iii. 𝗎𝗇𝗂𝖽𝗈𝗌 𝗉𝖾𝗅𝗈 𝖼𝗈𝗅𝖺𝗉𝗌𝗈
✿ིྀ 𝇈𝅄⊹
﹙ ✶⠀ ⠀ 𝒜.⠀▇⠀ ━━━━ A guerra havia começado, embora, a conflagração entre gêmeos estava
lentamente dando início. Um fio Marsala
abriu-se sua fenda e um deles
se sentiu fortificado. ━━━━ 🥀﹚
* . 🥀 ° . ●
Os dedos longos e finos de Daeron vagavam pela lareira, onde os livros se aninhavam. Alguns empoeirados, ─── infundidos por poeiras que alojavam em seus lados nasais e os espirros tornando ininterruptos. Outros; grossos, o brilho de suas páginas vislumbrou através de seus orbes lilás. Aquele cômodo apagado; escuro sem a chama para assoiar algum clarão pelo aposento organizado de seu irmão. Normalmente, o príncipe passava suas horas devanejando-se entre aqueles livros, sentindo a necessidade frequente de visitar o mais velho, às vezes para receber ou dar conselhos sobre as ruínas que a guerra propagava. Todos na corte estavam em prejuízos, embora não o expusessem; contudo, o jovem o percebia pelo jeito que eles esmurravam as palavras no ar frio ou morno.
Seu gêmeo causou uma bagunça ao trazer aliados aos verdes. O corpo de seu sobrinho nunca foi encontrado, e, se foi, estava retalhado em imensuráveis pedaços. A raiva e a melancolia de sua meia-irmã estavam em incineração. Uma vingança foi realizada, fazendo com que Helaena, a mais velha, esquecesse suas obrigações e não quisesse sair de seus aposentos para clarejar com o contagiante sorriso que tinha. Daeron sempre a considerou a irmã predileta. Óbvio, ela era a mais calma e divertida em comparação com Aemond, o temperamental, e com o rei Aegon, um bêbado encapuzado por seus pecados e vícios contínuos. O mais novo estava entristecido; lágrimas arriavam por sua face sempre que avistava a princesa, que parecia querer se jogar do precipício à todo momento.
─── Onde você esteve? ─── questionou o mais novo, nem mesmo olhando naquela direção. Ele havia ouvido o rangido da abertura da porta e os passos pesados de seu irmão.
O príncipe Aemond, esgotado e com as costas lancinante, sentia aquela maldita dor irradiando pela sua região muscular. No início, ele não respondeu à pergunta de seu irmão; apenas adentrou ao cômodo, logo fechando a porta atrás de si. Daeron, por sua vez, estava com os olhos caídos sobre as fileiras de livros na busca por um que chamasse sua atenção. Por incrível que pareça, já havia lido todos.
─── Um passeio noturno. ─── comentou Aemond, os dedos apertados guiando o manto para fora de seu traje, expondo seu rosto enquanto o capuz deslizava por sua cabeça.
─── Há uma guerra ocorrendo e você insiste em buscar conforto em bordéis, irmão? ─── Daeron questiona, cético.
Daeron sabia, na verdade, ele sempre soube. Ele era seu gêmeo; e propositalmente, o odor de gotículas de suor estavam dispersas pelo corpo de Aemond, aquele aroma feminino de mulheres saboreando a carne quente do caolho.
Aemond pausou os passos, circulando o corpo para cravar o olhar no príncipe mais novo, que ainda estava de costas. Atrás do caolho, uma cadeira estofada; macia ao ser sentida. Prontamente, ele acomodou-se nela, endireitando a coluna e cruzando as pernas, colocando a perna direita em cima da esquerda, começando a sacudir o pé daquela bota polida e brilhante.
─── O que faço ou deixo de fazer é de minha conta, irmão! ─── Aemond exclamou.
─── Isso é verdade, é de sua conta. Mas, em última circunstância, sua escolha pode se tornar nossa responsabilidade. ─── Daeron pausou com as palavras.
A garganta se exprimindo, até que suas esferas ilustradas se direcionaram a uma capa dourada, grossa por suas inúmeras páginas.
O dedo indicador apontou para o livro, agarrando-o e retirando-o do lugar, alinhando o restante que ficou desorganizado. Daeron sabia que seu irmão detestava a desordem. Desta vez, ele virou-se juntamente com o livro em mãos, submetendo-o a um olhar crítico.
Com os braços largos, Daeron se apossou do livro e começou a caminhar até uma cadeira de frente para Aemond, contudo metros de distância.
