𝟎𝟗. ▎ tentativa de fuga

❛ TENTATIVA DE FUGA ₊˚.꒷⤸
─── 𝓝𝐎 𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄
( 𝓼𝒆𝒂𝒔𝒐𝒏 𝓸𝒏𝒆 )

❛❛ everyone's a passenger tonight
just another accidental
on the freeway of this life
we'll drive on and on and on and on ❜❜

ㅤㅤ─ surrender the night, my chemical romance

Yoona e seus colegas estavam reunidos em um novo círculo, tentando aliviar as dores dos machucados causados na luta contra Gwinam. Por causa das coisas que encontraram no ginásio, Jinyoung conseguiu distribuir entre os colegas remédios para dor. Era pouco, duraria pouco tempo, e em alguns talvez sequer ajudasse, mas era o que tinham naquele momento.

Com certeza, era bem melhor que nada.

─── Qual é a desse Gwinam? Ele foi mesmo mordido? ─── Joonyoung, que antes tentava arrumar o óculos quebrado, perguntou para Cheongsan. Ele parecia ser o único capaz de dar uma resposta, afinal o valentão estava atrás dele. Yoona ainda não entendia o motivo, mas estava tão exausta que sequer importava mais.

─── Não sei. Parece que ele se tornou um ser diferente. ─── Cheongsan respondeu.

Yoona não conseguia entender isso. Ela nunca ouviu falar sobre algo parecido na ficção. A teoria era: você é mordido, você vira um deles. Então, o que Gwinam era? Nenhum deles sabia responder, mas sabiam que era algo que deveriam temer.

─── Acho que não morre. ─── Suhyeok comentou, tentando ajeitar o próprio ombro.

─── Como assim não morre?! ─── Jinyoung perguntou. Por causa do desespero, sua voz ficou mais fina. Pelo que parecia, todos eles tinham se tornado alvo de Gwinam, ao menos enquanto continuassem protegendo Cheongsan.

─── Qualquer coisa pode morrer. ─── Yoona respondeu, mesmo que estivesse confusa sobre tudo aquilo.

E era verdade. O que quer que Gwinam fosse, ele ainda era algo próximo de um zumbi, e ela duvidava que ele fosse imortal. Claro, com certeza seria mais difícil matar ele, mas certamente não era impossível. ─── E se ele subir aqui de novo? ─── Wujin perguntou.

─── Aquele babaca é perigoso, mas também tenho medo da Namra. ─── Jimin se pronunciou, mudando parcialmente o assunto. Era uma das primeiras vezes que Yoona ouviu a colega falar desde que chegaram no terraço. ─── Vocês viram ela lutando antes. 

─── Eu acho que é compreensível presumir que eles sejam zumanos. ─── Daesu falou, checando o próprio cotovelo em busca de machucados, mas levou uma cotovela de Hyoryung, que estava ao seu lado. ─── Que foi?

─── Ela lutou contra ele, e com a gente. ─── Yoona resolveu se pronunciar novamente, recebendo os olhares de seus colegas. Ela ajeitou sua posição, ignorando a dor ─ agora menos aguda, devido ao remédio ─ em suas costas. ─── A gente também não sabe como isso funciona, mas, seja lá o que for, estamos juntos nessa.

Jimin concordou com a cabeça, virando-se na direção de Namra. ─── Você está bem mesmo? Não vai fazer aquilo com a gente?

─── Vai acreditar se eu disser que não? ─── Namra perguntou de volta. ─── Eu... nunca fiz nada além de estudar. Não por ser ingênua, mas por ser covarde. Temia tirar notas baixas e minha mãe ficar brava, então não fazia mais nada. Eu também tinha medo de fazer amigos. Minha mãe sempre me perguntava como eles iam na escola, a profissão dos pais, se a casa deles era grande... Nunca pensei que teria chance de sentar em uma fogueira assim com vocês.

Todos ouviram o desabafo de Namra em silêncio. Taewon e Jinyoung fizeram isso por respeito, enquanto os colegas de Namra ─ aqueles que conviviam com ela ─ engoliam cada palavra como um soco na boca. Todos eles já tinham julgado a presidente alguma vez, por qual motivo que fosse, e finalmente descobriram uma das verdades dela.

