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07. rastreando

Nova Iorque, Edifício Aurora.
Apartamento 616 - Sala de estar
(Terra-616) - semanas atrás

── Tem certeza? Karen, por favor-

A ansiedade dentro de Violeta crescia a cada segundo ouvindo sua mãe ao telefone. Descobriram sobre o desaparecimento de seu tio no dia anterior, e sua mãe quase não dormiu. Fazia algumas horas que tentava ligar para os amigos da família e descobrir qualquer coisa sobre o paradeiro de Lucas.

Violeta também tentou. Connie, Blitz, Tom... Todos deram em um beco sem saída. Nenhum de seus tios sabiam alguma informação sobre Lucas. Tia Cat tentou usar a visão psíquica para encontrar qualquer pista sobre um futuro movimento de tio Lucas, mas não conseguia ver seu futuro. Era como se ele não estivesse fazendo nenhuma decisão, o que era teoricamente impossível. Alguma decisão ele deveria fazer.

Essa realização fez o estômago de Violeta embrulhar, e não teve coragem de contar para sua mãe. Não queria que ela perdesse as esperanças tão cedo, e também não queria que Flecha acabasse sabendo. Flecha amava o padrinho. ── Vai ficar tudo bem. ── Violeta murmurou para Flecha, contra os fios do cabelo do irmão.

Ele estava encolhido no sofá, abraçado a Violeta. Ela odiava ver seu irmão chorar.

── Vai ficar tudo bem, Flecha. ── Violeta repetiu, mesmo sem acreditar em suas próprias palavras. Não era a pessoa mais otimista do mundo, e sua ansiedade geralmente criava milhares de cenários para piorar a situação. Violeta queria acreditar naquilo, não só por Flecha e por sua mãe, mas também por ela e pelo seu tio.

Quando ouviu uma batida na porta, Violeta afastou Flecha com cuidado. Deu ao seu irmão a pelúcia ridícula do Homem de Ferro, que ele ganhou anos antes e Violeta sabia que ele ainda tinha apego, mesmo quando dizia que era velho demais para isso. Isso porque tinha apenas onze anos.

── Já volto. ── Sussurrou para Flecha. Violeta aumentou o volume da televisão para que ele não ouvisse sua mãe ao telefone.

Seus passos até a porta da frente do apartamento foram pesados, o que era incomum para Violeta. Seu corpo parecia ter perdido o equilíbrio leve naquele dia. Era de se esperar. Outra coisa a se esperar eram os rostos familiares que Violeta viu ao abrir a porta do apartamento. ── Oi, tia Mel. Tio Lúcio. ── Violeta tentou manter a voz o mais firme possível. Em sua cabeça, era a única que não poderia quebrar, porque todos os outros ─ que pelo menos estavam ali ─ já não eram os mesmos.

Se ela também sucumbisse, não sobraria ninguém. 

── Oi, filha. ── Tia Mel disse, agarrando Violeta em um abraço assim que a porta foi aberta.

Violeta fechou os olhos, deixando o amor maternal de tia Mel afastar parte das emoções ruins de sua cabeça. Era uma surpresa que os dois ainda não tivessem um filho, sabendo como ela seria perfeita como mãe. ── Ei, fantasma. ── Ouviu a voz de tio Lúcio. Não sabia se ele realmente falou baixo, ou se soou mais baixo por Violeta ter se perdido no abraço.

Ao se afastar, sentiu a mão de sua tia passando pelo seu cabelo. ── Como tá o Flecha? ── Tia Mel perguntou em um sussurro. A ligação entre eles e Violeta, quando ela ligou mais cedo para explicar a ligação apressada de sua mãe com mais calma, foi bem rápida. Não conseguiram aprofundar, e agora Violeta entendeu que era por estarem a caminho do apartamento.

Era reconfortante saber que teria eles nesse momento.

── Tá.. ── Violeta respondeu, suspirando. Ainda estava preocupada.

