ㅤㅤ ㅤㅤ XV. welcome to a babysitter
‹ 𓆠⃮ 𝄿ֱ 𝚗𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚒𝚗𝚒𝚌𝚒𝚊𝚒𝚜: .bem vindos a mais um capítulo divos. não sei quando esse capítulo vai estar saindo mas o importante é que veio. tava/to em semana de provas e ta complicado pq não sei se vou tirar o suficiente pra passar em química scrr deus, me desejem boa sorte ai pq exatas é foda. enfim, votem e comentem já de início e fiquem com o capítulo!↓֓ ܸ۠命𐄂
E de repente, você é aquele que eu tenho esperado
Rei do meu coração, corpo e alma, uou
E de repente, você é tudo o que eu quero, nunca vou te largar
Rei do meu coração, corpo e alma, uou
king of my heart, TAYLOR SWIFT!
𔖳﹙‣ࣰ𖥣᤺ →𝕨𝕖𝕝𝕔𝕠𝕞𝕖 𝕥𝕠 𝕕𝕠𝕝𝕝𝕙𝕠𝕦𝕤𝕖 ⍰ ׁ ۪
𖥻݁ ⟩ﹴ 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗿: -𝗌𝗅𝗒𝗍𝗁𝖾𝗉𝗋𝗈𝗇𝗀𝗌 ↑ꞌꞋ̸📑ۛ͟ ⸯ̳
✶ ׅ ゜᮫( BABÁ ) 𔓐 ⋆ 𔒅
──۠─᮫֩ ⑇⃫ֳ ៹۠🗒️۪ܺ #𝘤𝘢𝘱. quinze ๋⇑ܸ 15 ◹
BROOKE ACORDOU COMO SE estivesse dormindo nas nuvens. A tranquilidade passava-se por seu peito, a dando aquela sensação de que o dia seria incrível, tal como a brisa fresca que a fazia se enrolar mais ainda no cobertor. Um segundo depois, sentiu um estranhar que fez o sentimento bom cessar momentaneamente.
Ao olhar para o lado, percebeu que dormia na cama de Ash, e a parte mais surpreendenente é que ele estava ali, e ela também, obviamente. Arregalou os olhos ao perceber que o local em que sua mão atingiu era o peito desnudo do garoto. Antes de se desesperar e ter mil pensamentos, ficou fascinada pelo corpo dele. Tinha músculos não padronizados, ou seja, eram poucos, o que era exatamente o tipo dela.
Levantou um pouco a coberta que preenchia os dois. Ela estava com as roupas intimas assim como ele, o diferencial foi a conclusão de saber que ereções matinais eram mesmo comum entre rapazes adolescentes. Abaixou rapidamente, constrangida com o que viu.
— De fofo é só a cara, né? — riu, tentando abafar o que instantaneamente se formou em si mesma, levantando-se e pegando as suas roupas jogadas pelo quarto.
Tentou se recordar da noite passada, porém fora como um borrão. Via poucos flashes. Eles chegando e percebendo que Abby dormia, então partiram para o mercado e fizeram a festa que não deu na casa de Emerald — que agora era apenas cinzas —, lá. Beberam muito, obviamente. Brooke só tinha medo se caso tivessem chegado lá. Ora, ela estava sem o seu lado humano, mas conseguia raciocinar ainda. Ash era um dos, se não o melhor garoto que conhecia. Sabia que ele era virgem e merecia mais do que uma primeira vez bêbado e com uma louca sem sentimentos.
Aliás, descobriu que "sem sentimentos" era uma frase que não cabia a ela. A única coisa que não sentia mesmo era a culpa e tristeza muito elevada. Era nítido que empatia ressoava por ela para com o loiro que observava tanto. Também tinha empatia com seu gêmeo moreno — mesmo não merecendo — para não simplesmente se vingar ou jogar com ele.