─── Se alguém acender uma fogueira... ─── Onjo começou a falar, passando a olhar para Namra com um pequeno sorriso. ─── vamos nos reunir.

─── Desculpe, presidente. ─── Jimin falou, parecendo realmente arrependida. Em resposta, a outra garota deu um pequeno sorriso e acenou com a cabeça. Um pequeno gesto de paz.

─── Ela sorriu? Isso é tão estranho! ─── Daesu comentou, incapaz de se segurar. Com isso, todos eles começaram a rir ─ exceto Hyoryung, que mais uma vez repreendia o garoto. Os adolescentes não acharam tanta graça, mas precisavam de algum motivo para rir naquele momento, então simplesmente aceitaram aquela situação.

Yoona segurou seu colar enquanto ria, deixando toda a energia ruim sair.

─── Por que vocês não namoram? São tão barulhentos. ─── Wujin disse enquanto olhava para os dois colegas, que olharam para ele com a mesma expressão de raiva e descrença. "Tá maluco?", os dois perguntaram ao mesmo tempo. Dessa vez, Yoona se inclinou para o lado, escondendo a cabeça nas costas de Taewon para rir em silêncio.

O corpo dele também tremia com risadas.

Talvez estivessem todos loucos por se distraírem com isso em meio ao caos. Ou apenas estivessem tentando ficar sãos.

─── Espere. ─── Namra falou de repente, fazendo todos olharem para ela. ─── Não estão ouvindo?

─── Por quê? Tem alguém vindo de novo?

─── Estão vindo. ─── A presidente disse, olhando para longe da escola. Os outros acompanharam, mas não importava o quanto olhassem, não conseguiam enxergar nada. Yoona apertou os olhos, tentando focar ainda mais sua visão, mas tudo estava tão escuro que não conseguia distinguir nada.

─── Espere! Eu ouço um helicóptero. ─── Cheongsan exclamou.

No mesmo instante, Taewon se levantou e esticou a mão para ajudar Yoona a se levantar. Os dois, acompanhado dos outros, correram até a beirada do terraço. Dessa vez, ao olhar para o céu, eles conseguiram ver as luzes do helicóptero na distância, assim como ouviam o barulho se aproximando.

─── Fogo! Eles estão vindo!

Os adolescentes correram até a fogueira, pegando pedaços de madeira pela ponta não queimada, e voltaram até a beirada. Eles balançavam a madeira e gritavam incansavelmente, subitamente energizados pela possibilidade de serem salvos. Até mesmo Yoona, que não confiava no governo, estava gastando todas as suas energias enquanto se agarrava na possibilidade daquilo tudo acabar.

Conforme os segundos se passavam, o helicóptero passou a se aproximar cada vez mais. Em questão de poucos minutos, ele estava sobrevoando um espaço do terraço em frente dos adolescentes, que continuavam a gritar animados.

Yoona sentiu Taewon segurar seus ombros e se aproximar quando os ventos do helicóptero se tornaram mais fortes, com força suficiente para empurrar os adolescentes para trás. Yoona cobriu seus olhos, tentando proteger do vento e das sujeiras que ele trazia. Quando afastou um pouco a mão, quando o barulho ficou mais alto, viu duas cordas jogadas no terraço e dois soldados descendo por cada uma.

Assim que atingiram o solo, os soldados apontaram as armas na direção do grupo de estudantes.

Todos eles levantaram as mãos, assustados com o gesto repentino dos soldados, e se colocaram mais próximos, em uma tentativa inconsciente de protegerem uns aos outros. Quando o helicóptero se afastou, eles conseguiram enxergar e ouvir os soldados com clareza. ─── No chão! Todos no chão! ─── Um deles gritou quando Cheongsan começou a se aproximar.

─── Senhor. Por favor nos salve. ─── Daesu pediu, com as mãos levantadas. Quando os soldados não disseram nada, cada um dos adolescentes deitou no chão, sem a menor vontade de contrariar as ordens e causar o pior.

─── Terraço do Hyosan High. Doze sobreviventes confirmados. Verificando temperatura. ─── Um dos soldados dizia, com pequenas pausas entre as falas, como se estivesse conversando com alguém ─ e com certeza estava.

