ㅤㅤㅤㅤ☀︎︎˒ ›ㅤ𝗶𝗶𝗶. a torre de relógio

❛ é o meu lugar de conforto ❜

⁔︵᰷𖥻⃪᳟ٗ🌫ᨘܱ 1.03 ━ a torre de relógio
hill house - vol. 1

Derry, Maine3:37PM

Depois de seu encontro com Bill Denbrough, a garota loira seguiu seu caminho na direção de um dos lugares que mais amava em Derry: a torre de relógio que ficava ao lado da Biblioteca Pública de Derry. A garota se desviou do caminho apenas para passar no mercado e comprar algo para comer já que sempre carregava dinheiro em seu sutiã ao usar vestido, como naquele dia.

Seu refúgio era um lugar um pouco “assustador” por fora por causa de sua aparência abandonada, e muitos têm medo de pisar na torre por acreditarem que irão cair. Mas aquele é o único lugar no qual Elizabeth se sente sozinha da melhor maneira possível.

A jovem Hill tinha o costume de passar por dentro da biblioteca para checar algum livro que ela queira ler ou os novos que chegavam algumas vezes por ano, então foi para lá que ela inicialmente seguiu o caminho.

Foi cumprimentada pela bibliotecária assim que entrou no local, então fez o mesmo com um sorriso no rosto.

Elizabeth foi até a prateleira com os livros de mistério, checando as capas e os primeiros capítulos dos que mais chamaram sua atenção. Não era comum ter livros muitos livros novos na biblioteca, então nem se preocupou em procurar por eles, ainda mais porque gostaria de sair logo.

Ela havia decidido não levar nenhum naquele momento, iria apenas reler A Identidade Bourne novamente enquanto esperava anoitecer, quando finalmente iria para casa.

Assim que ela se virou para ir até a direção das portas do fundo da biblioteca, onde iria até a torre de relógio, viu Ben Hanscom sentado em uma das enormes mesas da biblioteca, observando um cartão com suas mãos. Ela havia conhecido o novato durante sua primeira semana de aula, foi ela quem o ajudou a conhecer a escola e certos pontos da cidade, e também foi sua primeira amiga.

Elizabeth estava andando pelos corredores à procura do aluno novato. A descrição que ela havia recebido era que ele era mais novo, mais baixo que ela, branco, gordo e de cabelos claros. Era uma descrição bastante específica e que a ajudou a encontrá-lo após virar até o corredor onde ficavam as turmas dos últimos anos.

─── Com licença, você é o Ben Hanscom? ─── A garota perguntou, ao chegar mais perto do menino claramente perdido. Ele se assustou um pouco porque estava de costas para a garota, mas logo se virou.

A expressão em seu rosto mudou para algo mais bobo, e o rubor nas bochechas do menino mostrava que era algum tipo de vergonha, provavelmente relacionada à Elizabeth porque ele alternava seu olhar entre o chão e o rosto da mais alta.

─── Sou. ─── O garoto disse, em uma voz baixa, enquanto encarava o chão. Ela sabia como era ser a garota nova, apesar de todos terem sido mais receptivos com ela por estarem interessados em descobrir coisas, então deu um pequeno toque no braço do garoto, fazendo ele olhar pra ela.

─── Eu sou Elizabeth.. Hill. ─── Ela disse se apresentando e sorrindo, esticando sua mão para cumprimentar o garoto. Ele segurou a mão dela de volta, mostrando educação, e logo soltou sentindo sua bochecha esquentar um pouco. ─── Vamos conhecer a escola, Ben? ─── Ela perguntou, vendo o garoto assentir.

Alguns dias depois de se conhecerem, ele disse para Elizabeth que achava que estava gostando dela, porque a garota o encorajava a dizer o que sente, mas percebeu pouco mais tarde que estava confundindo os próprios sentimentos. Isso não foi algo que afetou a amizade dos dois, eles sequer se lembravam disso, e continuaram se encontrando na biblioteca e conversando em horários livres que se encontravam.

Elizabeth viu que o garoto estava pegando um cartão, então se aproximou com cuidado para ele não a ouvir ou a ver chegando. ─── Cabelos de fogo... ─── Ela sussurrou quando chegou do lado do garoto e conseguiu enxergar as primeiras palavras escritas, vendo ele se assustar e esconder o cartão.A loira deu uma risada enquanto arrastou uma das cadeiras na mesa para se sentar ao lado de Ben. ─── O que é isso, Ben?

