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A MORTE É ROSA · primeira temporada
capítulo cinco : o medo é rosa
CHOI HANA ESTAVA PARADA NA FRENTE das janelas que davam visão para o corredor.
Os quatro garotos na sala se ocupavam de segurar as portas, já que Nayeon havia monopolizado suas duas amigas e Isak para servirem de escudo humano. Enquanto isso, Hana estava querendo saber onde Yihan, Namra e Cheongsan estavam. Os gritos que tinham aumentado nos últimos minutos estavam corroendo a mente da garota, odiando a incerteza de saber se seus amigos sequer estavam vivos.
Hana saiu de seus pensamentos quando dois vultos conhecidos surgiram na sua visão, se aproximando da porta da sala. ─── Wujin, abre a porta! ─── Ela gritou para o colega, descolando seu corpo da parede para olhar o garoto. Ele parecia confuso, tomando um susto ─ assim como todos os outros, menos Hana ─ quando ouviu batidas na porta. ─── São o Cheongsan e a Onjo. Abre! ─── Hana repetiu.
Sequer dando aos outros tempo de falar algo, Gyeongsu levantou para abrir a porta assim que ouviu Hana dizer que seu melhor amigo estava ali fora. ─── Não abre! ─── Nayeon começou a berrar, puxando as garotas para formar um escudo em sua frente. Gyeongsu aproveitou o susto que ela deu em Wujin para empurrar o colega para o lado e abrir a porta.
Hana foi até seu amigo assim que ele entrou, abraçando Cheongsan. ─── Você se machucou? ─── Ela perguntou no abraço, ouvindo seu amigo negar. Um a mais para a lista, graças a qual for o deus responsável por aquilo, apesar de Hana começar a acreditar que não tivesse um. Na sua cabeça não fazia sentido existir um deus que escolheria salvar alguns, mas deixar todos os outros se virarem sozinhos no meio daquela confusão.
De qualquer maneira, ela não deixou de se sentir grata.
Enquanto soltava o abraço, Hana ouviu Onjo conversando com Isak, enquanto as duas permaneciam abraçadas. Isak estava deitada na mesa, sua cabeça estava manchada de sangue, e Onjo parecia acariciar tentando amenizar alguma dor, pela expressão de Isak.
Hana deixou Cheongsan ir para o fundo da sala respirar e voltou para sua posição inicial na janela. ─── Como está lá fora? Igual? ─── Hana ouviu Gyeongsu perguntar, mas continuou mantendo seus olhos procurando qualquer pista de que suas amigas ou algum dos membros do seu clube estavam fugindo naquele corredor.
Nem Onjo, nem Cheongsan se deram ao trabalho de responder a pergunta do garoto. Hana odiava pensar nisso, mas os gritos lá fora entregavam tudo.
Hana continuou focada no corredor, mesmo quando Daesu apareceu na porta para que pudesse entrar. Ela ouviu o colega contar sobre como alguém tinha atacado ele com um extintor de incêndio, mas passou a ignorar o resto quando ela perguntou se ele tinha visto Namra ou Yihan e ele disse que não.
─── Ei. É tipo Invasão Zumbi. ─── Cheongsan falou. ─── Não são zumbis? É a mesma coisa. ─── Seu amigo continuou, falando com tanta certeza que Hana acreditou. ─── Veja. Estou falando sério. ─── Ela olhou para trás e viu Cheongsan puxando Daesu até a janela após o colega duvidar dele.
─── Gyeongsu, a porta! ─── Joonyoung gritou, quando o colega começou a se afastar para olhar a janela. No mesmo instante, Gyeongsu voltou para o seu lugar.
A garota balançou a cabeça e voltou a olhar para o corredor, se assustando quando ouviu os garotos na janela gritarem. ─── Abre a janela, cara! ─── Hana ouviu uma voz extremamente conhecida gritar, e se virou tão rápido para olhar que sentiu uma dor de cabeça momentânea. Dor essa que sequer importou quando Hana viu Yihan entrando pela janela. ─── Ajuda aqui!
Ela correu até sua melhor amiga, vendo Yihan puxar Namra para dentro da sala, com a ajuda de Wujin. ─── Eu nunca mais vou deixar vocês irem comer sem mim! ─── Hana choramingou ao puxar as duas para um abraço, ouvindo a respiração ofegante das duas ─ mas ignorando porque ela tinha que abraçar suas amigas.
