CAPÍTULO DEZOITO

   Saio do quarto e me deparo com a porta de Jeongguk fechada, ele não saiu desde da nossa discussão. Balancei a cabeça jogando esses pensamentos de lado, ele que está sendo um babaca de repente. Manda eu sair com Suho, vem cantarolando o caminho inteiro da festa para cá que eu e Suho fomos feitos um para o outro e entre várias coisas. Para fazer birra agora?

— Vocês nasceram para ficar juntos — Ele me falou, seus olhos não conseguiam focar em mim.

— Não me parece certo assim como você fala. — Falei decepcionada, Suho me beijou e eu fiquei sem reação na hora. Pensei em jogá-lo longe, mas não o fiz.

Ver Jeongguk falar isso é decepcionante, eu queria ele. Ficar com ele, conversar com ele. Mas ele insiste em agir como se fosse meu cúpido, não é assim que eu o vejo.

— Vocês são certos, destinados. — Falou rindo, mas então ele parou de repente. — Mesmo que eu queira que não fossem.

Arrumei minha bolsa, com as coisas do balé e o básico. Escuto meu celular tocar e vou correndo buscá-lo. Era o dono do restaurante.

— Bom dia! — Cumprimentou-me, mas antes que eu pudesse responder ele falou. — Hoje não irei abrir o restaurante, não precisa vir.

— Ah, ok! — Falei, ele desligou. Eu olhei em volta sem saber o que fazer, Eliza mandou-me ficar em casa e me resolver com Jeongguk. Mas ele é impossível!

Olho para minha mochila e suspiro, pego meu celular e logo de cara eu vejo uma mensagem do Suho me chamando para sair. Olho para o corredor dos quartos, então acabei mandando um "não posso, vou usar esse dia de folga para treinar com o Jeongguk." E depois de ficar encarando o celular por mais alguns segundos decido acrescentar um "na verdade, acho melhor paramos de sair." Deixo o celular de lado, vou para cozinha e faço o café da manhã. Alguns segundos depois, Jeongguk sai usando uma calça verde escura, um moletom sem capuz preto.

Ele resmunga alguma coisa, mas então seus olhos encontram os meus. Sua cara é de espanto e supresa, eu aponto para o browne.

— Pensei que tinha ido trabalhar. — Falou envergonhado, ele se aproximou. Pegou um pedaço do browne e sai de perto de mim.

— O proprietário falou que não íamos abrir hoje. Eu pensei que podíamos usar esse dia para treinarmos.

Ele não me olha, senta-se no sofá. Eu estou prestes a tacar o meu copo com suco na sua cabeça, fecho os olhos e respiro fundo.

— Jeon...

— Não estou no clima para ensaiar agora, Lalisa. — Fala secamente, abro os olhos e o encaro.

— Temos que ensaiar, precisamos. Se não estamos fora da peça!

Ele suspira.

— Eu sei, mas não hoje. Por favor, estou cansado.

Cansado de que? Acabou de acordar, moleque.

Levanto antes que de me estressar, precisamos resolver isso antes que eu fique desempregada. Fui para cozinha e lavei o que eu sujei, Jeongguk apareceu logo depois e lavou o que ele sujou. Que para ser sincera nem vi que ele tinha pegado um suco e um prato.

— Vou sair, se eu voltar e você estiver aqui a gente passa a coreografia. — Falou, eu olhei para ele. — Preciso esvaziar a cabeça, sinto que vou surtar. — Admitiu.

Eu assenti, ele se virou.

— Está bem. — Falei, mas saiu como um sussurro.

Fui para sala, ele parou no corredor e voltou para mim.

— Você quer ir? — Chamou-me. Ir com Jeongguk para seja lá onde fosse não me parecia uma má ideia, podia usar isso para falar com ele e resolver seja lá o que está nos fazendo ficar discutindo que nem duas crianças mimadas.

— Vamos! — Levantei-me esperançosa, ainda temos chances de consertar as coisas. — Mas para onde?

— Que tal o parque de diversões?

— Pode ser.