─── Oi, Eliza. ─── O garoto disse, com suas bochechas tão vermelhas quanto no dia em que conheceu sua amiga e em um tom de voz tímido. A garota sorriu ao ser chamada pelo apelido que mais gosta, provavelmente era o único que gostava, e se inclinou para frente, apoiando seus cotovelos na mesa e a parte debaixo de seu rosto na palma de suas mãos.

─── E então... ─── A garota perguntou, sugestivamente enquanto movia seus olhos na direção do cartão, que havia sido escondido do pior jeito entre algumas páginas de livros. O garoto fingiu que não entendeu do que a amiga estava falando, mas então ela levantou as duas sobrancelhas, algo que Ben interpretou como "Posso ficar aqui o tempo que precisar". E ele havia entendido certo.

─── Você já gostou de alguém? ─── Ele perguntou, fazendo a garota piscar os olhos algumas vezes, algo que ela fazia quando estava tentando entender algo, uma mania que ela tinha adquirido de Maya.

Elizabeth imaginou o caminho que aquilo seguiria, então ajeitou sua pose na cadeira e encarou seu amigo, um pouco mais séria.

─── Como assim, Ben? ─── A garota perguntou, inclinando sua cabeça um pouco para o lado. Ela imaginava que o garoto estaria gostando de alguém, então estava tentando pensar em todas possíveis coisas que ele diria e formulava suas respostas do melhor jeito possível. O garoto abriu a boca para falar, mas ouviram alguns gritos fora da biblioteca e encararam na direção da rua.

Os integrantes do Clube dos Otários estavam descendo a rua em suas bicicletas, e Elizabeth conseguiu ver Bill Denbrough em primeiro. A garota deu uma risada baixa enquanto olhava o grupo de amigos seguindo seu caminho, sem perceber que seu amigo reparou no olhar da garota grudado no mais velho do grupo desde o momento em que ouviram os gritos até o momento em que ele desapareceu de suas vistas.

Aquela pequena reação prendeu a atenção de Ben.

Os poucos que tinham a sorte de conhecer Elizabeth sabiam de sua dificuldade em identificar seus próprios sentimentos, mas sabiam que ela os demonstrava nos mínimos detalhes ─ e realmente pequenos. Aquilo foi uma pequena resposta para a pergunta que o menino havia feito, e obviamente Elizabeth não havia reparado nisso, especialmente por estar mais preocupada encarando um dos membros do grupo.

A garota pareceu sair de um pequeno transe quando o grupo sumiu da visão de onde estavam, porque se virou rapidamente para o seu amigo, esperando ele explicar o que havia dito anteriormente. ─── Quer dizer... Muitos já tentaram te conquistar, não é? ─── Ele perguntou, em um tom mais baixo.

─── Bem, não sei exatamente. ─── Ela fez uma expressão confusa enquanto franziu suas sobrancelhas. Ela não se lembrava de ninguém tentando a conquistar ou se aproximar dela romanticamente. O único garoto que já declarou que gostava dela foi Ben, mas ele admitiu que estava apenas confuso quando isso aconteceu, e o único que se aproxima é o idiota de Henry Bowers. Então, não. ─── Sinceramente? Acho que não.

─── Era isso que você estava fazendo? ─── Elizabeth falou novamente, após alguns segundos de silêncio entre ela e seu amigo. Ben a encarou um pouco, logo percebendo que ela estava se referindo ao cartão. ─── Estava tentando conquistar alguém? ─── O menino assentiu, com os olhos grudados na mesa. A loira sorriu e pediu para ver o cartão, que ele entregou após poucos segundos.

"Cabelos de fogo, como brasas no inverno.
Meu coração queima."

─── Isso ficou uma graça. ─── Ela disse, ainda encarando o cartão e soltando uma risada baixa. Ben sempre foi uma pessoa fofa em relação à coisas que envolviam sentimentos e/ou outras pessoas. Ela sempre imaginou o que ele faria quando gostasse de alguém de verdade. A criatividade do garoto o ajudava em momentos assim, já que tinha um grande talento para poemas e textos diversos. ─── E pra quem você escreveu isso?

