𝕮𝖆𝖕 27

Cap 27: Adaga

Hana tentava atravessar o caos que havia tomado conta do ginásio. Empurrões e golpes a atingiam de todos os lados, enquanto ela desviava e bloqueava como podia. O barulho de gritos, corpos caindo, e o impacto de golpes ecoava ao redor. Ela olhava desesperada, tentando localizar Kwon em meio à confusão, mas era como procurar uma agulha em um palheiro.

— Kwon! — ela gritou, mas sua voz se perdeu no meio do tumulto.

De repente, Hana foi empurrada com força por um lutador que passava correndo. Ela quase perdeu o equilíbrio, mas se estabilizou rapidamente, apenas para ser bloqueada por uma figura familiar.

— Uma pena não podermos nos encontrar no tatame, Hana — disse Maria Álvarez, do Fúria de Pantera, com um sorriso malicioso no rosto. Seus olhos brilhavam com a excitação do combate. — Eu queria tanto lutar contra o prodígio Cobra.

Maria deu um passo à frente, levantando as mãos em guarda.

— Pelo menos, aqui, eu posso ter a chance.

Hana cerrou os punhos, seu olhar endurecendo.

— Se é isso que você quer, Maria, então venha.

Maria não esperou por outro convite. Ela avançou rapidamente com um chute alto mirando o rosto de Hana, que desviou por pouco. Hana recuou, levantando os braços para bloquear o soco que veio logo em seguida, sentindo o impacto reverberar pelos antebraços.

Hana respondeu com um chute frontal, mas Maria girou o corpo e desviou com agilidade, contra-atacando com uma sequência de socos rápidos. Hana bloqueou o primeiro, desviou o segundo, mas o terceiro atingiu seu ombro, forçando-a a recuar.

— Nada mal, prodígio. Mas vai precisar de mais que isso para me derrubar! — Maria provocou.

Hana respirou fundo, ajustando sua postura. Ela sabia que não poderia se dar ao luxo de perder tempo, não com Kwon em perigo.

— Você fala demais, Maria — Hana respondeu antes de avançar.

Ela disparou uma combinação rápida de chutes e socos, forçando Maria a recuar. O som dos golpes ecoava pelo ginásio enquanto as duas trocavam ataques frenéticos. Maria tentou agarrar Hana pelo braço para jogá-la no chão, mas Hana girou o corpo e escapou, contra-atacando com um chute giratório que passou a milímetros do rosto de Maria.

— Essa foi por pouco — Maria disse com um sorriso.

Maria tentou surpreender Hana com um golpe de varredura, mas Hana saltou, girando no ar e aterrissando com um chute direto no abdômen de Maria, que cambaleou para trás com o impacto.

— Não subestime quem está lutando por algo maior — Hana disse, determinada.

Maria se recompôs rapidamente e avançou novamente. As duas lutavam como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, como se apenas elas existissem naquele momento. A luta era intensa, cada golpe mais preciso e forte que o anterior. Hana bloqueava os ataques com uma habilidade impecável, mas Maria não dava espaço para respirar.

Enquanto isso, ao redor delas, o caos continuava. Lutadores de diferentes dojos trocavam golpes violentos, senseis tentavam controlar seus alunos sem sucesso, e a multidão assistia aterrorizada. Kwon estava em algum lugar no meio daquela confusão, mas Hana não podia tirar os olhos de Maria.

Maria tentou um chute lateral mirando as costelas de Hana, mas Hana girou e segurou a perna dela no ar, puxando-a para desequilibrá-la. Maria caiu no chão, mas rolou rapidamente, voltando à posição de luta antes que Hana pudesse aproveitar a vantagem.

— Impressionante. Mas ainda não acabou! — Maria gritou, avançando novamente.

As duas trocaram golpes com uma intensidade avassaladora, cada movimento carregado de técnica e força. Hana estava começando a sentir o cansaço, mas se recusava a desistir. Cada golpe que dava ou recebia só aumentava sua determinação.

Finalmente, Hana viu uma abertura. Quando Maria tentou um soco direto, Hana desviou para o lado, girando rapidamente e aplicando um chute giratório que atingiu Maria em cheio no lado do rosto. Maria caiu no chão com o impacto, ofegante e claramente atordoada.

