𝕮𝖆𝖕 8

Cap 8: Até o topo

No pé da imponente montanha, o grupo de alunos ajustava seus equipamentos sob a luz do sol que começava a se inclinar no céu. O ambiente era dominado por uma tensão palpável, cada um sentindo o peso da tarefa monumental que os aguardava. Hana estava mais afastada, de testa franzida enquanto lutava para ajustar o cinto de segurança em sua cintura.

O tecido teimava em não se prender corretamente, e ela soltou um suspiro frustrado enquanto tentava, mais uma vez, encaixar a fivela. Nesse momento, Yoon aproximou-se com um sorriso amistoso.

— Quer ajuda, Hana? — perguntou ele, a voz gentil cortando o silêncio pesado.

Hana abriu a boca para responder, mas antes que as palavras pudessem sair, Kwon surgiu do nada, colocando as mãos no equipamento de Hana com firmeza e assumindo a tarefa sem pedir permissão.

— Não, ela não precisa da sua ajuda — disse ele, um tom debochado evidente enquanto deixava escapar uma risada baixa. — Vai ajudar outro dos seus amiguinhos.

Yoon hesitou, surpreso pela intervenção abrupta de Kwon. Por um momento, seus olhos se fixaram no rosto confiante do rival, mas a lembrança da surra que havia levado de Kwon há não muito tempo o desarmou. Ele simplesmente apertou os lábios, desviou o olhar e se afastou em silêncio, os ombros levemente tensos.

Kwon, por sua vez, não demonstrou qualquer arrependimento. Com gestos rápidos e habilidosos, ajustou o cinto na cintura de Hana, puxando o tecido com firmeza para garantir que estivesse seguro. Hana o observava com um olhar sério, seu queixo ligeiramente erguido, mas sem protestar.

— Por que não param com essas provocações, hein? — ela perguntou, a voz firme enquanto seus olhos se fixavam nos de Kwon.

Ele soltou uma risada leve, sem interromper o ajuste. — Que provocações? Elas pararam depois que o Yoon ficou com medinho de mim.

Hana revirou os olhos, mas não desviou o olhar sério. — Kwon, sério. Você sabe que é melhor, chega disso.

Com o equipamento já ajustado, Kwon endireitou o corpo e encontrou os olhos dela, um sorriso autossuficiente surgindo em seus lábios. — É, eu realmente sou melhor. E vou provar ainda mais quando for o primeiro a escalar isso.

Hana suspirou, mas acabou deixando escapar um leve sorriso de lado. — Tenho certeza que vai.

O sorriso de Kwon se suavizou por um breve instante, como se estivesse considerando aquela resposta mais do que ele gostaria de admitir. Mas o momento foi interrompido pela voz forte de Kim Da-Eun ecoando pelo local.

— Todos, atenção! — chamou ela, e os alunos rapidamente se viraram para encará-la, abandonando o que quer que estivessem fazendo.

Kim Da-Eun se posicionou no centro, sua presença imponente capturando imediatamente a atenção de todos. Ela ergueu uma das mãos, indicando que esperava silêncio absoluto, e esperou até que nenhum som, além do vento suave que acariciava as encostas da montanha, permanecesse.

— Regras simples, como sempre — começou, sua voz firme e autoritária cortando o ar. — Vocês devem chegar ao topo da montanha antes que o sol desapareça completamente.

Seu olhar percorreu o grupo, avaliando cada um como se pudesse medir a determinação e o preparo de todos apenas com os olhos.

— Durante a subida, encontros entre competidores não apenas são permitidos, mas incentivados. — Ela deu um sorriso frio, quase predatório. — Vocês têm liberdade para resolver esses encontros como quiserem, desde que ninguém saia permanentemente incapacitado.

Murmúrios baixos começaram a se espalhar entre os competidores. Era óbvio que as lutas seriam inevitáveis. Da-Eun não esperou que os comentários se prolongassem.

