ㅤㅤㅤ ꖛ ⩄ ՚ 𝖢𝖠𝖯𝖨𝖳𝖴𝖫𝖮 𝖣𝖮𝖨𝖲

A MORTE É ROSA · primeira temporada
capítulo dois : a amizade é rosa

tw: menção a homofobia

CHOI HANA ESTAVA ENCARANDO SEU REFLEXO no espelho do elevador. Para sua felicidade, seus fios estavam tão perfeitos quanto estavam quando saiu do seu apartamento, assim como sua maquiagem. Naquele dia, ela tinha decidido passar apenas um pouco de rosa escuro, puxado para o nude, na sua boca e fazer um pequeno delineado, usando rímel para destacar seus nem-tão-longos cílios, assim como as pintas que sempre delineava antes de sair.

Nos fones bluetooth que estavam escondidos pelo seu cabelo, tocava a música que ela gostava de ouvir em loop antes de começar seu dia: just like magic, da Ariana Grande. Hana gostava de ouvir o que queria, e amava música, então gostava de juntar o útil ao agradável. Quando sua mãe não estava visitando ─ o que ela costumava fazer constantemente ─, Hana adorava colocar Hello Bitches, da CL, e Work Bitch, da Britney Spears, para tocar no volume máximo na caixinha de som que tinha em seu quarto.

Quando Ariana Grande cantou keep my conscience clear that's why i'm so magnetic❜❜ (mantenho minha consciência limpa, é por isso que sou tão magnética), as portas do elevador se abriram e Hana andou para o saguão com um sorriso no rosto, enquanto cantarolava a música baixinho. A garota cumprimentou os funcionários e residentes que estavam ali, e seguiu para fora do prédio.

O prédio que tinha em sua maioria cores beiges e nude, tinha árvores e arbustos decorando a pequena parte de terreno que ficava atrás das cercas que delimitavam a saída do prédio e a calçada do condomínio. Bem na frente, uma fonte luxuosa decorava o centro da praça, lugar em que os residentes gostavam de caminhar ou passear com seus animais. Após andar um pouco, Hana viu que na sua frente estavam Namra e Nayeon, essa última estava andando um pouco mais devagar e parecia estar irritada.

Por sua música estar baixa, Hana ouviu os passos apressados que vinham da sua esquerda, e se virou a tempo suficiente de ver alguns de seus colegas correndo pela praça ─ todos sabiam que cortar caminho pelo condomínio era uma maneira clássica de não se atrasar para o colégio. ─── Oi, princesa! ─── Ele gritou ao passar do lado de Hana, e ela sequer teve tempo de responder porque ele só desacelerou o suficiente para conseguir dar um tapa forte no ombro de Nayeon.

Hana segurou a risada ao ouvir o grito raivoso de Nayeon. Eles se bicavam desde o início, e mesmo que Nayeon fosse realmente agressiva com suas palavras, Gyeongsu sempre puxava para o lado da graça. ─── Aquele desgraçado! ─── Ela ouviu a colega xingar, com extra raiva inclusive, quando a alcançou ─ já que ela tinha parado no lugar.

Ao passar do lado dela, Hana se virou para a colega e a cumprimentou com seu jeito educado de sempre. Mas, dessa vez, ela só ficou a tempo de ouvir a colega respondendo de volta, porque a garota apressou o passo para alcançar Namra.

Ao parar ao lado da amiga, Hana encostou a mão no braço dela para chamar a atenção da outra garota, e funcionou. ─── Oi, Namra! ─── Hana disse quando a garota se virou na sua direção. Por sua vez, Namra acenou com a cabeça mas deu um pequeno sorriso ─ um avanço que Hana estava percebendo nos últimos dias.

A garota guardou seus fones de volta na caixinha em seu bolso e entrelaçou o braço de Namra no seu, sabendo que a outra não se incomodava com isso ─ foi preciso uma longa conversa sobre respeito até que Hana conseguisse fazer Namra se abrir sobre seus limites. Na verdade, se abrir é muito forte, mas Hana conseguiu que ela prometesse comunicar quando algo a incomodasse.

