fez o coração dela dar cambalhotas. Seu grupo foi fazer outra rodada e Tom segurou a cintura de S/n mais uma vez firmemente, puxando-a para perto.
— Você tem algo em sua bochecha... — ele murmurou, passando o polegar na bochecha dela, depois lentamente em seu queixo e depois em seus lábios, passando por cima deles uma vez até que ela os separou ligeiramente, mergulhando o polegar em sua boca e roçando sua língua.
— Tem gosto de sal. — ela sussurrou, esperando que a iluminação fraca do bar escondesse o tom vermelho cada vez mais profundo em suas bochechas.
— Deve ser o amendoim. — Tom disse olhando para ela, também sentindo aquela adrenalina em suas veias. — É que você parece estar observando muito minhas mãos e...
— O que você está tentando fazer, hein? — S/n o cortou, levantando um pouco o tom de voz já que antes os dois sussurravam um para o outro discretamente.
— Ah, não estou fazendo nada, darling. Só esperando que você ceda e quebre. — ele abriu uma casca no momento em que disse a palavra "quebre" e enfiou o amendoim na boca com um sorriso presunçoso.
Tom era o maior provocador que ela havia conhecido, e ele se saiu bem.
A gota d'água finalmente caiu alguns dias depois, quando ele entrou em seu quarto enquanto ela se preparava para uma festa e a encontrou parada em frente à sua cômoda, mexendo em um colar que ela não conseguia fechar.
Quase como se ele tivesse planejado que isso acontecesse, ele veio por trás dela e o pegou de suas mãos, dolorosamente de forma lenta deslizando seu cabelo para um lado, para que pudesse prender o colar em torno do pescoço dela.
S/n o observou no espelho enquanto ele passava as pontas dos dedos em seu pescoço, brincando com os cachos individuais de seu cabelo enquanto os movia para fora do caminho.
— Incline-se. — ele comandou, empurrando suavemente a cabeça de S/n para o lado para que pudesse colocar o colar em volta do pescoço dela.
Ele envolveu uma de suas mãos levemente em volta do pescoço dela enquanto o colar balançava entre seus dedos, fingindo que isso fazia parte do processo, mas na verdade apenas subliminarmente, dando a ela um gostinho de como seria senti-lo sufocá-la.
S/n se apoiou em apenas um pé, precisando se ajustar às faíscas que sentia percorrer seu corpo ao vê-lo desse jeito através do espelho. O pescoço dela parecia tão pequeno e delicado envolto nas mãos musculosas dele, as pontas dos dedos queimando em sua pele.
O olhar de S/n estava fixo no reflexo dele no espelho, os olhos de Tom inabaláveis enquanto se concentravam na tarefa em mãos com o menor sorriso adornando seus lábios. A pontinha sua língua surgiu do lado de sua boca, antes de juntar seu lábio superior ao inferior quando olhava para ela no espelho, sabendo exatamente o que estava fazendo, e ela não iria impedi-lo.
Depois de lutar um pouco com o minúsculo fecho de metal e prender o colar, ele passou os dedos pela frente para colocar o cabelo de volta no lugar.
Ele usou o dedo anelar para pegar os fios mais externos, passando-os ao longo de sua garganta e, em seguida, adicionando o do meio e o indicador para ajudar, apenas prolongando esse processo pelo maior tempo humanamente possível, vendo como ela ficava encantada ao observar as mãos dele trabalharem.
Ele não se cansava da maneira como a mandíbula dela se afrouxava levemente enquanto o observava, o que apenas o motivou a continuar. O cabelo dela finalmente foi colocado atrás da orelha enquanto ele deslizou as mãos até sua cintura, segurando ela lá e pousando o queixo em seu ombro, o olhar dele no espelho encontrando o dela.
— Você está tão arrumada, amor... — ele murmuroi, encostando a cabeça na dela enquanto o queixo dele permanecia em seu ombro. — Minha melhor amiga é tão bonita.
A maneira como ele estava balançando os sentimentos dela para a frente e para trás com apenas a menor pressão de suas mãos em sua cintura fez a mente dela girar, sem saber que limites ele estava disposto a cruzar e quais ela queria desesperadamente que ele cruzasse.
— Ah, cale a boca. — ela respondeu suavemente, revirando os olhos para ele, mas secretamente se deliciando com o elogio.
— Eu não vou. — ele refutou, admirando a beleza da mulher esplendorosa que tinha a seu lado. Os dois pareciam tão bem juntos, posados na frente do espelho, e nenhum disposto a deixar o momento passar. — Você é linda e merece ouvir isso.
Ele beijou a bochecha dela, fazendo um som deliciosamente alto e levantando a mão para descansar na curva de seu pescoço. Os dedos dele dançavam sobre a pele dela, o que a enlouquecia claramente. Ela estava à mercê de Tom, e os dois sabiam perfeitamente disso.
— Tom, o que você está fazendo? — questionou, a sensação dos dedos dele em
seu corpo a fazendo tremer visivelmente. Ele agarrou a garganta dela com um pouco mais de força e sentiu S/n choramingar sob o toque ele.
— Fazendo você quebrar.
S/n se virou no aperto dele e mal teve um momento para pensar antes que ele batesse os lábios nos dela com uma força que completamente inesperada, a mão ainda frouxamente em volta do seu pescoço.
S/n jogou a cautela ao vento e se sentou na cômoda atrás dela para poder puxá-lo para mais perto de seu corpo. Depois de um beijo cheio de urgência, ele se afastou e tirou a mão do pescoço dela, fazendo S/n pegá-la antes que caísse, suas palmas agora pressionadas uma contra a outra. Ela agarrou firmemente com as duas mãos a mão dele, que deu uma risada ofegante enquanto ela brincava com os dedos dele, olhando para ele com um olhar estrelado.
— Talvez eu tenha uma queda por suas mãos. — S/n admitiu perdida a olhar o seu melhor amigo, ainda o encarando, mais vulnerável do que alguma vez havia estado em sua vida.
— Sim, amor... Eu sei. — respondeu, a observando apertar os lábios, sufocando uma risada quando ele segurou o rosto dela e deixou os dedos se situarem no cabelo da sua nuca, levando S/n a outro beijo profundo, quando ela recuou.
— O que foi? Eu fiz algo errado? — ele falou e parecia que S/n tinha quebrado o coração dele quando se afastou, pois o olhar de Tom estava agora magoado de uma forma que ela jamais havia visto.
— Tem certeza de que devemos...?
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top