ㅤㅤㅤ ꖛ ⩄ ՚ 𝖢𝖠𝖯𝖨𝖳𝖴𝖫𝖮 𝖴𝖬

A MORTE É ROSA · primeira temporada
capítulo um : o início é rosa

CHOI HANA ESTAVA COM A aparência impecável, como sempre estava. Os fios lisos de seu cabelo escuro estavam perfeitamente arrumados, a maquiagem leve deixava sua pele ainda mais linda e o gloss destacava seus lábios. Ela andava pelos corredores de Hyosan High em passos leves e espalhando sorrisos para todos que cruzavam seu caminho, ignorando qualquer sussurro que surgisse.

Ela sabia que todos falavam dela, era uma das consequências de ser tão ativa na comunidade, mas Hana simplesmente não se importava. Ela agradecia quando a elogiavam e prometia que sempre tentaria o seu melhor quando a informavam de suas falhas, mas se lembrava constantemente de que sua própria opinião era a mais importante.

E Hana amava suas qualidades, e sabia como trabalhar bem com seus defeitos.

Quando as pessoas sussurravam pelas suas costas, achando que estavam sendo sutis, ela apenas ignorava. Se não tinham a coragem de dizer frente a frente, principalmente sabendo que ela não levaria para o lado pessoal, então não tinha como ser uma opinião relevante. E, sinceramente, esses sussurros ─ seja realçando suas qualidades ou seus defeitos, ou até inventando novos ─ eram mais constantes até mesmo quando comparados aos elogios cara a cara.

Hana já ouviu pessoas questionando sua inteligência pelo simples fato dela gostar muito de cuidar de sua aparência, mas ela não precisava se provar. Seus professores, e ela, sabiam muito bem da sua capacidade.

Ela seguia com uma das mãos segurando um copo de café e a outra segurando uma garrafa térmica, cheia de chá de camomila. Chá quente, porque Choi Hana gostava do conforto do calor do chá em comparação com o frio do clima.

Entrando na sua sala de aula, Hana desejou bom dia a todos os colegas, inclusive deu mais um bom dia para a presidente que sequer estava ouvindo, e seguiu até a carteira de sua melhor amiga. Wang Yihan estava largada na carteira, com o rosto virado para a direita ─ na direção da porta ─ e os cabelos desbotados, que antes tinham sido tingidos de um azul tão escuro que era possível quase confundir com preto, jogados para o lado esquerdo.

Hana se abaixou até ficar na altura do rosto de sua amiga, as íris escuras da outra garota escondidas pelas pálpebras fechadas. ─── Bom dia, Han.

Os olhos de Yihan se abriram, o mal humor matinal escancarado na sua expressão, e encontraram o sorriso doce de Hana. ─── Pra quem? ─── A voz saindo mais rouca pelo sono, e a garota voltou a fechar os olhos. Hana deu uma pequena risada, se levantando mais uma vez e colocando o copo de café na frente do rosto da amiga. Ela deu um soquinho leve na mesa, em frente ao rosto de Yihan para chamar a atenção da amiga mais uma vez.

Yihan abriu apenas um olho dessa vez, levantando o rosto na mesma hora que viu o copo. Enquanto tomava o café como se sua vida dependesse disso ─ e na cabeça dela dependia ─, a chinesa murmurou um agradecimento que saiu totalmente embolado, já que ela não parou de beber o café.

Hana riu mais uma vez, passando para o outro lado da amiga e se sentou na carteira grudada na de Yihan. ─── Você lembrou de fazer a lista de álgebra? ─── A morena perguntou, pendurando sua mochila na cadeira depois de pegar os materiais que precisava ─ seu caderno, sua bolsinha e sua agenda.

Não era uma surpresa para todos que conheciam Hana o fato de seus materiais também serem rosa ─ na verdade, eram apenas predominantemente rosa. O material favorito da garota era sua agenda, o desenho da capa sendo um coração espiral com vários tons de rosa.

─── Lóóóógico. ─── Yihan disse, estendendo o "ó" da palavra, antes de pegar e colocar seu caderno e seu livro de álgebra na mesa. Mesmo que sua melhor amiga a lembrasse constantemente dos deveres que tinha que fazer, a chinesa sempre esquecia.

Enquanto sua amiga fazia o dever, Hana abriu sua agenda. Sua lista de tarefas estava quase completa, a única coisa mais urgente e que ela tinha que resolver naquele dia era uma questão do clube de artes da escola, do qual ela era a capitã. Mais tarde ela falaria com a direção.