─── Beverly. ─── O menino sussurrou, tão baixo que ela nem imaginou ter ouvido certo. A garota não sabia exatamente o que comentar sobre isso, porque nunca tinha visto os dois conversando, mas Ben gostava da Marsh e isso era tudo que importava. Claro que a opinião de Elizabeth também contava, seu amigo sempre deixou claro que se importava com isso, mas ela gostava de Beverly e sabia que ela era uma boa pessoa.

Um barulho alto na mesa assustou os dois amigos, mas era apenas a bibliotecária colocando o livro na mesa de Ben. ─── Achei. ─── A mulher mais velha disse, antes de alternar seu olhar entre os dois amigos e se retirar daquele espaço, indo até as últimas estantes para organizar alguns livros.

─── O que é isso? ─── A garota perguntou, se inclinando para ler a capa do livro. Ele havia pedido por um dos livros sobre a história de Derry, algo que a garota sabia que ele fazia desde a mudança, porque foi algo que ela também fez no começo, e ainda faz porém com livros de outras temáticas.

Elizabeth gostava de ler porque entrava em um outro mundo, de repente ela não era Elizabeth Hill, ela era a pessoa protagonista da história e estava passando por tudo aquilo dentro do livro. Até mesmo tiveram momentos em que a garota precisou de um certo tempo para distinguir o mundo real do universo do livro.

A menina já passou diversos minutos observando as coisas à sua volta de uma maneira totalmente desconfiada após ler um romance distópico de Margaret Atwood.

─── Eu estou estudando a história de Derry. ─── O menino disse, começando a abrir o livro. Nunca teve o maior interesse nos livros da história da cidade, apesar de imaginar que teria que os ler para descobrir mais sobre a Coisa, então Elizabeth encarou o enorme relógio na parede da entrada da biblioteca e percebeu que estava ficando um pouco tarde.

─── Está ficando tarde. Tenho que ir, Ben. ─── A garota disse, afinal queria ficar um tempo na torre e poderia encontrar seu amigo outro dia, algo que com certeza fariam considerando que estavam de férias. ─── Vai dar tudo certo. ─── Ela disse, com um sorriso suave nos lábios, enquanto apertou o ombro de seu amigo levemente, como quando fazem ao tentar afirmar que iria ficar tudo bem.

Sempre se preocupou sobre quando isso aconteceria, quando Ben iria finalmente se apaixonar. Ela sempre teve medo de magoarem seu amigo, mas pelo que conhecia de Beverly, e pelo que havia passado, sabia que a garota não faria isso mesmo que o sentimento não fosse recíproco.

Pelo menos era o que a garota esperava.

Elizabeth seguiu seu caminho e foi até a porta de trás da biblioteca, onde passou por um enorme corredor cheio de caixas empoeiradas e velhas, até finalmente sair. Ela andou até a torre do relógio, chegando em questão de segundos, e abriu a porta de trás. Nunca se preocupou em trancar, tanto por ser propriedade de Derry quanto pelo detalhe de nenhuma pessoa entrar lá.

O primeiro andar da torre tinha algumas mesas e armários, ela imaginava que era onde alguns trabalhadores da cidade guardavam suas coisas, e algumas pequenas janelas eram cobertas por panos rasgados. Tinha uma escada no canto direito da torre, que levava até os outros andares e até o topo, e foi para lá que a menina seguiu.

Elizabeth parou logo no terceiro andar, que ela havia decorado alguns meses antes. Não era nada demais, apenas tinha limpado o lugar (assim como fazia com os outros andares onde ela passava) e colocado algumas decorações. Havia um sofá velho no primeiro andar, um simpático homem que trabalhava na biblioteca ajudou ela a colocá-lo no terceiro andar, e também a contou que a torre era uma espécie de depósito para alguns moradores antes de ficarem assustados demais para entrar lá.

A loira havia limpado o sofá e o forrado com um lençol limpo, sempre sendo trocado, e também colocou uma das mesas do segundo andar ali. Ela pediu ajuda do mesmo homem para levar uma poltrona de sua casa até a torre, porém não o deixou entrar na casa e a retirou ela mesma, apesar de ter tido dificuldade.

Ela colocou essa poltrona na frente de uma janela naquele andar, que dava a visão da biblioteca, da rua e de alguns lugares de Derry. Haviam também pequenas caixas encostadas nos cantos das paredes, algumas estavam com algumas peças de roupa de Elizabeth.

Quando se sentia muito insegura em sua casa, era lá onde a garota ia. Ela passava a noite e dormia na torre de relógio, algo que se tornou mais frequente após o desaparecimento de George.