Entrei no meu quarto e tiro aquele uniforme ridículo, coloquei um short jeans e um blusão. Jeongguk me esperava sentado no sofá, ele estava com a mesma roupa só tinha colocado um boné. Quando me viu levantou, pegou as chaves do seu carro e colocou o celular no bolso.

Peguei uma bolsa e coloquei minha carteira e celular, dei uma espiada no celular antes de jogá-lo na bolsa. Consigo ver que tem uma mensagem de Suho, mas não me importo.

🩰

O parque estava supreendentemente vazio, acho que é porque ainda é quinta feira. Jeongguk pega no meu braço e me guia pela pequena multidão, ainda não tínhamos falado nada um com outro desde do "pode ser".

— Boa tarde! — A atendente disse, Jeongguk tirou a carteira do bolso. — Duas pulseiras?

— Isso. — Confirmou, ela escreveu alguma coisa no computador.

— Deu 60, na promoção de casal. — Falou sorrindo, Jeongguk assentiu e deu-lhe o dinheiro. — Aqui as pulseiras.

Jeongguk pegou-as e me puxou para longe dali, sem falar nada ele colocou uma pulseira no meu braço. Tomei a outra e coloquei em sei braço, estávamos em silêncio. Mas não era aquele silêncio constrangedor, era um silêncio bom.

Ele olhou para os brinquedos e depois para mim, meu coração saltou esperando ele me perguntar qual deveríamos ir primeiro. E como se ele pudesse ler minha mente apenas olhando nos meus olhos, ele disse:

— Qual você quer ir primeiro?

Um sorriso involuntário surgiu no meu rosto, virei-me olhando para todo o parque e apontei para montanha russa. Jeongguk sorriu e me encarou surpreso.

— Montanha russa logo de cara? — Falou sorrindo, assenti e o puxei animada para a pequena fila do brinquedo.

Cumprimentamos o moço que trabalhava lá e sentamos no brinquedo, colocamos o cinto e logo a outra proteção foi colocada. Jeongguk pegou na minha mão assim que o brinquedo começou a andar, é inegável o jeito que ele faz eu me sentir especial e como faz meu coração saltar.

O brinquedo teve sua primeira descida e um frio na barriga me percorreu, então ele voltou a subir e desceu novamente. Logo em seguida ficamos de cabeça para baixo e gritamos em uníssono, no final saímos bambos e gargalhando. Nem me lembrava o como estamos discutindo nos últimos dias e a raiva que ele me dava, era como antes. Como se tivéssemos apertado um botão de repente e voltado a ser eu e ele.

Fomos em um brinquedo atrás do outro, quando a fome bateu entramos no pequeno restaurante do parque e comemos. Não deixamos de conversar nem por um segundo, nossa conversa era leve e divertida. Ele fazia piadas e caretas, enquanto eu gargalhava. Ele ria das minhas histórias vergonhosas e era apenas isso.

— Temos que esperar trinta minutos para ir em qualquer outro brinquedo. — Falei, ele deu os ombros.

— Conte-me outra das suas histórias divertidas. — Pediu, ele pensei em o que contar. Então me lembrei de Rosé e sua gravidez.

— Ah! Minha amiga está grávida. — Contei-lhe, ele arregalou os olhos e sorriu. — Eu juntei-os um tempo atrás, ela tinha um penhasco por ele e eu dei um empurrãozinho.

— É? Como foi isso? — Ele realmente parecia interessado, o que era raro de se ver. Me ajeitei na cadeira.

— Bom, quando eu era mais nova aprendi fazer um bombom. Aí no dia dos namorados eu dava para duas pessoas e por coincidência elas ficavam juntas posteriormente. — Contei, ele arregalou os olhos. Eu sorri empolgada. — Então eu os apelidei carinhosamente de bombom do amor.

Ele riu.

— Então você é a cúpida? — Indagou, eu assenti.

— Viu, por isso não preciso de cúpido. Eu sou a minha própria cúpido. — Falei brincalhona, ele riu. — Mas então eu fiz para eles, pedi para Rosé comer um e dar o outro para ele. E advinha.

