𝕮𝖆𝖕 15
Cap 15: Em busca de respostas
A manhã começou cedo para Beatrice, que já estava de pé e cheia de raiva. O que fizeram com Falcão não podia ser perdoado, e ela decidiu que começaria sua vingança confrontando Isabella, sua maior rival. Com passos decididos, Beatrice foi até a porta da casa de Isabella e bateu com força, a impaciência evidente em seu rosto. Foi recebida pela mãe de Isabella, que abriu a porta com um sorriso acolhedor.
— Beatrice? Há quanto tempo! — cumprimentou Sra. Ísis.
— Olá, Sra. Ísis. Eu preciso falar com a Isabella.
A mulher hesitou por um momento antes de responder.
— Olha, a Isabella não está. Ela me mandou mensagem ontem à tarde dizendo que talvez dormiria na casa de uma amiga.
Beatrice bufou, claramente irritada.
— Fala sério! Ela está se escondendo agora?
— Perdão?
— Eu precisava muito falar com ela.
Sra. Ísis manteve o tom calmo, tentando amenizar a tensão.
— Se quiser, pode esperar na sala. Ela deve já já estar chegando.
Embora sua vontade fosse recusar, Beatrice percebeu que era melhor esperar para resolver as coisas imediatamente.
— Obrigada, Sra. Ísis.
— Não há de quê — respondeu a mulher, fechando a porta atrás dela.
Beatrice caminhou até a sala, onde foi informada pela anfitriã:
— Vou terminar de fazer o café da manhã. Qualquer coisa, me chama, tudo bem?
A loira assentiu, mas sua atenção logo se voltou para os detalhes ao redor. Em uma mesinha, havia um quadro que chamou sua atenção. Era uma foto dela e Isabella ainda crianças, abraçadas durante a formatura da 5ª série. O olhar de Beatrice endureceu. O que antes seria uma lembrança feliz agora parecia uma farsa. Ela apertou os punhos, fervendo de raiva.
Decidida, Beatrice se levantou. Ela sabia onde ficava o quarto de Isabella e foi até lá. A porta estava entreaberta, o que lhe deu liberdade para entrar sem hesitar. Porém, ao entrar, seu coração disparou com o que viu. Sobre a cama, havia uma foto dos pais de Beatrice. Ao lado, uma imagem do chefe rico de sua mãe e um adesivo com um símbolo estranho. Sua mente imediatamente conectou o símbolo ao adesivo que sua mãe tinha na capinha do celular.
— Que merda está acontecendo? — murmurou Beatrice, sentindo o peito apertar.
A situação não fazia sentido. Por que Isabella teria essas fotos? O que ela estava planejando? A raiva borbulhava dentro dela.
— Essa vaca imbecil... Eu preciso sair daqui... — disse, apressando-se para sair do quarto.
Enquanto cruzava a sala, trombou em alguém. Ao erguer os olhos, viu Jackson, que a encarava com um sorriso presunçoso.
— Ei, ei, calminha aí. O que estava fazendo no quarto da Isabella? Aliás, o que está fazendo aqui na casa dela? — ele perguntou.
Beatrice cerrou os punhos, a paciência no limite.
— Eu não devo satisfação a você. Se não quiser que eu quebre sua cara aqui mesmo, sai da minha frente!
Jackson ignorou a ameaça, mantendo o tom provocativo.
— É até bom termos nos encontrado. Queria te deixar bem claro uma coisa. A Isabella agora está no Cobra Kai. Eu e ela seremos o que você e seu namoradinho irritante não foram. Seremos os verdadeiros rei e rainha Cobra! E nenhum dojô idiota será páreo para o Cobra Kai.
Beatrice riu, mas sem humor.
— É, vocês se merecem mesmo. Um bando de idiotas. Jogaram sujo contra o Falcão, mas isso não vai ficar assim...
— Gostaram? O Robby que fez. Ele deveria ser cabeleireiro — zombou Jackson.
A provocação foi a gota d’água. Beatrice ergueu a mão para socá-lo, mas Jackson a deteve.
— Ei! Esqueceu? Sem lutas antes do torneio. E parece que quem vai quebrar sua cara vai ser a Isa mesmo.
— Quero ver se vai conseguir!
Jackson manteve o tom desafiador.
— Mas falando sério, ela não tem nada a ver com o cortezinho de cabelo do seu namoradinho. Somos só nós. Ela subiu desde ontem.
— E você acha que eu acredito?
— Se não quiser, então não acredite. Mas não pense que vai mexer com a gente e sair impune. Podem até ter molhado a gente daquele jeito, mas sofrerão muito mais em cima daquele tatame. E fala pro seu namoradinho ter cuidado.