— Não quero ver choros ou reclamações. Vençam ou aceitem a derrota. O único objetivo é o topo. Vence o melhor.

Ela ergueu o braço, sinalizando que o início estava próximo, e seus olhos brilharam com antecipação. — Vocês sabem o que fazer. Preparem-se.

Um silêncio tenso pairou sobre todos enquanto os competidores terminavam de ajustar os equipamentos ou simplesmente assumiam posições estratégicas ao redor do terreno. Quando Da-Eun abaixou o braço, gritando com força:

— Comecem!

Houve um momento de hesitação, como se o comando precisasse se infiltrar na mente de cada um. Mas logo todos se espalharam em diferentes direções, cada um escolhendo um caminho na vasta encosta da montanha. Era uma corrida, mas também um teste de força, estratégia e determinação.

Enquanto o grupo se dispersava, os sons de passos apressados, respirações pesadas e equipamentos tilintando começaram a preencher o ambiente. Alguns escolheram os caminhos mais íngremes, confiando na velocidade para superar os demais. Outros optaram por rotas mais longas, apostando na segurança e resistência.

A subida não seria nada fácil.

[...]

A encosta da montanha era íngreme e traiçoeira, com pedras soltas que tornavam cada passo uma tarefa árdua. O sol, ainda pairando acima do horizonte, lançava sombras longas sobre os competidores restantes, evidenciando o desgaste físico que já tomava conta de muitos. Muitos haviam desistido, suas forças consumidas pela escalada implacável, mas os mais determinados ainda persistiam, lutando contra o cansaço e as adversidades do terreno.

Hana, com o rosto marcado pelo esforço, respirava com dificuldade, mas seus olhos brilhavam com uma determinação inabalável. Ao lado dela, Taeyang avançava, ajustando a corda em volta da cintura enquanto os dois se moviam em sincronia, dividindo o peso e o ritmo da subida. Suas mãos estavam cobertas de pó das rochas, e gotas de suor escorriam pelas têmporas, mas nenhum dos dois parecia disposto a desistir.

— Você aguenta mais? — Taeyang perguntou, sem desviar os olhos do próximo ponto de apoio.

Hana olhou para ele rapidamente, a respiração pesada. Mesmo cansada, sua determinação não vacilava.

— Claro que sim, até chegar no topo — respondeu com firmeza, apertando as mãos contra uma saliência na rocha e impulsionando-se para cima.

Enquanto subia, algo chamou sua atenção. Virando o rosto, ela viu Kwon mais adiante, envolvido em uma luta feroz com outro competidor. Os dois trocavam golpes rápidos e intensos, o som dos impactos ecoando pela montanha. Em um movimento certeiro, Kwon aplicou um golpe que fez o garoto tropeçar, perder o equilíbrio e despencar. Ele rolou pela encosta, até que uma pedra interrompeu sua queda abruptamente.

Hana engoliu em seco, desviando o olhar rapidamente para não perder o foco. A cena era brutal, mas não inesperada.

— Hana, atenção! — Taeyang chamou, percebendo sua distração. — Você sabe que não pode ter dó de todo mundo. Temos que ganhar essas vagas.

Ela o encarou por um breve instante antes de responder, a voz firme, mas carregada de tensão.

— Eu sei bem disso...

Ainda assim, seu olhar foi atraído novamente para Kwon. Ele estava avançando com facilidade, os movimentos confiantes e calculados enquanto superava o terreno desafiador. Hana apertou os lábios, voltando a atenção para a escalada. Não era hora de se distrair.

Com Taeyang ao seu lado, ela redobrou o esforço, cada puxão e empurrão levando-os mais alto, mais perto do topo que parecia tão distante. O vento, que antes era um sussurro, agora chicoteava com mais força, dificultando ainda mais a escalada. Mas a determinação nos olhos dos dois mostrava que eles não parariam até alcançarem o objetivo.

Continua...

Não esqueça de votar no cap ⭐

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top