— Bem, acho que se algo tão grande tivesse entrado em mim eu estaria sentindo agora. — refletiu a si mesma sobre a possibilidade de terem transado. — Quem se regenerava era o pai dele.
— Brooke... — ele coçou os olhos se levantando levemente, para encarar surpreso ela de calcinha e sutiã a sua frente, ainda no tempo de tentar pegar suas roupas pelo chão. — Porra!
Foi a primeira vez que ouviu falar um palavrão, e a uma mente que, já estava mergulhada numa tensão que definitivamente não deveria existir uma manhã tão cedo, não foi nada bom — ou ruim, dependendo da circunstância. Viu o garoto colocar a coberta ao redor da cintura, e extremamente constrangido, foi para o banheiro do quarto.
Brooke suspirou várias vezes, tentando acalmar a vontade gigantesca de fazer o que disse sobre desvirginar o Schmidt, repetindo diversas vezes o tanto que era errado.
A essa altura, já nem negava que se sentia muito atraída por ele e até por seu irmão. Começava a entender o que sua mãe disse no único dia em que falou com ela. Não sabia se podia amar naquelas circunstâncias, mas que transaria até perder o fôlego com os dois, de preferência juntos, ah, isso era uma vontade real e crescente cada vez mais.
— Malditos gêmeos gostosos. — amaldiçoou baixinho, vestindo sua roupa, frustada.
Brooke resolveu agradecer por Ash ter cedido uma noite em sua casa, e até em sua cama, com um belo café da manhã. Acordou cedo demais, e mesmo sonolenta, tentou dar o seu melhor. Depois da dose de café — bebida ao qual odiava, mas era um belo energético — ficou disposta a preparar o que sabia na cozinha. Não era tão péssima quando Henry vivia insistindo que era. Com muito esforço, conseguia preparar algumas panquecas sem que a metade ficasse crua e a outra queimada.
Abby acordou primeiro do que seu irmão teve de tempo para se recuperar da vergonha. Ela ainda não sabia falar muitas palavras, porém, conseguiu sair do berço e andar. Seu próximo passo era ir até onde estava Ash e acordá-lo, entretanto, estranhou a mulher na cozinha, que sorriu simpática a bebê. Tinha cabelos pretos curtos, roupa toda rosa e uma fralda cheia que seria um problema enorme ao loiro.
Abby queria balbuciar a pergunta de quem era Brooke para ela, no entanto ainda não conseguiu, a fazendo chorar em seguida. Brooke teve o instinto para correr até ela e pegar no colo, balançando e cantando a primeira música que veio em sua cabeça. Tinha a experiência nata. Criou Charlie com o auxílio de Henry. Na maior parte do tempo ficava com ela. Deixava apenas a parte de trocas as fraldas de cocô ao seu pai. Nunca ligou, apesar da infância restrita. Amou cada momento, e agora, sabia exatamente o que fazer para acalmar a garotinha.
Não demorou mais do que cinco minutos para que a pequena se acomodasse no colo estranho e cessasse o choro, até mesmo abraçando Brooke, ato que emocionou ela. No fim, um ovo estava queimado e uma panqueca também, contudo, Brooke ligou apenas para o lado bom, que era um suco de laranja maravilhosamente delicioso, que até deu a garotinha, sabendo de sua aprovação pela risada feliz.
Mike havia acabado de descer as escadas após um longo banho gelado para se deparar com aquela cena. Não soube quando tempo observou Brooke arrumar a comida de Abby, até mesmo cortando pedaço por pedaço das melhores panquecas para que a menina pudesse comer confortavelmente, sorrindo a nova amiga. Ele sabia que Abby não se dava bem com praticamente ninguém. Era como ele, um introvertido de nascença. Se perguntava qual era o truque de mágica que aquela garota tinha de ser absolutamente tão perfeita em todos os aspectos, quase como se fosse irreal.