Hana se colocou em posição, esperando que Maria se levantasse.

— Ainda quer continuar? — Hana perguntou, sua voz firme.

Hana manteve a postura firme enquanto observava Maria se levantar lentamente, limpando o canto da boca com as costas da mão. Seu olhar estava ainda mais determinado, quase incendiário.

— Acha que eu vou desistir tão fácil assim? — Maria disse com um sorriso desafiador. — Ainda temos muito para resolver.

Sem esperar resposta, Maria avançou novamente com um chute alto, obrigando Hana a desviar para trás. Hana tentou contra-atacar com um soco direto, mas Maria girou o corpo e aplicou um chute giratório que acertou de leve o braço de Hana, desestabilizando-a.

A troca de golpes continuava feroz, cada movimento mais rápido e agressivo. Hana tentava focar inteiramente na luta, mas algo chamou sua atenção ao longe. Enquanto lutava, ela viu Kwon e Axel travando uma luta ainda mais violenta no meio do caos. O impacto dos golpes entre eles parecia mais brutal do que qualquer coisa que Hana havia visto no torneio até aquele momento.

Axel, com toda a sua força, empurrou Kwon com um golpe direto no peito. Kwon caiu com força contra uma das câmeras instaladas ao redor do tatame, que caiu com o impacto. Hana prendeu a respiração ao ver a cena, preocupada com ele, mas Maria não lhe dava descanso.

— Concentre-se, prodígio! — Maria gritou, avançando com uma sequência de socos. Hana conseguiu bloquear dois, mas o terceiro acertou seu ombro, fazendo-a recuar.

Mesmo assim, Hana continuava com os olhos em Kwon. Ela o viu se levantar lentamente, o rosto contorcido em um sorriso psicótico. Ele ria enquanto se levantava, quase como se estivesse se divertindo com a situação. Mas o que realmente fez o coração de Hana gelar foi o que ele segurava.

— Não... — Hana murmurou entre golpes, desviando de mais um chute de Maria.

Kwon segurava uma adaga, o brilho frio da lâmina refletindo as luzes do ginásio destruído. Ele a girava entre os dedos como se fosse um brinquedo, ainda rindo como um louco. Axel, do outro lado, parecia não perceber o perigo iminente enquanto se preparava para atacar novamente.

— Não posso deixar isso acontecer... — Hana murmurou, bloqueando um soco de Maria e contra-atacando com um chute rápido no abdômen dela, o suficiente para fazê-la cambalear.

Mas Maria não recuava. Ela avançou novamente, tentando um golpe de varredura que Hana saltou para evitar.

— Tá tentando fugir de mim, Hana? Não vou deixar você escapar tão fácil! — Maria disse, voltando à carga.

Hana desviava como podia, mas seus olhos continuavam presos em Kwon. Ela viu o momento exato em que ele ergueu a adaga, preparado para atacar Axel. O sorriso no rosto dele era frio, quase cruel, enquanto ele se aproximava.

— Kwon! Não! — Hana gritou, tentando avançar, mas Maria bloqueou seu caminho com um soco direto que Hana teve que desviar por reflexo.

— Parece que você está preocupada com outra coisa, Hana. Mas eu estou bem aqui! — Maria disse, aplicando um chute lateral que Hana conseguiu bloquear, embora fosse empurrada alguns passos para trás.

Hana sentia a frustração crescer dentro dela. Ela precisava parar Kwon, mas Maria não lhe dava abertura. Mesmo enquanto lutava, ela via Axel se aproximar de Kwon sem perceber o perigo. O tempo parecia desacelerar enquanto ela tentava pensar em uma forma de escapar do confronto com Maria e chegar até Kwon antes que fosse tarde demais.

Cada golpe trocado com Maria parecia um obstáculo intransponível, mas Hana não podia desistir. Ela sabia que, se não conseguisse impedir Kwon, algo terrível aconteceria. Mesmo com o caos ao redor, a luta entre ela e Maria parecia ganhar uma intensidade ainda maior, uma batalha não apenas de força, mas de determinação e urgência.

