𝕮𝖆𝖕 11

Cap 11: Robby Keene

Os alunos do Cobra Kai haviam acabado de entrar no dojô quando deram de cara com Robby treinando com Kreese. O ambiente ficou tenso no momento em que Falcão percebeu quem estava ali. Seu olhar se estreitou ao ver Robby, e o ranger de seus dentes era quase audível. A energia no ar ficou pesada.

— O que esse cara tá fazendo aqui? — perguntou o garoto de moicano, caminhando com passos decididos e raiva contida em direção a Kreese e Robby.

— Espera aí. O Sr. Keene é nosso convidado — informou Kreese, com sua voz calma e autoritária, levantando uma mão em sinal de que Falcão devia se conter.

Falcão mal conseguia acreditar no que ouvia, seu corpo se tensionando ainda mais enquanto Kreese se afastava, dirigindo-se ao seu escritório. Sem conseguir controlar a indignação, Falcão seguiu o sensei.

— Ele não é um de nós! — afirmou Falcão com firmeza, os punhos cerrados ao lado do corpo.

Kreese se sentou calmamente em sua cadeira, com os olhos frios e calculistas. Ele o olhou de cima, sem demonstrar qualquer sinal de ser afetado pela explosão de Falcão.

— Vamos precisar de toda ajuda possível para vencer o torneio — Kreese respondeu, impassível.

— A gente não precisa dele! — Falcão exclamou — Ele mandou o Miguel para o hospital! Ele é nosso inimigo!

O sensei continuou impassível, o olhar distante como se estivesse refletindo sobre algo mais profundo. Então, ele inclinou-se ligeiramente para frente, os olhos sombrios fixando-se nos de Falcão.

— Quando eu estava na guerra, era difícil saber quem era o inimigo. Um morador indefeso podia muito bem meter uma faca na sua garganta. Sabe o que eu aprendi? — perguntou Kreese, sua voz carregada de experiência e frieza.

Falcão, ainda ofegante, apenas meneou a cabeça, esperando a resposta.

— Que o inimigo do seu inimigo... é seu amigo.

Falcão saiu do escritório de Kreese sem dizer mais nada, mas a frustração estava estampada em seu rosto. A mente dele fervilhava. Nada fazia sentido para ele naquele momento.

[...]

Mais tarde, após o treinamento, alguns alunos do Cobra Kai combinaram de sair. As luzes da cidade piscavam no horizonte quando Tory, com seu olhar decidido, resolveu convidar Robby. Eles caminhavam em direção ao ponto de encontro.

— Alguém chegou bem atrasado — diz Tory, ao ver Robby se aproximar.

— Você chamou ele? — perguntou Falcão, parando abruptamente e encarando Tory com desagrado.

— Chamei. Algum problema com isso? — perguntou a loira, levantando o queixo em desafio, sem se deixar intimidar.

— Nenhum — respondeu Falcão, entre dentes. — Mas podia ter avisado.

Kyler, que estava ao lado, pegou uma lata de cerveja e a estendeu para Robby.

— Pega uma aí, cara.

Robby olhou para a cerveja por um segundo antes de balançar a cabeça.

— Não, tô de boa.

— Não aguenta nem tomar cerveja? — provocou Falcão, com um sorriso sarcástico.

— Não preciso de álcool pra fingir ser legal — respondeu, mantendo a voz calma, mas firme.

O rosto de Falcão endureceu, e ele deu um passo à frente, pronto para partir para cima de Robby, mas Tory se interpôs rapidamente, estendendo a mão para separá-los.

— Paro — interferiu Tory. — Vamos logo, não temos tempo para isso.

Ela abriu uma passagem na cerca do zoológico e os guiou para dentro. Um dos barulhos que conseguiam ouvir era o som dos passos apressados deles e pelo farfalhar das folhas sob os pés.

— No zoológico? Por que estamos entrando escondido? — perguntou Robby, com as sobrancelhas arqueadas.

— Já vai ver — respondeu Tory com um leve sorriso enigmático, enquanto eles avançavam pelo terreno do zoológico.

Falcão liderava o grupo com passos rápidos e determinados, até que finalmente chegaram ao prédio principal. O lugar estava silencioso, mas as luzes fracas de segurança lançavam sombras sinistras nas paredes.

— Beleza, tá cheio de câmeras. O guarda faz uma pausa a cada hora. A gente tem cinco minutos — disse Falcão, observando o lugar com precisão.

— Cinco minutos pra quê? — questionou Robby novamente, começando a ficar desconfiado.

— Vamos pegar um presentinho pro sensei — respondeu Tory, sorrindo de canto antes de abrir a porta de uma sala onde um enorme aquário com uma cobra dentro se destacava no centro.