Foi a vez de Brooke ver atentamente o loiro chegar, mais bonito do que antes pelo cabelo molhado, beijar a testa da sua irmã, e para a sua surpresa total — e até dele pelo nível de coragem que nem suspeitava ter — beijou a bochecha da Emily, sorrindo ao perceber que finalmente havia chegado a sua vez de corar.
Brooke percebeu como Abby pareceu muito feliz ao ver essa cena. Estava impressionada de como ela era tão inteligente para perceber que foi quase como se fosse uma família. Precipitado demais, porém a uma criança sedenta por alguma figura materna não tão doente, Brooke era como um anjo que já não queria que fosse embora.
— Como dormiu? — perguntou o garoto casualmente, tentando fingir que o episódio de mais cedo nunca aconteceu.
— Bem demais. — foi inevitável a ela não lançar um sorriso malicioso a ele, que foi devolvido, para a surpresa dela. O desgraçado tinha descoberto que a kriptonita de Brooke era provocação na mesma moeda. — Espertinho...
— Preciso sair para uma entrevista de emprego hoje, em pleno sábado. — disse Schmidt triste. — Vou ligar para minha tia.
— Não precisa. — falou de repente, atraindo a atenção do garoto. — Não tenho nada para fazer e Abby parece uma companhia adorável.
Ele ficou surpreso, um brilho de admiração em seus olhos.
— Sério? Não quero te pressionar a cuidar da minha irmã...
— Deixa disso. Eu te pressionaria a deixar caso dissesse não. — sorriu de volta, brilhante.
Para Mike Schmidt, ou Ash Afton, foi uma ação muito mais do que se dispor a cuidar de uma criança por algumas horas. Brooke em tão pouco tempo tornou-se simplesmente uma pessoa muito importante. Ele nunca achou que outra pessoa assim entraria em sua vida, que para Ash, era apenas ele e Abby, e não sabia que precisava de mais até que ela chegou. Sabia que Brooke Emily era alguém além dos seus limites. Simplesmente a garota mais linda que seus olhos azuis já puderam ver, além de tão poderosa em personalidade — num belíssimo contraste a ele que nem sabia reagir bem a Bullying e tinha a alto-estima tenebrosa. Não merecia e não queria se iludir achando que se se esforçasse muito poderia merecer alguém tão incrível. Por isso, estava sendo a missão mais impossível que já enfrentou não se apaixonar por cada mínimo detalhe dela.
— Você é muito bonito, mas seu olhar está me dando um leve medo. — disse ela, colocando mel nas panquecas de Abby, que bateu palmas em aprovação.
Esperou uma resposta, porém ele apenas abaixou o olhar. Brooke estranhou. Foi até o garoto, levantando seu queixo para ver seus olhos brilhando como diamanete ao estarem marejados.
— O que foi?
— Não é nada. — tentou se afastar, no entanto, a garota impediu-o.
— Sabe que pode confiar em mim.
— É que é algo bobo... — engoliu em seco, abaixando novamente a cabeça, para com Brooke ainda segurando o queixo com o dedo levantasse novamente, o fazendo revirar os olhos e a garota rir sem mostrar os dentes. — 'Tá bom... É que ninguém nunca falou que eu era bonito...
Brooke ficou surpresa. Foi então que se lembrou do que seu tio explicou. Todos os iluminados estão fadados a passar o pior possível na terra para que acabe se matando e torne-se um psicopata, tal como ela, que estava bem longe desse título na maior parte do tempo. Mesmo assim, era impressionantemente triste como não havia ninguém em sua vida para falar que era pelo menos lindo, que nem era exagero. Ele era sim e muito.
Teve uma ideia para ajuda-lo com isso.
— Você não é só bonito. — ele ficou com expectativa. — Você é um rei.
— O quê? — riu em confusão.
— Você é um rei. — repetiu, pegando em sua mão e levando até o seu peito, não em uma conduta sexual, e sim no sentimento que o órgão que ali estava, fictionalmente carregaria. — O Rei do meu coração.