— Eles começaram a namorar. — Falou, estralei os dedos.

— Depois disso não se desgrudaram mais, mamãe costuma me chamar de cúpido.

— Incrível. — Ele falou com sinceridade, eu estava orgulhosa. — Eu também junto alguns casais.

Arqueei uma das sobrancelhas.

— Ah é? — Falei, ele assentiu. — Me conte sobre um.

— Minha irmã e meu melhor amigo, eles são como o sol e a lua. — Falou rindo, eu sorri. — Opostos que se completam, sem um dos dois o mundo entraria em colapso.

— Uau.

— É, mas minha irmã consegue ser fria quando quer. O que é o oposto dele que é caloroso, ela precisava disso. — A admiração e a felicidade era evidente em seu rosto. — Então intencionalmente eu comecei a sair com ambos, fazendo-os se conhecer. No início foi difícil, mas depois eles se tornaram melhores amigos. Então eu chamei para ir atirar flechas comigo e boom.

Eu ri.

— E viveram felizes para sempre. — Falei em tom cômico, ele piscou.

Ficamos um tempo em silêncio até levantamos e começamos a dar uma volta pelo parque, tomamos um soverte e depois voltamos a ir em todos os brinquedos. Repetimos com toda certeza a montanha russo e ao escurecer fomos na roda gigante, pra ser sincera é um brinquedo bem chato e lento. Mas a vista dali é tão linda. Quando chegamos no topo, Jeongguk tirou uma foto minha.

— Faz tempo que não me divirto assim, devia sair mais vezes para parques. — Falei olhando o parque de cima, Jeongguk estava sentado na minha frente.

— Deveria mesmo. — Concordou baixinho, olhei para ele.

— Eu não vou mais sair com o Suho. — Contei-lhe. Ele franziu o cenho, não sei porque contei. Eu apenas senti necessidade.

— Por que? — Indagou, eu suspirei.

— Não combinamos nada, não nos completamos e nada. Não iria pra frente. — Dei os ombros, ele ainda me encarava.

— Tem certeza disso? — Indagou, eu olhei no fundo dos seus olhos.

Tenho absoluta certeza, é você quem combina e me completa.

— Uhum, não vale a pena insistir nisso.

A roda gingante deu mais duas voltas, saímos em silêncio. Quando estávamos indo embora começou a chover, eu e Jeongguk corremos. Ele pegou minha mão e me levou para debaixo de uma árvore. A chuva não passava de maneira nenhuma, ele suspirou.

— Droga. — Falou, ele encostou na árvore. Fiquei olhando a pista deserta e senti vontade de dançar, estendi a mão para Jeongguk. Ele me olhou confuso.

— Vamos passar a coreografia. — Ele olhou em volta, eu sei que é loucura.

— Aqui? Agora? — Perguntou hesitante, eu assenti.

Mesmo sem entender muito bem ele pegou minha mão, eu fui para a pista vazia e me afastei. Comecei com os meus passos, ele me olhou e entendeu o que eu queria. Então se aproximou lentamente, Tina olhou Kai pela primeira vez. Eles rondaram enquanto se encaravam, se aproximaram cuidadosamente.

Então eu passei minha mão delicadamente pelo rosto de Jeongguk, o primeiro contato de Tina e Kai. Me afastei e fiz minhas piruetas, então a chuva se intensificou. Kai e Tina correram um para o outro, ele me pegou e me colocou no alto. Descendendo-me lentamente, nossos olhos estavam fixos um no outro. Nos afastamos mais uma vez, como se estivéssemos assustado com tamanha conexão.

Kai tentou seduzir Tina com sua dança, Jeongguk girou e estendeu a mão. Fui até ele e dançamos com nossos corpos colados, nem parecendo que erramos esses simples passos a semana inteira.

Jeongguk me girou e então encostamos nossas mãos, Jeongguk pegou na minha cintura e me girou no ar.

Ofegantes e encharcados concluímos a coreografia, toquei no rosto de Jeongguk e ele puxou-me para um beijo lento e molhado.

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