─── Bom dia, Hana. ─── Ela ouviu uma voz animada falando antes de uma mão bagunçar o seu cabelo. Cheongsan riu quando a morena olhou pra ele com um olhar de raiva. Ele era um dos poucos, se não o único, que recebiam esses olhares da garota, mas seu hobby favorito era irritar seus amigos.

Com os olhos estreitos, como em uma espécie de aviso, mas um sorriso nos lábios, Hana olhou para o amigo. ─── Bom dia, Cheongsan. ─── Um vulto passou por trás do garoto. ─── Bom dia, Onjo! ─── Ela sorriu para a colega que, ao ouvir seu nome, virou na direção de Hana e acenou. ─── Espera. ─── Ela falou para Cheongsan, quando o amigo começou a virar para ir embora. Abrindo o caderno, Hana tirou uma folha branca totalmente escrita. ─── A lista de Álgebra. ─── O garoto abriu um grande sorriso, abrindo a boca pra falar, mas ela fez um gesto com a mão para ele parar. ─── Você pode copiar dessa vez, mas vai estudar álgebra comigo amanhã depois da escola! ─── Ela apontou o dedo, como uma mãe dando bronca.

O sorriso de Cheongsan não diminuiu, na verdade apenas aumentou, quando ele gritou "Você é a melhor, Hana!" enquanto corria para a própria carteira para copiar as respostas. ─── Por que você passa as respostas pra ele e não pra mim? ─── Yihan resmungou, no mesmo tom de uma pessoa mais velha, fazendo Hana rir.

A morena virou na carteira, ficando de frente para a amiga que continuava resolvendo os exercícios ─ e inclusive estava quase acabando. ─── Você é ótima em Álgebra, só é preguiçosa. ─── Ela começou, vendo a amiga fazer uma careta. ─── Cheongsan não se importa de estudar até aprender a matéria, e se ele recusar é só ameaçar chamar a Onjo pra xingar ele que resolve. ─── Ela deu de ombros, vendo e ouvindo Yihan finalmente rir.

O café finalmente fez efeito no mau humor dessa menina, Hana pensou com um sorriso. ─── Justo. ─── Yihan murmurou, continuando sua tarefa.

Hana virou para sua mochila, tirando seu espelho ─ rosa em formato de coração, simplesmente adorável ─ e uma escova de cabelos. Ela colocou apoiou o suporte do espelho em sua mesa e começou a ajeitar seu cabelo, até que os fios ficassem certinhos.

─── Bom dia, Hana. Yihan.─── A morena olhou pra cima mais uma vez, dessa vez encontrando Lee Nayeon.

Nayeon era uma das alunas de Hyosan que moravam no mesmo condomínio fechado que Hana, assim como Namra ─ a presidente da turma. A colega da garota tinha estampado no rosto um sorriso que Hana chamava de "sorriso modelo", um sorriso bem comum no condomínio em que viviam. Praticamente todas as pessoas que moravam lá se preocupavam muito com as aparências.

Apesar de todas as coisas que Nayeon já fez, e disse, na escola, Hana tratava a garota como qualquer outra colega. De verdade, ela tinha esperança de que um dia Nayeon conseguiria ver além do seu próprio mundo.

─── Bom dia. ─── Hana respondeu com um sorriso, enquanto sua melhor amiga apenas resmungou qualquer coisa sem realmente prestar atenção.

─── Você sabe se nessa aula começa a experiência nova na aula de ciências?

─── Que eu saiba sim. ─── Hana respondeu, um pouco confusa já que sua colega raramente se preocupava com o que acontecia nas aulas. Yihan sempre comentava sobre ser surpreendente o fato de Nayeon sempre ficar acima da média, mas muitas das famílias mais ricas contratavam tutores particulares para os filhos.

─── Hm... ─── Nayeon murmurou pensativa, fazendo um bico com os lábios. ─── Tem alguma chance de você convencer ele a deixar os mesmos trios?

Sempre que realizavam um novo conjunto de experimentos na aula de ciências, o professor sorteava trios diferentes para tentar evitar panelinhas ─ já que cada mesa do fundo da sala era ocupada por dois trios. Sinceramente, aquilo só fazia os alunos ─ que já estudavam juntos por um bom tempo ─ se aproximarem ainda mais. No último conjunto que durou pelas últimas semanas, Nayeon foi sorteada com Hana e Jimin, e ficou mais do que feliz com isso.