— Você tá com o gancho? — perguntou Falcão, virando-se para Kyler.

— Ah, merda! Eu esqueci o gancho... — respondeu Kyler, dando de ombros.

— Eu planejei tudo e você não trouxe a única coisa que tinha que trazer? — Falcão rugiu, sua voz cheia de frustração.

— Eu esqueci, beleza? — retrucou Kyler, defensivo. — Tô com muita coisa na cabeça. Se eu não passar em trigonometria, meu pai vai acabar comigo.

Tory bufou, impaciente, enquanto olhava para o aquário.

— Estica a mão e pega a cobra! — ordenou Tory, olhando diretamente para Falcão.

— Você tá maluca? Eu não vou meter minha mão aí! — respondeu Falcão, cruzando os braços, tentando parecer corajoso, mas claramente desconfortável com a ideia.

De repente, uma voz soou ao longe.

— Oh, quem tá aí?

O coração de Falcão disparou, e ele olhou em volta, alarmado.

— Ah, droga! — exclamou Falcão.

— Segurança! Vamos embora, vai! — gritou Kyler, já correndo em direção à saída.

O grupo se dispersou rapidamente, mas Robby permaneceu imóvel, seus olhos fixos na cobra no aquário. Com uma determinação fria, ele enfiou a mão no tanque e pegou a cobra com precisão, colocando-a rapidamente dentro de um saco.

[...]

Do lado de fora, o grupo se reunia, ainda ofegantes pela fuga. Falcão estava com o rosto avermelhado de raiva.

— Falhamos por sua culpa! — afirmou ele, para Kyler.

— Quem disse que falhamos? — a voz de Robby se destacou, e todos se voltaram para ele.

Robby segurava o saco com a cobra dentro, e os olhares de surpresa foram imediatos.

— Não acredito! — disse Tory, impressionada. — Você pegou?

Kyler, sorrindo largamente, deu um tapinha nas costas de Robby.

— Ah, muleque, tu é f̶o̶d̶a̶. Eu não disse que ele era um dos nossos?

Enquanto os outros comemoravam, Falcão permanecia em silêncio, observando de longe. A irritação o corroía por dentro. Ele sentia que seu reinado no Cobra Kai estava em risco. Robby estava assumindo um papel que antes era dele, e isso o incomodava profundamente.

_•_•_•_•_•_•_•_•_•_•_🥋_•_•_•_•_•_•_•_•_•_•_

Beatrice estava sentada no sofá de sua casa, perdida em seus pensamentos, quando seu celular vibrou com uma nova mensagem. O som leve quebrou o silêncio do ambiente, trazendo-a de volta à realidade. Ela pegou o telefone e viu o nome de Miguel brilhando na tela. Curiosa, abriu a conversa.

Miggy:

— Fala aí, Bea! Tá afim de uma festa hoje?

Beatrice arqueou as sobrancelhas, surpresa com a proposta repentina. Ela digitou uma resposta rápida, ainda sem entender direito o que ele estava planejando.

— Festa? Assim do nada?

Logo depois, Miguel respondeu, suas mensagens chegando rapidamente, como se ele já estivesse esperando uma reação.

— Bem... Eu e a Sam tivemos a ideia de formarmos uma aliança entre o Miyagi-do e o Presas de Águia...

Ao ler isso, Beatrice franziu a testa. Ela se inclinou um pouco para trás no sofá, soltando um suspiro cansado antes de digitar sua resposta.

— Ah, não! Fala sério, né? Eu até entendo que você está se resolvendo com ela. Mas sabe que eu não suporto os LaRussos e nem o pessoal do Miyagi-do. No máximo o Demitre.

Ela já podia imaginar o sorriso de Miguel do outro lado da tela enquanto ele respondia calmamente, tentando convencê-la.

— Sim, eu sei. Mas seríamos mais fortes assim. Ela vai dar uma pequena festa na casa dela para tentar fazer com que nós nos entendamos. Não quer ao menos tentar se dar bem com eles?

Beatrice soltou um suspiro pesado dessa vez, o som quase parecendo ecoar no cômodo vazio. Ela recostou-se completamente no sofá, olhando para o teto, refletindo. Mesmo contrariada, sabia que Miguel tinha um ponto, e, no fundo, ela confiava nele.

Depois de alguns segundos de hesitação, digitou sua resposta com os dedos ligeiramente mais pesados, quase como se estivesse relutante em concordar.

— Está bem, Miguel. Se você diz, farei isso pela nossa amizade e pela nossa vitória contra os Cobra Kais.

Ela esperou um pouco, e logo veio a resposta de Miguel, quase como se ele já soubesse o que ela diria.

