✧... (xii) moth to flame

✝️ · 𝐃𝐈𝐀𝐒 𝐀𝐓𝐔𝐀𝐈𝐒 : 𝗅𝗂𝗍𝗍𝗅𝖾 𝗍𝗋𝗈𝗎𝖻𝗅𝖾

. ℐ know if i'm hauting you, you must be haunting me ━━ 𝖫𝗈𝗌𝖾𝗋 𝐚𝐧𝐝 𝗁𝗂𝗌 𝗍𝗋𝗈𝗎𝖻𝗅𝖾 𝗀𝗂𝗋𝗅.


       ASSIM EU CHEGO EM CASA     o silêncio persistia da mesma forma que quando eu sair por essa porta com Madden e Ivarsen, mas diferente de antes,   mamãe não estava sã e meu pai estava em casa.   O Hall da entrada obtia cacos de vidros espalhados por todo o piso de mármore branco,  e havia sangue. Olhei para a portas abertas da sala de estar e vi mamãe sentada na poltrona enquanto bebia e fumava,  havia um pano enrolado em sua mão direta onde segurava o cigarro entre os dedos,    seus cabelos desgrenhados e sua aparência bastante acabada.   Mamãe possuía os cabelos escuros como os meus, e seus olhos eram como diamantes assim como os meus e eu me perguntava o motivo que a fez se tornar essa casca irreconhecível.

Eu desejei nunca a ter conhecido.

— Você não demorou. — Ouço sua voz melancólica, como um assombro da penumbra da casa.   Vazia,  e completamente preenchida por nossa presença indiferente,   mamãe desviou os olhos do fogo que crescia na lareira e olhou para as janelas percebendo que o anoitecer já caiu, e bem, eu demorei por alguns segundos quando fiquei com Madden no vestiário.  — Eu percebi.

— O que? — Minha voz saiu baixa, não tive forças para perguntar mais uma vez quando o silêncio parecia querer me engolir e sufocar, apenas aproximei mais da porta e agarrei X força a bolsa em minha mão arrumando em meu ombro,  mamãe largou o cigarro no cinzeiro.    E a garrafa de whisky na mesa a frente pequena,  ela virou totalmente para mim e eu pude ver a escuridão abaixo de seus olhos, como se ela não dormisse a dias e havia resquícios de lápis de olho e rimel.

Mamãe sorriu.

Eu a vi sorrir depois de tanto tempo, mas não foi um sorriso alegre ou gentil e doce como eu costumava ver quando era pequena, era um sorriso que espelhava a dor e atribulações que ela estava tendo, demonstrava que seu pesadelo parecia estar sempre à sua frente e isso a deixava dolorosa e melancólica,   mamãe apenas lambeu os lábios secos e borrados do vermelho.

  A mulher apoiou o queixo sobre a mão,  o cotovelo apoio no braço da poltrona e seus olhos molhados por lágrimas,  senti-me mal pela forma como minha mãe, apesar de todas as coisas, estava naquele momento e parecia que a ficha caia por cima de si de uma vez por todas, e naquele momento ela não me olhava com raiva, decepção ou inveja e nojo, ela me olhava como se eu fosse uma única peça inteira;  ou era o que ela achava que eu poderia estar, inteira.

Mas da mesma forma que ela estava sentindo dor,  eu sentia essa dor e estava quebrada em pedaços como aquele vidro na entrada, a anos.  E eu fui forte para aguentar e engoli todo o nó formado em minha garganta, sentir a dor calada e não derramei nenhuma lágrima sequer em tristeza todas as vezes em que meu pai, a pessoa que deveria ser tudo para mim e que deveria ser o meu herói, me molestava. 

— Você sabia que fui eu em que escolhi seu nome, Esmeralda? — Mamãe disse sorrindo. — Mas seu pai queria chamar você de Lily,  eu protestei e disse que você era uma dádiva, tinha que ter um significado forte. — Mamãe desviou o olhar por breves segundos. — Os Barone sempre foram homenageados por si mesmo, trabalhar com joias raras era como pavimentar uma cidade toda, e você, Esmeralda era a nossa joia.

— E porque tudo mudou? — Questionei. — Você se afogou nessas merdas e fingiu que não via nada do que acontecia, e Nikolai teve que crescer antes do tempo para poder cuidar de nós dois já que nossos pais eram incapazes, você me odiou como se eu fosse culpada.

— Eu fiz. — Assumiu triste. — Eu sei o que ele fazia Esmeralda, sempre soube e errei quando aceitei. — Suspirou. — Eu não sou uma mãe boa para você e Nikolai, e vocês sabem disso, como ele não é um bom pai.   Mas isso vai acabar querida, você será livre.

  Olhei para ela desconfiada,   mamãe sempre foi como uma cobra que espalhava seu veneno pronta para despejar sobre qualquer pessoa ao seu redor, manipuladora para conseguir o que quer e se fazer de vítima.   Mas ela sabia que da mesma forma que ela era minuciosa e ambiciosa, eu também era.

Não fiquei para ouvir mais nada sair de sua boca, soava como uma mera mentira, enganação fajula para me fazer alucinar e perdoar a negligência por todos esses anos, e então apenas fiz o que sempre foi feito, ignorei e subi as escadas em direção aos meus aposentos,   pronta para me arrumar para o ensaio da noite.