─── Como você tá? Tudo bem? ─── A morena perguntou sorridente, quando a amiga ─ por vontade própria, Hana sentiu até vontade de chorar de felicidade ─ tirou os fones de ouvido e guardou no bolso da saia, assim como Hana tinha feito. Namra concordou com um aceno, ajeitando o braço entrelaçado. ─── Desculpa de novo por não ter tido reunião do clube ontem. ─── Hana ficou séria, sua voz mostrando a tristeza que sentia por aquilo.

─── Tudo bem. ─── Namra falou, ficando em silêncio por alguns segundos. ─── Foi o diretor de novo? ─── Ela perguntou, e Hana se sentiu satisfeita mais uma vez por ver o avanço de Namra.

No começo, as conversas eram quase um podcast de Hana. A sorte é que ela era muito boa em criar assuntos do nada, e conseguir falar sobre eles por horas seguidas. Ela sabia o histórico inexistente de amigos que Namra tinha, e imaginava que era culpa da mãe da amiga. Hana só viu a mãe de Namra uma vez, e foi uma experiência ruim o suficiente pra ela ter o que falar durante toda a uma hora que ela se encontrou com sua psicóloga na semana seguinte.

─── Sim! ─── Hana exclamou, sentindo uma vontade enorme de passar as mãos no rosto por causa do tamanho desespero que ela sentia. Ela quase fez isso na verdade, mesmo sabendo que poderia estragar sua maquiagem, e ela sentiu mais raiva ainda do diretor por causa disso. ─── Eu tenho certeza que ele tá fugindo de mim! Na semana passada, foi a mesma coisa...

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─── Hoje ele não escapa! ─── Hana disse decidida, colocando sua mochila ao lado da carteira vazia de Yihan, atrás da de Namra. A última também já havia sentado, e continuava ouvindo pacientemente enquanto Hana comentava sobre o clube, os problemas financeiros e o diretor ─ mesmo sabendo que Namra, como membro do clube e sua amiga, já estava bem ciente disso tudo.

─── Você consegue. ─── Namra disse gentilmente, antes de começar a ajeitar seus materiais.

Hana deu um sorriso para a amiga, sentando na sua cadeira. ─── O diretor, de novo? ─── Uma voz falou do lado de Hana. Levantando o olhar, ela viu Yihan parada com uma sobrancelha arqueada e segurando dois copos térmicos.

─── Sim! E eu não vou parar até ele me explicar o que tá acontecendo. ─── Hana fez um pequeno barulho de irritação, mas foi fofo o suficiente para Namra esconder um sorriso e Yihan sorrir descaradamente. Sorrisos esses que aumentaram quando Yihan entregou para Hana o copo com chá quente, fazendo a morena suspirar feliz. ─── Obrigada. ─── Ela agradeceu, bebendo um pouco do chá.

─── Você tem que dar um descanso pra presidente, ou ela vai te largar. ─── Yihan apontou o dedo para Hana, virando para Namra. ─── Eu também sinto vontade de abandonar ela às vezes, mas sei que se ela quebrar a unha do pé e eu não tiver por perto pra carregar ela, a Hana vai deitar no chão pra sempre e morrer de fome.

Hana fez uma expressão de absurdo tão forte que Yihan quase engasgou com o café. ─── Eu carrego uma lixa pra isso, ok! E alicates, inclusive. Continua com isso pra ver se eu não corto sua cara. ─── A morena ameaçou, mas Yihan olhou para ela com a expressão totalmente cética.

─── Com um alicate? ─── Ela perguntou, e Hana virou a cabeça fazendo um som de "humph". ─── E você não mata nem pernilongo se tiver enchendo o seu saco.

─── Mas não é culpa dele se a natureza dele é assim. ─── Hana resmungou, pegando seu caderno na mochila para conferir as anotações que fez nas últimas aulas que teve das matérias daquele dia.

─── Eu não quero nem ver se você se perder na floresta.

─── Por que que eu iria pra uma floresta? ─── Hana perguntou confusa, franzindo as sobrancelhas, mas ainda sem levantar o olhar das suas anotações.