O caolho sentiu seu coração mobilizar-se com as palavras de Daeron, que perfuraram as camadas de pele dele, um punhal afiado passando facilmente por aquela palidez; deixando tal carmesim visível e atingindo cada nervo sensível. Ele mal conseguia acreditar que o irmão mais novo, outrora tão inocente em suas palavras, agora se atrevia a questionar seus atos com tanta audácia.
Ao ver os lábios do mais novo começando a movimentar-se, Aemond fez questão de interrompe-lo. ─── Você acha que eu não sei disso, irmão? ─── ele rosnou, empurrando-se da cadeira, seus músculos protestando contra o movimento repentino.
Aemond apressado se aproximou de Daeron, reduzindo a distância entre eles até que estivessem quase encarando um o outro e o calor transcorrendo sob seus corpos. Inclinando o corpo, a coluna rígida se tombou para frente, e os longos braços descansavam aos lados da cadeira. Sem desviar o olhar, o mais velho cravou sob um véu de intensidade aquela íris violeta em Daeron, que almejava nada mais do que apreciar um livro, sem discussões. Sem devaneios, vaciladas dos olhares refletiram a pupila dilatada do príncipe que percebeu o encolhimento de ombros e a engolida seca do irmão mais novo.
─── Não compreendo que há uma guerra, e que a vadia de Dragonstone está atrás do trono de nosso irmão? ─── o violeta de sua íris foi rolada para trás, Aemond estava farto de tudo isso e parecia que só ele estava fazendo algo para que os verdes se movessem enquanto Daemon e Rhaenyra brandia com os estandartes do pretos.
─── Acha que eu não compreendo a gravidade de nossa situação? ─── Aemond suga o ar, logo encruzilhando os dedos da mão direita, apertando os nós com força, sentindo os ossos se esmagarem uns contra os outros.
Deixando o olhar flutuar pela face de Daeron, observando cada detalhe, o nariz arrebitado, os lábios entreabertos, as sobrancelhas franzidas. Interrompeu outra vez, enfiando um dedo no peito do gêmeo, enfatizando cada palavra.
─── Estou bem ciente da ameaça representada pelos indigentes em Dragonstone. Mas me diga, irmão, como ousa apontar o dedo para mim, enquanto você permanece aqui, sentado e enterrado em seus livros? Desperdiçando seus dias em atividades ociosas, e eu estou lá fora, coletando informações e forjando alianças.
O lábio de Daeron enrolou, deixando o rastro da linha fina invadir o semblante. Ele respirou fundo, tentando concentrar nos argumentos que davam irrupção por sua mente. A bela dor de cabeça, que Aemond lhe causava.
─── Esses contos de cavaleiros e cavalaria não nos vencerão nesta guerra. Precisamos de força e vontade de fazer o que for preciso para garantir nossa reivindicação. ─── Aemond estala com as palavras no ouvido do mais novo.
Àquelas mãos perdendo a cor por estar apertando forte o suficiente, além dos breves ruídos do estofado.
─── Então não se presuma de me dar um sermão, irmãozinho. Eu tenho minhas razões para tudo o que faço, razões que você não poderia compreender. ─── Aemond declarou finalizando, percebendo a presteza que foi para que ele expusesse tal personalidade mais temperamental.
Claramente, ninguém nunca apontou para aquelas falhas. A maioria dos que são próximos a Aemond teme das imprevisíveis explosões de raiva que podem acontecer a qualquer momento. Ele estava fora de linha, apenas porquê seu ego havia sido ferido por alguém sobre o qual ele estava interessado em saber mais ou de onde ela veio.
─── Suas razões? ─── Daeron repetiu, entortando a sobrancelha. ─── Você acha que suas razões justificam colocar nossa família em perigo? Você acha que suas aventuras noturnas valem o risco de comprometer nossa posição?
Tão logo Daeron em nenhum momento largou o livro que segurava em mãos, ainda sentindo o toque de suas páginas na pele de seu dedo indicador. Ele piscou, os olhos tão exaurido quanto as palavras impulsivas de seu irmão, repercutindo em sua mente. Deixando escapar um suspiro enjaulado, ele assentiu, começando a se erguer, o que também fez Aemond endireitar a postura e se afastar, dando espaço ao menor. O rosto do mais novo estava controlado, na beira do abismo; porém ele relaxou as sobrancelhas franzidas e afrouxou os ombros que estavam encolhidos.
─── Eu sinto falta do meu irmão; daquele que corria comigo em brincadeiras e estudava alto valiriano. Sinto falta de nossas conversas que tínhamos sobre guerra e nossos futuros.
Uma translúcida nuvem preencheu aquele crânio, trazendo à tona memórias em formatos rápidos, enquanto Daeron observava a escuridão no olho do irmão se aclarar, deixando apenas um simples murmúrio. ─── No entanto, tudo isso foi estraçalhado por sua imprudência, seu desejo incessante de provar seu valor a qualquer custo.