Tio Lúcio acenou, pensativo. Era uma pessoa bem agitada e brincalhona, assim como Flecha, e por isso era estranho vê-lo sem um sorriso no rosto. Era tão incomum que ele chegou a parecer mais velho aos olhos de Violeta. ── Vou dar uma olhada nele. ── Seu tio falou, dando um beijo na cabeça de Violeta ao passar para dentro do apartamento. Os passos de seu tio ficaram mais baixos quando ele chegava mais perto da sala. ── E aí, apressado!

Foi um alívio perceber que a voz dele estava de volta ao normal. Seria bom para Flecha. ── E você, Vi? ── A voz de sua tia tirou Violeta do transe, ainda encarando o corredor. Virou-se para Mel, piscando os olhos pela confusão que sentiu. ── Como você está? ── Sua tia esclareceu, a mão passando a segurar a de Violeta em um aperto de apoio.

Violeta respirou fundo.

Nova Iorque, Edifício Aurora.
Apartamento 615 - Quarto do Bochecha
(Terra-616) - dias atuais

── Já falei pra não me chamar assim! ── Buddy gritou de volta para Elizabeth quando, em seu caminho para sair, ela usou o apelido de novo.

A voz de Buddy era estranhamente grave perto das vozes que Violeta costumava ouvir no dia a dia. Violeta trocou um olhar com Peter enquanto esperavam no quarto de Buddy. Peter estava fuçando a mesa de Buddy sem qualquer vergonha, e Violeta esperava ao lado da mesa. Um de seus pés batia em um ritmo ansioso contra o chão.

Buddy entrou no quarto ao mesmo tempo que ouviram a porta da frente bater. ── Foi mal. Minha irmã é meio grudenta. ── Buddy disse para os dois, passando a mão pelo cabelo ruivo.

Violeta raramente via seu vizinho fora de casa, e mesmo quando buscava seu irmão no apartamento, Elizabeth dizia que ele estava enfurnado no quarto. Justamente por isso Violeta não entendeu como os braços de Buddy possuíam músculos que não deveriam estar ali. Na verdade, seu vizinho tinha um físico bem saudável e ativo.

Era tão estranho quanto Peter, mas fez sentido depois de Violeta descobrir que ele era, bem, um herói. Mesmo assim, Buddy tinha mais músculos que Peter.

── E aí, como posso ajudar vocês? ── Buddy se sentou na cadeira gamer em sua mesa, dando um tapa na mão de Peter para afastá-lo da mesa. Quando se virou para Violeta, com Peter parando ao lado dela, o garoto cruzou os braços acima da cabeça na cadeira.

Violeta estendeu a mão, entregando o dispositivo. ── Você sabe o que é isso?

Buddy pegou o dispositivo, dando um olhar rápido para Violeta antes de virar a cadeira e colocá-lo na mesa. ── Onde conseguiu isso?

Violeta hesitou por um segundo, escolhendo as palavras. ── Ah, foi uma coisa que a gente encontrou por aí. ── Esperava que sua voz fosse convincente, mas duvidava um pouco. Estava ansiosa demais com toda a situação de seu pai, assim como seu tio, estar desaparecido. ── Pode ver se tem algum tipo de rastreador, ou sei lá, algum dado salvo?

Buddy franziu a testa, analisando o objeto entre os dedos. Então, sem sequer olhar para ela, perguntou casualmente:

── Isso tem a ver com o seu pai ser o Sr. Incrível?

Violeta sentiu o estômago despencar. Peter, ao seu lado, deu um pulo surpreso. Os dois trocaram um olhar, e Violeta se perguntou quantas pessoas sabiam desse maldito segredo. Não era possível que a lista tivesse crescido tanto em um dia! ── Eu, uhm, não sei se- ── Violeta tentou desconversar mais uma vez, vendo Peter balançar a cabeça descontroladamente como se concordasse com cada palavra dita.

── Eu já vi ele transformando o carro no estacionamento. ── Buddy falou como se não fosse nada demais, girando de leve na cadeira. Ele falou aquilo como se não fosse um dos segredos mais importantes da vida de Violeta e de toda a sua família.

Peter pareceu focar na coisa errada, dando outro salto. Ele se virou com um sorriso animado para Violeta. ── Viu! Não fui só eu!

