prólogo

00mudanças de planos

Quando os eventos de seu casamento com seu irmão foram cancelados, Jaehaera Targaryen não esboçou reação alguma, além de respeito a decisão e a fé de seu pai. Era isso que seria compartilhado sobre a princesa; sua obediência e seu respeito, mesmo com os indícios da loucura que consumia seu pai.

É claro que, mesmo isolada sobre as paredes de seu quarto, não diria em voz alta sua frustração, apenas as trocas de olhares silenciosas e secretas com Rhaegar, e mesmo que o príncipe gostasse de esboçar suas insatisfações sobre o pai em voz alta para os que eram de confiança, um silencioso aviso de sua irmã fora o suficiente para que mantivesse-se calado sobre.

Existiu uma satisfação por parte da rainha, também secreta, sempre fora contra a união dos filhos, baseando-se em sua relação com o irmão-marido.

Nunca tinha sido, anteriormente, alvo direto das loucuras do pai. O príncipe Rhaegar e a rainha Rhaella sempre foram protetores com a princesa, e mesmo com as loucuras, o Rei mesmo nunca mudou a personalidade de pai amoroso com a garota, mesmo que com alguns surtos que eram calados pela própria princesa.

Havia um limite entre a princesa e o rei; um limite que nunca foi ultrapassado antes. Porém, a cada dia, a cada sonho, a loucura do Rei Aerys II se tornava irreprimível, e suas memórias sobre seu amor paterno com a filha desvanecia, deixando que as palavras doces e amorosas da princesa caíssem em ouvidos surdos, que ouviam apenas a própria mente confusa.

Foi um dia como qualquer outro, isolada na Fortaleza de Maegor, Jaehaera já acostumara em viver naquele sub-castelo, com a permissão de encontrar-se com a mãe apenas.

Desde que seu ex-noivo se casara com a princesa de Dorne e se mudara junto a mulher para Pedra do Dragão, seu isolamento se tornou pior. Mesmo que o Rei fizesse vista grossa com os encontros de seus filhos, enquanto Rhaegar ainda se mantinha solteiro, ele nunca havia negado que os filhos mantivessem contato, mas, desde que Rhaegar não viesse para a Fortaleza Vermelha, Jaehaera não tinha permissão para visitar o irmão.

O anúncio recente da gravidez de Elia Martell surgira como uma perfeita desculpa para a Rainha mandar a filha para a proteção do irmão. Levou semanas, muitas madrugadas acordadas e lágrimas silenciosas até que Rhaella conseguisse convencer o marido.

━ Pedra do Dragão? ━ A princesa sussurrou a mãe, em uma das raras vezes que o Rei se mostrou generoso e deixou que a rainha saísse da fortaleza de Maegor e caminhasse nos jardins da Fortaleza Vermelha. ━ Não sei se quero ver Elia Martell.

━ Ela é uma boa mulher, teve uma boa educação ━ a rainha rebateu, repreendendo a filha com o olhar. ━ uma boa educação, assim como você. Devemos pensar no futuro de nossa família, quando ela reinar junto ao seu irmão. Que tipo de rainha este reino terá.

━ Deveria ser eu. ━ o veneno e a inveja escorreram em suas palavras. Elia Martell não era de forma alguma uma má pessoa, e Jaehaera Targaryen gostava da princesa dornesa e da conversa que tivera enquanto a ajudava a preparar-se para casar. Porém, Jaehaera Targaryen gostava, também, da ideia de ser rainha e da coroa que pesaria sobre sua cabeça. Fora criada para ser rainha, sempre ao lado de sua mãe, ou seguindo seu pai em reuniões, até mesmo - sem que Aerys soubesse - acompanhando Tywin Lannister quando o rei não estava. ━ Sua companheira, sua futura rainha.

━ A mãe dos filhos dele? ━ Rhaella olhou para a filha. ━ Você pensa nisso também?

━ É um preço que eu estava disposta a pagar.

━ Deuses, Jaehaera! ━ Rhaella tentou não deixar que sua voz soasse alta demais, ainda tentando disfarçar o conteúdo de sua conversa para que ouvidos curiosos não escutassem. A liberdade de andar pelos jardins era extremamente limitada, suas áreas favoritas, as isoladas, não eram permitidas para nenhuma das duas mulheres Targaryen.

