𝗧𝗥𝗔𝗩𝗘𝗟 - 𝟭𝟵

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𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗘𝘀𝗽𝗶𝗻𝗼𝘀𝗮.
"When I see you with your red dress on"

Assim que o evento acabou, Victor me deixou no meu apartamento e depois foi para casa.
Conversamos mais um pouco e fiquei feliz dele ter compartilhado algo tão importante da sua vida comigo. Combinamos de irmos bem cedo no dia seguinte visitar a mãe dele, e senti que ele ficou feliz com o meu apoio.

Eu falei que o amava. Talvez tenha sido cedo demais, mas era isso o que eu sentia. Victor  me tratava bem e me causava sentimentos que já não sentia há muito tempo, me dava confiança para poder fazer e dizer qualquer coisa ao seu lado e o melhor de tudo: me amava também. Victor era o tipo de homem que sabia bem o que queria, e por isso que eu depositava ainda mais confiança nele.

Tomei um banho rápido, coloquei um pijama e deitei na cama, pensando no sucesso que foi o evento da estréia da trilogia. Conseguimos vender mais de mil exemplares e o retorno financeiro foi ótimo para os fundos da empresa, fazendo com que tanto o autor quanto nós fôssemos beneficiados.

No dia seguinte, acordei bem cedo e me arrumei rapidamente para esperar Victor. Não investi muito no café da manhã pois fiquei receosa de não dar tempo de terminar. Alguns minutos depois o porteiro do prédio ligou para o meu apartamento avisando que Victor estava me esperando no estacionamento, e eu desci rapidamente, pegando as minhas coisas.

Victor estava parado apoiado no carro mexendo no celular e assim que me viu
guardou o aparelho, vindo em minha direção.

——— Bom dia, coelhinha. ——— Me deu um selinho e abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar.

——— Bom dia. ——— Falei e entrei no veículo, colocando o cinto de segurança e esperei
Victor entrar e dar partida.

Fomos a maior parte do caminho em silêncio, apenas aproveitando a paisagem e a música que tocava no som. Não demorou muito até que Victor parasse o carro e avisasse que já tínhamos chegado.

——— A minha mãe vai ficar muito feliz de nos ver. ——— Ele disse e sorriu, estendendo a mão para que eu pudesse pegar, e assim o fiz.

——— Tenho certeza que sim. ——— Sorri de volta e ele começou a caminhar em direção à casa.

Victor bateu na porta e alguns segundos depois uma figura morena apareceu,revelando um largo sorriso.

——— Victor, querido! ——— Ela abraçou o filho por um longo tempo antes de colocar as duas mãos no rosto dele. ——— Ah, você está ainda mais lindo! ——— Beijou as bochechas dele. ——— Nate, olhe só quem está aqui!

——— Mamãe, essa é a Bárbara, a moça que eu falei para você. ——— O moreno disse e a mãe dele voltou o olhar para mim e me
analisou.

——— Como você é linda, querida! ——— Ela disse e eu senti meu rosto ficar vermelho. ——— Victor não poderia ter escolhido moça melhor, eu sei disso.

——— Muito obrigada. ——— Consegui falar mesmo em meio à vergonha.

Uma figura alta apareceu logo depois e abraçou Victor fortemente. Eles se abraçaram por um longo tempo até o homem olhar para mim e sorrir.

——— Imagino que você seja a Bárbara, não é? Victor falou muito de você na ligação que fez para nós ontem. ——— Nate falou e Victor olhou feio para ele.

——— Sim, sou eu. É um prazer conhecer os dois. ——— Abracei a mãe de Victor e apertei a mão de Nate.

——— Venham, entrem! Já estou preparando o almoço, em alguns minutos fica pronto. ———Maria chamou e nós entramos na casa.

Nos sentamos no sofá e começamos a conversar com Nate, ele era muito engraçado e começou a contar histórias de quando Victor era pequeno para mim. Após algum tempo, fui até a cozinha para ver se Maria precisava de ajuda.

——— Com licença, a senhora precisa de ajuda para alguma coisa? ——— Perguntei e ela se virou para mim, sorrindo.

——— Não, querida. ——— Ela falou e continuou a mexer na panela, mas parou de repente. ——— Aliás, você pode pedir para o Nate ir na feirinha e comprar algumas frutas vermelhas para eu finalizar a torta?