Violeta deu um olhar cansado para Peter, de canto de olho. Voltando a olhar para Buddy, pressionou os lábios, percebendo que não tinha mais como sair dessa. Suspirando, cruzou os braços e decidiu admitir. Não tinha mais o que fazer. ── Tá. É do meu pai.

Buddy girou de volta na cadeira, ignorando a confissão claramente desnecessária para ele. ── Isso aqui deve ter algum tipo de frequência codificada. Vamos ver. ── Buddy conectou um cabo ao dispositivo e começou a digitar no teclado, os olhos correndo rápidos pela tela. Violeta sequer tentou entender o que estava acontecendo, principalmente porque Buddy digitava muito rápido.

── Hm, interessante. ── Buddy murmurou, franzindo a testa. ── Mas não é a coisa mais difícil que já invadi. ── Depois de mais alguns cliques e uma barra de progresso piscando na tela, Buddy se virou para Violeta. ── Me dá seu celular. ── Foi mais uma ordem do que um pedido, mas Violeta entregou sem pensar duas vezes. Buddy conectou o celular de Violeta no computador.

 ── Você sempre carrega adaptadores de tecnologia suspeita por aí? 

── Sempre. ── Buddy deu um sorriso convencido antes de conectar o dispositivo ao celular de Violeta. Um bip soou, o mapa do celular de Violeta sendo ativado.

Um ponto vermelho brilhou no meio da tela.

── E temos um rastreador ativo. ── Buddy anunciou, girando o celular na direção deles. Quando Violeta pegou seu celular, Buddy voltou para a pose confortável contra a cadeira, como se mandasse no lugar, e de fato mandava, afinal era o quarto dele. 

Violeta pegou o aparelho rapidamente, o coração disparando ao ver a localização. Peter espiou por cima do ombro dela. ── Isso é... onde seu pai está? ── Peter perguntou, falando baixo. Violeta sentiu o rosto de Peter se aproximar, e respirou fundo.

Violeta engoliu em seco, os dedos apertando o celular. ── Só tem um jeito de descobrir. Preciso mostrar isso pra minha mãe.

── Mostrar o quê? ── Uma quarta voz surgiu no quarto, e até mesmo Buddy tomou um susto.

Violeta não precisou enxergar o rosto, ou focar na voz para saber quem era. A resposta era bem óbvia, ainda mais quando viu um flash amarelo. ── Meu Deus. ── Violeta engasgou, colocando a mão na testa. Não era possível que tantas coisas estavam acontecendo em um período tão curto de tempo. Respirou fundo quando o raio parou, olhando diretamente para ele. ── Flecha. O que. Você. Tá. Fazendo? ── Perguntou pausadamente, tentando manter a paciência.

── Eu que te pergunto. ── Flecha respondeu com aquele tom mimado que sabia muito bem que irritava Violeta. Ele parecia completamente despreocupado, com os cabelos bagunçados pela corrida e um sorriso travesso no rosto.

── Você viu isso também? ── Violeta ouviu Peter falar, seu tom chocado, no fundo.

── Aham. Isso- Não é uma alucinação, então. ── Buddy tinha o mesmo tom de Peter. Em partes, Violeta estava aliviada pelo choque, porque significava que seu vizinho nunca tinha visto nada de suspeito em Flecha. Porém, por outro lado, seu irmão acabou de arruinar isso.

── Espera... ── Peter olhou para Violeta, depois para Flecha. Violeta respirou fundo, olhando Peter. ── Esse- É seu irmão, e- e ele corre como se fosse um raio? A sua família é- Cara, isso é por causa dos experimentos? Dos seus pais? Sua mãe é a Mulher Elástica, né? ── Peter piscou os olhos, tentando raciocinar tudo aquilo.

Flecha olhou para Peter como se ele tivesse feito a pergunta mais óbvia do mundo. ── É óbvio! Eles foram feitos um pro outro. ──  Flecha resmungou, como se odiasse a possibilidade de seus pais não estarem juntos. E odiava. Violeta sabia muito bem disso. Ele sempre ficava irritado quando via pessoas online teorizando sobre os antigos heróis, e se os casais antigos ainda estavam juntos.