Encolhendo os ombros mais uma vez, o menor não deixou que seu irmão respondesse. Outra fissura implantou no coração de Aemond, pois Daeron detinha esse poder de conhecê-lo tão bem e deixá-lo nesse estado. Ele queria ter argumentos, porém foi espancado com verdades irrefutáveis que já deveria ter ouvido antes.
Daeron se ajoelhou um pouco, levantando o livro dourado com a mão e deixando-o na mesa ao lado deles. Baixando o olhar, ele gesticulou com os dedos, distorcendo as juntas machucadas, presentes de horas antes, por quase ter prensado a mão na porta. Dirigindo o olhar de volta ao príncipe, o mais novo assentiu em despedida, lançando apenas algumas palavras.
─── Agora vou me retirar, pois meu casamento com Floris Baratheon não andará sozinho. ─── Daeron capturou o olhar de Aemond quase instantaneamente, sua íris escondida sob sua pupila amplificada.
O menor girou as costas; um estalo pôde ser ouvido das solas chocando com o piso maciço. Aemond não encarou Daeron ir embora, cedendo a cabeça baixa, os pensamentos em delírios. Ao aproximar-se da porta, o jovem puxou a maçaneta, abrindo-a e fechando em seguida. Outra vez o negrume tomou conta do aposento, não que não estivesse antes, entretanto um sopro gélido atiçou os nervos do príncipe, deixando-o para ser devorado vivo pelos obsessivos espíritos que rondavam o cômodo. Mas isso não passava de uma fábula.
Talvez Aemond estivesse alarmando demais, contudo ele jamais admitiria que seu gêmeo estava certo. A inércia era uma carga que sobrecarregava seus ossos, além da desalmada queimação que rondava por seu organismo. O peso dizimou seu corpo, deixando-o amolecido, os pés arrastando até o sofá onde estava acomodado antes. Sentando-se mais uma vez, a expressão do caolho era luminosa e pensativa, raciocinando e apagando tudo o que ocorreu naquela noite. O que seria imprevisível, já que Agnes e aquelas palavras dela vinham à tona em sua cabeça desorganizada.
𑂯 🥀ֺ. ─── a hora do lobo;
casa dos prazeres; kings landing
Míseras bolhas de ar respingavam no pavio; transpondo em combustão, liberando um estalido mavioso. Ameno estava aquele nitrogênio, divagando entre as correntes de vento que fundiam pela tenda. Aos redores, risadas abafadas sucumbiam aos gemidos carnais, tapas e chicoteadas nas peles. O alvoroço lá fora poderia estar alto; com músicas embalando os ouvidos de terceiros, estalos das palmas ou movimentos frenéticos das outras tendas, contudo o sono de Agnes estava pesado, que nem mesmo tais barulhos a despertariam. Estava perdida em um sonho de tons carmesim e caminhos de pétalas de rosa. À noite fora longa, exaustiva para à jovem que estava mergulhada em seu mar de rosas. A posição reconfortante entre os lençóis, mesmo com a pele visível, o peito sendo esbaforido e os cabelos em desordem, fios que seriam organizados ao amanhecer.
Fileiras de cortinas de linho dividiam o espaço e, através das lacunas, ambas mulheres ficaram a espreita, observando a figura adormecida de Agnes. Paradas ali por minutos somente sentindo a textura áspera dedilhar por suas peles. A mais nova na frente, mantendo o semblante indignada ainda, enfurecida com a outra atrás de si.
─── Como ousou a machuca-lá? ─── os olhos claros brilharam, encarando a estatura de Agnes amparada na cama.
─── Tal rebeldia mereceu castigo. ─── a mais velha proclamou; pressionando os dedos pela cintura.
─── Ela não foi rebelde, madame. ─── franzindo o cenho, Rowena respondeu baixo para não acorda-la.
─── Quem tem a audácia de ditar palavras rudes ao príncipe, por mais que sejam verdade?! ─── Sylvi murmurou com a língua enxugando as salivas do lábios. ─── Aemond poderia queimar tudo aqui se quisesse.
─── Ela tem audácia e eu jamais negarei que foi brilhante ali. ─── maneando a cabeça, a ruiva esboçou o contorno do sorriso em sua boca. ─── Príncipes tendem a serem difíceis e precisam que joguem verdades em suas caras.
─── Mas não de forma humilhante. ─── Sylvi iria continuar, mas suas palavras silenciadas por Rowena que girou a cabeça para fisga-la, entortando a boca e desfazendo tal sorriso.
