13.
KIM TAEHYUNG
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EXISTEM CERTAS COISAS QUE SE EU SOUBESSE QUE IRIAM ACONTECER, nunca me perdoaria.
Uma delas foi ter, possivelmente, feito a vida de Jennie virar de cabeça para baixo. Fato é que se eu nunca tivesse me aproximado dela, Hyunjin nunca saberia que ela era tão poderosa quanto é. Eu me culpava tanto, tanto de tantas coisas, mas ao mesmo tempo eu não queria perdê-la. Jennie era como uma droga para mim, mais do que isso, ela era o resquício de vida que ainda restava dentro de mim. Eu devia admitir que comecei a amá-la, com todo o meu dormente coração.
Mas não fui útil o suficiente para mantê-la a salvo.
Naquela noite, saí silenciosamente do quarto, deixando que Jennie descansasse, com a promessa de que não demoraria a voltar. Iria encontrar-me com meus irmãos para reunir nossas estratégias de manter Jennie a salvo, mas meu coração apertava. Eu sentia como se estivesse deixando um pedaço de mim para trás.
Mesmo que eu só estivesse a poucos metros de distância dela.
— Como ela está? — perguntou Seokjin assim que passei pelo batente da porta, desviando o olhar dos papéis para mim.
— Cansada, mas bem — respondi, tentando esconder a preocupação em minha voz.
Seokjin assentiu, seus olhos refletindo a mesma determinação que eu sentia. Depois que Jennie vêm passando os dias aqui, sinto que estamos mais unidos, como a família que sempre fomos, e isso reflete em Seraphine e Seokjin, que parece que adotaram uma nova criança.
— Precisamos acelerar o treinamento dela. Hyunjin não vai esperar. Ele sabe o quão poderosa ela é, temos pouquíssimo tempo.
Eu sabia que ele estava certo, mas odiava a ideia de expor a minha Jennie a mais perigo, a mais pressão. Ela era forte, mas ainda sentia que estava a fazendo passar por muito, deixando-a exausta.
Antes que pudesse responder, senti um arrepio na espinha. Algo estava errado. Um pressentimento ruim tomou conta de mim, e meu instinto me fez com que virasse em direção da escada.
— Alguém esteve aqui. — Minha voz saiu quase num sussurro, mas foi o suficiente para todos na sala ficarem em alerta.
Jungkook e Jimin trocaram um olhar rápido antes de se aproximarem de mim. Seokjin franziu a testa, seus olhos se estreitando enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Namjoon, Yoongi e Hoseok se juntaram a nós, suas expressões sérias.
— O que você quer dizer, Taehyung? — Namjoon perguntou, sua voz grave.
— Jennie... — Minha voz falhou, e comecei a correr de volta para o quarto, o pânico crescendo dentro de mim. Podia sentir os outros me seguindo de perto, seus passos rápidos ecoando pelo corredor.
Chegando ao quarto, abri a porta com força, o som ecoando pela casa silenciosa. O quarto estava vazio. Jennie não estava lá.
— Não, não, não... — murmurei, procurando desesperadamente por algum sinal dela. A cama estava desfeita, o cobertor jogado de lado, como se ela tivesse saído às pressas. Não havia nenhum bilhete, nenhuma pista, nada.
O pânico transformou-se em desespero e raiva. Como ela podia ter desaparecido assim, sem deixar rastro?
— Precisamos encontrá-la, agora! — gritei, minha voz quebrando.
Seokjin olhou para o quarto vazio, sua expressão sombria. — Não podemos simplesmente sair sem um plano. Hyunjin deve estar por trás disso, e ele não vai facilitar para nós.
Jungkook colocou uma mão em meu ombro, tentando me acalmar. — Vamos trazê-la de volta, Taehyung. Precisamos pensar com clareza. Se perdermos a cabeça, ele vence.
Tentei respirar fundo, lutando contra a tempestade de emoções que ameaçava me engolir. Jennie estava em perigo, e eu precisava estar em minha melhor forma para salvá-la.
— O que faremos? — perguntei, minha voz mais firme desta vez.