——— Claro que sim. ——— Sorri. ——— Eu e Victor podemos ir com ele, se não for nenhum problema.

——— Não, não há problema algum. Podem ir.

Voltei para a sala e falei do pedido de Maria para Nate e Victor, e logo nos preparamos para ir até a feirinha.

——— Não fica tão longe daqui, dá para ir andando. ——— Victor disse e entrelaçou nossos dedos, começando a andar em direção ao local e Nate veio logo atrás.

Nate foi contando mais história engraçadas pelo caminho e rimos o tempo todo, tão entretidos nas histórias que não percebemos quando três homens nos cercaram e anunciaram um assalto. Eu fiquei extremamente nervosa e não sabia o que fazer, mas Victor estava paralisado ao encarar um dos homens. Seus olhos ambar estavam completamente esbugalhados e sua mandíbula se travou.

——— Por favor, não machuca a gente, estamos sem nada aqui para dar para vocês. ——— Falei com a cabeça baixa.

——— Cala a boca, vadia! ——— Um deles falou e tirou a arma da cintura e apontou na minha testa e o choro veio imediatamente.

——— Faça eles pararem. ——— Victor falou e encarou o homem na sua frente. ——— Você não tem o direito. Mande ele tirar a arma da frente dela ou eu não sei o que eu vou ser capaz de fazer.

——— Você não pode fazer nada. ——— O homem falou e sorriu levemente. ——— Você pode ter tudo, mas agora sou eu quem está no poder.

Meu choro saía descontroladamente e eu não me mexia por puro medo de o homem apertar o gatilho e me matar. Nate estava completamente sem reação até que foi em direção ao homem e o agarrou pelo colarinho da camisa.

——— Saia daqui, Andrew. Pegue os seus capangas e dê o fora daqui.

O homem riu por um longo tempo até que se soltou das mãos fortes de Nate.

——— Cala a boca, Nate. Não se mete nisso, estou aqui pelo Victor e não por você.

Eu continuava sem entender nada e as lágrimas vinham ainda mais.

Nate foi para cima do homem que estava olhando ao redor com uma arma na mão para tentar derrubá-lo, mas no mesmo momento ouvi um barulho de tiro sendo disparado e Nate cair no chão com as mãos na barriga logo em seguida. Soltei um grito do fundo da minha garganta e Victor foi até o homem em sua frente e deu um soco em seu rosto.

——— Seu desgraçado! ——— Victor bateu mais uma vez. ——— Eu quero que você morra! Você é podre, Andrew. ——— Gritou e continuou socando o rosto do homem até que ele tirou uma arma e apontou na barriga de Victor, que imediatamente parou.

——— Eu posso até morrer Victor, mas não vai ser como você vai hoje. ——— E depois disso disparou a arma, que atingiu Victor e o moreno caiu no chão com as mãos no local do tiro.

——— Victor ! ——— Corri até ele chorando e os três homens foram embora, mas antes olharam para trás e sorriram.

——— Boa sorte ao tentar salvá-los, vadia.

Nate e Victor estavam completamente ensanguentados na minha frente e eu não sabia o que fazer, não sabia como agir.

——— Victor, por favor... ——— Pedi e acariciei seu rosto, sentindo sua respiração fraca e seu peito subir e descer devagar.

——— Coelhinha... ——— Ele disse com a voz fraca. ——— Sempre foi e sempre vai ser você no meu coração, não importa onde eu esteja. ——— Ele me olhou e sorriu devagar. ——— O meu pai... Ele tirou o Nate da minha mãe e eu de você... ——— E após isso seus olhos se fecharam. coração, não importa onde eu esteja.

——— Não! ——— Gritei e corri para pedir socorro, mas não havia ninguém na rua que estávamos. ——— Victor, não me deixe, por favor. ——— Sacudi suas mãos ensanguentadas mas sem resposta.

Eu estava sozinha em meio a um mar de sangue e não tinha ninguém para me ajudar, nem um celular para poder ligar e pedir socorro.

Estava desesperada. Uma simples compra de frutas me fez perder o homem que eu amava e o homem que era uma referência para ele.

Reta final hein.

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