Para Brooke, não era muito fácil de entender o porquê se importava tanto com aquele garoto. Talvez por se identificar. Irmão mais velho que é como um pai; sofre com pessoas o criticando, ele com bullying e ela com a mídia; problemas com a mãe, ela de criação e ele a de verdade e o maior, comem o pão que o diabo amassou mas ainda conseguia se importar de verdade com as pessoas que faziam o mesmo por eles. Poderia ser isso, ou porque era intrigante um rapaz como ele, que muitos considerariam como básico e que jamais merecia "chance". Para Brooke, não era verdade. Não via as pessoas assim e muito menos ele. Sentia curiosidade em saber mais e mais coisas sobre seu ser, vontades, personalidades, história de vida, gostos e absolutamente tudo que pudesse render tempo de paz com ele, sem lembrar-se de que era uma vampira, assassina e metade demônio. Gostaria de continuar naquela névoa de lavanda que os cegava dos problemas reais.
E para Ash, se havia alguma parte nele que lutava para não se apaixonar, com isso, morreu e se incinerou por completo. Suas pupilas dilataram encarando Brooke com tanta intensidade que a deixou constrangida. Ainda olhava quando a garota foi até a mesa e sentou-se ao lado de Abby para comer seu próprio café da manhã.
— Fiz bastante para todos nós. — o lembrou, puxando uma cadeira para próximo dela e batendo a mão na mesma, indicando para ele se sentar, que ainda em choque, o fez.
Já fazia alguns minutos que Schmidt havia deixado a casa após Brooke desejar uma boa entrevista e dado a dica valiosa de falar olhando nos olhos dos chefes. Com sorte, seus poderes despertariam e acabaria os manipulando de alguma forma. Ele parecia ansioso para voltar logo e praticamente "suplicou" para que Brooke ficasse o tempo que quisesse. Se o loiro soubesse que a Emily não tinha a mínima intenção de ir embora...
Cuidar de Abby era a coisa mais legal do mundo para Brooke. Em primeiro plano, colocou uma música com batidas presentes para dançarem até que perdessem o fôlego. Foi muito divertido ver a bebê tentando imitar os movimentos da maior e após cair no sofá exausta, rindo enquanto tentava respirar todo o ar que perdeu. Quando Brooke descobriu que dava para a colocar a dança num sensor da televisão, graças a tecnologia da sua própria família, foi o auge para ambas. Passaram uma hora só nisso.
Depois, para descansarem, resolveu colocar desenhos que Mike disse ser os favoritos dela. Percebeu depois de um tempo o tédio da garota, então mudou para os filmes que era fascinada. Foi difícil achar algum legal no estoque de Ash. Quase gritou ao encontrar um, escondido no fundo dos cd's, com certeza para a criança não pegar, o Massacre da Serra Elétrica, seu terror favorito.
— Maninho não deixa mim ver esse — tentou falar Abby, triste.
— Mas ele não está aqui agora. — lembrou Brooke e a garota se animou. — Se não contar, eu não conto.
Em resumo, Brooke transformou a pequena Abby em uma cinéfila enquanto a dava pipocas. Era muito fácil a Emily explicar tudo sobre direção, atuações e contexto históricos do filme enquanto rolava, a ponto da criança nem se assustar por estar tão entretida na voz da nova amiga. Não era surpresa a ninguém que seu sonho era cursar cinema. Agora, não via muito como fazer isso.
Depois de acabar o filme, a fome bateu forte nas moças, e então se depararam com a ausência de muitas coisas para preparar. Que falta de educação de Brooke gastar tanto em um café da manhã. As vezes esquecia que muitas famílias, como os Schmidt, não tinham condições iguais as dela, fato que a deixava triste. Todos mereceriam ter direito ao melhor tipo de comidas, bebidas ou qualquer tipo de direito. Por que alguém com mais dinheiro era melhor na sociedade sendo que eram feitos do mesmo material?
— Vamos ao mercado, Abby.