─── Grude. Sai. ─── Ela ouviu Yihan resmungar, e soltou as duas. Hana começou a olhar as duas em busca de qualquer machucado, apesar de não conseguir focar direito ao checar ambas amigas ao mesmo tempo. ─── Você tá bem? ─── Sua melhor amiga perguntou, e Hana concordou com a cabeça, voltando a abraçar Yihan de lado.
Dessa vez, sua amiga não se afastou, apenas encostou na janela ─ já fechada, e sem chance de alguém subir ─ e apertou Hana contra si.
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Hana estava sentada ao lado de Namra, checando a mão da amiga ─ mais uma vez ─ em busca de qualquer arranhão. Ela estava grata pela paciência de Namra, porque sabia que já tinha repetido isso tantas vezes que qualquer outra pessoa ─ até mesmo Yihan ─ teria ficado irritada. Repetir essas coisas ajudava ela a manter a mente calma.
Sinceramente, ela precisava disso naquele momento, porque as coisas começaram a piorar de novo. Onjo estava tentando ligar para a polícia há alguns minutos e não estava dando em nada. A primeira vez até tinha funcionado, mas era difícil acreditar em adolescentes que diziam estar passando por uma epidemia zumbi na escola.
Ignorar Nayeon falando com Onjo sobre a polícia tinha sido relativamente fácil, porque as duas estavam mais longe de onde Hana estava com suas amigas, até que Nayeon não estava mais. Os passos dela se aproximaram até que ela parou na frente da mesa onde Namra estava sentada. ─── Ei. ─── Ela ouviu Nayeon dizer. ─── Faça alguma coisa. Chame a professora Park aqui.
Hana levantou os olhos por um momento, sem saber o que fazer. Quando Namra ignorou Nayeon, ela voltou ao que estava fazendo, mas a reação de Yihan foi totalmente diferente. A chinesa soltou uma risada desdenhosa, cruzando os braços. ─── Por que que você não faz alguma coisa?
─── Porque ela é a presidente. E mesmo assim nunca faz nada. ─── Nayeon cruzou os braços, empinando o nariz.
Mais uma vez, Hana parou o que fazia e levantou o rosto, desacreditada. Enquanto Hana estava impressionada com a cara de pau de Nayeon, Yihan estava totalmente irritada. ─── E por que que ela faria? Ela só precisa respirar pra você reclamar.
─── Talvez ela não devesse fazer isso também. ─── Nayeon cuspiu as palavras na direção de Yihan, cuja expressão virou de puro ódio.
Quase em um piscar de olhos, Yihan estava se jogando na direção de Nayeon pronta para socar o rosto da garota. Nayeon deu um grito e se jogou para trás, puxando Jimin ─ que estava ao seu lado ─ para sua frente. ─── Para com isso! ─── Cheongsan conseguiu segurar Yihan, que tentava sair.
Nayeon manteve Jimin em sua frente, mesmo que a amiga tentasse sair. ─── Eu disse que ela era louca!
─── Chega! ─── Suhyeok gritou, fazendo todos os adolescentes pararem. Hana ouviu seus colegas, fora da sala, arranhando e batendo nas janelas e nas portas ainda mais fortemente. ─── Já chamamos a polícia, vamos esperar um pouco. ─── Ele disse, indo até a sua própria carteira e sentando.
Todos os outros continuaram calados, lentamente saindo de onde estavam parados e indo para cantos separados. Hana respirou fundo, levantando da cadeira para puxar Yihan para sentar em seu lugar, ao lado de Namra.
Nenhuma das três quebrou o silêncio. Hana só não fez isso porque estava começando a sentir os sentimentos querendo transbordar. Yihan ainda estava respirando rápido demais, e Hana sabia que seu estouro com Nayeon foi culpa dos sentimentos de toda a situação, e não dos sentimentos negativos que Yihan sentia pela colega.
Quer dizer, esses sentimentos com certeza faziam parte da equação, mas dessa vez eles agiram mais como um catalisador.
O silêncio da sala estava sendo ainda pior que as batidas que os colegas transformados estavam dando nas portas e janelas. Fazia no máximo quarenta minutos desde que aquilo tudo começou, quarenta minutos que Hana e os outros estavam presos ali, e ela sentia que já estava perdendo tudo.
─── Quero o meu celular. ─── Hana anunciou, soltando as tranças que sequer percebeu que estava fazendo no cabelo de Namra.
Ela saiu de trás de Namra, seguindo até a mesa da professora. Hana evitou trocar olhares com qualquer um, mesmo que fossem poucos os que prestavam atenção nela. Mesmo sentindo esses poucos olhares, não checaria de quem eram. Ela realmente não queria olhar para ninguém naquele momento.