Provavelmente era ali onde passaria a noite naquele dia.

Ela andou até a poltrona e se sentou na mesma, colocando a pequena sacola que carregava em seu colo e retirando dela um pequeno pacote de biscoitos que havia comprado no caminho para a biblioteca. Sabia que não seria o suficiente mas era o que teria até tomar coragem de voltar para sua casa e tentar fazer algo decente, se certificando de passar no mercado para comprar os ingredientes necessários caso suas comidas tenham realmente “desaparecido”.

O que estava acontecendo em Derry parecia ser irreal e parecia que tinha saído de um filme de terror e de fantasia, afinal em que lugar uma Coisa, provavelmente em forma de palhaço, sairia caçando crianças indefesas? Claro que não era impossível quando se tratava de pessoas, mas nunca imaginou que algo além faria isso, porque a Coisa não era humana, apesar de não duvidar que muitos seriam capazes de fazer as mesmas coisas.

Elizabeth já havia terminado de comer seus biscoitos e agora estava encostada no canto da parede ao seu lado. A menina estava quase se entregando ao cansaço quando viu Ben sair da biblioteca, ela decidiu que iria ir atrás dele para o acompanhar até sua casa e, talvez, seguir até a sua. Era uma boa ideia ter uma companhia por algum tempo antes de ter que se ver sozinha novamente em sua casa, apesar de não ter muito certeza dessa parte.

A loira se levantou e passou os dedos entre os fios dos seu cabelo, tentando o deixar mais organizado e apresentável. Ela tombava sua cabeça um pouco ao fazer isso, e em um desses momentos acabou virando seu olhar para onde Ben estava, agora vendo que ele estava mais longe e sendo segurado pelos amigos de Henry.

─── Mas que merda! ─── Elizabeth reclamou, enquanto descia as escadas correndo para sair logo da torre. Ela não fazia a menor ideia do que Bowers estava fazendo nessa área durante esse horário, normalmente estaria mais para o lado da escola, afinal esse era mais um dos motivos para Ben preferir ficar na biblioteca.

A garota correu para tentar alcançar os cinco, sabendo que eles não haviam notado sua presença e que não demoraria muito para os alcançar, já que correr sempre foi um dos seus fortes. Eles seguiram até uma das pontes de Derry, um lugar mais afastado das casas. E então só pararam quando começaram a arrastar Ben até uma das cercas ao lado da rua, ao mesmo tempo que levantavam a camisa do garoto.

Elizabeth chegou perto no momento em que Patrick Hockstetter usou um spray e um isqueiro para assustar o amigo da garota, fazendo as chamas do fogo chegarem perto de seu rosto. ─── Dá pra vocês pararem? ─── A garota gritou irritada, tentando ir até Ben, mas um dos garotos entrou em sua frente para a impedir. ─── Qual é o seu problema, Bowers? ─── Ela perguntou, franzindo suas sobrancelhas e virando sua cabeça para conseguir encarar o garoto ao qual estava se referindo.

Em um momento normal, se é que Henry Bowers tivesse algum momento assim, ele teria provocado Elizabeth e ela teria ficado ainda mais irritada. Porém ele não fez isso, então a garota ficou ainda mais preocupada ao ver ele a encarar com uma expressão séria.

─── Segura ela. ─── A voz de Henry pôde ser ouvida por todos ali, e logo Belch Huggins seguiu na direção da garota e a segurou. Ela começou a se debater para tentar se soltar, fazendo o outro garoto segurar ela com mais força ainda.

As sobrancelhas de Elizabeth estavam se apertando contra a outra, enquanto ela sentia sua respiração se tornar cada vez mais desregulada e rápida. Ela queria se soltar e proteger Ben.

Ela tinha que fazer isso.

─── Soltem ela! ─── Ben gritou, tentando sair de perto dos três garotos na frente e ir até sua amiga que estava sendo segurada pelo último integrante do grupo.

Naquele exato momento um carro passou ao lado deles, fazendo os dois amigos gritarem ainda mais pedindo para os ajudarem, mas o carro simplesmente seguiu reto. O coração dos dois bateu ainda mais rápido ao verem um balão vermelho surgindo dentro do carro enquanto ele ia embora.

Elizabeth não sabia, mas naquela tarde ─ um pouco depois dela sair da biblioteca ─ o palhaço e seu balão vermelho também haviam aparecido para seu amigo.