— Deve haver uma barreira mágica, algo que nos impede de encontrá-la — sugeriu Hoseok, seus olhos cerrados em concentração. — Hyunjin é astuto, e ele não faria isso sem garantir que não pudéssemos rastreá-la facilmente.
O desespero ameaçava me consumir. A ideia de Jennie, minha Jennie, nas mãos daquele monstro, era insuportável. Mas eu não podia perder a cabeça. Precisava pensar, planejar.
— Precisamos encontrar essa barreira — declarei, minha voz firme apesar do tumulto interno. — E precisamos destruí-la. Não importa o que for necessário, não importa quanto tempo leve. Nós a traremos de volta.
Seokjin assentiu, colocando uma mão reconfortante em meu ombro.
— E vamos. Mas precisamos ser inteligentes sobre isso. Primeiro, vamos rastrear quaisquer sinais de magia recente ao redor da casa. Hyunjin pode ter deixado pistas sem querer.
Jungkook, com sua visão aguçada, já estava examinando cada canto, buscando qualquer resquício de energia mágica. Jimin estava ao seu lado, sentindo as vibrações no ar, tentando detectar qualquer irregularidade enquanto Yoongi gritava por Jennie.
Nada...
— Ela é forte, Taehyung — disse Seraphine, sua voz suave e reconfortante. — Jennie tem um poder dentro dela que nem mesmo Hyunjin pode subestimar. Ela vai lutar, e nós estaremos lá para ajudá-la.
Enquanto nos espalhávamos pela casa, meu coração estava dividido entre a urgência da missão e a agonia da espera. Cada segundo sem a minha bruxinha era um tormento, mas eu não podia me dar ao luxo de perder a esperança. Precisávamos de um plano, e precisávamos dele agora.
Horas se passaram, e nossos esforços começaram a render frutos. Yoongi detectou um resquício de magia negra na entrada traseira da casa. Era um ponto fraco, um possível caminho para rastrear Jennie. Mas, conforme nos aproximávamos, percebemos a complexidade da barreira mágica. Era densa, tecida com cuidado e crueldade, projetada para nos manter afastados.
— Isso vai levar tempo — disse Seraphine, analisando a barreira. — Mas vamos conseguir. Precisamos de todos focados, cada um utilizando seu poder ao máximo.
Enquanto todos se preparavam para enfrentar a barreira, uma raiva fria começou a crescer dentro de mim. Hyunjin havia cometido um erro grave ao subestimar nossa determinação. E eu faria tudo em meu poder para garantir que Jennie voltasse em segurança. Ela era a luz que guiava meu caminho, e eu não permitiria que essa luz fosse apagada.
Enquanto Seokjin e os outros discutiam as próximas etapas, minha mente vagava. Lembrava-me dos momentos que passamos juntos, a maneira como seus olhos brilhavam quando falava sobre seus sonhos, o som de sua risada que aquecia meu coração. Esses momentos pareciam tão distantes agora, como se pertencessem a outra vida.
Flashbacks inundaram minha mente. A primeira vez que a vi, sua figura delicada destacando-se na multidão. O jeito como ela me olhou, sem medo, sem preconceito. A conexão que senti imediatamente, algo que nunca havia experimentado antes. E então, os momentos que passamos juntos, cada toque, cada palavra trocada, cada segredo compartilhado.
Eu lembrava da noite em que a beijei pela primeira vez, sentindo o calor de seus lábios contra os meus, a eletricidade que percorreu meu corpo. Lembrava da sensação de tê-la em meus braços, sua respiração suave contra meu peito enquanto dormia. Essas lembranças eram agora como facas afiadas, cortando-me por dentro.
"Eu devia tê-la protegido melhor," pensei, a culpa esmagando meu peito. "Minha natureza vampírica, minha presença, trouxe tanto perigo para sua vida."
Lembrava-me das vezes em que tentei manter distância, sabendo o risco que minha proximidade representava, mas a força da atração era incontrolável. Ela era minha cantante, o único ser que fazia meu coração morto bater de novo, mas isso também a tornava um alvo.
A imagem de Jennie em perigo, assustada e sozinha, era insuportável. Cada segundo que passava sem saber onde ela estava, ou se estava segura, era uma tortura. Minha mente continuava voltando para os momentos que passamos juntos, um ciclo interminável de dor e arrependimento.
