𝕮𝖆𝖕 4
Cap 4: Nova garota no dojo
Estávamos no dojo aguardando o sensei Johnny até que a aula começasse. Enquanto isso o sensei Kreese comentava um pouco sobre as histórias impressionantes que ele passou quando ele era do exército.
— vocês tem que entender que Mogadíscio nos anos 90 era um inferno. Os bandidos controlavam parte da cidade — comenta Kreese — Eu e a minha equipe fomos chamados para resolver a situação
— quantos bandidos matou? — questiona Falcão
— você sabe em quantas formigas já pisou? — responde Kreese com outra pergunta nos deixando cada vez mais perplexos e impressionados
— nossa...— murmura Aisha
— que irado — disse Falcão
— impressionante mesmo — complemento
— a gente tinha mais arma, e eles mais homens. Olha, em Ruanda...não é fácil
— não quer dizer Somália? — pergunta Miguel — Mogadíscio é na Somália, Ruanda é outro país
— claro, Somália. Eu passei tanto tempo no deserto que tudo isso parece igual...
— atenção! — disse Johnny saindo do escritório e chamando a atenção de todos — estou vendo que temos novatos. Todo mundo em posição! Em fileiras bem organizadas
Eu, Miguel, Falcão, Aisha e mais alguns puxamos algumas fileiras e todos se posicionaram atrás de nós.
— vamos ver do que são feitos — disse Johnny antes de começar a analisar os alunos — se acertem, gêmeos ruivos — diz a dois garotos ruivos que estavam com a coluna torta
Johnny caminhou em direção a um homem que aparentava ser até maior de idade, ele era baixo e gordo.
— desculpa, mas pais não podem ficar, é uma coisa do seguro — explica Lawrence
— e..eu não sou pai...eu tô aqui para descer a porrada senhor...— diz o homem deixando Johnny perplexo
— te conheço de algum lugar? — questiona o loiro
— sim, eu sou o cara que te vendeu o espelho — responde o homem — a gente se deu bem, rolou o papo sobre...bandas de rock
— você é um pouco velho, essa turma é de adolescentes
— relaxa, eu aguento a barra. Eu não tenho medo de garotos senhor, e a minha mãe não me cobra aluguel então...eu tenho muita grana pra gastar — disse o homem tirando um bolo de dinheiro de seu bolso
— tá, vamos considerar um teste — disse Johnny pegando o dinheiro da mão do homem e voltando para a posição na frente dos alunos
— achei que meu último grupo de alunos era patético, mas se fizerem o que eu mandar, terão a chance de virarem lutadores — disse Johnny — Mas, pra isso, precisam lugar, então...quem aí tem coragem de enfrentar o campeão?
Ouve um silêncio entre o novatos. De repente uma garota loira se revela dentre eles.
— eu tenho — disse a garota
— você tem, é? — questiona o sensei fazendo com que a garota concordasse com a cabeça
— vi a demonstração de vocês no festival. Sabem dar um show, mas será que sabem lutar? — pergunta a garota em um tom desafiador
— isso parece um desafio — analisa Johnny se aproximando da menor
— adoro desafio — responde ela sem nem tremer
— Sr. Diaz, mostra pra Srta sabe tudo o que é um cobra Kai — ordena Johnny voltando a seu lugar
Abrimos um espaço para a luta, Miguel e a loira tomaram posição. Miguel se inclinou para fazer a reverência e em seguida iniciaram a luta.
— oi, é...você quer mesmo fazer iss...— antes que Miguel pudesse terminar sua frase, a loira da um chute em sua barriga o fazendo se recompor em seguida — beleza, tá valendo
A luta estava bem equilibrada, parecia que Miguel ia levar ela. Em um ato de defesa, a garota derruba Miguel no chão que não perdeu muito tempo em trocar as posições fazendo com que a garota caísse.
— meu nome é Miguel — diz estendendo a mão pra garota
— Tory — respondeu a loira e em seguida pegou a mão de Miguel, entretanto ela puxou para o chão pressionando Diaz — Tory com "Y"
Aquela luta havia deixado todos nós impressionados com as habilidades de Tory que nem tinha aprendido o karatê ainda.
[...]
Depois do treino, eu e Aisha fomos até a Tory já que ela seria uma nova garota no dojô.