━ O quê? É a verdade! ━ protegidas do sol pela tenda exposta nos jardins, Jaehaera sentou-se na cadeira e se recostou com a postura perfeita. Rhaella não a acompanhou, mantendo-se em pé ao seu lado. ━ É nojento pensar em mim e Rhaegar dessa forma, seria difícil, mas eu seria bem recompensada. E, talvez, meus sentimentos por Rhaegar pudessem mudar. Eu o amo, e poderia amá-lo de forma diferente, se fossemos viver em uma rotina diferente.

━ Vocês foram criados como noivos, e mesmo assim nunca se amaram como deveria.

━ Eu o amei como deveria, meu noivo, mas acima disso, meu irmão. ━ jaehaera manteve seu olhar para o horizonte, as águas do mar que batiam muito longe, o barulho de passo das pessoas que caminhavam pelo jardim e mantinham-se o mais longe possível das Targaryen, a paz que seguia pelo leve vento que balança os fios brancos de seus cabelos. ━ Quando se tornasse meu marido, seria principalmente meu marido, acima de ser meu irmão. Então, o amaria como marido.

━ Você é estúpida em achar que isso iria acontecer. ━ Rhaella esbravejou, seus guardas longe o suficiente para que não notassem suas palavras rudes e suas feições bravas.

━ Só porque você e papai não deram certo, não significava que isso aconteceria de novo entre mim e meu irmão. ━ a calma da princesa assustava rhaella acima de tudo, a frieza na forma como dizia e pensava fazia a rainha duvidar da própria criação que havia dado à filha. Mesmo que sobre os olhos atentos e raivosos da mãe, Jaehaera continuou pacífica.

━ Você não sabe de nada, Jaehaera. ━ a rainha balançou a cabeça decepcionada e desviou o olhar, decidindo não desperdiçar a oportunidade de liberdade que tinha, sentando-se afastada da filha. Os olhos violetas da rainha às vezes voltava para a filha, que ainda mantinha seu olhar no horizonte.

━ Mamãe ━ a princesa sussurrou. ━ Eu não odeio ela. Eu não odeio Elia. mas eu espero que ela morra em breve. Foi a frase que passou pela sua cabeça, a princesa repreendeu a si mesma, sentindo-se culpada pela sua inveja e suas palavras e pensamentos venenosos sobre a dornesa.

━ Eu sei que não ━ A rainha sussurrou de volta, dando um pequeno sorriso para a filha.







Se os deuses ouviram as reclamações de Jaehaera sobre visitar o irmão e a esposa grávida, a princesa não sabia, mas, apenas um mês antes de sua viagem, uma carta chegou para o rei.

━ O que Jon Arryn poderia oferecer-me? ━ a princesa sussurrou a mãe naquele dia, ambas sentadas em frente a penteadeira da rainha, com suas damas de companhias as ajudando.

━ Sei pouco sobre ele, minha filha, mas parece ser um bom homem. ━ A rainha tinha receio de deixar que sua filha fosse para um lugar desconhecido mas, no fundo, tudo que conseguia pensar era que qualquer lugar era melhor que ficar ao lado de Aerys.

━ Lorde Arryn cuida de Robert Baratheon e Eddard Stark desde que ambos eram criancinhas! ━ a única dama de companhia que a rainha e a princesa gostavam disse, Emma, sendo também a única que tinha coragem - e permissão - de se intrometer na conversa das duas. ━ Dizem que ambos são muito próximos, como irmãos, até. Lorde Robert é prometido a irmã mais nova de Lorde Eddard, Lyanna Stark.

━ Foi corajoso da parte de Lorde Stark mandar seu segundo filho para tão longe ━ a rainha suspirou.

━ Robert Baratheon estava em Ponta Tempestade quando Lorde Baratheon morreu, não é? ━ a princesa perguntou, e recebeu apenas um aceno de concordância de outra dama de companhia. ━ Papai não foi ao velório de Steffon Baratheon, nunca demos nossas condolências à família.