Beatrice perdeu a paciência. Ela agarrou Jackson pela gola da camisa e o empurrou contra a parede com força, mas antes que pudesse fazer algo mais, Sra. Ísis interveio.
— Ei! O que pensam que estão fazendo? Fora daqui com essas briguinhas idiotas!
Beatrice soltou Jackson, ainda o olhando com ódio.
— Vai ver o que vou fazer com a Isabella naquele tatame — disse ela, saindo da casa sem olhar para trás.
[...]
O dojô improvisado dos Presas de Águia estava agitado, com o grupo reunido para discutir as mudanças nas regras do torneio. Johnny Lawrence estava parado à frente deles, a expressão fechada e o tom de voz carregado de indignação.
— Essa é a pior coisa que podia acontecer! Competição de habilidade uma ova! Kata não é caratê, é dança! E que papo é esse de divisão feminina? E a história de direitos iguais? Elas deveriam levar socos como todo mundo! — disparou, gesticulando enquanto caminhava de um lado para o outro.
Os alunos permaneciam em silêncio, mas era claro que a frustração dele começava a contaminar o ambiente. Beatrice, com os braços cruzados e postura confiante, deu um passo à frente.
— Bom, eu até concordo. Posso brigar e ganhar de qualquer garoto. — declarou, sua voz firme ecoando pelo espaço.
Miguel, que estava ao lado dela, assentiu com um sorriso.
— É, mas o bom é que nessa área temos você. Nossa vitória é garantida. — disse, lançando-lhe um olhar de apoio.
Beatrice agradeceu com um leve aceno de cabeça, mas sua expressão logo ficou séria.
— Obrigada por isso, mas eu acho que deveríamos procurar mais alguma opção.
Johnny arqueou uma sobrancelha, confuso.
— O quê? Você é uma das melhores lutadoras que já conheci e não está se garantindo? — perguntou, incrédulo.
— Não é isso. Bem, anda acontecendo muita coisa, minha cabeça está uma confusão. Acho que precisamos de alguma garota para um "plano B". O Cobra Kai tem a Tory e a Isabella. Não podemos perder tempo contando apenas comigo e colocando toda pressão em mim e no Miguel. — explicou, enquanto o grupo ficava pensativo com a ideia.
Johnny passou a mão pelo cabelo, irritado, mas acabou concordando.
— É, você tem razão. Alguém aqui conhece garotas? — perguntou, olhando para o grupo.
O silêncio foi absoluto, e ele bufou.
— É claro que não conhecem.
Beatrice levantou uma mão em tom de defesa, com um sorriso irônico.
— Em minha defesa, as garotas da minha escola só sabem falar de maquiagem e garotos.
Bert, hesitante, quebrou o silêncio.
— Tem uma garota na equipe de debate.
Johnny virou-se lentamente para ele, descrente.
— Equipe de debate? Precisamos de assassinas, não de nerds. Beleza, vão dar umas voltas. Talvez isso refresque suas memórias. Tentem não respirar muito. Tem mofo ali no canto. — disse
Enquanto os outros se dispersavam, Miguel e Beatrice trocaram olhares, claramente pensando na mesma coisa. Beatrice, então, se aproximou de Johnny com uma ideia.
— Olha, sensei. Eu sei que o clima está pesado entre você e o sensei LaRusso lá no Miyagi-do, mas eu e a Beatrice pensamos. A Sam é uma lutadora muito boa, ter ela na nossa equipe ajudaria muito. — disse a Raynott com cuidado, medindo as palavras.
Johnny cruzou os braços, cerrando os olhos.
— Se você falar com o Sr. LaRusso... — Miguel tentou, mas foi imediatamente cortado.
— Eu não tenho nada pra falar com ele. Estamos melhor sem ele. Tá na hora de cuidar dos nossos assuntos. Vamos achar uma nova garota. Beleza, vão correr! — ordenou Johnny, deixando claro que o assunto estava encerrado.
Beatrice levantou a mão rapidamente.
— Só não vou poder ajudar com essa busca. Tá acontecendo muita coisa em casa, preciso resolver algumas coisas, sensei.
Johnny assentiu, mas o tom de preocupação apareceu em sua voz.
— Beleza. Mas vê se não se estressa muito. Você é a melhor das nossas expectativas. Você e o Miguel têm que se manter seguros de qualquer acidente.
Beatrice forçou um sorriso e acenou com a cabeça.
— Tranquilo. Valeu, sensei.
Antes de sair, ela virou-se para Miguel e fez um toque de despedida com ele.
— Até depois, Miggy.
Miguel sorriu de volta, mantendo o bom humor apesar da tensão do momento.
— Até, Bea!
Continua...
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