Assim que chegou na mesa, Hana agachou para ter um olhar melhor. Era uma mesa de palestra, mas a parte aberta onde as pessoas normalmente colocavam livros e outras coisas era fechada com um cadeado. Hana e seus colegas sabiam que era lá onde a professora guardava os celulares.
Mesmo quando Hana sentiu uma presença, um corpo agachando ao seu lado, ela continuou olhando o cadeado. ─── E o que você vai fazer com ele? ─── Ela ouviu a voz de Suhyeok soar próxima de seu rosto.
─── Ouvir música, ligar pra minha mãe, marcar o BLACKPINK no twitter pra ver se consigo um ingresso grátis quando sair daqui. Ser sobrevivente de um ataque zumbi deve ser um grande de um passe livre. ─── Hana murmurou, segurando o cadeado para observar a fechadura melhor.
Seu corpo tinha ficado todo arrepiado ao mencionar a palavra zumbi, e sinceramente ela só tinha dito isso porque queria relembrar a si mesma o quão doida aquela sugestão era. Zumbis, fala sério. Qual a chance disso acontecer de verdade justamente em uma escola? Na Hyosan High, ainda por cima?
Em muitas das ficções, o contágio era culpa de cientistas, geralmente de laboratórios do governo. Mas infelizmente essa era a vida real, e Hana não conseguia acreditar que isso era tudo culpa de seu professor. Ela queria muito descobrir se ele sabia o que estava fazendo, e por que ele era tão irresponsável de fazer isso numa escola.
Com certeza tinha pelo menos um laboratório por aí que apoiaria essa ideia maluca ─ não que esse pensamento acalmasse Hana.
─── A pior parte é que eu não sei se você tá brincando ou falando sério. ─── Suhyeok balançou a cabeça, soando tanto incrédulo quanto impressionado. Hana não quis olhar para ver se a expressão no rosto dele combinava com o tom, então tudo que ela fez foi se levantar e andar até sua carteira.
No caminho, Hana passou por Gyeongsu, que estava sentado na própria carteira ─ agora que os alunos do lado de fora estavam menos agitados, ele não estava de olho na porta. Em vez disso, ele conversava com Cheongsan, ou pelo menos tentava, já que o amigo não tirava os olhos de Onjo, que estava sentada ao lado de Isak.
Hana agachou ao lado de sua carteira, pegando sua bolsinha de suprimentos. Surpreendendo um total de zero pessoas, a tal bolsinha era uma necessaire com pelinhos rosa claro e um zíper prateado, e de um dos lados as inicias CH ─ Choi Hana ─ estavam bordadas em uma linha rosa escura, imitando a letra elegante de Hana, que tinha sido quem bordou. Ela era mesmo uma mulher de muitos talentos, e ela iria utilizar um desses para conseguir o seu celular.
Dentro da bolsinha, Hana tirou dois grampos de cabelo.
Quando a garota voltou para a mesa da professora com o grampo em mãos, ela encontrou o olhar curioso de Suhyeok. Era difícil não olhar para ele quando ele estava exatamente onde ela precisava estar, então Hana levantou uma sobrancelha antes de balançar sua mão direita duas vezes na direção do garoto. Era o sinal universal para dizer: sai daí.
Fazendo jus ao nome sinal universal, o gesto foi o suficiente para fazer com que Suhyeok fosse para o lado e saísse do caminho de Hana.
A curiosidade com certeza tinha ganhado daquela vez, porque ele ficou calado enquanto observava Hana aproximar o rosto do armário e levantar o cadeado no ângulo perfeito para que ela conseguisse ver a fechadura. Ela enfiou os grampos, e começou a girá-los até que conseguir ouvir um clique.
─── Fala sério. ─── Suhyeok sussurrou impressionado quando o cadeado abriu. ─── Como você sabe fazer isso?
─── Minha mãe tentou esconder as roupas dela de mim quando eu decidi que queria ser uma designer. ─── Hana respondeu feliz, sem realmente prestar atenção porque estava aproveitando o momento de satisfação consigo mesma.
─── E ela precisou trancar com um cadeado? ─── Ah, então era assim que Suhyeok soava quando estava incrédulo de verdade, Hana percebeu.
─── Eu era uma criança ambiciosa, o que você quer que eu fale? ─── Ela respondeu simples, porque, para ela, era realmente simples assim.
Ela queria praticar suas futuras habilidades de corte e costura ao mesmo tempo que pudesse criar as roupas com as quais ela sonhava, e sua mãe tinha mais roupas que o suficiente para isso. Quando Hana queria algo, ela corria atrás, e não seria um cadeado que a impediria. Felizmente, era possível encontrar todo tipo de coisa na internet.