── Flecha! ── Violeta falou, colocando as mãos na cintura, sem paciência para mais uma "surpresa" do irmão. Ela deu um olhar repreendedor para Flecha, mas o irmão apenas deu de ombros, parecendo não se importar com o fato de ter acabado de causar um colapso em todo o equilíbrio que Violeta tentava manter. ── Olha, não tenho tempo pra isso. A mamãe tá no quarto dela?

Desde que voltaram para casa, Violeta não tinha visto sua mãe sair. Mesmo de manhã quando Violeta bateu na porta do quarto de seus pais para avisar sua mãe que estava saindo, não teve uma resposta.

── Não. ── Flecha respondeu simples. Violeta já estava andando para a porta do quarto de Buddy, e parou no caminho ao ouvir isso. Ela se virou, surpresa.

── Como assim, não? Ela- Onde ela tá?

── Não sei. Eu vi a Eliza no saguão e ela disse que você tava aqui, aí vim te avisar.

── Era só o que me faltava. ── Violeta resmungou, fechando os olhos. Ela respirou fundo, tentando pensar. A solução era bem óbvia. ── Buddy-

── Já tô procurando. ── Seu vizinho falou, e ao abrir os olhos Violeta viu que ele realmente já estava fazendo o que ela iria pedir.

Hudson Valley, Mansão Moda.
Sala de design - Passagem secreta
(Terra-616)

Depois de deixarem Buddy cuidando de Zezé, o que não era tão difícil assim, desde que Zezé tivesse uma de suas caixas de papelão por perto, seguiram para a localização da mãe de Violeta. Era um lugar óbvio, agora que Violeta sabia onde era. Sua mãe tinha ido até a sua madrinha. A essa altura, Violeta sabia que estava errada em suas antigas suposições. Tinha algo muito maior envolvendo seu pai, em vez de uma traição.

Era um alívio saber que o amor de seus pais era tão verdadeiro quanto ela achava, mas era difícil saber que ele estava em perigo. As chances disso ter algo relacionado ao desaparecimento de seu tio eram altas, e deixavam Violeta mais ansiosa ainda. ── Caraca, que legal. ── Peter exclamou, olhando ao redor. ── Não acredito que você é afilhada da Edna Mode. Tia May adora ela.

Violeta tinha levado Peter e Flecha pelo caminho secreto na casa de sua tia, sabendo que nenhum dos dois conseguiria gravar o caminho. Sequer prestavam muita atenção, distraídos pelas decorações da mansão. ── É. ── Violeta murmurou, finalmente entrando na sala secreta.

Sem nenhuma surpresa, Violeta encontrou sua mãe e sua madrinha conversando. Sua mãe gesticulava de maneira ansiosa, segurando um traje incrivelmente parecido com o que Violeta tinha ganhado. ── Querida! ── Edna exclamou, abrindo os braços ao ver sua afilhada. ── Já estava com saudades. ── Falou para Violeta, sem deixar a garota reagir antes de envolvê-la num abraço.

── O que vocês estão fazendo aqui, filha? E quem é esse? ── Ouviu sua mãe perguntar, e saiu do abraço de Edna. Em partes, pelo menos, já que sua madrinha permaneceu com o braço ao redor de seus ombros.

── Uhm, mãe, esse é Peter, meu amigo. Do colégio. ── Violeta respondeu, vendo Peter acenar para sua mãe com um sorriso tímido.

── Não sabia que era amiga do Homem-Aranha. ── Edna falou de maneira simples, fazendo Violeta se surpreender. De novo, o que estava acontecendo?!

── Você é o Homem-Aranha?! ── Flecha gritou ao lado de Violeta, fazendo sua cabeça girar. Seu irmão estava claramente fascinado, e Violeta sabia que seria assim. Ele adorava os Vingadores, e não havia parado de falar sobre o Homem-Aranha quando viu o novo herói se juntando à Guerra Civil entre o Capitão América e o Homem de Ferro.