Yoona se manteve quieta, tentando controlar o desconforto enquanto um outro soldado checava sua temperatura. Taewon, que estava deitado ao lado dela, parecia ainda mais desconfortável. ─── Vai acabar rápido. ─── Ela sussurrou, tentando confortar o garoto. Ele olhou para ela, apenas confirmando com a cabeça.

E, de fato, o soldado rapidamente se afastou dos dois após dizer que ambos estavam liberados.

─── Não liberado. ─── Yoona ouviu o mesmo soldado dizer atrás dela, e imaginou que fosse Namra. Se ela havia sido mordida como os colegas disseram mais cedo, ainda que não tivesse se transformado em um zumbi, seu corpo teria sido alterado para aguentar a nova "mudança". ─── Uma manta térmica. ─── Ele disse, e Yoona viu o outro soldado que também checava as temperaturas se mover na direção dele.

─── Uma está com hipotermia. O resto está normal. ─── O primeiro soldado voltou a dizer. ─── Vamos resgatá-los após terminar a missão. Câmbio.

Assim que ouviu isso, Yoona sentiu todo o peso sair de suas costas. Devagar, a mão de Taewon se aproximou e apertou a dela. Os dois trocaram um sorriso, aliviados por estarem tão perto do fim de tudo aquilo. 

─── Podem se levantar. ─── O mesmo soldado disse, e todos fizeram como dito. ─── São os únicos sobreviventes?

─── Não sabemos. ─── Cheongsan respondeu. ─── Tenho certeza de que tem mais.

─── Vamos descer por alguns minutos. Esperem aqui. Não façam nada. Não saiam daqui. Entenderam? ─── O soldado perguntou, olhando para cada um deles. Os adolescentes confirmaram, e os soldados se moveram para a beirada do terraço. 

Toda a esperança tinha sido desmoronada.

O exército, assim como Yoona inicialmente esperava ─ antes de se deixar cegar pela esperança de seus colegas ─, não tinha salvado eles. Mesmo depois de terem afirmado que fariam isso, tudo que eles fizeram foi voltar atrás com sua palavra e irem embora. Ela não sabia por que ainda estava surpresa.

Ela sentiu sua raiva por eles crescer mais ainda enquanto via seus amigos decepcionados. Todos estavam voltando ao estado inicial: focados em sobreviver. 

─── Se conseguirmos chegar à montanha, ─── Onjo começou a falar após ouvir o plano de Cheongsan ─ um plano que, diga-se de passagem, Yoona apoiava ─── chegaremos a Yangdong. Fiz trilhas lá com meu pai algumas vezes. 

─── Eu não vou. Tô com medo. ─── Hyoryung disse. ─── E se os zumbis nos pegarem?

─── Eles também vão nos pegar se a gente continuar aqui. ─── Yoona argumentou, de braços cruzados enquanto olhava para a colega. ─── A comida vai acabar, ou a porta não vai aguentar, ou um milhão de outras coisas ruins que podem acontecer. Eu vou pelo menos tentar.

Cheongsan foi o primeiro a concordar. ─── Ninguém vai nos salvar se ficarmos aqui. Só nós podemos nos salvar. ─── O garoto andou até parar na frente do grupo. ─── Vamos. Se algo acontecer, eu grito e atraio os zumbis. No máximo, morrerei sozinho.

Dessa vez, Yoona deu uma risada sarcástica. Não conseguia acreditar que poderia ver aquilo acontecendo de novo. Taewon, que permanecia em pé encostado na parede ao lado da madeira onde ela estava sentada, foi o próximo a se pronunciar. ─── Se chegar a esse ponto, a gente faz alguma coisa. Puxa o que tiver no caminho e joga neles, tanto faz, mas ninguém vai se sacrificar de novo.

─── Todos devemos viver. ─── Suhyeok concordou, se levantando. ─── Ninguém mais precisa morrer.

─── Por causa da chuva, todos os cheiros estão misturados. ─── Namra, que estava sentada ao lado de Suhyeok, argumentou em favor do garoto. Yoona ainda não entendia o que estava acontecendo com Namra, mas ela estava satisfeita contanto que o que ela falasse fosse verdade. ─── A chuva faz muito barulho. Os sentidos dos zumbis estão entorpecidos.

