𝕮𝖆𝖕 11
Cap 11: Confusão interna
Os senseis haviam saído para conversar do lado de fora, deixando os alunos dentro do dojô. A tensão e a curiosidade pairavam no ar. Era como se cada um segurasse o fôlego, tentando imaginar o que acontecia lá fora. Mas, claro, a curiosidade foi maior.
Um por um, eles começaram a abrir lentamente a porta, espiando para ouvir a conversa. Os rostos apareciam em fila, cada um tentando encontrar o melhor ângulo para espiar sem ser notado.
— Aí, bafo de p̶i̶k̶a̶, para de respirar em cima de mim! — reclamou Beatrice, torcendo o nariz enquanto empurrava Mitch com o cotovelo.
— Shh! Eles vão ouvir — Miguel sussurrou, sem tirar os olhos do lado de fora.
— Então manda ele parar! — Beatrice rebateu em um tom baixo, mas irritado.
— Aí, foi mal! — Mitch disse, recuando um pouco, tentando disfarçar.
Lá fora, o homem mais velho ao lado de Kreese finalmente quebrou o silêncio com uma voz carregada de falsa cordialidade. — Daniel LaRusso, é bom te ver de novo.
O rosto de Daniel era uma mistura de incredulidade e desdém. — Ah, claro! Até parece — ele respondeu com sarcasmo evidente.
O homem deu um pequeno sorriso, como se esperasse aquela reação. — É justo. Acho que eu reagiria assim se fosse você. Meu comportamento no passado foi... indesculpável. Se eu pudesse voltar e mudar tudo, eu voltaria. — Sua voz era teatral, e as palavras soavam ensaiadas, quase zombeteiras. — Só posso dizer agora que eu sinto muito. E garanto que não sou mais aquele homem.
Daniel estreitou os olhos, seu tom ficando mais firme. — Eu não sei de que manicômio você saiu, Silver, ou que jogo doentio vocês tão planejando, mas se não sair agora da minha propriedade, eu juro por Deus...
Do lado de dentro, Miguel cutucou Samantha. — O seu pai tá p̶u̶t̶o̶. Quem é ele?
Samantha balançou a cabeça. — Eu não faço ideia.
Bert inclinou a cabeça, observando Silver atentamente. — Parece um Highlander.
— O Highlander. Só pode ser um — Nate concordou, tentando conter o riso.
Silver parecia imune às ameaças. Ele ergueu as mãos em um gesto conciliador. — Tudo bem, tá certo, eu tentei. De qualquer forma, prometo que os nossos alunos não vão arranjar briga até o campeonato. E espero que o de vocês também não.
Kreese, com seu sorriso característico, entrou na conversa. — Lembrem do nosso acordo. Se o Cobra Kai vencer o campeonato, vocês dois param de ensinar. Para sempre.
— Isso não vai acontecer. Porque vocês não vão vencer. Agora sumam daqui! — Ele acompanhou Silver até a saída, deixando Kreese para trás.
Johnny, que estava ao lado, visivelmente incomodado.
— Tinha mesmo que chegar a isso? — perguntou Kreese. — O Johnny Lawrence bancando o assistente do Danielzinho LaRusso.
— Não sou o assistente de ninguém. Esse dojô é tão meu quanto dele.
Kreese riu. — Sério? Lá na frente há uma placa que diz "Miyagi-do".
Johnny estreitou os olhos, seu tom cheio de ameaça. — Se não quiser que eu enfie ela na sua goela, é melhor ir atrás do seu parceiro.
Kreese deu as costas, saindo com um leve sorriso no rosto.
Pouco depois, Daniel voltou, parecendo mais calmo, mas ainda carregando uma expressão séria. — Quem era aquele cara? — Johnny perguntou, direto.
Daniel ficou pensativo, claramente perdido em seus pensamentos. Antes que pudesse responder, Nate, na porta, perdeu o equilíbrio e caiu com um baque alto, chamando a atenção dos senseis. Daniel tentou manter a seriedade, mas um pequeno sorriso escapou ao ver a cena.
— O que pensam que estão fazendo? Vão se aquecer! — Johnny ordenou com um tom de reprovação.
Beatrice se levantou, ajeitando a roupa. — Já viu que horas são?