O caos continuava a consumir o torneio, mas para Hana, o mundo parecia reduzir-se a dois focos: Maria, que não a deixava avançar, e Kwon, segurando aquela adaga nas mãos. Cada movimento parecia mais lento, mais sufocante, enquanto ela desviava dos ataques de Maria, ao mesmo tempo em que torcia desesperadamente para que Kwon largasse a lâmina.

— Você não vai me ignorar, Hana! — gritou Maria, avançando com uma sequência de socos e chutes que Hana desviava por reflexo.

O coração de Hana batia em sua garganta. Cada segundo que passava, ela se perguntava se Kwon seria capaz de fazer algo irreversível. Ele parecia tão perdido, tão diferente.

— Por favor, Kwon... por favor... — Hana sussurrava para si mesma, enquanto Maria a pressionava ainda mais.

Maria aproveitou uma abertura e desferiu um chute alto que quase acertou o rosto de Hana, mas ela se abaixou no último instante e, em um movimento instintivo, girou o corpo e aplicou um golpe direto no abdômen de Maria com tanta força que a adversária foi ao chão como uma pedra. O impacto ecoou no chão do ginásio, arrancando um suspiro de dor de Maria, que caiu segurando o local atingido.

Hana parou por um segundo, respirando fundo, tentando recuperar o foco. Foi quando o som mais terrível que ela já ouvira na vida cortou o ar.

O grito de Kwon rasgou o ginásio, ecoando acima do barulho das lutas.

Hana sentiu seu corpo congelar. Sua alma parecia ter sido arrancada à força. Tudo ao redor parou. A confusão e o barulho cessaram como se o mundo tivesse sido silenciado. O grito dele atravessou seu coração, e ela não pôde evitar. Lentamente, mesmo temendo o que veria, ela virou o olhar.

O que ela viu destruiu qualquer força que ainda lhe restava.

Kwon estava caído no chão, uma poça de sangue crescendo rapidamente sob ele. Seu kimono, outrora impecável, agora estava tingido de vermelho. Hana sentiu o ar escapar de seus pulmões.

— Não... não... — ela murmurou, a voz fraca, quase inaudível.

Suas pernas tremiam tanto que ela mal conseguia se manter em pé. O sangue embaixo de Kwon parecia se espalhar como uma mancha de dor, de perda, de desespero.

Todos haviam parado a luta.

Daniel LaRusso, um dos senseis do Miyagi-Do, foi o primeiro a se mover. Ele se aproximou cautelosamente, enquanto todos ao redor, senseis, competidores e espectadores, observavam em choque absoluto.

Hana quis correr até ele, mas seus pés pareciam presos ao chão. Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, enquanto sua mente repetia, em pânico:

“Isso não pode estar acontecendo. Não pode...”

Daniel se aproximou ao lado de Kwon. Com cuidado, ele virou o corpo do garoto, e foi então que todos viram.

A adaga estava cravada no coração de Kwon. A lâmina brilhava com o sangue fresco, uma visão que fez Hana sentir como se seu coração estivesse sendo rasgado.

— Não... não, não! — ela gritou, mas sua voz parecia um sussurro perdido no meio do caos.

O apresentador, que havia recobrado a consciência, estava paralisado de choque. Suas mãos tremiam enquanto ele observava a cena. Em pânico, ele virou para a câmera, a voz desesperada.

— Corta a transmissão... corta a transmissão! — ele gritou, gesticulando freneticamente para a equipe.

As câmeras se desligaram uma a uma, e a multidão permaneceu imóvel, o horror estampado nos rostos de todos.

Hana caiu de joelhos. O chão parecia ter desaparecido sob ela, e a dor que sentia era insuportável, como se seu coração tivesse sido arrancado de seu peito.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.

E assim, no meio de lágrimas, sangue e o caos absoluto, o torneio que deveria ser um marco de glória e vitória terminou com uma tragédia impossível de esquecer.

Continua...

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🥋

Eu nem acredito que acabei essa parte. Mas fiquem tranquilos...não acabou assim. Quando lançar a próxima e última parte eu escrevo o mais rápido que puder.

Esse com certeza foi o capítulo que mais esperei e sofri para escrever, espero que não me odeiem ksks

É isso...até os próximos capítulos que serão lançados depois que lançar os capítulos finais de Cobra kai.

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