Inclusive como abrir um cadeado usando grampos de cabelo, que era o que Hana tinha em mãos naquela época. E, felizmente, agora também.
Antes que Suhyeok pudesse perguntar algo a mais, Hana abriu o armário ─ após colocar o cadeado no chão ─ e a madeira fez um barulho arrastado, chamando a atenção dos outros. ─── O que vocês tão fazendo? ─── Gyeongsu perguntou, soando confuso e curioso, ao mesmo tempo que andava até os colegas.
─── Quem quer tirar uma fotinha antes de morrer? ─── Hana sorriu, levantando a caixa cheia de celulares na mão.
─── Hana. ─── Suhyeok repreendeu, vendo Isak se encolher na carteira mais uma vez, ao passo que Yihan bateu a mão na própria testa. Mesmo de longe Hana conseguiu ouvir sua melhor amiga falando algo sobre Hana ser inacreditável. Sinceramente, nem Hana sabia por que ela tinha dito aquilo. Ela só sabia que a ansiedade estava corroendo ela de dentro pra fora.
─── Foi mal!
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Hana não sabia quanto tempo exatamente tinha passado desde que aquilo tinha começado, mas, por algum motivo, o sinal dos celulares já tinha ido de ralo. Isso porque não era problema de apenas uma operadora, porque em situações de emergências em que sua operadora não está com sinal, é possível ligar para emergência "pegando carona" no sinal de outras operadoras.
Nem isso estava funcionando.
Quando todos recuperaram seus celulares da caixa, o grupo tinha conversado sobre tentarem ligar para outros serviços de emergência, como o corpo de bombeiros. Foi assim que descobriram do sinal, porque nenhum deles tinha pensado em checar as barrinhas antes. Afinal de contas, qual a chance de todos eles ficarem sem sinal? Eles estavam na escola, na cidade. Não era um lugar no fim do mundo. Provavelmente só tinha acontecido algum problema grande nas empresas, na pior hora possível, inclusive.
E era exatamente isso que Yihan tinha explicado para os colegas.
─── Mas tem que ter alguma coisa! ─── Nayeon bateu o pé, gritando para Deus e o mundo ouvir, interrompendo a explicação de Yihan.
Hana balançou a cabeça. Ela estava encostada na parede ao lado da janela pela qual suas amigas entraram na sala, e ela sentia as pontas do seu pé direito balançando ansiosamente contra o chão. Gyeongsu estava apoiado do seu lado ─ assim como ela, ele também tinha pensado que talvez conseguissem melhorar o sinal indo até a janela.
Era apenas um tiro no escuro, que obviamente não funcionou.
─── Para de gritar! Isso não ajuda em nada!─── Jimin avançou na direção de Nayeon, que estava atingindo os nervos de todos os seus colegas. Inclusive Hana.
─── Para com isso. ─── Suhyeok repreendeu as duas, assumindo o controle da situação como tinha feito mais cedo. ─── A gente tentou os celulares de novo, não conseguimos. Você acha que tem como conseguir sinal? ─── Ele voltou a olhar para a melhor amiga de Hana.
─── Olha, eu sei lá por que o sinal caiu. Isso ia acontecer em algum momento se isso ali ─── Yihan apontou para o corredor ─── espalhar pra cidade, mas mesmo se isso tiver acontecido ainda tá muito cedo. A melhor chance ia ser se a gente fosse pra cidade, mas.. sei lá.
─── A gente pode tentar o terraço. ─── Wujin sugeriu, segurando a porta da frente da sala.
─── Mas como a gente sai da sala? ─── Cheongsan perguntou para os colegas. Hana sentiu seu corpo arrepiar com a ideia de sair da sala, e como em um filme de terror, os alunos de fora da sala pareceram bater ainda mais forte na porta.
A morena levantou uma mão para ajeitar seu cabelo, como se fazer isso fosse acalmar sua mente. Ainda focada na conversa de seus amigos, ela se assustou quando uma mão encostou no seu braço. Hana olhou para o lado e viu que era Gyeongsu, que olhou para ela com um sorriso gentil.
Hana sentiu uma pequena onda calmante passando no seu corpo quando viu o medo refletido nos olhos do garoto mas percebeu que ele estava mais preocupado com o medo dela. Gyeongsu com certeza era a definição de um querido no dicionário de Hana.
É, eles eram oficialmente amigos.
╰ ⴰ♡̸㇀ ── sim, a yihan salvou a namra igual o suhyeok fez porque eu nunca ia deixar minha presidente favorita morrer<3
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