── O- O quê? ── Peter gaguejou, soando incerto, dando uma risada nervosa.

── Violeta? ── Sua mãe soou igualmente surpresa, buscando o olhar da filha.

── Eu estava só mostrando os trajes que fiz para sua família para sua mãe, querida. Quer o seu, Flecha? ── Sua madrinha se virou para o mais novo, que desviou a atenção rapidamente. Ele acenou com animação, correndo para um cadeira próxima e olhando para o palco com um olhar brilhante.

Edna chamou o manequim com o traje para Flecha, que sumiu por dois segundos e voltou com a roupa vestida. Edna se virou para Peter enquanto o mais novo ali estava distraído correndo com sua roupa nova. ── Onde conseguiu o seu mesmo? ── Perguntou para Peter, e Violeta jurava conseguir ver Peter tremer debaixo do olhar dela. Sua madrinha era bem intimidante, ainda mais quando falava de roupas.

── S-Stark. ── Peter respondeu. ── Senhora. ── Adicionou, soando ansioso.

── Hm. Imaginei. ── Edna falou como se realmente já soubesse a resposta, com um sorriso irônico decorando seus lábios vermelhos. Quando sua madrinha se virou para Violeta, a garota viu o olhar desesperado de Peter atrás de Edna, como se perguntasse se tinha sido uma resposta ruim. Violeta deu de ombros, sem saber. ── O que está fazendo aqui, querida? O mesmo que sua mãe, imagino.

── Como assim? ── Violeta perguntou, olhando para sua mãe.

Ao lado de Violeta, o telefone de Peter corta a tensão do ar. Ele dá um sorriso envergonhado, apontando para o canto antes de se afastar. É difícil não ver a tensão surgindo em seu rosto enquanto ele falava, mas Violeta não conseguia decifrar sobre o que era aquilo. Ainda mais por estar preocupada com sua mãe, para quem ela logo voltou o olhar.

── Seu pai veio aqui, filha. Antes de- Bem, antes de sumir. Edna- ── Helena respirou fundo. ── Edna me disse que ele veio atrás do próprio traje.

Violeta sentiu um calafrio passar por seu corpo ao ouvir aquelas palavras. Ela sabia onde seu pai estava, mas a distância parecia, bem, impossível. Não tinham como chegar lá a tempo de protegê-lo do que quer que estivesse acontecendo. Pensar em tudo o que ele poderia estar enfrentando... A incerteza deixava Violeta mais ansiosa do que qualquer outra coisa.

── Eu sei onde ele está. ── A voz de Violeta saiu baixa, mas firme. Sua mãe, e até mesmo Edna, olharam para ela com surpresa. ── Encontramos um jeito de rastrear meu pai. ── Violeta olhou para Peter, ainda em sua ligação. Helena seguiu o olhar de Violeta, parecendo surpresa por um segundo. ── Mas... Está bem longe, e não sei como vamos chegar até lá rápido o suficiente.

O silêncio que se seguiu foi carregado de tensão. Edna ficou em silêncio por um momento, analisando a situação. ── Vou dar um jeito nisso, querida. ── Então, sem uma palavra a mais, Edna se voltou para a parede, como se houvesse algo ali. ── Vera, meu bem, pode ligar para o diabo? ── Edna perguntou, sua voz cheia de desgosto. Violeta podia jurar ver sua madrinha tremer.

Violeta se surpreendeu com o nome, mas não fazia a menor ideia de sobre quem aquilo poderia ser. Só conseguiu ficar em silêncio e ouvir os sons de uma chamada em andamento tomarem conta da sala de desfile de Edna. De repente, uma voz masculina surgiu nos autofalantes. Os olhos de Violeta se arregalaram ao reconhecer a voz, e conseguiu ouvir até mesmo um som surpreso vindo de Peter.

── Edna, amor. A que devo essa honra?

Com um suspiro, Edna respirou fundo e, em um tom que demonstrava todo o poder que tinha dentro de si, falou:

── Stark. Preciso de um avião.

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