𝕮𝖆𝖕 3

Cap 3: Visitante especial

Mais tarde, o sol já estava tingindo o dojang com uma luz clara suave. A sensei Kim Da-Eun havia deixado os alunos sozinhos para praticarem enquanto ela mostrava apresentava o dojang ao visitante especial. O ar estava carregado de concentração e tensão, com os sons dos golpes e respirações pesadas preenchendo o espaço.

Os alunos estavam organizados em filas rigorosas, com posturas impecáveis. A tarefa do dia era clara: treinar um golpe preciso que simulava imobilizar o oponente atingindo a garganta. No centro, mais conhecia como, ataque da víbora. Taeyang segurava uma tábua estrategicamente posicionada, representando o alvo. Ele mantinha os braços firmes, suportando o impacto de cada chute, enquanto observava os colegas com olhar crítico.

Yoon foi o próximo a avançar. Ele caminhou até Taeyang com determinação, ajustando sua posição. Com uma técnica impecável, executou o chute, atingindo a tábua exatamente no ponto que representava a "garganta". O som seco do impacto ressoou no ar, e os alunos ao redor observaram com atenção.

Hana, porém, desviou o olhar. Algo na movimentação ao longe chamou sua atenção. A alguns metros dali, ela avistou Kim Da-Eun observando atentamente, acompanhada por um homem de aparência austera, claramente o visitante especial. Hana rapidamente corrigiu sua postura, mantendo a cabeça erguida e os ombros alinhados. Ela sabia que seria avaliada a qualquer momento.

Quando chegou sua vez, Hana caminhou até a frente com passos firmes. Seus movimentos eram elegantes, quase graciosos, mas carregados de força. Ela posicionou-se diante de Taeyang, respirou fundo e executou o golpe. O impacto foi perfeito, a tábua balançou ligeiramente, mas permaneceu intacta. Ao terminar, Hana viu Kim Da-Eun observando-a com um olhar de orgulho.

A sensei virou-se para o visitante, indicando Hana com um leve movimento da cabeça. Sua voz era calma, mas carregava uma admiração clara.

— Aquela ali é nossa melhor aluna, Hana Mizuky. Foi abandonada pelos pais e mora conosco. Ela é esforçada e aprende rápido o que é passado, e tudo que pedir, ela executará com perfeição.

Logo atrás dela, era a vez de Kwon. Enquanto Hana passava por ele, inclinou-se levemente e sussurrou:

— Boa sorte, e toma cuidado...

Ela sabia exatamente o que ele pretendia fazer. Kwon respondeu com um pequeno sorriso convencido, ajustando o kimono antes de se aproximar de Taeyang. Seu ar despreocupado escondia a determinação que crescia dentro dele. O próximo movimento seria crucial, e ele sabia disso.

Kwon, impetuoso e sempre disposto a desafiar ordens, deu um passo à frente. Seus olhos brilhavam com uma mistura de confiança e desafio.

Ele posicionou os pés, ajustando o peso do corpo com precisão. Então, como um raio, impulsionou-se do chão. O ar ao redor parecia congelar por um instante enquanto ele girava no ar, sua silhueta moldada pelo movimento perfeito. O chute veio de forma devastadora, um golpe giratório que cortou o espaço como uma lâmina. O impacto ecoou pelo dojo, deixando claro que aquele não era apenas um movimento técnico, mas uma declaração de força e superioridade.

Quando seus pés tocaram o chão novamente, Kwon manteve-se firme, o peito erguido e o olhar desafiador. Era impossível ignorar o talento bruto e a determinação que ele demonstrava naquele momento. Contudo, o silêncio que se seguiu não era apenas de admiração, mas também de alerta — o chute era tão devastador quanto o espírito rebelde de Kwon. Em segundos, a tábua de madeira havia sido brutalmente quebrada ao meio deixando Hana completamente em choque e com um toque de orgulho.

— É assim que se faz, entenderam? — disse, exibindo um sorriso arrogante enquanto seus olhos varriam a sala, certificando-se de que todos haviam notado sua habilidade.

Mas antes que pudesse saborear o momento, uma voz cortante ecoou pelo espaço.

— Kwon Jae-Sung! — Kim Da-Eun exclamou, sua postura rígida e braços cruzados transmitindo autoridade. Seus olhos faiscavam com desaprovação. — Você não seguiu a nossa lição.

Hana, que observava à distância, soltou um suspiro leve, sabendo que o tom de sua sensei não prometia nada bom. O clima no dojo tornou-se ainda mais pesado.

Kwon deu uma risada nasal e sarcástica, balançando a cabeça levemente antes de retrucar, seu tom carregado de desdém:

— Por que isso é uma perda de tempo. É só ir direto pra cabeça. Sem cabeça, sem luta.

Kim Da-Eun, no entanto, não recuou. Sua voz soou ainda mais firme, carregada de reprovação.

— E sem atalhos — ela respondeu, pausando para deixar suas palavras penetrarem como golpes invisíveis. — E pelo seu desacato, você terá uma nova tarefa.