─── Se o príncipe Aemond humilhou-se é porquê ele sabe a verdade; um garotinho mimado que não aceita ser negado. ─── respondeu sem rodeios, apenas cru em seu tom.
─── Apenas que ela reconheça o lugar de quem a salvou dos perigos que estava correndo e, que não pode demonstrar tais personalidade ingratas. ─── rolando os olhos, Sylvi direcionou mais uma vez para Agnes adormecida, que havia mudado sua posição para abraçar o travesseiro.
─── Ela reconhece, madame. ─── fundindo os dentes contra o seco lábio, Rowena mencionou engolindo as próprias salivas. ─── E que você reconheça o seu; não pode modificar a personalidade de outros, pois é isso que ela é e sempre será. Ela não é sua bonequinha. Você a cuidou desde de criança, e a conhece tão bem quanto qualquer um aqui. Então, não a modifique, ela é perfeita assim.
Um grunhido escapou da garganta da madame; envolta de um silêncio aprazível nascido de um vínculo não dito. Deixando com que o braço caísse, Sylvi estendeu na horizontal, abanando para achegar no tecido do vestido que trajava. Argumentos espalhados por sua cabeça, mas nenhum vindo à tona para serem esclarecidos para a mulher a frente. Apenas tombou a cabeça ao lado direito, acenando devagar.
─── Apenas a controle! ─── a madame assobiou, conseguindo sentir as próprias bochechas começarem a queimar.
─── Ela não é um cão! ─── declarou estremecida Rowena, colocando a mecha caída atrás da orelha.
─── Não finja que não entendeu. ─── o frio deslizou pelo rosto de Sylvi, como se ela tivesse acabado de ter uma espécie de epifania.
Por um breve momento, outra vez, espiou com os castanhos olhos em Agnes que continuou ainda na mesma posição com o travesseiro agarrado aos braços. Entortou a boca, piscando as pálpebras macias e rodopiou o corpo, saindo da abertura entre as cortinas. Rowena parada ali ficou por minutos antes de arrastar os passos, adentrando ao local, vagaroso em sua caminhada até aproximar da cama, acomodando-se e direcionando os dedos finos, delicados aos lençóis, puxando para encobrir o corpo exposto da mais jovem.
Ruflando os tecidos dos lençóis; o repetido movimento transbordou pelo corpo de Agnes ao virar ao outro lado, juntando ambas as mãos, recolhendo para posicionar sob a cabeça. O mar de rosas magníficas ainda permeando nos cenários de sua mente, vibrante enquanto refletores modificavam à medida que sonhava. Outro contorno dispôs pela boca de Rowena observando tal serenidade que a jovem retém ao dormir; uma criatura além das estrelas adormecida.
─── Durma bem, minha pequena. Ninguém jamais fará mal a ti, doce Marsala. ─── o tom calmo da mais velha ressonou como canções desvanecidas ao local.
❛ Irmãos, sede os vencedores da rotina escravizante.
Em cada dia renasce a luz de uma nova vida e com a morte somente morrem as ilusões. ❜
━━━ Eurípedes Barsanulfo
(...)
❛ ˙🥀. ▇⠀ ━━━━ 𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐏𝐄́𝐓𝐀𝐋𝐀
❛Agnes, Rowena ━━━━━ e agora nosso querido Daeron (que já apareceu, chegando com tudo) dando sermões no caolho. Digamos que o des-querido merece!
❛ ˙🥀. ▇⠀ ━━━━ 𝐀 𝐒𝐄𝐆𝐔𝐍𝐃𝐀 𝐏𝐄́𝐓𝐀𝐋𝐀
❛Ainda estamos no terceiro capítulo, contudo entre as estrelinhas, acabei dando diversos spoilers do futuro da fanfic. Eles estão espalhados pelos capítulos, principalmente no começo deles antes de começa-los. Apenas queria dar essa dica à vocês queridos leitores. Enquanto as músicas de inícios, também fazem parte dos spoilers!❜
❛ ˙🥀. ▇⠀ ━━━━ 𝐀 𝐓𝐄𝐑𝐂𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐏𝐄́𝐓𝐀𝐋𝐀
❛Só queria dizer, que amo a maneira como a personagem da Rowena trata a Agnes. ━━━━━ Terá cenas delas em flash's, apenas para os leitores compreenderem um pouco como surgiu tal vínculo. E, inicialmente coloco minha mão no fogo por elas. ❜
❛ ˙🥀. ▇⠀ ━━━━ 𝐀 𝐐𝐔𝐀𝐑𝐓𝐀 𝐏𝐄́𝐓𝐀𝐋𝐀
❛Este capítulo foi corrigido, mas se houver algum erro ortográfico; despercebido por mim ━━━━━ eu apreciaria que me avisasse.❜
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