━ Foi uma tragédia o que aconteceu com o Lorde e a Lady Baratheon ━ a dama sussurrou, e a rainha e a princesa concordaram silenciosamente. A princesa, tranquila, enquanto a rainha se mantinha tensa sobre o assunto.

━ Robert Baratheon tem uma irmãzinha, Leona, se bem me lembro. Uma adorável criança! Penso que talvez deveria considerá-la para ser sua dama de companhia em um futuro. ━ a rainha disse, se levantando. ━ Tem muitas jovens no reino que seriam boa companhia para você.

Dispense umas, pegue outras. As palavras flutuavam no ar entre as três damas de companhia da princesa que se mantiveram. A Rainha Rhaella tinha o hábito de se desfazer de suas damas com muita rapidez, e logo perceberam que a Princesa também tinha esse hábito. Logo, as três que estavam com Jaehaera a mais de dois anos, preocupavam em quando seria sua vez.

━ Pensarei nisso, obrigado, mamãe. ━ a princesa sorriu para a Rainha, antes de se retirar junto às suas damas. ━ O que sabem sobre os protegidos de Jon Arryn?

━ Eles chamam Lorde Eddard de lobo quieto, parece que sempre foi um garoto tímido e silencioso.

━ Vive nas sombras de Lorde Robert ━ outra dama completou. ━ Este não é nada tímido, por assim dizer! Diz as más línguas que já coleciona bastardos pelo Vale! Nunca foi visto com nenhuma criança, no entanto, é incontável as vezes que fora visto com mulheres.

━ E lorde Eddard, mesmo o conhecendo, permitirá que a irmã se case com um homem desses? ━ a princesa soou chocada com suas palavras, e as damas concordavam silenciosamente. ━ Deuses! Que terrível!

━ Talvez ele pense que o amigo mudará ao casar. ━ Emma, uma jovem que viera dos altos da Campina, disse, sentando-se no pequeno sofá dos aposentos da princesa, enquanto a própria princesa caminhava até as enormes janelas.

━ Ele é um tolo se acredita nisso ━ Jaehaera disse, em desgosto.

Nada fora respondido pelas damas, nem mesmo pela amada Emma Redwyne, com sua liberdade de fala, quando estava sob quatro paredes com a princesa, ousou dizer algo.

Uma batida na porta interrompeu o silêncio, a princesa apenas virou-se, interrompendo seu olhar focado nas enormes janelas de seu quarto, enquanto uma de suas damas pegava uma carta das mãos de um homem. Silenciosamente, a Dama entregou a carta para a princesa, ainda lacrada com o selo vermelho. Um pequeno sorriso apareceu nos lábios da princesa ao identificar que a carta era de seu irmão, Rhaegar. A abriu e logo se colocou a ler. Seu sorriso sumia enquanto lia o conteúdo. Mesmo que sua visita tivesse sido cancelada, Elia Martell pedia para que a cunhada tivesse junto a ela no parto.

" Você é a irmã dela agora, Jaehaera. E eu preciso vê-la, sinto sua falta."

A carta acabava com o aviso que Rhaegar também tinha enviado uma carta para o pai, pedindo permissão para a futura visita da irmã quando a criança nascesse. A princesa suspirou, mas guardou a carta na gaveta junto a outras que havia recebido.

━ Está tudo bem, princesa? ━ Emma ousou perguntar, seu rosto delicado sendo levemente tapado pelos fios de seus cabelos castanhos, que caiam como cascata por suas costas.

━ Princesa Elia pede por minha presença em seu parto, quando a criança nascer ━ Jaehaera respondeu, agora colocando um sorriso em seus lábios, mesmo que forçado, parecendo o mais genuíno. ━ Poderei ser a primeira a vê-lo.

━ Antes mesmo da própria mãe ━ fora a Dama de cabelos loiros que disse, recebendo um olhar cauteloso da Redwyne ao seu lado, mas não se assustando, pois a princesa continuou a sorrir.

━ É mesmo! ━ a Targaryen exclamou, e se sentou na beirada de sua cama, ainda sorrindo. ━ Sentem falta de casa?

As Damas se encararam em silêncio. Estava mais próximo do que imaginavam, então, a vez delas serem dispensadas pela princesa.

━ É claro, princesa ━ outra respondeu, sem hesitar. ━ Porto Real é diferente de VilhaVelha.