Os movimentos de Elizabeth se tornaram ainda mais desesperados quando ela viu Henry Bowers socar o rosto de seu amigo. Ela não entendia como ele conseguia ser assim, Ben era só uma criança e ele nunca fez nada de mal a ninguém, muito menos ao Bowers.

O garoto parou de bater no rosto do menino apenas para segurar o mesmo com duas mãos e se aproximar, com a mesma expressão que estava assustando até mesmo Elizabeth. ─── Então, novato. Essa aqui a gente chama de ponte do beijo. É famosa por duas coisas: beijo na boca... ─── A menina revirou os olhos enquanto via um dos amigos de Bowers começar a fazer barulho de beijo ao lado de seu amigo. ─── E nomes escritos.

A garota passou a encarar o menino que estava falando. Entendeu o que ele queria dizer quando pegou uma faca do bolso.

─── É melhor você rezar pra não aparecer no meu caminho depois disso, Bowers, ou eu juro que vai se arrepender! ─── Ela gritou ao ver o outro começar a cortar a barriga de seu amigo, enquanto tentava se soltar com ainda mais força. A voz da garota se tornava ainda mais fina a cada grito que soltava, como se não conseguisse expressar suficiente a força dos sentimentos que estava sentindo. ─── Me solta!

Elizabeth não aguentava mais ouvir os gritos de seu amigo, até que Bowers parou de cortar a barriga apenas para gritar contra o rosto do garoto. Todos, incluindo a britânica, se surpreenderam ao ver Ben chutar a barriga do garoto em sua frente de uma maneira que desse impulso para ele cair no pequeno morro atrás da cerca em que estava encostado.

A garota aproveitou daquele momento para dar uma cotovelada na costela do garoto que estava a segurando por trás, correndo até a cerca e a pulando. O vestido que ela havia decidido vestir naquela manhã estava cheio de terra e folhas por causa da queda, mas aquilo era sua última preocupação.

─── Pega eles! ─── Ela ouviu a voz de Bowers gritar, fazendo com que ela começasse a correr até o seu amigo. Ben estava parado enquanto a esperava perto de uma árvore um pouco a frente de onde haviam caído, mas Elizabeth fez um gesto para que ele voltasse a correr, e foi isso que ele fez enquanto era seguido pela garota.

A sorte dos amigos foi a faca de Bowers ter sumido entre as folhas depois da queda, porque foi por esse motivo que ele mandou apenas dois dos seus amigos irem atrás da dupla enquanto mandou o outro o ajudar a procurar.

Belch, o garoto que estava a segurando minutos atrás, foi um dos que estavam atrás deles, e isso poderia tranquilizar Elizabeth já que o garoto é o mais desajeitado daquele grupo, mas Patrick Hockstetter também estava atrás deles, e todos sabiam que ele conseguia ser tão psicopata quanto Henry Bowers.

Elizabeth alcançou seu amigo em questão de poucos segundos, então o puxou pelo braço para o ajudar a correr mais rápido, já que teriam que despistar os garotos logo para tentarem dar um jeito na ferida de Ben.

Ao entrarem mais naquele bosque, os amigos perceberam uma trilha que levava até o riacho perto da saída de esgoto de Derry.

Aquela trilha era a melhor solução para eles, já que sabiam que não tinha como os dois garotos que os perseguiam descobrirem que eles haviam seguido aquele caminho. Eles teriam que, no máximo, se separar.

E foi exatamente isso que eles fizeram. Enquanto Belch continuava a seguir o caminho pelo bosque, Patrick passou a seguir a trilha.

A britânica continuou a segurar a mão de seu amigo ao passo que corriam pelo riacho e tentavam desviar das pedras ─ e enquanto tentavam achar uma saída dali e despistar Patrick. Não sabiam que era ele quem estava atrás deles naquele momento.

Era um momento de enorme tensão entre os amigos porque haviam descoberto que Bowers realmente era capaz de mais do que eles imaginavam.

Elizabeth não sabia no que pensava naquele momento. Não sabia se pensava em seu amigo machucado, em fugir do garoto que possivelmente ainda estava os perseguindo ou se pensava em algum jeito de tirar Bowers do seu caminho e de Ben.

Aqueles acontecimentos fizeram ela mudar sua antiga dúvida "ela estava segura em sua casa?" para "ela estava segura em Derry?"

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