─── Hana, ─── Yihan falou como se estivesse lidando com uma criança ─── não é esse o ponto, cara. ─── Ela soou tão exasperada que Hana não conseguiu evitar a risada, assim como Namra ─ que já tinha virado de costas para ler suas próprias anotações. ─── Você é uma corna mansa, isso sim.

─── Namra, me salva. Eu tô sendo atacada. ─── Hana resmungou, fazendo um bico quando ouviu sua outra amiga dizer você vai sobreviver❜❜. Yihan, por sua vez, deu um sorriso de lado e sussurrou otária❜❜. ─── Hoje você tá impossível, Yihan. O que que tinha no seu café?

─── It's out of love (é por amor). ─── Sua melhor amiga disse em inglês, com um sorriso despretensioso.

Hana revirou os olhos e voltou a falar sobre sua responsabilidade como presidente do clube de artes. Yihan, que realmente parecia estar empolgada nos ataques (por amor) naquele dia, continuou com seus comentários soltos. Mesmo assim, Hana não conseguiria fingir que estava irritada.

Além de saber que aquele realmente era o jeito de Yihan expressar amor, ela não conseguiu evitar o sentimento quentinho que preencheu seu peito quando percebeu que Namra não tinha colocado os fones de ouvido de novo.

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Havia se passado um tempinho desde que ela e suas amigas entraram na sala de aula, e com o passar dos minutos cada uma acabou focando em suas próprias coisas. Elas ainda comentavam alguma coisa de vez em quando, até mesmo Namra fez alguns comentários aqui e ali, mas estavam compartilhando um silêncio confortável dentro da bolha que dividiam.

O silêncio realmente era apenas na bolha das três garotas, porque, no restante da sala, era um pequeno caos que reinava. Os garotos estavam juntos em um grupo na frente da sala, e Hana teve que colocar seus fones novamente para tentar amenizar o tamanho barulho que eles faziam. Não porque ela se incomodava, porque ela sabia que eles estavam apenas aproveitando o tempo entre amigos de uma maneira diferente que ela e suas amigas estavam fazendo, mas sim porque fazia com que ela conseguisse focar mais facilmente.

Apesar de que ela não poderia mentir dizendo que a voz da Lisa, do BLACKPINK, nas músicas do novo álbum BORN PINK❜❜ ─ um título que Hana não podia deixar de amar ─ estava fazendo com que alguma coisa dentro de Hana não a deixasse focar em qualquer outra coisa além da voz da tailandesa. E, sinceramente, o que ela podia fazer além de resignar e focar na tailandesa?

Foi por isso que agora, sem qualquer peso na consciência, Hana estava revendo o MV de Pink Venom com um sorriso no rosto.

─── Sentem-se agora, moleques. Andem! ─── Namra, Yihan e Hana tomaram um susto quando a voz da Prof. Park fez-se alta em toda a sala.

Hana olhou confusa para a cena em sua frente. De alguma maneira, seu celular tinha parado no canto de sua carteira, virado na direção da porta, e suas duas amigas estavam assistindo o MV ─ sim, sem som ─ com ela. Hana deu de ombros, chegando a conclusão de que era apenas a magia do BLACKPINK fazendo efeito mais uma vez.

A garota se ajeitou na carteira, vendo as outras duas fazerem o mesmo, e pegou seu celular de volta. Hana guardou seus fones mais uma vez naquele dia, no bolso da sua mochila, e arrumou seus materiais na sua mesa para que ficassem retos. ─── Oi. ─── A professora disse quando chegou em sua mesa, finalmente se rendendo ao sorriso que se formava toda vez que olhava seus alunos. ─── Bom dia. ─── Ela respondeu o coro que seus alunos fizeram. ─── Coloquem os celulares aqui. ─── A mulher disse, colocando a caixa na própria mesa.

Hana foi uma das primeiras a ir até lá e guardar seu celular, aproveitando para, como sempre, guardar o de Yihan. A professora sequer questionou, já acostumada com isso, e sorriu com carinho para Hana e para os outros alunos que se aproximaram.

Ao voltar a se sentar, Hana colocou seus cotovelos na mesa e apoiou seu rosto em suas mãos, olhando para a professora com um sorriso. Ela tinha um grande carinho pela mulher.