Depois de todas as aulas da matéria e após realizarem os experimentos, os alunos entregam questionários que, juntos, valiam uma boa parte da nota.

Hana trocou um olhar com Yihan, que sabia exatamente o que a morena estava pensando. ─── Eu não sei como eu conseguiria convencer, Nayeon. ─── Ela fez aspas com as mãos, falando em uma voz simpática. ─── Sinto muito, mas você sabe como ele é. Você pode falar com a presidente, às vezes ele acaba aceitando. ─── Ela apontou para Namra, que ainda estava quieta na sua carteira.

Não era segredo para Hana o descaso de Nayeon em relação a presidente da turma, quase todos da turma ignoravam a colega boa parte do tempo. Hana fazia seu melhor para se aproximar de Namra, principalmente por serem vizinhas, e tentava fazer isso sem ultrapassar os limites dela.

Após quase dois anos tentando, ela tinha conseguido bons avanços. Agora, Namra não se importava mais quando Hana a fazia companhia enquanto caminhavam até a escola, e Hana tinha até mesmo conseguido fazer ela participar do seu clube. Na visão de Hana, o clube era responsável por maior parte dos avanços. Namra não disse nada depois da primeira reunião que participou, então Hana imaginou que a presidente simplesmente não tinha gostado.

Mas, ela estava errada.

Em um dia quando estavam sozinhas na sala, Namra se aproximou e perguntou se poderia ir em mais alguma reunião. De primeira, Hana tinha ficado muito surpresa, mas tentou disfarçar a expressão para não deixar Namra desconfortável. Depois, ela ficou totalmente rendida pelo tom tímido e hesitante da amiga (sim, Hana se recusava a chamar Namra apenas de colega) e deu um grande sorriso dizendo que ela era bem-vinda quando quisesse. Depois daquilo, Namra nunca faltou, nem mesmo em uma única reunião.

─── Obrigada. ─── Nayeon sorriu antes de ir embora, um sorriso mais falso que o de antes. ─── Como se ela fizesse alguma coisa. ─── Ela resmungou ao sair, achando que as duas não iriam ouvir.

Yihan olhou para Hana com os olhos arregalados. "Que vaca!", sua amiga sussurrou, e mesmo Hana, que odiava falar assim dos outros, não deixou de concordar.

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Depois de algumas horas, Hana e seus colegas se encontravam na sala de aula de ciências, prontos ─ ou nem tanto ─ para começarem a nova matéria e o novo experimento. Normalmente os experimentos não eram difíceis, mas justamente por isso o professor condenava qualquer erro nos questionários.

Cada bancada continha seis banquetas, três de cada lado, e eram largas o suficiente para que os trios não se atrapalhassem ─ desde que mantivessem o tom baixo. Os alunos estavam divididos nos trios que tinham sido sorteados da última vez, enquanto ouviam o professor explicando a matéria. Na verdade, ele apenas falava coisas soltas que faziam sentido na cabeça dele. Por isso a maioria dos alunos tinham que recorrer a monitorias, grupos de estudos ou YouTube ─ no caso dos mais ricos, eles recorriam a tutores.

Quando faltavam dez minutos para o fim da aula e do horário letivo, o professor andou até o laptop que deixou aberto em sua mesa e anunciou o início dos sorteios.

Durante cinco minutos, os alunos ficavam conversando sem parar, mas Hana estava encarando o professor. Todos sabiam que ele tinha perdido sua família nas últimas semanas, e Hana imaginava que ele estava agindo de maneira tão antipática por isso. Ele sequer levantou o olhar quando Nayeon começou a discutir com Gyeongsu ─ como ela sempre fazia ─, mas quando o professor terminou o sorteio e levantou o olhar, encontrando o dela, Choi Hana sentiu os mais tenebrosos arrepios de maneira que nunca sentiu antes.

A garota congelou temporariamente no lugar, enquanto o professor virava de costas e começava a anotar os trios sorteados no quadro. Hana engoliu em seco antes de voltar para sua expressão usual e ficar na ponta dos pés, tentando enxergar o seu nome, até que encontrou.

Lee Cheongsan, Choi Hana, Lee Suhyeok ❜❜

Do outro lado da sala, Hana ouviu um grito de felicidade e encontrou Cheongsan fazendo uma dança de comemoração, mexendo os braços em um círculo na sua frente e balançando os pés, fazendo a morena rir. Então ela viu o amigo falar algo com o colega de Hana, Suhyeok, que também faria parte do trio.