A garota se animou, e mais ainda ao chegar. Brooke pegou vários carrinhos e pegou absolutamente tudo que seus olhos conseguiam enxergar. Deixou que Abby fizesse o mesmo. Sabia que provavelmente necessitaria de duas viagens de carro para buscar tudo, mas valeria a pena. Em brinquedos a menina, pegou tudo que ela queria e até os que sentia vergonha em pedir. Abby começava também a ver a Emily como um anjo. Nunca na vida dela, e nem de seu irmão, puderam abster do sentimento de simplesmente comprarem o que quiserem num supermercado. Era algo fora da realidade para ela.
Brooke colocou a menina em cima de um carrinho e correu pelo mercado, as risadas de adrenalina da crianças e os olhares chocados dos outros clientes. A garota nem ligava, apenas se divertia brincando com Abby, se sentindo mais viva naquele dia do que em todos depois da morte da sua irmã.
— Ei, olha por onde anda! — ouviu um reclamar de una voz familiar quando sem querer seu carrinho acabou por bater no dele. — Brooke?
— Não é possível. — falou a Michael. — Você me persegue mesmo, né?
— Eu apenas vim comprar comida. — alegou, com seus dois irmãos também em seu próprio carrinho.
Foi então que reparou na criança no carrinho, ao qual parecia animada em vê-lo.
— Maiki! — balbuciava seu nome como se fosse seu irmão, afinal, ainda não poderia saber diferenciar um do outro se procavelmente nem sabia que existia um além.
— É minha filha. — mentiu Brooke, não muito a fim de falar que era irmã dele e assim ter que explicar toda a história de seu gêmeo estar na mesma cidade que ele. — Achei perdida e adotei, simples.
Michael não demonstrou acreditar por incrível que pareça, já que era uma porta de tão burro.
— E por que ela sabe quem eu sou? — indagou, a sobrancelha arqueada em desafio a Brooke, sabendo da mentira.
— Porque ela é uma x-woman. — continuou de cabeça erguida. Talvez ela tenha exagerado no nível em que achava Michael ser tão burro. — Entendi, se eu dissesse que ela é uma x-man você acreditaria, não é, machista?
— O quê?
— Chama ele de "machista", Abby! — ordenou a menina, que sorrindo ficou de pé no carrinho e apontou o dedo na cara do moreno, que somente riu, e proferiu a palavra:
— Machixa!
— Você disse "Abby"? — agora sim ele parecia ter finalmente raciocinado algo descente. — Abby é a irmã do meu... Ah, você está de brincadeira comigo, Brooke Emily!
Brooke sorriu falsamente enquanto tentava disfarçar colocando uma mecha de seu cabelo castanho atrás da orelha.
— Que reviravolta, não é mesmo, garoto?
— Além de você ir embora sem me deixar terminar, mentir que voltaria, agora esconde que meu irmão gêmeo está na mesma cidade que eu, e pior, que está tendo contato com ele! — ele estava furioso, e isso poderia ser sentido através de seus olhos e expressão. Se sentia profundamente traído e magoado.
— Cara — começou ela, fingindo se importar, pois literalmente a única coisa que não sentia era culpa. — Eu não dou a mínima em como você se sente.
Não era totalmente verdade. Várias atitudes dela eram tomadas querendo não o magoar, como por exemplo, já não ter transado com ele em diversas oportunidades que tinha pois sabia que retribuir naquele estágio não era algo fácil e nem estava disposta a fazer. Por outro lado, não moveria tantos esforços porque estava livre do sentimento que a forçava a ver um lado bom em quem só fodeu com sua vida.
— Você me magoa cada vez mais. — disse de verdade, os olhos marejados pelas palavras crueis de Brooke.
— É? — ironizou. — Experimenta descobrir que eu, por um acaso, soubesse caso alguém tivesse matado o seu irmão, ai depois eu matasse o seu pai, considerando nessa realidade que ele fosse alguém bom. Somente quando você pular num rio congelante para morrer pois não aguenta mais tanta dor, incluindo a de traição, você pode proferir a palavra mágoa perto de mim.