Quando Hana tinha dificuldades de se expressar e extravasar os sentimentos que inundavam seus sentidos, a professora percebeu e chamou a garota para conversar. Foi a Prof. Park que sugeriu que ela tentasse o clube de artes, e desde que Hana começou ela se apaixonou. Foi naquele dia que Choi Hana realmente nasceu, e ela seria para sempre grata.

─── Alguém falou com a Hyeonju? ─── A professora perguntou, quando todos sentaram novamente. Hana trocou um olhar com Yihan, mas a amiga apenas deu de ombros. Ninguém era realmente próximo da garota. ─── Ninguém? Ninguém ligou para ela?

─── Ninguém liga pra ela. ─── Yihan resmungou do lado de Hana, que levou a mão até a da amiga para fazer um carinho.

Hyeonju e Yihan tinham uma longa história que ninguém além das duas conhecia tão bem. Hana sabia pedaços, é claro, mas nunca forçou sua melhor amiga a falar mais do que queria. Alguns meses antes, Hyeonju tinha espalhado para todo o colégio que Yihan era lésbica, coisa que nem mesmo Hana sabia na época.

E, é claro, Hyeonju só sabia disso porque tinha sido namorada de Yihan.

Apesar de que, de acordo com os boatos que Hyeonju espalhou, Yihan era apaixonada por ela e ficava correndo atrás dela sempre que podia, mas Hyeonju disse que nunca quis nada porque ela não era desse tipo. Na verdade, ela tinha usado palavras que Hana se recusava a repetir. Hana não prestou atenção nos boatos, e esperou até que Yihan estivesse pronta para falar sobre o que realmente tinha acontecido.

Era uma longa história, mas nada do que Hyeonju tinha espalhado para toda a escola, e só tinha chegado a um fim porque Yihan estava cansada de se esconder. Ela não obrigaria Hyeonju a fazer o mesmo, e foi por isso que decidiu terminar. Na visão de Yihan, era a maneira mais fácil de fazer com que elas sofressem menos, mas Hyeonju não levou isso bem e decidiu "ajudar" Yihan.

Sinceramente, foi a primeira vez que Hana sentiu vontade de resolver alguma coisa com violência.

O que mais doeu em Hana naquele momento foi que ela conhecia Yihan melhor do que conhecia a si mesma, e sabia que quando ela disse ninguém liga pra ela❜❜, ela realmente não queria dizer aquilo.

─── Ontem limpamos o laboratório, ─── Joonyoung disse quando ninguém mais se pronunciou. ─── mas não a vi mais depois. ─── Hana concordou com a cabeça enquanto desencostava da sua carteira, inclinando na direção de Yihan para abraçar o braço de sua amiga e encostar a cabeça no ombro da outra.

─── Grudenta demais, credo. ─── Yihan sussurrou para a morena, mas a maneira como ela se inclinou no abraço da melhor amiga mostrou que Hana estava fazendo a coisa certa.

─── Certo. Se alguém souber dela, me avise já, está bem? ─── A professora disse, parecendo preocupada, e só se contentando quando ouviu um coro de  sim, professora❜❜ vindo de seus alunos. ─── As provas começam semana que vem, então tomem jeito. ─── A mulher pegou o seu próprio celular e digitou algo.

Hana, e quase todos os seus colegas, riram quando o barulho de uma notificação veio da mesa de Daesu e de Isak. ─── Onjo, é o seu celular do ano passado. Pegue. ─── Eles riram de novo com a tentativa da garota. Hana admirava pela tentativa, mesmo que a professora sempre descobrisse.

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Readers are people with curiosity, questions
and a real interest in learning about other people's lives.
In fact, none of us are completely free from prejudice.
We all have preconceived ideas about others.❜❜

─── Aqui, "free from" significa "ausência". ─── Hana anotava o que a professora dizia em seu quarto. A mulher deu algumas batidinhas no quadro com o pincel, encarando a sala. ─── Quem quer interpretar isso? Heesu? ─── Hana virou para trás, olhando para a colega que sua professora encarava.

