Deixando tudo pra trás


No dia seguinte

  Micaela estava sentada olhando o horizonte pela janela do seu quarto.
A mesma não conseguiu dormir, nem por um minuto, seu semblante estava preocupado e ansioso, não era porque não sabia falar Japonês ou por ter esquecido os costumes de lá, não, pelo contrário, sempre falou palavras japonesas aos colegas de turma, sempre leu mangás, não era isso que a preocupava. O que a preocupava era o modo como ela foi embora e como ela iria voltar.

"Então eu só vou voltar por que... Porque a minha irmã vai desistir?.... Ela... É por minha culpa? Mas.. e o sonho dela?... Ela é mil vezes mais forte que eu"

  Pensava isso sempre que lembrava da irmã.
Micaela ainda se preocupava com o grupo de música da sua igreja, a menina cantava todo domingo lá. E logo naquela semana iria ter um evento pra arrecadar dinheiro, e, mesmo que não fosse honesto, eles pretendiam usar da segunda individualidade dela...

NOME:MICAELA ASHIDO 15 ANOS
INDIVIDUALIDADES: ¹ÁCIDO,ELA PODE PRODUZIR QUALQUER TIPO DE ÁCIDO COM SUAS MÃOS E PÉS, ATÉ MESMO ÁCIDO DE FRUTAS;
²SEREIA, SEU CANTO E SEU OLHAR PODEM HIPNOTIZAR QUALQUER UM, ESSA QUIRK TAMBÉM PODE AJUDA-LA A RESPIRAR EMBAIXO D'ÁGUA.

  Eles quase não tinham instrumentos, e os que tinham já estavam se estragando pelo tempo.
 
   Desde que a garota chegou na cidade, lá, com os músicos, ela era feliz, ela costumava dizer que "Lá é a casa da música", na igreja a garota não ligava pros medos, para os motivos dela estar ali. Ela simplesmente cantava e se esquecia dos problemas.

E agora? Como seria? Invadir assim, no meio do ano, uma turma que já teria vivido tanta coisa junto? Será que aceitariam ela como amiga? Na própria escola ela já não tinha amigos, nem as pessoas que eram colocadas com individualidades insignificantes queriam ser amigos dela. Os únicos amigos que ela teve na vida foram o primo, a irmã e um garoto de quem ela vagamente se lembrava.

Até que seus pensamentos são parados por uma leve batida na porta.

-Pode entrar..-ela diz tirando os fones do ouvido.

-Eu trouxe café...-disse seu primo entrando no quarto-Eu sei que você está com medo mas... Eu tenho certeza de que eles vão te adorar.-disse o rapaz entregando a xícara pra sua prima.

-Arigato Jota_Sam...-ela diz bebendo um pouco do café-mas eu não estou com medo... Eu tô preocupada.

-Com o que? A tia vai est-ele é interrompido.

-Eu sei que sou insignificante, provavelmente eu vou trazer trabalho a eles... Os alunos da U.A são muito avançados, eu vi os campeonatos esportivos pela internet... Todos eles são incríveis, principalmente a turma 1_A... Eu vou só atrasá-los.... Como faço com todo mundo... E ... Eu só atrapalho a alegria das pessoas...-a menina chora, e acaba derrubando a xícara, mas seu primo consegue pegar antes que caia no chão.

-Desculpa Mica_Sam, mas isso é mentira.-diz o primo com um ar sério-Eu vi os testes, eu tava lá. Você é muito melhor que toda a sua turma. Você deveria ter ido pra uma escola muito melhor que aquela! Cara, quando você tinha 10 anos você ajudou os bombeiros naquele acidente! Você esqueceu? Cara, você tá se deixando contaminar por aqueles babacas do terceiro ano? Eles usam maconha cara! Pelo amor de Deus! Olha pra você! Olha! Você já ajudou pessoas a superarem a depressão na igreja e agora? E você!? Cara, olha a oportunidade que Deus tá te dando! Não é qualquer um que consegue sair de um país pobre e subdesenvolvido pra ir pra uma das melhores escolas de heróis do mundo!-o rapaz já está exaltado e deu pra sua avó ouvir tudo.

Ela entra no quarto e diz balançando a passagem da garota.

-E nem adianta desistir-ela chega perto de Micaela e enxuga suas lágrimas cuidadosamente-Não dá pra mandar o passado, mas dá pra deixá-lo pra trás, minha querida, estaremos sempre aqui, no seu coração, e você no nosso... Se Deus permitiu que sua irmã saísse de lá e que você fosse, é porque é nescessário e não há nada que possamos fazer. Você precisa se arrumar Micaela...-a avó da menina estende a mão e ela leva a garota até a porta do banheiro-Estamos te esperando lá embaixo tá?

  A menina entra no banheiro e fecha a porta, ao tranca-la lembra de uma música triste e melancólica, então ela senta no chão perto da porta e chora por alguns minutos ,ela bate a cabeça na parede,mas logo para.

"Eu posso acabar chamando atenção da vovó"

Então ela se levanta e olha a sua volta, a cerâmica branca com detalhes verdes, a pia cinza, o vazo branco, o espelho (que não lhe trazia vontade de se olhar nele), o box do banheiro que era verde, o chuveiro que as vezes lhe dava choque.

"Sentirei falta disso tudo com certeza."

Pensa ela já tirando suas roupas.

09:00

  Ao entrar debaixo da água do chuveiro, ela sente todos os problemas da sua mente, por um breve momento, irem embora junto com a água...

"Eu me odeio... Odeio tudo em mim... Eu deveria ser forte, eu quero mas .... Por que eu não consigo?... Eu preciso colocar todo esse ódio pra fora na U.A .... Já que ninguém vai ser meu amigo lá eu vou focar totalmente nas aulas... É a única coisa que eu faço mesmo, nunca namorei e nem pretendo isso... Eu sou intragável mesmo... Enfim, não usarei aquelas saias horríveis, provavelmente vou com a minha calça que parece com a de lá. Eu tô nem aí se acharem que sou um menino. Sou feia mesmo."

Pensava ela enquanto terminava seu banho.

  Logo após trocou de roupa, bem no seu estilo Indie/e-girl, com uma camisa listrada preta e verde, um casaco grande preto, seu óculos de grau 0,5 preto, uma calça jeans que não era colada ao seu corpo, um tênis preto com detalhes verdes e deixa seus cabelos (pretos ondulados) soltos mesmo.
Ela põe a mochila nas costas e desce as escadas ainda desanimada.

Quando chega na sala, vê sua família ali, a esperando, bem como sua avó tinha dito.

-Vou sentir saudade sua boba...-diz o primo a abraçando, tentando conter sua emoção.

-Eu também vou sentir saudade Jota...-diz retribuindo o abraço.

-Vai com Deus minha filha, e não deixe nenhum garoto atrevido tocam em você!adverte avó com um olhar de aviso.

-Que tipo de garoto vai olhar pra mim vovó? Só um cego!-disse Micaela rindo.

-Eu que vou te levar... Vamos logo, antes que você se atrase...-disse o vovô pegando as malas da menor.

-Sayonara Vovó! Sayonara Jota_Sam!-disse ela com o braço erguido o balançando.

-Até logo!-disseram os dois na porta, enquanto viam o ônibus indo embora.

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