Michael abaixou a cabeça. As pessoas ao redor estavam curiosas em relação a discussão. Brooke perdeu a paciência e transformou seus olhos no de vampira, que os fez assustarem e vazarem daquele corredor.
— Eu queria ter pedido desculpas. — admitiu, chorando. — Mas era muito difícil pra mim esse assunto...
Brooke se revoltou. Ela ficou com muita raiva mesmo. Sabia que comparar sofrimento era algo errado, mas independente disso, não deixou que a injustiça tomasse conta de seu peito.
— Difícil para você?! — exclamou, limpando uma lágrima de fúria de seus olhos se destransformando. Michael engoliu em seco em medo do que viria a seguir. — Difícil foi pra mim! Eu vi meu pai e minha irmã morrerem em questão de um mês! E olha só, você envolvido em ambas as mortes! Você devia isso a mim! Se se importasse comigo, teria me contado sobre a Charlotte, ou a lealdade que tem com o merda do seu pai valia mais do que a justiça pela minha irmãzinha que tinha só seis anos?!
Brooke bufava de fúria, revolta e tristeza enquanto Mike apenas assentia.
— Você acha que eu tenho que simplesmente te tratar como se nada tivesse ocorrido, te beijar, abraçar? — ele ficou surpreso com as palavras. — Porque eu sei que você gosta de mim, seu jumento. Eu era a garota no telefone aquele dia. — arregalou os olhos, chocado e com vergonha. — Como eu posso simplesmente aceitar qualquer coisa sabendo que nunca mais aceitarei conselhos do homem que me criou por sua causa? E pior ainda, que você nem sequer tentou falar comigo sobre isso! Você queria apenas se declarar, e dessa forma, com amor, não precisaria se desculpar e estariamos bem para beijar, trepar e tudo, até que você me traisse de novo com essa lealdade cega que tem?! — despejou tudo que sentia desde que retornou do inferno, profundamente magoada e revoltada. — Sei que ainda faria qualquer coisa que William pedisse pela forma como tratou Theodore. Você é doente por causa dele, e eu realmente sinto muito por isso, mas eu não mereço passar por esse sofrimento de novo. Você não merece que eu tente, porque você também não tentou.
A facada foi dolorosa, porém merecida. Levantou a cabeça, seus olhos cor de avelã agora obtiam uma coloração vermelha ao redor.
— Eu posso tentar... — pediu, a dor presente em sua voz falha pela tristeza. — Não quero que, sei lá, me namore ou coisa do tipo agora. Eu só quero me reconciliar, concertar o que fiz... te mostrar que posso ser diferente...
Brooke conseguia ser muito empatica até mesmo em uma configuração destinada a não ter justamente isso. Se aproximou e passou seus dedos pelas lágrimas do garoto e colocou sua testa sobre a dele. Doia nela falar tantas coisas ruins, apesar de verdadeiras. Ela sabia que na maioria dos casos era uma situação em que Michael não tinha controle, entretanto, nenhuma justificava apaga a dor da traição que ainda sentia.
— Pode. — falou, sem sorrir, mesmo que o moreno o tenha feito. — Vou falar com Ash sobre você, embora eu duvide que ele queira.
— Por quê? — ficou triste novamente.
— Ele sabe de praticamente tudo, de ser seu gêmeo, de William, a Hayley e tudo mais. — revelou. — Se ele não sequer tocou no seu nome desde que nós começamos a conversar, deve ter algum motivo que dificulte que ele goste de você.
— Entendo... — assentiu, triste.
— Para de ficar com essa cara triste. — se irritou, pegando no cereal que era seu objetivo naquele corredor fatalico. — Theo está lá para você, completamente alguém que já te ama. Ele pode te ajudar em tudo até que algo a mais aconteça. Trate com educação e vai ter uma pessoa que se importe com você.