  O sol estava fraco sobre os céus,   demonstrando que aos poucos dava lugar a noite;   após tomar um banho para relaxar,   troquei de roupa colocando uma meia calça transparente branca com uma saia preta e um body preto com detalhes em branco na gola e manga,  prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e coloquei botas pretas,  a noite caiu rapidamente juntamente com os ventos frios e eu apenas suspirei pegando por fim o colar sobre a penteadeira e observei de perto.

Um pequeno sorriso se alastrando sobre meu rosto,  meu peito ardia em chamas enquanto observo o pequeno crucifixo em minhas mãos,   a joia brilhava tão intensamente que eu podia ver o mesmo brilho sobre os olhos escuros de Madden,  aquela joia pertencia a ele e não a mim, não mais.

Coloquei o crucifixo escondendo por baixo da gola do body,  e levantei assim que batidas na porta vieram.   Abrindo-a pude ver a figura alta e robusta de Madden, arregalei os olhos surpresa por ve-lo ali já que eu esperava que minha mãe fosse me levar até St.Killian ou Nikolai,  o rapaz estava vestindo uma blusa preta colada sobre o corpo juntamente com a jaqueta preta com detalhes atrás e uma calça com conturnos pretos e anéis na mão direita,  seus cabelos estavam arrumados e ele estava sorrindo.

Por Deus Madden.

Foi a única coisa capaz que pensei naquele momento.

— O que faz aqui? —  minha voz saiu baixa.

— Vim buscar você. — Ele disse dando de ombros,  sorrindo presunçoso. —  Você está linda, pequena.

Meu coração acelerou tão rápido que fui incapaz até de conter o sorriso que cresceu em meus lábios,  Madden sempre teve esse poder sobre mim;   esse sentimento tão forte e arrebatador que nem eu mesmo era capaz de conseguir compreender, ele sempre me fazia sentir-me como se eu fosse única, a única mulher que ele tocou e a única que amou.    Apesar disso, eu não me sentia merecedora de seu amor e cuidado ou de sua atenção por mim.

Dou um passo para frente ficando perto de si e sinto seus olhos sobre mim,   encaro ele com inocência.   Sabendo que isso era capaz de faze-lo sentir coisas imagináveis,  era bom provocar-lo dessa forma.    Apenas fechei a porta atrás de mim sentido sua mão sobre a minha cintura e em questão de minutos,   minhas costas batem contra a madeira branca fazendo um som surdo,   sinto sua respiração em meu rosto e o toque bruto de suas mãos sobre a minha cintura, Madden cola nossos corpos como se pudesse fundir em meu corpo e eu agarrei sua jaqueta entre os dedos enquanto sinto seus lábios passando por meu maxilar em direção aos meus lábios,   os olhos antes castanhos estavam escuros a luxúria,   um desejo profano e profundo que me fez sentir minhas pernas bambas ao receber esse olhar duro e faminto.

  — Você ainda irá me enlouquecer garota. — Madden agarrou meu queixo entre os dedos.

— Eu acho que já enlouqueço. — Sorrir para ele. — Você não concorda? Sempre que chego perto assim. — Puxo para mais perto, quase encostando nossos lábios e encaro ele podendo ver a forma como ele pareceu enfraquecido e louco naquele momento, meu toque parecia ferver seu corpo. — Sua respiração fica ofegante e seu coração bate tão forte — Sussuro perto de sua boca.

Madden apenas sorri.

—  É porque pertenço a você. — Madden disse sorrindo adorável,     eu não consegui segurar nem mesmo a minha felicidade diante daquilo e o puxei para um beijo.   Madden segurou com força minha cintura enquanto me beijava com volúpia;   tomando cada pedacinho de mim para ele,  suas mãos exploraram meu corpo como se ele fosse único e exclusivo, agarro seus cabelos entre os dedos enquanto deixo sua língua explorar a minha boca.

O toque era sutil em meu rosto, seus dedos agarraram com força minha garganta e eu apenas suspirei entre seus lábios enquanto era tomada por ele ali,  eu podia sentir meu coração acelerando a cada batida e todas elas iriam em direção a ele, a Madden Mori.  Afasto desfazendo o ósculo.

— Vamos nos atrasar — Sussurrei perto de seu rosto ainda o olhando,   meu rosto estava ardente e eu não desconfiava que minhas bochechas naquele momento estavam rosadas, eu havia o provocado tão descaradamente que agora estava com vergonha.

Patética.

Madden apenas morde meu lábio inferior afastando completamente me dando espaço para andar,  sorrio revirando os olhos e caminho com ele ao me alcance.   Descemos a escada e eu olhei para a sala vendo minha mãe ainda lá,  parada de costas para a entrada.

Soltou um som para que ela olhasse.

— Estou indo. — avisei,  Madden estava atrás de mim e a mulher olhou para ele e para mim em um entendimento claro e apenas deixou o cigarro no cinzeiro e acenou em concordância,    seu olhar ainda era oscilante demonstrando claramente a sua tristeza e frieza ao mesmo tempo, e isso só me fazia sentir um calafrio.

Puxo Madden para sairmos dali o mais rápido possível,    eu só queria poder me fundir.

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