E, no final das contas, o grupo de adolescentes acaba concordando com o plano de Cheongsan. O único acréscimo feito por eles durante o restante da discussão foi que eles deveriam correr em pares, para garantir que ninguém caísse ou ficasse pra trás. Yoona ficou satisfeita com isso, queria sair dali o mais cedo possível e achava idiotice não aproveitar o momento de "fraqueza" dos mortos, que Namra afirmou que estava acontecendo naquele momento.

Por um momento, enquanto repassava a ideia do plano na cabeça, Yoona se perdeu em pensamentos e sequer viu quando Jinyoung acenou com a cabeça para Taewon antes de sair de mãos dadas com Minho. ─── Vem, vida. ─── Falou quando a garota olhou para ele, após ele ter estendido a mão na frente dela. ─── Você não devia carregar peso, deixa que eu levo isso. ─── Ele pegou a mochila que Yoona tinha em mãos.

Ela estava tão distraída que a dor em suas costas pareceu sumir por alguns minutos, e só voltou quando ele lembrou. Felizmente, o efeito do remédio só passaria em algumas horas e, com sorte, ela estaria longe dali.

A pedido de Namra, Yoona e Jinyoung tinham enrolado os suprimentos de cada mochila com pedaços de tecidos. Eles tiveram que rasgar pedaços das próprias blusas e de alguns dos colegas para conseguirem fazer isso, tentando garantir que as coisas ficassem o mais atadas possível. De acordo com a presidente, era melhor garantir que fizessem o menor barulho possível e, amarrando os objetos, garantiam que eles ficassem o mais parados possível dentro das mochilas.

Cheongsan foi o primeiro a sair do terraço, abrindo a porta devagar e conferindo se havia alguma coisa na escada.

Yoona apertou a mão de Taewon mais forte quando chegou a vez deles de saírem pela porta ─ eles eram a última dupla, ficando na frente apenas de Daesu. Em um sinal de conforto, ela sentiu o moreno segurando sua mão mais firmemente em resposta. ─── Não solta de jeito nenhum. ─── Ela sussurrou para ele, esperando que ele não percebesse o medo em sua voz.

─── O dia que eu te largar, é porque eu fiquei louco. ─── Ele brincou, tentando acalmar ela, mas sua própria voz saiu travada.

Um barulho um pouco mais alto assustou o grupo, que olhou para trás e percebendo que era apenas Daesu fechando a porta com mais força do que devia. ─── Foi mal, foi mal. ─── Ele sussurrou em desculpa para os amigos.

Enquanto desciam as escadas, os trovões que caíam do céu faziam a cena ficar ainda mais perturbadora. Os outros momentos em que esteve ali durante aquele caos ela estava com um grupo muito pequeno e, por isso, prestava mais atenção nos zumbis e barulhos do que no próprio lugar.

Dessa vez que ela tinha diversos colegas também prestando atenção nos mínimos barulhos, ela percebeu tudo. As paredes brancas estavam todas manchadas de sangue, pedaços decepados de corpos apareciam em sua visão em quase qualquer lugar que olhava, e até sapatos sujos de sangue estavam por ali.

Ela sentiu seu interior revirar por inteiro quando percebeu que qualquer uma dessas coisas poderia pertencer a Yerim. Sua visão ficou turva por um segundo e o enjoo bateu tão forte em si que ela precisou parar por um segundo. ─── O que foi, Yoona? ─── Taewon sussurrou do seu lado, com a voz urgente e preocupada.

Apenas balançou a cabeça e engoliu em seco, puxando a mão dele com pouca força para mostrar que iria voltar a andar. Mesmo preocupado, ele sabia que não podia parar para entender o que tinha acontecido, não quando estavam em um dos lugares mais perigosos que poderiam estar.

Quando chegaram na próxima virada de escada, Cheongsan parou e olhou para o andar seguinte. Esgueirando pelo corrimão, Yoona viu que tinham alguns zumbis no corredor, e um deles se alimentava de alguma pessoa. Quando um outro trovão soou no céu, ela percebeu que o que Namra tinha dito mais cedo era verdade.