Ele assentiu, embora ainda não gostasse do homem.
— Obrigado, Brooke.
Ela apenas acenou e saiu daquela droga de corredor, percebendo o olhar intrigante de Abby em cima dela, que tratou de facilmente distrair com um bombom.
As garotas passaram mais algumas horas no mercado, comprando absolutamente tudo que o dinheiro conseguia, sentindo-se estranha por estar sendo tão consumista, e óbvio, pela recente discussão.
"Trouxa". Era como se chamava. Falou tantas verdades para depois aconselhar o garoto. Puta merda, ela não tinha palavra nenhuma com sua raiva.
Quando finalmente terminaram de colocar toda a extensa compra para dentro, Abby estava muito cansada. Não demorou nada para que a garota adormecesse por completo no colo de Brooke. Já era tarde e o almoço não significava mais nada.
Foi inevitável que sentisse lágrimas sairem de seus olhos ao ver a pequena dormindo tão serenamente. Foi a primeira vez desde que retornou que se sentiu verdadeiramente triste, a ponto de chorar. Ela segurava Abby enquanto a balançava, mesmo que a garota já dormisse, tentando conter as lágrimas pesadas que caiam de seus olhos sem controle algum. Ter falado de Charlotte daquela forma para Michael a trouxe um gatilho forte o bastante para barrar o não-sentimentalismo. Se lembrava dela agora toda vez que olhava para Abby.
Brooke agarrou forte na garota enquanto chorava compulsivamente, como quando sua irmã morreu em seu colo. Seus soluços eram altos o bastante para acordá-la se não tivesse um sono muito pesado. Doia muito, ela sentia isso agora. A dor estava presente e Charlie não. A forma como tratou Abby hoje foi exatamente a forma como criou sua irmã e mesmo negando durante todo o período, o motivo para ter se dado tão bem era porque lembrava-se dela em todos os detalhes. Agora que tudo estava mais forte, sozinha com seus pensamentos, nada a poderia salvar de, novamente, o afogamento da perda.
— Eu culpei o Michael e o pai dele... — falou entre os soluços para Abby dormindo, como se fosse Charlie. — Mas a culpa sempre foi minha.... desculpa maninha...
O próximo a chorar naquele dia fora Ash. Estava cansado após ficar o dia inteiro na fila da entrevista para saber que na hora, falhou em diversos aspectos essenciais. Então, chegou em casa e viu Abby dormindo no colo de Brooke, e o surpreendente, a casa repleta de brinquedos e alimentos. Para muitas pessoas isso era básico, mas não para sua família. Desde que Hayley morreu, a situação financeira não estava das mulheres, e sem emprego dificultava muito. Não queria dizer, mas estavam quase para passar necessidades, o que apenas comprovava sua teoria de que Brooke veio como um anjo.
Brooke quando escutou um fungar baixo, se virou e deparou-se surpresa com seu amigo chorando olhando o redor da casa. Por isso sempre que podia ajudava financeiramente as pessoas. Porque queria ter a certeza de que pelo menos teriam o perto do justo que realmente sempre deveria ter sido, já que era abençoada com a fartura da moeda que praticamente comprava vidas. Levantou-se e conseguiu apenas abraçar Schmidt, afagando suas costas levemente.
Depois de tomar um banho, não pensou em descansar. Em sua cabeça, deveria retribuir o favor extremamente absurso de Brooke. Começou a preparar a única e melhor comida que sabia fazer, e também, a única herança de sua mãe. Era uma lasanha, mas nada simples. Tinha memória afetiva sobre um dos únicos momentos em que sua mãe estava lúcida para o ensinar algo e tratá-lo como filho.
Brooke observou de longe todo o esforço dele em preparar a comida com um sorriso no rosto, acariciando os cabelos de Abby.