Kwon arqueou as sobrancelhas, desafiador, e respondeu com desdém:

— Eu posso fazer, seja qual for.

Mas Kim Da-Eun não se abalou e, com um tom frio, declarou:

— Eu sei bem que você pode. A sua tarefa é ir limpar o banheiro do meu avô.

O rosto de Kwon se contraiu em indignação. Ele abriu a boca, talvez para protestar, mas fechou-a novamente, percebendo que não tinha escolha. Alguns dos alunos ao redor abafaram risadas, tentando não atrair a ira de Kim. Hana suspirou novamente, observando o amigo.

Kwon, com o semblante carregado de insatisfação, deu as costas. Ele passou por Hana, que tentou confortá-lo em voz baixa:

— Não fica assim, eles vão saber seu valor.

— Me deixa em paz, Hana — ele respondeu, a raiva evidente em sua voz.

Hana observou-o afastar-se, o coração dividido entre irritação e empatia. Ela sabia que ele estava furioso, mas não pôde evitar sentir-se frustrada com sua reação. Enquanto isso, os outros alunos retornaram ao treinamento, a presença imponente de Kim Da-Eun garantindo que a disciplina fosse restabelecida, enquanto Kwon, contrariado, se dirigia ao castigo.

[...]

Depois de algum tempo, o grupo já havia retornado ao treinamento. Agora, estavam enfileirados, com suas posturas firmes, enquanto Kim Da-Eun e o visitante especial os observavam atentamente. O ambiente era denso, carregado de expectativa e respeito. O leve som do vento parecia ser o único ruído além das respirações controladas dos alunos.

Kim Da-Eun deu um passo à frente, os braços cruzados em uma postura autoritária que exigia atenção total. Sua voz ecoou com firmeza.

— Aposto que todos estão bem curiosos para saber quem é nosso visitante.

Ela fez uma breve pausa, permitindo que o suspense se instalasse antes de continuar:

— O sensei Kreese é um dos senseis mais fortes que já treinaram neste dojang. Ele trouxe um convite para testarmos nossa força contra os melhores lutadores do mundo. Vocês têm que mostrar a ele total respeito e atenção. Todos entenderam isso?

— Sim, sensei! — a turma respondeu em uníssono, as vozes ecoando no ar.

Kreese, que permanecera imóvel até então, deu um passo à frente, começando a caminhar lentamente diante das fileiras. Seu olhar avaliador passava por cada aluno, como se estivesse pesando suas capacidades apenas com um olhar. Ele começou a falar, sua voz grave e carregada de experiência.

— Muito tempo atrás, eu tive um aluno.

Os alunos mantinham-se imóveis, absorvendo cada palavra.

— Eu o treinei para ser o melhor dos melhores. Ele dominava todo oponente que enfrentava. Estava destinado a ser o campeão do mundo.

Kreese fez uma pausa breve, como se estivesse revivendo a memória.

— E, então, um dia... tudo mudou. Ele perdeu, para um sujeitinho insignificante e fraco, que treinou somente por seis semanas.

Seu tom se tornou mais grave, quase como uma acusação.

— E por que ele perdeu? Porque seu oponente tinha mais coração.

Os alunos trocaram olhares discretos, intrigados pela história. Kreese parou abruptamente e virou-se para encarar a fileira novamente.

— Então, turma... como se derrota um oponente que tem mais coração?

Um aluno, ansioso para impressionar, respondeu:

— Com mais prática, sensei!

Kreese balançou a cabeça negativamente, sua expressão inalterada.

— Não.

Outro aluno, Taeyang, tentou com confiança:

— Mais ofensiva, sensei!

— Errado! — Kreese disparou, com um tom cortante.

Yoon arriscou:

— Tendo coração também, sensei!

Por um momento, Kreese deu um leve sorriso, mas antes que pudesse responder, o silêncio foi interrompido por uma risada sarcástica. Todos os olhos se voltaram para Kwon, que parecia relaxado demais para o ambiente sério.

— Ou detonando o coração dele com um chute forte nas costelas — Kwon comentou, sua voz carregada de sarcasmo.

Kim Da-Eun o olhou, alarmada. Kreese parou de andar e voltou-se diretamente para Kwon, com um olhar severo que fez o ar parecer mais pesado.

— Fique quieto! — Kim Da-Eun gritou, sua voz como um açoite.

Kreese ignorou a interrupção dela e continuou, caminhando lentamente até ficar a poucos passos de Kwon.

— Kwon, não é? — Ele perguntou com uma calma ameaçadora.

Kwon assentiu, mantendo sua postura, mas com um brilho desafiador no olhar.

— Parece que você não está me levando a sério.

A tensão no ar era palpável. Kreese inclinou-se ligeiramente, sua voz diminuindo, mas carregada de intensidade.

— Talvez... eu precise te mostrar o quanto estou falando sério.

Todos os outros alunos permaneceram imóveis, como se o menor movimento pudesse desencadear algo. Kwon manteve seu olhar fixo, sem recuar, mas a tensão entre ele e Kreese era tão forte que parecia um duelo invisível acontecendo ali mesmo.

Continua...

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