━ É verdade que se tornaria uma Septã? ━ em seus dois anos servindo como dama de companhia da Princesa Jaehaera, Rosetta Hightower nunca havia visto tanta curiosidade da princesa sobre si.

━ Se os deuses permitissem, é claro. ━ Rosetta respondeu, dessa vez cautelosa.

Mas a princesa nada disse, além de um sorriso em direção a Hightower. Rosetta soube imediatamente, então, que seu fim em Porto Real estava próximo.

Porque, mesmo que genuinamente gentil e amorosa, Jaehaera Targaryen era uma princesa mimada, que se sustentava pelo entretenimento, mesmo que este fosse em cima do sofrimento silencioso de terceiros. 


Emma Redwyne se manteve com sua postura impecável, enquanto assistia a carruagem das duas damas de companhia da Princesa se afastar. Jaehaera estava ao seu lado, já sem dar atenção alguma as damas dispensadas, acariciando os cabelos brancos de seu irmãozinho, Viserys, sorrindo.

━ As outras chegam amanhã! ━ a princesa disse animada. Seu irmão agitava-se em seu colo, compartilhando da animação da irmã.

Jaehaera não esperou que Emma respondesse, antes de dar-lhe as costas e voltar para o interior do castelo. Sua mãe recuperava-se de uma gravidez que resultou em um aborto, e a princesa pegou para si a responsabilidade de cuidar de seu irmão mais novo, quando a mãe mal conseguia andar de tanto cansaço. Havia muito para que ela se importar, além das damas de companhia dispensadas, ou as novas que chegariam. Sua viagem se aproximava, seu pai a preocupava, sua mãe mal falava e seu irmão ficaria sozinho. Ela sentia que Emma entendia o motivo de tanta agitação a certos assuntos, e tanto desdém a outros. Era fato, para a própria Emma, que a Princesa nunca pensara na posição de dúvida em que a Lady fora deixada, após a dispensa de tantas, e o desdém pelas novas. Mas, também era de conhecimento geral que a Rainha era quem mantinha Jaehaera alheia a diversos fatores, um deles o real motivo pelo qual tantas eram dispensadas.

Enquanto o pequeno Viserys dizia palavras sem sentido, Jaehaera gargalhava e tentava ensiná-lo a pronunciar corretamente, falhando na maior parte do tempo. Os servos e outros membros da corte sorriam com a cena, enquanto os irmãos Targaryen andavam pelos corredores da Fortaleza. A princesa, com sua alegria e educação, sempre sorria de volta para todos, os cumprimentando quando os reconhecia. No fundo, sem que ninguém soubesse, seus sentimentos eram obscuros e ela sentia raiva de ter tantos olhos nela.

Quando seu irmão foi retirado de seus braços pela Ama de Leite, que junto a um servo, alegavam que o Rei pedia - berrava - para que seus filhos fossem de volta para seus aposentos. Leia-se, trancafiados em suas prisões. Jaehaera entendeu, mas ignorou o servo que lhe chamava da porta de seus aposentos, indo diretamente para os de sua mãe. Sem viserys por perto, nada a impedia de ficar na companhia da Rainha Rhaella.

A mulher tentara, entre os abusos de seu marido e os abortos que sofria, ser além de mãe, uma companheira amigável para a filha. Uma confidente. Sempre gostou de ouvi-la contar sobre seu dia, em mínimos detalhes, com diversos comentários irrelevantes. Fofocar durante a tarde, apenas as duas, sentadas no sofá de seus aposentos, dispensando damas de companhia, servos e guardas. Um hábito frequente, também, era o da princesa invadir os aposentos da mãe para dormir junto a ela; inicialmente, por conta de pesadelos que tinha, eventualmente. Mas a raridade de tais pesadelos não era o suficiente para o conforto de dormir com os braços da mãe em volta de si, então, com toda sinceridade, ela abraçava a mãe, dizendo que apenas queria a companhia da mulher. E Rhaella, com seu coração derretido, sorria de felicidade, abraçava a filha de volta e sussurrava o quanto a amava. Era o sentimento de que cumprira seus objetivos, quando aproveitara a oportunidade que sempre teve em ter Jaehaera ao seu lado, quando Rhaegar fora tirado tão cedo de seu colo, para assumir as responsabilidades de herdeiro. É fato que a rainha conhece cada parte de Jaehaera, suas mudanças habituais de humor, semelhantes ao pai, seus pensamentos raivosos, suas opiniões sobre as pessoas que a rodeavam, e, mesmo conhecendo o lado secreto de Jaehaera, ela sentia que havia acertado como mãe, ao perceber a confiança que a princesa tinha em lhe contar detalhes de cada coisinhas, sem receios.