─── Eu preciso ir ao banheiro. ─── A menina disse, e Hana percebeu que ela estava suando muito e usava um moletom grande. Elas não eram próximas, mas a morena não conseguiu evitar franzir suas sobrancelhas em preocupação. Até que ela percebeu que franzia as sobrancelhas e se contentou com o olhar preocupado, enquanto passava o dedo no meio da testa em uma massagem quase inconsciente.

─── Certo, vá. ─── A professora acenou com a cabeça. ─── Está bem. ─── Ela suspirou, voltando o olhar para o restante dos alunos. ─── Quem quer tentar? Nossa presidente?

Namra levantou o olhar, e Hana apoiou seu queixo na mão mais uma vez enquanto olhava para a amiga. ─── A verdade é que todos nós temos algum tipo de preconceito. Todos temos preconceitos sobre outras pessoas.

─── Certo. Ótimo. ─── A professora sorriu para a garota, e Hana levantou sua mão livre para dar um aperto leve no ombro de Namra.

─── É por isso que tem que pensar igual a Lady Gaga cantou. ─── A melhor amiga de Hana sussurrou, se inclinando para ficar mais próxima das duas garotas. ─── i'm beautiful in my way, cause god makes no mistakes❜❜  ───  Yihan sussurrou-cantou, e Hana teve que se controlar muito para não rir com a voz desafinada de sua amiga.

─── Alguma coisa pra adicionar, Yihan? ─── A professora olhou para as três, perguntando em seu tom de voz passivo-agressivo.

─── Não, não. Eu prefiro ouvir a voz da senhora. ─── Os colegas de Hana riram e, quando olhou para o lado, Hana viu Yihan piscar para a professora. Ela balançou a cabeça com um sorriso, se questionando por que Yihan era sua melhor amiga.

A professora, por sua vez, só cerrou os olhos na direção da aluna, mas seu sorriso entregava tudo. Eles eram os favoritos dela, e Hana adorava ser relembrada disso. ─── Descal-su, levante-se. ─── A mulher apoiou as mãos na própria mesa, olhando para o aluno em questão. Hana virou a tempo suficiente de conseguir ver que Suhyeok estava conversando com um amigo. ─── Por que descal-su? ─── A professora perguntou, quando o aluno se levantou.

─── É redução de descalço e Suhyeok. ─── Joonyoung explicou, gesticulando com as mãos.

─── Ele odeia usar meias. ─── Daesu adicionou, e Hana só conseguia achar graça da expressão desacreditada de Suhyeok. ─── Então tem um chulé fedido. ─── Daesu olhou diretamente para o amigo, aproximando os dedos do próprio nariz.

A maioria dos alunos riram, e a professora também. Hana sabia muito bem que a professora já sabia por que ele era chamado assim. ─── Tá, Descal-su. O que a Namra acabou de dizer?

─── Bem... ─── Suhyeok começou, olhando ao redor. Hana sentiu um pouco de pena pela posição em que ele foi colocado, mas era óbvio que ele tinha feito por merecer. Não era a primeira vez que a professora Park fazia algo assim, principalmente com ele. ─── Ela estava certa. ─── Ele finalmente disse, fazendo todos rirem.

Hana ainda olhava o colega com um sorriso quando percebeu Yihan se mexer abruptamente na mesa, fazendo a garota desviar o olhar para ela. Ela estava prestes a perguntar o que aconteceu, quando ouviu a porta da sala ser aberta. ─── Hyeonju. ─── A professora disse tão baixo que quase soou um sussurro.

A colega de Hana estava suja de sangue em quase todo o seu rosto e em várias partes do seu corpo, assim como o uniforme, e tinha entrado na sala cambaleando. Como se ela não aguentasse sustentar o próprio peso. Hana estava com os olhos arregalados, e sua mão imediatamente foi para sua boca.

Quando Hyeonju caiu no chão, Hana se levantou da cadeira no mesmo momento. Do seu lado, Yihan levantou e saiu correndo na direção da colega caída. ─── Ei. O que foi? Você está bem? ─── A professora perguntava, segurando Hyeonju no chão.

Hana não sabia o que fazer naquele momento, enquanto via Yihan ajoelhada da garota que quase acabou com toda a vida de sua melhor amiga, e que estava toda ensanguentada. Aquilo não estava nos seus planos.

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