— Eai, parabéns pela luta. Não é qualquer um que ganha do Miguel — falo
— valeu, mas isso não foi nada. Vocês que são os lutadores — disse Tory
— que nada, você luta pra caramba — rebate Aisha
— sou a Beatrice, mas pode me chamar de Bea
— nome legal — disse Tory
— e eu sou a Aisha... só Aisha, não tenho um apelido pro meu nome
— ah...então prazer, "só Aisha" — disse a loira fazendo com que eu e Aisha risse
— vamos lá no mercado comprar alguma coisas, quer vir? — questiono
— ah, pode ser
— beleza então, só vou tira o kimono e a gente já vai — falo antes de ir em direção ao banheiro
[...]
No mercado, havia pegado alguns refrigerante para tomar com as meninas. De repente olho para Aisha e a vejo com um semblante de frustração.
— o que foi? — pergunto
— já sei, foto de p̶i̶n̶t̶o̶? — pergunta Tory
— não. Minha mãe quer que eu vou no club de praia com ela — diz Aisha fazendo com que eu e Tory nos olhamos
— nossa, que tristeza. Ela vai ter que ir no club de praia — ironizo, ouço Tory e Aisha rirem
— não, é que a Samantha vai estar lá, e a gente não está se entendendo direito — responde a cacheada antes de olhar para o braço de Tory — pulseira legal
— essa? — Tory levanta o braço revelando um pulseira de couro com alguns espinhos afiados
— daora mesmo — digo analisando
— e tem uma utilidade. Uma vez um esquisitão no shopping tentou me agarrar, mas eu impedi ele e dei um presente que ele nunca mais vai esquecer...
— caramba...que demais! — falo
— parece que você já sabe bater bem, pra que precisar do cobra Kai? — questiona Aisha
— tive algumas aulas de kickboxing. Mas sempre quis quebrar tábuas com uma venda — disse Tory se referindo ao show que demos no festival
— não é bem assim...— falo abrindo um sorriso no rosto
— o segredo é fazer buraquinhos na venda — completa Aisha
— legal...
— aí, querem ir ao club de praia comigo? Seria bom ter companhia — disse Aisha
— acho que posso sofrer um dia na praia — responde Tory
— e eu como uma boa amiga não deixarei que sofram sozinhas — falo
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Havíamos acabado de chegar no club de praia. Aisha, Tory e eu fomos para um canto isolado para conversarmos enquanto olhava para a galera que com certeza tinha mais grana que minhas próximas cinco gerações juntas.
— ok, isso aqui não é praia — comenta Tory — eu não estou vendo os mendigos de patins, e cadê os caras cantando hip Hop ruim na nossa frente
— relaxa, isso só vem depois de servirem os aperitivos — responde a cacheada
— pelo menos tem comida, né? — comento — algo pra alegrar o dia de qualquer um
Olhando para as pessoas, vejo brevemente Samantha acompanhada de Robby, parecia que se divertiam. Com certeza o Miguel não merece sofrer por ela.
Entretanto apenas reviro meus olhos e finjo que não vi.
Eu e Aisha fomos pegar comida enquanto Tory havia ido ao banheiro.
— olha só...acho que essa comida deve valer o valor dos meus rins — falo analisando o banquete que havia na mesa
— ah, fica tranquila — Aisha ri — é tudo de graça aqui
— ainda bem...
De repente Samantha se aproxima.
— oi...
— oi — responde Aisha
— Eai, estão bem?
— você sabe que não estamos bem — responde a cacheada
Não queria muito papo com a Samantha por conta de ainda não ir muito com a cara dela, então resolvi deixa-las conversarem enquanto esperava Tory voltar.
Sem muita demora, Tory se aproxima com uma garrafa de bebida na mão.
— oi, olha o que eu consegui...— disse a loira — eu roubei no bar, relaxa, os adultos tão enchendo a cara, nem vão notar se a gente se divertir
— você devia devolver, podemos ter problemas — sugere Samantha
— e quem é você? — pergunta Tory
— ah.... Samantha — disse Aisha — essa é a Tory. Tory, Samantha
— ah....a Samantha — diz a loira — qual é, nem vão notar que sumiu uma garrafa de vodka
— eu tô de boa com isso, não estou querendo beber hoje mas eu dou cobertura pra ninguém ver — falo
— tá vendo, até a Bea não é careta — diz Tory — eu podia roubar metade dos talheres que não notaram
— você não devia roubar nada — repreende Samantha
Com certeza ela já teve tudo que quis a vida toda por isso não sabe a necessidade que as pessoas passam.
— você é uma freira? — disse e em seguida olha para mim e Aisha — Eai, a gente vai ou não?
— vamos então, uma bebida não iria fazer mal — falo
— beleza, e você Aisha?
— tá bom, só uma dose — responde
— isso — diz a loira antes de irmos para uma área mais reservada
Continua...
Não esqueça de votar no cap, me motiva muito a continuar.
1454 palavras...
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