— É, sensei, o treino provavelmente já deveria ter acabado... — Miguel disse, concordando com um sorriso de canto.
Daniel assentiu. — Eles têm razão. Podem ir, todos estão dispensados por hoje.
Os alunos começaram a se mover, recolhendo mochilas e pertences. Beatrice pegou sua mochila e, ao verificar o celular, viu uma notificação de Oliver.
— "Beleza, Bea? Vou te pegar na sua casa hoje às 20h, tranquilo?" — dizia a mensagem.
Ela respondeu rapidamente. — "O quê? Do nada assim? Mas estou sem planos pra hoje mesmo."
Quando levantou a cabeça, deu de cara com Falcão, que segurava sua mochila com apenas uma alça no ombro.
— E aí, Bea. Vou chamar uns amigos pra minha casa hoje pra assistir um filme. Tava pensando em você ir. A gente relembra os velhos tempos — ele disse, com um sorriso que misturava charme e nostalgia.
Beatrice riu, lembrando-se claramente de uma das noites que passaram juntos quando ainda namoravam. Principalmente dos dias que eles e seus amigos haviam ido na casa de falcão, naquele dia, eles fizeram tudo, menos assistiram o filme.
— Com certeza seria divertido — ela disse, o que fez Falcão abrir um sorriso de orelha a orelha. — Mas, infelizmente, não vou poder ir. Vou sair com um amigo.
O sorriso de Falcão vacilou por um instante. — Ah... amigo? Quer dizer, isso não é da minha conta... — Ele gaguejou, tentando disfarçar a decepção.
— Relaxa, Falck. É só um amigo mesmo, filho do chefe da minha mãe. A gente marca outro dia, beleza?
— Tranquilo... — ele respondeu, mas sua voz soou mais baixa.
Beatrice saiu do dojô com um sorriso. Falcão ficou parado, olhando para a porta. Ele sabia que não tinha mais o direito de questionar ou sentir ciúmes, mas algo nele não aceitava a ideia de Beatrice saindo com outro cara. Mesmo tentando ignorar, a dúvida sobre quem era esse "amigo" não o deixava em paz.
[...]
Era noite, e Beatrice estava em seu quarto, terminando de ajeitar os últimos detalhes do visual. Ela colocou o último par de brincos e deu uma olhada rápida no espelho. O cropped brilhante que usava destacava-se sob a luz do quarto, enquanto a calça cargo com detalhes vermelhos criava um equilíbrio perfeito entre casual e ousado. Completando o look, um par de tênis All Star vermelhos que combinavam perfeitamente com os detalhes da calça.
O som de uma buzina veio da rua, fazendo-a pegar apressada a bolsa e calçar os sapatos. Ao sair de casa, a visão foi suficiente para fazê-la parar por um instante: uma Lamborghini preta brilhava sob a luz dos postes, imponente. Ao lado do carro, um homem de terno, claramente o motorista, estava ao volante, mas foi Oliver quem realmente chamou sua atenção. Ele estava parado ao lado da porta, o blazer preto ajustado destacando sua postura impecável, enquanto o vento brincava com seus cabelos loiros. Sob o blazer, ele usava uma camisa social levemente aberta no colarinho, calça social e, para contrastar, tênis estilosos que davam um toque mais despojado.
Beatrice trancou a porta de casa e caminhou até ele, os acessórios balançando levemente com seus passos. Assim que se aproximou, Oliver cumprimentou-a com um beijo suave na bochecha, o perfume dele preenchendo o ar. Sem dizer nada, ele abriu a porta da Lamborghini para ela, estendendo a mão como um cavalheiro para ajudá-la a entrar.
Lá dentro, o interior era ainda mais impressionante. Os bancos de couro preto com detalhes em costura dourada, as luzes suaves do painel digital e o cheiro de algo caro e exclusivo a deixaram sem palavras por alguns segundos. Oliver, ao notar seu olhar curioso, soltou uma risada.
— O que foi? Nunca esteve em uma Lamborghini antes? — perguntou ele, virando a cabeça na direção dela com um sorriso desafiador.
— Ah, claro que sim, todo dia ando com minha Lamborghini — Beatrice respondeu com ironia, arrancando uma risada sincera dele.