Enquanto Cheongsan voltava a comemorar, Suhyeok mexeu seu corpo para olhar na direção de Hana. A garota sorriu para ele, quando seus olhares se encontraram, antes de se virar para sua mesa e começar a guardar seus materiais. Ao mesmo tempo que fechava sua mochila, a morena ouviu o sinal da escola tocar, indicando que o horário escolar tinha, oficialmente, se encerrado durante aquele dia.

Ela colocou sua mochila nas costas e seguiu até a mesa de Yihan. ─── Eu vou procurar o diretor rapidinho, mas eu te vejo amanhã, ok? ─── A chinesa concordou com a cabeça, e Hana deu um beijo na bochecha de sua amiga antes de sair, ouvindo Yihan reclamar dizendo que Hana era muito grudenta. Tudo que a coreana fez foi rir.

Quando ela chegou na porta da sala, ouviu uma voz gritando seu nome. ─── Hana! ─── A morena se virou e viu Cheongsan balançando a mão no ar para chamar a atenção dela ao mesmo tempo que tentava ajeitar sua mochila nos ombros ─ ele falhou miseravelmente, inclusive. ─── Você ainda vai nos meus pais, né?

Seu amigo tinha que gritar para que ela ouvisse, e Hana sabia que teria que fazer o mesmo se quisesse que ele ouvisse sua resposta. Então, ela não gritou. Em vez disso, Hana levantou o próprio celular, indicando que mandaria uma mensagem, e viu Cheongsan levantar o polegar para o ar. Ao passo em que saía da sala, Hana desbloqueou o celular e enviou uma mensagem dizendo que só tinha que resolver uma coisa rapidinho e iria encontrá-lo na saída assim que conseguisse.

Choi Hana não era a única pessoa saindo com pressa da sala, todos os outros estavam ansiosos para sair da escola, como acontecia durante todos os outros dias. O problema era que, dessa vez, por causa dessa pressa, nenhum deles percebeu que Kim Hyeonju ─ que tinha pedido para ser acordada no fim da aula ─ ainda estava em um sono pesado no fundo da sala.

E essa seria a causa de tudo.

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Inspira, expira. Inspira, expira.

Choi Hana manteve os olhos fechados enquanto repetiu a sequência pela última vez. Quando sentiu seu corpo relaxando, seus batimentos voltando ao normal, e a pequena dica do início de uma enxaqueca indo embora, ela abriu os olhos e trouxe a expressão leve de volta para seu rosto.

De volta ao normal, a morena voltou a andar e seguiu o caminho até a saída da escola. Ela tinha ido até a sala do diretor, para tentar resolver o problema com o seu clube de artes, mas ele não estava lá. De novo.

A essa altura, Hana tinha certeza que era de propósito. Faziam dias que ela tentava encontrar uma brecha para conversar com o diretor, mas ele nunca estava disponível, e Hana sabia que ele não estava tão ocupado assim. Se fosse o início ou final do período letivo, tudo bem, porque normalmente a organização de tudo era mais pesada ─ e mesmo assim Hana sabia que ele não estaria sem tempo, porque não era segredo, mesmo que não fosse comentado, que o diretor deixava a coordenação do colégio responsável por tudo.

Além disso, ele sabia que Hana era insistente. Quando ela queria algo, ela não tinha medo de ir atrás, e agora o que ela queria era saber por que parte dos fundos do clube de artes foram cortados. Na verdade, roubados. De novo. Mas, infelizmente, essa história ficaria para outra hora, porque agora ela iria focar no novo restaurante dos pais de seu amigo.

Falando em amigo, Cheongsan estava esperando por ela, assim como tinha prometido, na frente da escola.

Ao lado dele estava Onjo, Gyeongsu e Isak ─ os dois últimos sendo, respectivamente, os melhores amigos de Cheongsan e Onjo. ─── Finalmente, princesa! ─── Gyeongsu exclamou, vendo Hana, e correndo desengonçado ─ por causa da animação ─ até a colega e a abraçar. O apelido carinhoso era usado há muito tempo pelo garoto, e tinha surgido após Hana ter sido a protagonista quando realizaram um teatro baseado em A Bela e a Fera quando estavam no fundamental.

Hana riu, devolvendo o abraço, e andando ao lado de Gyeongsu enquanto ele permanecia com um braço ao redor do ombro dela. ─── A mãe do Cheongsan vai testar uma receita nova. ─── O garoto começou a falar, levantando a mão livre com o punho fechado. Ele resmungou de dor quando, ao se aproximarem dos outros ─ que tinham ficado parados no mesmo lugar quando Gyeongju saiu correndo ─, Cheongsan puxou o braço dele com força para soltar Hana.

