Cap 7: Teste de força

Sob o céu aberto e um sol suave que aquecia a pele, Hana e Kwon estavam no gramado amplo, cercados por árvores altas que balançavam levemente com a brisa. A grama verde e macia fazia um contraste perfeito com seus uniformes brancos impecáveis. Era o ambiente ideal para treinar: isolado, calmo, mas cheio de energia natural.

Hana ajeitava o nó de seu cinto enquanto observava Kwon. Ele estava descalço, testando o equilíbrio na grama com leves movimentos, como se estivesse se preparando para uma luta real. Seu olhar estava fixo nela, um misto de desafio e incentivo.

— Pronta? — ele perguntou, inclinando-se levemente em posição de combate.

Hana respirou fundo, ajustando a postura e flexionando os joelhos. — Estou. Mas não vai pegar leve, certo?

Kwon sorriu de canto. — Nunca.

Eles começaram a se mover em círculos, os pés deslizando pela grama, olhos travados um no outro. Kwon foi o primeiro a atacar, um chute lateral direto em direção à cintura de Hana. Ela conseguiu bloquear com os antebraços cruzados, mas o impacto foi forte o suficiente para fazê-la recuar alguns passos.

— Bloqueio bom, mas tem que se preparar para contra-atacar — ele alertou, mantendo a postura.

Hana assentiu, avançando com um soco direto em direção ao torso de Kwon, mas ele desviou rapidamente, girando para o lado e tentando um chute rasteiro para desequilibrá-la. Hana saltou por reflexo, aterrissando com leveza e aproveitando o momento para desferir um chute alto em direção à cabeça dele.

Kwon bloqueou com o antebraço, o som do impacto ecoando pelo gramado. — Isso foi melhor — ele comentou, com um leve sorriso.

— Ainda não acabou — respondeu Hana, agora determinada.

Ela avançou com uma sequência rápida de socos e chutes, misturando o karatê que estava aprendendo com movimentos do Tang Soo Do. Kwon recuava, bloqueando ou desviando, mas era evidente que estava se divertindo.

— Você está mais rápida — ele admitiu, desviando de um chute giratório. — Mas ainda tem aberturas.

Antes que ela pudesse reagir, Kwon girou rapidamente, acertando um chute circular que a fez perder o equilíbrio e cair na grama. Hana soltou um gemido baixo, frustrada, enquanto ele se aproximava e estendia a mão para ajudá-la a levantar.

— Não se preocupe, é assim que vai aprender a quebrar a cara de qualquer um em um tatame. — ele disse com um tom suave, puxando-a de volta para os pés.

Hana bufou, limpando a grama do uniforme. — É fácil falar quando você ganha todas.

Kwon riu. — Um dia você vai ganhar de mim. Mas só se continuar treinando assim.

Antes que pudessem trocar mais palavras, a figura imponente de Kim Da-Eun surgiu à distância, caminhando com passos firmes. Seu semblante sério refletia a intensidade de tudo que estava por vir.

— Bom trabalho, vocês dois — ela começou, parando próxima a eles. — Mas agora chegou o momento de algo mais sério.

Hana e Kwon se entreolharam, os rostos refletindo curiosidade e apreensão.

— Vamos realizar uma avaliação final — continuou Kim Da-Eun, com a voz firme. — Será um teste que determinará quem representará o Cobra Kai Coreia no Sekai Taikai. Apenas os mais preparados serão escolhidos.

Kwon cruzou os braços, seu olhar fixo na sensei. — Quando isso começa?

— Agora — respondeu Kim Da-Eun sem hesitar. — Preparem-se.

Hana sentiu o coração acelerar. A ansiedade começava a se misturar com a adrenalina. Ela sabia que isso era mais do que apenas um treino. Era sua chance de provar que merecia estar lá.

— Ei — Kwon chamou sua atenção, colocando a mão em seu ombro. — Você vai arrasar.

Hana olhou para ele, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. — Obrigada. Mas não pense que vou facilitar.

Kwon riu. — É disso que eu gosto. Vamos mostrar a eles do que somos feitos.

Ambos ajustaram os uniformes e seguiram Kim Da-Eun, prontos para enfrentar o desafio. O campo, que antes era um lugar tranquilo de treino, agora seria o palco de uma batalha que definiria o futuro de ambos.