Os zumbis deram um tipo de grito estranho e perturbador, e começaram a andar pelo corredor em busca de algum sinal da origem daquele som. Quando eles saíram, o grupo começou a atravessar para o outro lado do corredor em passos rápidos e leves, para não chamar a atenção dos bichos novamente.

Com o coração quase saindo pela sua boca, Yoona finalmente viu a entrada do prédio e caminhou rapidamente até lá junto de seus amigos. Quando finalmente atravessaram o primeiro obstáculo para conseguirem se salvar, ela não sabia se ficava aliviada por terem feito um progresso ou se ficava ainda mais ansiosa por saber que iriam ficar no total aberto.

Assim como os outros, Yoona ficou abaixada no chão até que soubessem o que fariam a seguir. Essa era justamente a parte arriscada do plano: como eles não sabiam o real estado da escola e do caminho, boa parte das decisões teriam que ser tomadas em cima da hora. ─── Vamos pela parede. ─── Cheongsan e Onjo sussurraram para os outros, que repassaram entre si para não precisarem falar alto.

De pouco em pouco, eles pularam para atrás das plantas que cercavam o prédio e seguiram encostados pela parede. Por sorte, os passos na grama não faziam barulho e, por isso e pelo fato de não terem zumbis naquele espaço, eles conseguiam andar mais rapidamente. Diferente das outras duplas, Taewon não soltou a mão de Yoona mesmo nesse momento.

Ele somente soltou no momento em que eles chegaram ao lado de um veículo batido e começaram a se arrastar por debaixo dele, para atravessarem para o outro lado. Quando atravessaram, Taewon ajudou Yoona a se levantar, e só nesse momento eles viram a confusão que acontecia.

Alguns dos meninos tinham se juntado para matar um zumbi que estava no caminho, mas Cheongsan brigava com os colegas e tentava os afastar. No momento em que Suhyeok o segurou para que ele parasse e em que Onjo correu para tentar fazer com que ele parasse de brigar com Suhyeok, o garoto começou a chorar e gritou ─── Mãe! Mãe...

Ao lado de Yoona, Jinyoung congelou no lugar e cobriu a boca com sua mão. Na verdade, todos tinham travado em seus lugares enquanto viam o corpo da mulher que se arrastava pelo chão para tentar morder algum deles. ─── Vamos! ─── Namra chamou a atenção de todos, mostrando que um grupo de zumbis começava a ir na direção deles.

Com um último olhar para Cheongsan, que estava ajoelhado no chão, Yoona sentiu Taewon puxar ela para correr na mesma direção que os outros. ─── Jinyoung, anda! ─── O moreno gritou vendo que o amigo ainda estava parado, mas seu grito fez com que Minho o puxasse para correr até eles.

Yoona sequer sentia suas pernas enquanto corria, mas sentia que se Taewon não a estivesse puxando, ela não conseguiria sair do lugar. ─── Cadê o resto? ─── Daesu gritou quando eles finalmente o alcançaram.

Jinyoung, que estava um pouco atrás deles, virou na direção de onde eles tinham vindo. ─── Eles tão chegando! Vai! ─── Ele gritou de volta, balançando as mãos para que os amigos continuassem correndo. Aquele não era momento para duvidarem uns dos outros, então voltaram a correr.

A garota sentia seu corpo cada vez menos, apenas sentia suas emoções tomando o controle de tudo. Ela tinha que se esforçar cada vez mais para não escorregar no chão molhado, assim como os outros, enquanto corriam até achar algum lugar em que pudessem parar e planejar o próximo passo.

Virando mais uma esquina, Yoona viu Suhyeok e os outros que tinham ficado mais atrás passando pela frente. ─── O ginásio é por aqui! ─── Suhyeok gritou para eles, sem parar de correr. Quando finalmente viram o prédio, ela tinha certeza que choraria de alívio. Todos eles correram para dentro, até que Namra parou de correr.

─── Fujam. ─── A presidente disse, com a voz desesperada, e Yoona só entendeu o motivo quando o novo trovão surgiu do céu e iluminou a quadra cheia de zumbis. Os olhos da garota se arregalaram e, no mesmo instante, os zumbis começaram a correr na direção deles. Dessa vez, ela agiu rápido ao puxar Taewon consigo e começou a correr atrás dos outros.