─── Deixa de ser folgado. ─── O amigo de Hana disse, dando um tapa na cabeça de Gyeongsu. Na frente deles, Onjo e Isak começaram a andar para sair do colégio.

─── Tá tudo bem. ─── Hana afirmou para o amigo, colocando a mão no braço dele para indicar que ela não se importou. E ela realmente não ficava incomodada. Gyeongsu era inofensivo, e Hana só não considerava ele um amigo porque eles não passavam tanto tempo juntos quanto ela e Cheongsan, por exemplo. Ou quanto os outros membros do clube de artes. ─── O que eu quero é chegar logo e provar o frango da sua mãe. ─── Ela disse com um sorriso, começando a andar.

Hana riu quando Gyeongsu se animou de novo após a menção do frango. ─── Vamos! ─── O garoto exclamou, começando a assobiar e fazer uma dancinha enquanto andava.

Ao lado de Hana, Cheongsan começava a andar, revirando os olhos. Ela sabia que o amigo não estava tão animado, pelo menos do lado de fora, principalmente pelo restaurante ter sido nomeado em homenagem a ele. De qualquer maneira, ela tinha certeza que ele iria se divertir, querendo ou não, e ela faria questão disso.

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Quando chegaram onde ficava o novo restaurante dos pais de Cheongsan, que era localizado na esquina de uma rua comercial onde tinham vários outros restaurantes, eles pararam na frente de duas portas ─ metade transparente e metade vermelhas. O amigo de Hana abriu a porta e entrou, sendo seguido por Onjo e Isak, e Hana agradeceu Gyeongsu com um sorriso quando ele parou ao lado da porta e se curvou exageradamente.─── Depois da senhorita.

Hana ouviu o garoto fechando a porta atrás de si quando ele também seguiu para dentro, enquanto ela analisava o lugar. Era um lugar relativamente pequeno, com algumas mesas de madeira clara, e cadeiras escuras, mas era uma graça. Tinham cardápios pendurados em algumas paredes, placas com frases fofas ou piadas envolvendo frango picante, e ao lado do balcão que dividia a parte do público e a cozinha, tinham máquinas de bebida.

Do fundo do restaurante, ela conseguiu ouvir a voz da mãe de Cheongsan. ─── Oi, queridos! ─── E os adolescentes responderam com um coro quase idêntico.

Enquanto os outros se sentavam, e discutiam o que queriam beber, Hana se aproximou da bancada ao ver a mãe do amigo se aproximando. ─── Oi, omoni. ─── Hana disse com um sorriso, inclinando na bancada quando a mulher, já tão acostumada com o jeito da garota, se aproximou para deixar Hana beijar sua bochecha.

Como sempre, Srª Lee deu um sorriso para a garota, que saiu e andou até a mesa que seus colegas tinham escolhido. As mesas tinham apenas quatro cadeiras, mas Hana viu que alguém tinha colocado uma cadeira a mais na parte da mesa entre Onjo e Cheongsan, e percebeu que foi o amigo quando ele apontou para a cadeira assim que ela se aproximou.

─── A comida tá quase pronta! Podem pegar o que vocês quiserem beber! ─── A mãe de Cheongsan gritou da cozinha, e mais uma vez os adolescentes fizeram um coro de agradecimento quase perfeito.

─── Se for bebida alcoólica só não deixa sua mãe ver! ─── Dessa vez foi o pai de Cheongsan que gritou, fazendo os adolescentes rirem. Eles riram ainda mais quando ouviram um estalo vindo da cozinha e o pai do garoto gemendo de dor.

─── O que vocês querem? ─── O amigo de Hana perguntou, se levantando e indo até as máquinas com as bebidas. No fim, ele pegou duas garrafinhas de coca-cola e cinco copos para cada um, deixando eles na frente de cada um. Enquanto isso, Hana ajeitou sua mochila na cadeira onde ela estava sentada e colocou seu celular no bolso de fora para que ouvisse caso alguém a ligasse.

Eles sequer tiveram tempo de começar algum assunto porque logo a mãe de Cheongsan apareceu com dois pratos de frango, e todos comemoraram. ─── Tanta comida! ─── Gyeongsu exclamou, totalmente feliz. Todos agradeceram com sorrisos no rosto, exceto Cheongsan, mas essa não era a primeira vez desde que entraram no restaurante.