— Sabia que iria topar. Nós do Presas de Águia vamos nos encontrar agora para irmos juntos à casa dos LaRussos. Só tem um detalhe, eles ainda não sabem, então nos dá uma forcinha pra eles se darem bem.

Beatrice riu baixinho, balançando a cabeça. Era típico de Miguel jogar algo assim em cima dela no último minuto.

— Beleza. Só vou me arrumar rapidinho e já encontro com vocês!

Ela se levantou com um suspiro, indo em direção ao quarto para se preparar.

[...]

Pouco tempo depois, Beatrice estava em pé ao lado de Miguel na frente da casa dos LaRussos. Ela sentiu uma leve tensão no ar enquanto ele tocava a campainha. O silêncio que seguiu pareceu durar uma eternidade até que Samantha finalmente abriu a porta. Os olhos dela brilharam ao ver Miguel, mas logo se apagaram quando notou quem mais estava ali.

Beatrice podia sentir a frustração na sala assim que entraram. Não demorou muito para que a confusão começasse.

— O quê?

— Tá de sacanagem!

— Tá de brincadeira comigo! — disse Chris expressando o desconforto de estar no mesmo espaço que o outro garoto.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou Mitch a Chris, a expressão confusa. — Isso não é uma festa! Comprei esse chapéu à toa...

Beatrice suspirou baixinho, sentindo que a situação já começava a desandar. Ela murmurou para si mesma, mas alto o suficiente para Miguel ouvir:

— Sabia que seria difícil...

Sam, percebendo o clima tenso, aproximou-se de Beatrice, tentando ser simpática.

— Obrigada por vir, Bea.

Beatrice forçou um sorriso, um tanto desconfortável. Ela só estava ali por causa de Miguel, e, apesar de tentar ser educada, ainda não ia com a cara da LaRusso.

A tensão no ar foi cortada quando Demitre, sempre observador, soltou uma pergunta carregada de sarcasmo:

— Pera aí. Você fez tipo... operação cupido? — Ele olhou ao redor, notando o clima esquisito. — Por que?

Samantha respirou fundo antes de responder, sua voz tentando transmitir firmeza apesar da situação.

— Eu sei que a gente não se dá muito bem. Mas o Cobra Kai é a maior ameaça agora! Pra... todos nós.

Beatrice cruzou os braços, concordando a contragosto. Ela olhou diretamente para Sam, suas palavras firmes e sérias.

— Eu não queria ter que concordar com a LaRusso, mas ela tem razão. Temos que nos unir pra ganhar do Cobra Kai, mesmo que isso signifique ter que se unir a vocês.

Miguel, percebendo a necessidade de reforçar o argumento de Sam, completou:

— Unindo forças vamos ter mais chance contra eles. Dois dojôs são mais fortes que um. Eu sei que todo mundo aqui vacilou...

Chris rapidamente aproveitou o momento para alfinetar Mitch:

— Tipo quebrar o braço do Demitre?

Mitch se defendeu:

— Vocês que começaram a briga!

Chris não hesitou:

— Depois que quase fui despedido?

Do outro lado da sala, a briga verbal esquentava mais ainda. Bert encarou Nate, sua expressão cheia de desprezo.

— Olha... Eu não suporto essa tua cara!

Nate revirou os olhos antes de responder, sua voz carregada de sarcasmo:

— Se você morresse eu nem iria no seu funeral!

Beatrice revirou os olhos, vendo tudo desmoronar. Miguel suspirou, passando a mão pelo cabelo, claramente frustrado.

— Isso não vai dar certo...

Beatrice deu um leve empurrão em Miguel, dizendo com um olhar significativo:

— Eu falei.

Samantha, porém, não estava disposta a desistir. Sua voz saiu determinada, quase como se estivesse tentando convencer a si mesma também.

— Mas tem que dar! — Ela olhou ao redor, tentando encontrar algum sinal de compreensão nos outros. — É a nossa última chance de dar um jeito nisso. Não somos nada sozinhos. Mas se trabalharmos juntos, teremos uma chance! Se a gente não superar o passado, isso nunca vai acabar. Temos que enfrentar os nossos inimigos. Essa rivalidade tem que acabar! De uma forma... ou de outra.

Continua...

Espero que estejam gostando dessa fanfic!! A partir desse capítulo, irei aprimorar mais os capítulos deixando com uma escrita mais favorável para os leitores entenderem as ações!

Estou dando o meu melhor para essa fanfic dar certo, então por favor, votem e comentem muito pois isso me motiva muito a continuar!!

Agradeço muito por todo o apoio que recebo de vocês que acompanham a fic desde o começo ou até quem começou agora! Estou amando o rumo que ela está tomando e espero que também gostem.

Se preparem, porque o tanto de plot twist que vai acontecer no próximo ato é brincadeira...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top