— Gosto do seu humor, é contagiante. E então, como está? — perguntou ele, relaxando no banco enquanto o carro começava a andar.
— O que acha? Estou dentro de uma Lamborghini enorme desse jeito! — respondeu ela, fingindo indignação.
— É, essa aqui é só uma lata velha, na real. Não é a melhor que temos na garagem lá em casa — ele comentou com naturalidade, um sorriso de canto brincando em seus lábios.
— É, eu imagino — respondeu Beatrice, arqueando uma sobrancelha, ainda sarcástica.
Oliver riu novamente, balançando a cabeça enquanto a observava.
— Sério, Bea, sua vida deve ser muito... simples, né? Nada de festas luxuosas, viagens pra ilhas privadas ou jantares com chefs estrelados?
— Ah, sim, super simples. Adoro fazer minhas comprinhas no mercadinho da esquina e me deliciar com cup noodles no jantar. Estilo de vida refinado, sabe? — retrucou Beatrice, com um tom exagerado de falsa modéstia.
— Parece tão... exótico. Quem sabe um dia eu viva essa aventura — respondeu ele, jogando-se na brincadeira.
Beatrice virou o rosto, rindo, mas com os olhos atentos no painel do carro.
— Tá me dizendo que nunca pisou em um mercado antes, príncipe? Vai me dizer que não sabe nem como usar um carrinho de compras?
— Claro que sei! Uma vez eu empurrei um carrinho... Acho que tinha uns seis anos, mas lembro disso como se fosse ontem. — Ele sorriu, claramente se divertindo.
— Impressionante. Próxima parada: te ensinar a fazer compras. Vou te mostrar o glamour do mundo real — provocou Beatrice, cruzando os braços.
— E eu vou te mostrar como é o meu mundo. Quem sabe até te convencer de que ele pode ser divertido também. — Oliver piscou, o tom casual, mas com uma ponta de charme.
Beatrice riu, balançando a cabeça.
— Se conseguir me impressionar mais do que essa lata velha aqui, talvez eu considere.
Enquanto a conversa avançava, Oliver começou a se aproximar de Beatrice de forma evidente. Seus olhos estavam fixos nos dela, e seu sorriso charmoso carregava um toque de malícia que ela fingiu não notar. Ele inclinou-se levemente em sua direção, a mão repousando casualmente sobre o assento entre eles, como se estivesse delimitando território. Beatrice tentou manter o tom descontraído, mas o olhar intenso de Oliver fez com que ela sentisse uma tensão crescente no ar.
— Você sabe que tem algo especial, não é? — Oliver murmurou, o tom de voz um pouco mais grave, quase como um sussurro. — Não consigo desviar os olhos de você desde que chegou.
— É, já deu pra notar — ela retrucou com ironia, desviando o olhar por um momento, tentando esconder a inquietação.
Ela foi se afastando, porém, ele ia se aproximando cada vez mais.
— O que foi? — Oliver perguntou com um sorriso provocador, como se soubesse exatamente o que ela estava pensando.
— Espaço pessoal...sabe? — ela responde, de forma casual, tentando afastar a tensão que pairava sobre eles.
— Ah, claro. — Disse ele mantendo a proximidade, mas sem pressiona-la — Mas...sabe que somos só bons amigos tentando descontrair, não é?
Ela deu um sorriso, porém, um sorriso que deixava claro seu desconforto.
Oliver não perdeu tempo. Com um movimento rápido, mas calculado, ele a segurou pela nuca, puxando-a para um beijo firme e intenso. Não havia hesitação em seu toque, apenas desejo puro. Beatrice ficou imóvel por um instante, surpresa pela ação direta, mas logo se viu cedendo ao calor do momento. O beijo era profundo, quase feroz, os lábios dele explorando os dela com uma urgência que deixava claras suas intenções.
Beatrice soltou o beijo, afastando-se ligeiramente de Oliver. O movimento foi tão súbito que ele a olhou com surpresa, seus olhos curiosos e inquietos.
— O que foi? Fiz algo de errado? — ele perguntou, a voz baixa e um tanto incerta, como se tentasse entender a mudança no clima.