Quando a rainha se tornasse a vulnerável, ela sentiria-se arrependida de tamanha cumplicidade.

O sorriso de sua filha em vê-la, foi o suficiente para que o dia da rainha, mesmo com suas dores, físicas e mentais, a companhia de Jaehaera era um como um pouco de açúcar em um chá amargo. E, tal sentimento era mútuo, o sorriso que sua mãe lhe devolvera foi o suficiente para que Jaehaera sentisse todos os pensamentos ruins se dissiparem de sua mente. Correu para sentar ao lado da mãe na cama, enquanto, junto a servas, auxiliava a rainha a se sentar também, recostando em diversas almofadas que rodeavam toda a cama.

━ Como você está se sentindo? ━ a princesa perguntou, entrelaçando seus dedos com os da rainha.

━ Muito melhor! ━ a mulher continuava a sorrir, achando graça em como sua filha a olhava com mais pura preocupação, como sempre fazia após tais momentos. Era um sentimento que sempre sentiu falta em Rhaegar, quando ele era um menino e Jaehaera ainda não havia nascido, o garoto pouco a visitava, e mesmo a amando, por ser sua mãe, havia pouca real afeição e preocupação. Jaehaera, no entanto, esteve sempre ao seu lado, desde criança. Viserys ter nascido quando a garota já era grande fora uma benção, pois ela tirara o garoto das mãos da parteira segundo após ele vir ao mundo, dizendo que o primeiro rosto que ele deveria memorizar era o da irmã. E mesmo que ele chorasse e se contorcesse, ela teve força para segurá-lo, acalmá-lo e, então, entregá-lo a rainha. Ela se lembrava dos sussurros da princesa, dizendo o quão lindo seu irmãozinho era, o quanto ela já o amava e o quanto ela cuidaria dele. Um momento de felicidade para Jaehaera, mas uma ruptura definitiva nas relações fraternais entre Jaehaera e Rhaegar, que, na época, ainda tinham em mente que se casariam. Rainha Rhaella duvidava que seu primogênito tivesse alguma vez olhado para seu irmão mais novo. ━ E como está Viserys?

━ Eu estava com ele! O levei para se despedir de Lady Rosetta e Lady Mary. ━ ela respondeu, o sorriso mais sincero que poderia dar a mãe, ao falar de Viserys. ━ Ele está muito bem, mais agitado que nunca, com saudades e aprendendo muitas palavras novas. Já já estará falando como um papagaio!

━ Fico tão feliz em saber que você está cuidando bem de seu irmão. ━ houve um momento de silêncio entre as duas, porque ambas tinham o hábito de parar de conversar abruptamente, apenas para se encararem por alguns segundo, e então relaxar no conforto do silêncio.

A princesa deitou sua cabeça no ombro da mãe. As cortinas estavam completamente fechadas, então o quarto quase não estava iluminado. Ambas compartilhavam um apreço pela escuridão, que deixava muitos sonolentos, mas dava energia a mãe e filha. Depois de um tempo, a princesa deixou despejar suas preocupações pela viagem, em um sussurro tão baixo, que as servas que se colocavam perto da cama não escutaram, mesmo que seus ouvidos se aumentassem ao escutar um pouco da voz da princesa. A rainha a tranquilizou, mas muito desconfiada também. E logo, a tarde foi repleta de assuntos fúteis, como as fofocas que estavam rodando pela Corte, ou pelo Reino, com uma leveza que fazia ambas quererem ficar ali para sempre.

O título de rainha ou princesa não mudava o fato de que não poderiam ficar ali para sempre, e mais próximo do que imaginavam, o caos se instauraria pela sua Casa. 




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