Enquanto os outros discutiam estratégias, eu me afastei, andando pelo jardim onde Jennie e eu passamos tantos momentos tranquilos. O cheiro das flores, o som suave da brisa entre as folhas, tudo isso me lembrava dela. O lugar que antes era um refúgio de paz agora parecia vazio e desolado sem sua presença.
— Taehyung? — A voz de Seokjin me trouxe de volta à realidade. Ele me olhou com preocupação. — Precisamos de você aqui. Jennie precisa de você.
Assenti, tentando afastar a melancolia e focar no que precisava ser feito. Não podia me permitir ser consumido pelo desespero. Jennie estava contando comigo, e eu faria qualquer coisa para trazê-la de volta.
Voltando para dentro, encontrei Yoongi conversando com Seraphine e Bangchan, que chegou poucos segundos após a ligação de Seokjin, informando que Morgan estava em sua funerária, mas igualmente preocupada. Eles estavam discutindo maneiras de quebrar a barreira mágica que Hyunjin provavelmente havia colocado ao redor de Jennie.
— Temos que agir rápido. — disse Seraphine, sua voz firme. — Cada segundo conta.
Olhei para todos na sala, meus irmãos, Seraphine, Bangchan... Eles estavam todos aqui para ajudar, unidos por um objetivo comum.
— Vamos trazê-la de volta. — declarei, minha voz cheia de determinação. — Não importa o que custe.
Enquanto a noite caía, nos preparamos para o que estava por vir. Eu sabia que seria uma batalha difícil, mas estava disposto a lutar com todas as minhas forças. Jennie era tudo para mim, e eu não a deixaria cair nas mãos de Hyunjin.
Eu a traria de volta, ou morreria tentando.
— Onde está a Jennie? — Um cheiro de cachorro molhado invadia a estrada enquanto eu dirigia em direção ao chalé da tia de Jennie. Ao longe, observei um garoto segurando um livro grosso, conversando com a Morgan.
— Querido... eu gostaria de saber.
— Eunwoo?! — Perguntei, me aproximando do mesmo. Eu reconhecia aquele lobo sujo. — Sabe que esse não é seu território!
Morgan parecia confusa, me olhando, e olhando de volta para Eunwoo. Sua cabeça estava uma bagunça, e seus olhos visivelmente inchados, como se estivesse chorando.
Se eu pudesse, faria o mesmo...
Eunwoo levantou a cabeça, os olhos cheios de determinação e preocupação.
— Eu sei, Taehyung, mas estou aqui por Jennie. — Ele ergueu o livro. — Eu ia emprestá-la este livro sobre as lendas de Crescent Hollow. Talvez houvesse algo que pudesse ajudá-la a entender seus poderes, ela parecia confusa na praia em La Push algumas semanas atrás. Mas quando eu cheguei, não tinha mais nem rastro dela! O que vocês fizeram?
— Meninos... calma. — Morgan interviu, enquanto a raiva fervia dentro de mim para jogar esse cachorro pra longe. — Não temos nenhuma pista ainda sobre o paradeiro dela... a barreira é extremamente forte. Entrem... estou tentando encontrar alguma coisa.
Ela nos deu espaço e adentramos o pequeno chalé. Era aconchegante, com cheiro de ervas, mas era visível a bagunça de livros e até mesmo manuscritos sobre a mesa da mulher. Ela realmente parecia se culpar tanto quanto ou até mais do que eu.
— Eu não sabia que ela estava em perigo. Se soubesse, teria vindo mais cedo. — Eunwoo olhou diretamente para mim, a sinceridade em seus olhos. — Quero ajudar.
Esse lobo vai me dar nos nervos.
Olhei para Morgan, que deu um leve aceno. Precisávamos de toda a ajuda que pudéssemos conseguir, mesmo que isso significasse aceitar a ajuda de um lobo.
— Tudo bem, Eunwoo, podemos conversar com Seokjin. — disse, finalmente. — Mas saiba que estaremos observando cada movimento seu.
Eunwoo assentiu, aceitando a condição sem hesitação.
— Vamos encontrar a Jennie! — ele disse, com firmeza.
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