─── Por que tanto? ─── Ele perguntou, quase rude, e Hana chutou a perna dele debaixo da mesa. No mesmo instante, seu amigo resmungou de dor e abaixou a mão para acariciar o lugar que ela tinha chutado, olhando para Hana e vendo a garota o olhar com os olhos cerrados em aviso.

Hana sabia que ele estava irritado com o nome até agora, mas a mãe dele estava sendo gentil naquele momento, então não era hora disso. ─── A Onjo come muito. ─── A mulher sorriu para a garota citada, enquanto Hana pegava um frango de cada prato para provar.

─── Eu não como muito. Eu como bem. ─── A garota ao lado de Hana retrucou, sem deixar o tom educado de lado, ao passo que pegava frango assim como os outros.

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Após receber a opinião de cada um sobre suas novas receitas, a mãe de Cheongsan se afastou para deixar os adolescentes comerem e foi conversar com seu marido na cozinha. Hana estava satisfeita com a comida, principalmente a apimentada, que era um dos seus tipos de comida favoritos.

─── Acabei de lembrar! Ouviram falar do Prof. Lee, de ciências? ─── Isak perguntou, partindo seu frango para comer. Quando os outros negaram, ela continuou. ─── Está fedendo a cadáver.

─── A Nayeon espalhou esse boato. ─── Cheongsan retrucou, sem comer.

Hana por sua vez, passou a bebericar seu refrigerante. Ela estava desconfortável conversando sobre o professor desde aquela tarde, quando sentiu aquela sensação horrível ao ser encarada por ele. A garota tinha ouvido os boatos mais cedo, durante o intervalo, quando Nayeon fofocava com suas amigas, mas passou reto com Yihan para irem comer.

─── É verdade. Ele faltou alguns dias depois que o filho sumiu. ─── Onjo encarou Cheongsan, apoiando sua melhor amiga. ─── Quando veio dar aula estava fedendo a cadáver.

─── Como ela sabe o cheiro de um cadáver? ─── O garoto perguntou de volta, sem desistir de sua posição.

─── Ela conhece todos os cheiros menos esse. ─── Onjo retrucou. ─── Se ela nunca sentiu esse cheiro, só pode ser esse. Ele ficou estranho depois do filho sumir.

De repente, Hana sentiu sua vontade de comer sumindo por completo ─ na verdade, seu estômago estava quase embrulhando. Por isso, Hana deixou o copo na mesa e afastou a cadeira da mesa, fazendo os outros olharem na sua direção. ─── Desculpa, eu não quis interromper. ─── Hana deu um sorriso constrangido, dando a volta na cadeira para pegar sua mochila.

─── Você já vai? ─── Gyeongsu perguntou quase decepcionado, ainda comendo um pedaço de frango.

─── Eu preciso ir, já tá tarde. ─── Hana deu um sorriso triste. Ela não queria dizer que estava desconfortável por causa da conversa, mas não estava mentindo também. Realmente estava tarde e ela demoraria para chegar em casa, então seria bom já começar a ir. ─── Obrigada pelo tempo, foi divertido. ─── Ela sorriu para os quatro, pegando seu celular para guardar no bolso da blusa de frio antes de colocar a mochila nas suas costas.

Os outros se despediram da garota antes dela andar até o balcão mais uma vez, para se despedir dos pais do amigo e agradecer pela comida.

Antes de ir embora, Hana pegou um pequeno espelho de bolso ─ como uma mini versão do espelho que tinha usado mais cedo na aula ─ para checar seu sorriso e seu batom. Quando ela confirmou que estava tudo perfeito, ela andou até a porta. ─── Ei, Cheongsan! ─── Ela chamou o amigo, lembrando. ─── Não esquece que a gente vai estudar álgebra amanhã.

O garoto confirmou e fez uma saudação militar, fazendo Hana rir antes de abrir a porta e deixar o estabelecimento.

Durante a caminhada, Hana repassava as coisas que teria que fazer no dia seguinte em sua mente. Ela pensava em algum jeito de encontrar o diretor antes que ele pudesse fugir mais uma vez, mas mal fazia ideia de que o dia seguinte fugiria totalmente do seu controle.

╰ ⴰ♡̸㇀ ── esse capítulo teve mais palavras do que eu esperava 😭 mas eu estou incrivelmente satisfeita, então tudo bem. eu espero que vocês gostem de death is pink, porque choi hana é meu novo bebê e eu espero que se torne de vocês também<3

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