─── Jinyoung! ─── Ela gritou quando um morto apareceu ao lado do loiro, prestes a agarrar o terceiranista. Soltando a mão de Taewon, ela correu o mais rápido que conseguiu e jogou seu corpo em cima do morto com toda força que tinha. Ela ouviu o barulho assustado de Jinyoung e o grito de Taewon atrás de si.

Ao seu lado, Daesu bateu com um pedaço de metal na cabeça do morto que voltava a se levantar e Jinyoung correu para ajudar ela a se levantar. Ele puxou a Yoona até o depósito em que, para a total surpresa dela, Hari ─ a capitã do time de arco e flecha ─ esperava eles enquanto mantinha seu arco em mãos e atirava em qualquer morto que chegasse perto.

Assim que eles entraram, Yoona ouviu a porta fechando e fechou os olhos, respirando fundo. A situação ainda era perigosa, ela ouvia todos os mortos do lado de fora da porta e o choro dentro do depósito, e não sabia o que fazer. Ela só abriu os olhos novamente ao tomar um susto quando sentiu seu corpo ser agarrado.

─── Obrigado, obrigado. ─── Jinyoung sussurrou no ouvido dela enquanto a abraçava. Ela piscou algumas vezes antes de abraçar ele de volta, aliviada por pelo menos isso ter dado certo. Quando ele abraçou ela mais forte, tomado pelas emoções do momento, ela gemeu de dor ao sentir a dor nas suas costas se mais forte. ─── Desculpa! Nossa, eu esqueci. Me desculpa! ─── Ele soltou ela no mesmo instante, dando um passo pra trás. ─── Você quer um remédio? Uma água?

─── Tá tudo bem. ─── Ela tentou assegurar ele de que não tinha problema, mas seu rosto não conseguiu esconder a maneira como toda a corrida e aquele aperto tinham feito a dor retornar e tinham feito o efeito do remédio parecer se tornar quase nulo. ───Obrigada, Daesu. ─── Ela virou para o amigo, que tentou responder com um pequeno sorriso, mas por fim deu apenas um aceno de cabeça antes de andar até Cheongsan.

─── Cheongsan... Sinto muito. Eu não sabia que era sua mãe. Sinto muito. ─── Ele disse, de cabeça baixa.

Yoona desviou os olhos quando viu Cheongsan escorregar até cair sentado, sabendo que não devia encarar um momento como aquele. Ela quase sabia como ele se sentia, e sabia que ver sua mãe como um zumbi sendo espancada por seus amigos ─ que só tentavam se proteger ─ devia ser quase tão ruim quanto ouvir ela ser atacada e não poder fazer nada.

Ao seu lado, ela viu Taewon encostado na parede, com as mãos no rosto e a mochila perdida em um canto ao lado dele. Yoona se aproximou devagar, incerta do que fazer e do que ele estava sentindo. Ela apertou os lábios em uma linha ao chegar na frente dele, colocando a mão no ombro dele. ─── Taewon? ─── Ela chamou baixinho.

Quando ele não se mexeu, ela levantou suas mãos até as mãos dele. Ao sentir nenhuma relutância por parte dele, ela puxou as mãos dele delicadamente para poder ver o rosto dele, mas só sentiu seu coração apertar ao ver as lágrimas cobrindo o rosto dele. ─── Taewon.. ─── Ela sussurrou, sem saber o que fazer.

Quando ele voltou os olhos vermelhos, irritados pelo choro, na direção dela, Yoona se aproximou mais um pouco e puxou os pulsos dele para que ele se aproximasse mais. Assim que seus corpos estavam perto, ela passou os braços pela cintura dele e abraçou o moreno. Ela levou uma das mãos até o cabelo dele para acariciar os cachos macios de Taewon. ─── Eu tô ficando cansado disso tudo. ─── Ele sussurrou, com a voz falha.

─── Eu sei. ─── Ela sussurrou, apertando ele e ignorando a dor em suas costas. Ver Taewon chorar doía ainda mais.

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