Depois de uma hora, onde o horário já permitia a janta, voltou com dois pratos, por sua irmã ainda estar dormindo. Brooke na primeira mordida sentiu como se estivesse nas nuvens.
— É definitivamente minha nova comida preferida! — exclamou, encantada. — Não sabia que cozinhava tão bem!
— Depende do que eu for cozinhar. Ao mesmo tempo que quase morro para fritar um ovo, posso muito bem fazer isso. — disse sorrindo orgulhoso da aprovação de Brooke. — Obrigado, Brooke, de verdade, por tudo que tem feito...
— É isso que amigos fazem. — sorriu, embora a palavra parecesse incompleta para ambos. — Mudando de assunto, você até agora não demonstrou interesse em conhecer seu irmão.
— Por que eu teria? — questionou, não gostando do rumo da conversa. — Meu irmão cresceu tendo uma vida de privilégios e eu não. Muitas vezes já quase morri de fome e ele esbanjava soberba em todas as entrevistas. — parecia invejado e magoado. — Nunca gostei da personalidade dele.
— Como assim?
— Eu sempre fui um admirador seu... — relevou constrangido, fazendo Brooke ter a mesma reação. — E sempre odiei como a mídia te retratava de maneira tosca e ele, sendo pior, com rumor de bullyings, nada. O endeusavam. Não tenho porque querer conhecer alguém assim.
Como suspeitava.
— Entendo, mas ele passou por muitas coisas também. — odiou-se por defender Michael. — O pai de vocês é bem desgraçado...
— Não me surpreende. — deu de ombros comendo mais um pedaço da lasanha. — Minha mãe também era uma lunática surtada.
— Eu sei...
— Acho que não a história toda... — começou, endireitando-se. — Ela e William eram o casal mais tóxico existente, por palavras dela mesmo. Minha mãe o traia diversas vezes, em alguns casos, explicito na frente dele, e sei que ele é um assassino porque ela me contou que William matou todos os homens com quem se envolveu, enciumado. Mesmo assim, continuou em pé de guerra, o querendo enlouquecer. Infelizmente, o feitiço se virou contra o feiticeiro, e acho que já sabe como terminou.
— Que família complicada. — falou, levemente com vergonha por ter puxado aquele assunto num momento tão bacana como a janta.
— Brooke. — chamou Ash após um minuto. — Não quero parecer precipitado, mas além de Abby ter gostado mesmo de você, eu também, óbvio... — parecia muito nervoso, fato que disfarçava comendo. Ação fofa. — Não quero que vá embora... Quer dizer, você pode ir a hora que quiser... não está presa, é que eu preferiria que não... fosse... — se embolou completamente, o que a garota achou mais fofo ainda.
— Não tenho intenção.
Dois sorrisos que se completavam dormiram no sofá-cama aquela noite. A missão era terminar a coleção de filmes de comédia, contudo, ambos cansados não duraram mais do que uma hora, rindo até capotarem, nem percebendo o tanto que estavam próximos quando aconteceu.
Abby acordou horas depois disso, e afastada deles, sentiu-se insegura. Engatinhou, sonolenta, até estar entre Brooke e Mike e adormecer ali naquele centro, sorrindo agora, sabendo que nenhum male a pegaria enquanto estivesse sob tal proteção.
‹ 𓆠⃮ 𝄿ֱ 𝚗𝚘𝚝𝚊𝚜 𝚏𝚒𝚗𝚊𝚒𝚜: .
I. o sono que eu tô vocês não tem noção, pqp. to quase morrendo aqui, e acho que esqueci de muita coisa, então perdão por isso, pela demora (já que novamente quase 5k de palavras msm eu nem achando q fosse ser tanto), e pelos erros de continuidade/repetição e os de digitação. to parecendo q to bêbado de tanto sono aqui.
II. depois desse capítulo, são team afton ou team schmidt?
III. por favor comentem o que estão achando da história até agora, além desse arco, ato, e o total, por favor, é muito importante pra mim! e se não votaram, votem!
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