𝗠𝗢𝗥𝗘 - 𝟬𝟯

𝗻𝗮̃𝗼 𝗲𝘀𝗾𝘂𝗲𝗰𝗮𝗺 𝗱𝗲 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗮𝗴𝗶𝗿!

𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗠𝗶𝗹𝗹𝗲𝗿
"Knows that I been waiting and I'm starving
'Cause we been working overtime"


Após o turno ter acabado, liguei para Marcos para saber se ele queria ir comigo e Arthur para o bar com os amigos de Bárbara. Dessa vez decidi não chamar as meninas, sabiam que elas se sentiriam desconfortáveis em um lugar que não conheciam ninguém além de nós três. Marcos  atendeu depois de três toques e aceitou na hora, como já era de se esperar.

Eu e Arthur seguimos para o meu apartamento para tomarmos banho e trocar de roupa. Quando chegamos, a mensagem de Bárbara com o endereço já estava na nossa conversa sem mensagens anteriores.

Cliquei e vi que o local não era tão longe da minha casa, então dava para ir andando.

Arthur foi tomar banho antes de mim, então tive um tempo bom para escolher uma roupa legal com calma. Ele terminou depois de exatos dez minutos e eu entrei no banheiro e comecei a tomar meu banho.

Estávamos prontos depois de meia hora e comecei a abrir a porta quando meu amigo me interrompeu.

——— Está esquecendo a chave do carro, Victor.

——— Não estou, nós vamos a pé. ——— Falei e ele me encarou com a sobrancelha erguida, mas permaneceu em silêncio, me acompanhando pelo corredor do prédio até estarmos na rua.

Como eu disse, o bar não era tão longe, então bastaram alguns passos para que estivéssemos em frente ao estabelecimento, que já estava cheio apesar de ainda ser relativamente cedo.

A porta se abria a todo instante, e em um deles vi Marcos aparecer e mover os olhos rapidamente, provavelmente procurando por nós. Fiz um sinal com a mão e ele logo me viu, sorrindo ao se aproximar.

——— Oi, bro. ——— Apertou minha mão, se sentou no banquinho ao lado do meu e pediu uma bebida ao barman. ——— A sua amiga já chegou?

——— Ela não é minha amiga, e não, ainda não chegou. ——— Falei, sugando o líquido em meu copo com o canudo.

Olhei para a pista de dança e o meu amigo era uma das figuras de destaque por lá, não parava de dançar com as mulheres e fazer passos, como sempre fazia. Arthur era ótimo na dança.

Quando voltei meu olhar para a porta de entrada, foi quando a vi. Ela estava com um dos vestidos vermelhos que a deixavam sempre linda, mas esse era diferente dos que ela vestia no trabalho. Esse possuía um decote que a deixava incrivelmente mais linda e esbelta.  Bárbara cravou seus olhos em mim antes de se aproximar de onde eu estava.

——— Oi. ——— Ela disse e se sentou ao lado de Marcos, que possuía um sorriso de orelha a orelha no rosto.

———Oi, eu sou o Marcos , amigo do Victor.———Apertou a mão dela e sorriu ainda mais, se era possível. ——— Aceita uma bebida? Por minha conta.

——— Agora não, obrigada. ——— Ela agradeceu e se voltou para mim. ——— Achei que você não fosse vir.

——— Ah, claro que eu viria. Sempre é bom desestressar um pouco, não? ———Perguntei e ela assentiu com a cabeça. ——— Onde estão seus amigos?

Ela soltou um leve pigarro e ajeitou a postura no banco antes de responder.

——— Não puderam vir. Tive que vir sozinha, mas espero que não seja um problema para vocês.

———Problema algum. —–— Meu amigo falou e pude ver seu olhar percorrer o corpo de Bárbara por inteiro. Senti um desconforto na ponta do estômago e decidi intervir.

——— Marcos , o que você acha de ir lá dançar com o Arthur na pista? ——— Sugeri e encarei o meu amigo fixamente, que pareceu ter entendido o recado e se levantou do banquinho, indo até onde Arthur estava.

Respirei fundo e tomei outro gole da bebida, em seguida olhando para Bárbara, que segurava uma risada.

——— O que foi? ——— Perguntei e dessa vez ela riu por inteiro.

——— O seu amigo é engraçado.

——— Ele é bem inconveniente quando quer, me desculpe por isso.

——— Não tem problema. ——— Ela riu mais um pouco e se dirigiu ao barman, pedindo uma dose de vodka.