Ela mordeu o lábio inferior, tentando encontrar as palavras certas. Não sabia como explicar o que sentia naquele momento, essa mistura de desejo e confusão. Algo em seu coração ainda a impedia de se entregar completamente, e isso a deixava desconfortável. Falcão ainda era uma presença constante em sua mente, o único a quem ela se entregou por inteiro. Mesmo com o tempo e a dor do término, ainda havia algo em seu peito que insistia que seu coração pertencia a ele.
— Não, é que... eu não sei se quero. Quer dizer, eu não sei se devo... — Beatrice murmurou, as palavras saindo hesitantes, como se estivesse tentando se convencer.
Oliver a observava com uma expressão mais suave agora, sua presença tranquila, quase como um convite. Ele deu um passo em sua direção, mas manteve uma distância respeitosa, percebendo a luta interna dela.
— Eu entendo, mas... não acha que está se pressionando demais? A vida é sua e você quem manda, mas eu só estou aqui para te fazer ter paz, pelo menos por essa noite. — Sua voz estava baixa e cheia de uma calma que parecia transbordar confiança.
Beatrice fechou os olhos por um momento, tentando afastar os pensamentos tumultuados. Ela sabia que precisava disso. Estava cansada da mente cheia de preocupações, da dor ainda presente em seu peito. Talvez só por algumas horas ela conseguisse relaxar e simplesmente esquecer, não fosse isso o que ela mais queria?
— Oliver... — sussurrou, sem saber mais o que dizer. Ele a olhou com compreensão, sem pressa, esperando que ela tomasse a decisão por si mesma.
Ela respirou fundo, sentindo seu coração bater mais forte à medida que a atração por ele se intensificava. Ela sabia o que queria, mesmo que parte de sua mente ainda estivesse presa a um passado distante. Beatrice olhou para ele, seus olhos agora mais confiantes, e disse, com um leve sorriso:
— Está certo... talvez eu precise disso, mesmo que só por hoje.
Oliver não precisou de mais palavras. Ele a puxou suavemente para mais um beijo, dessa vez sem hesitação, sem a confusão que antes marcava o gesto. A boca dele encontrou a dela com uma urgência controlada, um beijo que era ao mesmo tempo doce e carregado de desejo. As mãos dele se moveram lentamente, explorando sua cintura, tocando-a com delicadeza, como se quisesse garantir que ela estivesse confortável, mas ao mesmo tempo, a fazendo se perder nas sensações de sua pele contra a dela.
Ele deslizou a mão suavemente pela lateral de sua coxa, seus dedos acariciando a pele macia, e Beatrice não resistiu, fechando os olhos ao sentir o calor crescer dentro dela. Quando ele começou a puxar a blusa dela para cima, o movimento foi lento, como se estivesse desafiando o tempo. Ela não se afastou, ao contrário, permitiu que ele a tocasse, sentindo a intensidade aumentar, enquanto as roupas se tornavam uma barreira cada vez mais fraca.
Beatrice, tomada pela sensação, começou a tirar a camisa dele, suas mãos ágeis desabotoando a peça com pressa, sentindo o calor crescente entre eles. Cada movimento parecia prolongar o momento, mas ela não queria mais resistir. Ela sabia que, por algumas horas, poderia deixar as incertezas para trás e apenas sentir.
Oliver deslizou a mão para a parte de trás da coxa dela, acariciando a pele exposta agora, com firmeza e carinho. Seus toques se tornaram mais ousados, enquanto ele a guiava para um momento de intimidade crescente. Beatrice, sem resistir mais, se entregava a ele, os corpos se aproximando com a promessa de uma noite que parecia interminável, cheia de desejo e paixão.
Enquanto as roupas caíam, o som dos suspiros preenchendo o espaço ao redor deles, Beatrice não pensava mais no passado. Mesmo que de arrependesse depois, naquele momento, com Oliver, e era tudo o que importava. A noite estava apenas começando, e ambos sabiam que seria longa, cheia de intensidade e sem mais retornos.
Continua...
Não esqueça de votar no cap ⭐
Notas da autora.
Esse capítulo foi com certeza mais intenso e mais constrangedor de escrever😍 mas confesso que gostei e odiei, e tenho certeza que vão odiar a Bea depois dessa, mas como eu disse ninguém é perfeito 🤡.
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