[...]

Os alunos estavam alinhados em fileiras perfeitas, seus uniformes brancos contrastando com o céu azul acima deles. As expressões sérias e tensas revelavam a concentração absoluta enquanto aguardavam as instruções. A brisa leve balançava levemente as árvores ao redor do campo de treinamento, mas o silêncio entre eles era absoluto.

Kim Da-Eun, imponente como sempre, estava parada diante do grupo. Seu olhar firme percorria cada um dos alunos, transmitindo uma autoridade que ninguém ousava questionar.

— Devem estar se perguntando sobre o sensei Kreese — começou ela, cruzando os braços e caminhando lentamente. — Mas ele não estará agora. Voltou para os Estados Unidos tratar de algumas coisas pendentes.

Os alunos permaneceram imóveis, mas os olhares se cruzaram brevemente, como se tentassem interpretar o que viria a seguir.

— Esse tempo dele fora será o suficiente para o que pretendo fazer. Agora, vou selecionar quem irá representar o dojô Cobra Kai Coreia no torneio mundial.

A tensão aumentou no ar, e Hana sentiu um frio na barriga. Todos esperavam um teste de combate ou algo relacionado às suas habilidades marciais.

— Será um treinamento de luta, sensei? — Yoon, sempre perguntou, mantendo a postura ereta e o tom respeitoso.

Kim Da-Eun parou, encarando-o por um breve momento antes de responder com um sorriso enigmático. — Não. Tenho uma ideia melhor para vocês.

Ela virou o corpo, erguendo o braço e apontando para o horizonte. Os olhares dos alunos seguiram sua mão, e o choque foi instantâneo.

— Vocês irão escalar aquela montanha ali.

Hana prendeu a respiração. A montanha se erguia imponente à distância, sua silhueta pontiaguda quase tocando as nuvens. Era a montanha mais alta que já tinham visto, e boatos sobre sua dificuldade e perigos circulavam entre os moradores da região. Diziam que apenas os mais preparados conseguiam chegar ao topo e que algumas pessoas já haviam perdido a vida tentando.

Um murmúrio baixo passou pelo grupo, mas foi rapidamente silenciado quando Kim Da-Eun deu alguns passos à frente.

— Não quero apenas treinar suas habilidades, mas também a força — continuou ela, sua voz cortando o silêncio. — Quero que provem a determinação de cada um. Quero que provem que merecem essa oportunidade única.

Os alunos engoliram em seco. Hana olhou de relance para Kwon, que mantinha o semblante sério, embora suas sobrancelhas arqueadas indicassem que também estava impressionado.

— Sim, sensei! — todos responderam em uníssono, tentando mascarar o nervosismo com firmeza.

Kim Da-Eun passou a caminhar lentamente pela fileira, analisando cada rosto como se pudesse enxergar suas fraquezas. — Quero ver essa motivação toda na hora de subir — disse ela, sua voz carregada de intensidade. — Os primeiros que chegarem ao topo antes do sol sumir irão ganhar as vagas disponíveis. O restante, ficará aqui no dojô treinando ainda mais pesado por não ter completado uma tarefa assim.

Hana sentiu um nó no estômago. As palavras da sensei deixaram claro que esse não era um simples teste físico. Era um desafio que colocaria à prova tudo que ela tinha: força, determinação e, acima de tudo, coragem.

— Entendido? — perguntou Kim Da-Eun, sua voz elevada.

— Sim, sensei! — os alunos responderam em coro, mesmo que a apreensão ainda estivesse presente em seus olhares.

Kim Da-Eun parou de frente para Hana, seus olhos perfurando os da aluna como se buscassem algo mais profundo. Hana se endireitou ainda mais, tentando esconder o nervosismo.

— Está pronta para provar tudo que sabe? — perguntou a sensei, sua voz baixa, mas cheia de expectativa.

Hana sentiu seu coração acelerar, mas manteve o tom firme ao responder: — Sim, sensei!

Kim Da-Eun deu um pequeno sorriso de canto, um misto de aprovação e desafio. Ela então se afastou, voltando ao centro. — Ótimo. Preparem-se. Quero ver quem realmente merece.

Hana respirou fundo. O sol ainda estava alto no céu, mas ela sabia que a corrida contra o tempo e contra si mesma começaria em breve.

Continua...

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