——— Me desculpe se estou me intrometendo, mas vodka não é muito forte visto que amanhã iremos trabalhar? ——— Perguntei e ela me encarou.

——— Viemos para nos divertir e esquecer do trabalho, por que está me fazendo lembrar dele? ——— Respondeu e pegou o copo que o barman havia deixado em cima da bancada, virando praticamente todo o líquido que tinha nele e fazendo uma careta depois.

Terminei de beber o restante do líquido do meu copo e depois começamos a conversar.

——— Então... ——— Comecei. ———Fiquei um tanto surpreso quando me convidou para vir com você para um bar.

——— Na verdade eu não te convidei para vir comigo, mas para vir com os meus amigos também. ——— Ela disse.

——— Bom, seus amigos não estão aqui, então de uma forma ou de outra você acabou estando comigo. ——— Falei e ela riu brevemente.

——— Isso é verdade. ——— Falou e depois olhou para mim outra vez. ——— Eu fiquei me sentindo mal depois do que você me falou hoje mais cedo. Nunca percebi que te tratava tão mal até você me fazer cair na real.

——— Ah, entendi. ——— Pedi outra bebida e ela fez o mesmo.

Alguns minutos de silêncio se passaram até que ela falasse novamente.

——— Quer dançar? ——— Perguntou e eu levantei as sobrancelhas, surpreso.

——— Claro, mas não me culpe se pisar nos seus pés. Sou um péssimo dançarino. ———Respondi e ela já estava de pé na minha frente estendendo a mão direita, que eu peguei para podermos ir para a pista de dança.

Começamos a dançar devagar e percebi que
Bárbara dançava muito bem. Ela fazia movimentos perfeitos que consequentemente atraíam olhares - principalmente masculinos e inclusive dos meus amigos -, e isso me deixou um pouco desconfortável. Ver que aqueles caras pensavam o mesmo que eu, que a desejavam, me deixava irado.

Bárbara veio para perto de mim e passou seus braços no meu pescoço, olhando fixamente nos meus olhos e se movendo no ritmo da música, e eu tentei ao máximo me controlar.

Ela se virou e sem querer sua bunda encostou em mim, e eu já sabia no que aquilo iria dar se não saísse dali rapidamente.

——— Eu vou no banheiro, já volto. ——— Falei no ouvido dela e a mesma assentiu e eu fui em direção ao banheiro.

Molhei o rosto com um pouco de água e encarei a minha imagem no espelho. Eu sempre soube que Bárbara mexia comigo, mas não sabia que era tanto. Não sabia que a desejava tanto até vê-la daquele jeito na minha frente. O jeito que ela movia o corpo, que olhava para mim, me fazia pensar em inúmeras coisas que podia fazer com ela.

Percebi outra presença no banheiro e olhei para ver quem era, quando percebi os olhos castanhos de Arthur me encarando.

——— Cara, você não sabe disfarçar. ——— Ele disse e se aproximou de mim. ——— Acho que todas as pessoas nesse bar já perceberam o quão interessado nela você está.

——— Não sabia que estava tão perceptível assim. ——— Suspirei.  ——— Eu tive que vir correndo para o banheiro ou se não coisas que eu não queria que acontecesse iriam acontecer.

——— Por que você não fala para ela? ——— Ele perguntou e continuou a me encarar.

——— Bárbara não gosta de relacionamentos sérios, Arthur . Eu nunca a vi com um namorado, e você não precisa ser próximo dela para saber disso. Só os boatos que rolam na empresa já são o suficiente. ——— Andei um pouco pelo banheiro e encostei em uma das paredes. ——— Se eu me envolvesse com Bárbara tudo isso que eu sinto só iria piorar. Eu iria me apaixonar por ela e não seria correspondido.

——— Você nunca saberá se não tentar. ——— Ele disse. ——— Acho que você deveria propor a ela uma noite. Apenas uma noite, e vocês poderiam fazer tudo o que quisessem um com o outro e no outro dia iriam agir como se nada tivesse acontecido.

——— Arthur , você sabe que essas coisas não funcionam comigo. Eu me apego fácil às pessoas. ——— Respondi.

——— O que você prefere? Uma noite ou nada? Você iria tê-la para você pelo menos por uma noite, Victor . Pensa nisso. ——— Ele disse e saiu, me deixando sozinho em uma imersão de pensamentos.

Não era uma boa ideia, eu sabia que não era.

Era cem por cento de certeza de que se eu passasse uma noite de prazer com Bárbara eu iria me apaixonar por ela ainda mais, mas também não poderia passar a minha vida sem tê-la. Pelo menos por uma única vez.

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