𝕮𝖆𝖕 15

Cap 15: Problemas em Barcelona

O Sekai Taikai parecia determinado a destacar os capitães de cada dojo como figuras de liderança e exemplo. O fotógrafo ajustava o ângulo enquanto as luzes iluminavam o cenário montado exclusivamente para aquela foto especial. Cada capitão estava posicionado estrategicamente, representando com orgulho seu dojo. O contraste das roupas casuais com um toque cultural de suas origens deixava claro que, mesmo fora do tatame, eles carregavam suas identidades como uma armadura.

Hana e Kwon estavam lado a lado, os dois representando o Cobra Kai. As roupas escolhidas para o evento combinavam o estilo casual moderno com detalhes que remetiam às suas raízes. Hana usava uma jaqueta preta com detalhes em amarelo, cores marcantes de seu dojo, enquanto Kwon optou por uma camisa preta. Apesar de estar cercada por holofotes e olhares curiosos, Hana mantinha uma postura tranquila, mas apenas porque tinha Kwon ao seu lado. Sua presença era um alívio, uma âncora em meio ao caos da exposição pública.

O fotógrafo pediu que os capitães ajustassem suas poses, olhando para a câmera com seriedade e confiança. Hana fez o possível para transmitir a imagem de uma líder determinada, enquanto Kwon, ao seu lado, mantinha seu sorriso descontraído, como se a pressão não o atingisse. Alguns olhares rápidos eram trocados entre os capitães, revelando rivalidades silenciosas e tensões que provavelmente explodiriam no tatame.

Quando a sessão de fotos chegou ao fim, os aplausos tímidos dos outros competidores indicaram que a atenção mudaria de volta para a programação principal. Hana se virou para Kwon, que ainda mantinha a postura de quem estava se divertindo.

— Kwon... — Hana chamou, sua voz mais baixa do que o normal, o olhar ligeiramente desconfortável.

— O que foi? — ele perguntou, arqueando uma sobrancelha e inclinando a cabeça na direção dela.

— Agora que a sessão acabou, eu preciso sair rapidinho. A sensei Kim... quer falar comigo. — A hesitação em sua voz era evidente, mas ela tentou soar casual.

— Falar? Sobre o quê?

— Ela não disse. Só pediu para nos encontrarmos em um lugar que ela combinou.

Kwon estreitou os olhos, desconfiado, mas não insistiu.

— Vê se não demora. E também cuidado por aí. Tem muita gente, é fácil se perder.

Hana deu uma risadinha, balançando a cabeça.

— Eu já sei disso, Kwon. — Ela deu uma pausa antes de continuar. — Até depois. E você, vê se não vai fazer nenhuma burrada.

Kwon sorriu de lado, cruzando os braços.

— Você me conhece.

— Por isso mesmo que eu disse isso. — Ela riu, jogando o cabelo para trás enquanto se afastava em direção ao local combinado com Kim Dae-un.

Hana sentia a agitação do ambiente diminuindo à medida que se afastava, mas o peso da responsabilidade como capitã e da conversa iminente com sua sensei crescia a cada passo.

[...]

Hana percorreu os corredores do hotel, seguindo as instruções que Kim Dae-un havia dado. Conforme se aproximava do local indicado, o som abafado de vozes e risadas elegantes começou a ecoar pelos seus ouvidos. Ao entrar no salão, ela percebeu que estava em um coquetel reservado. O espaço era sofisticado, com mesas altas decoradas com arranjos florais discretos, garçons uniformizados oferecendo taças de champanhe, e uma atmosfera repleta de conversa e negócios.

Olhou ao redor, tentando localizar sua sensei. Não demorou muito para encontrá-la em um canto mais reservado, conversando com um homem de terno impecável e postura confiante. Kim Dae-un tinha a expressão séria, mas mantinha um sorriso estratégico enquanto falava. Quando os olhos da sensei cruzaram com os de Hana, ela acenou, chamando-a para se juntar a eles.

Hana respirou fundo e caminhou até lá, sentindo os olhares de alguns presentes se voltarem para ela. Apesar de desconfortável, manteve a postura ereta e profissional.

— Hana, que bom que chegou. Quero que conheça alguém. — Kim apontou para o homem ao seu lado, que a analisou com um olhar curioso. — Este é o senhor Matsuda, um dos principais patrocinadores do evento.

O homem sorriu e estendeu a mão para Hana.

— É um prazer conhecê-la.

Hana apertou a mão dele, mantendo a formalidade.

— Igualmente, senhor.

Kim, sempre perspicaz, tomou a dianteira na conversa.

— Senhor Matsuda, esta é Hana. Ela é a capitã do Cobra Kai e, sem dúvida, a melhor lutadora do nosso dojo. Sempre dedicada, disciplinada e com uma habilidade técnica que se destaca entre todos os outros.

Hana permaneceu em silêncio, apenas assentindo enquanto Kim continuava.

— Sabe, é graças à liderança dela que o Cobra Kai conseguiu crescer tanto nos últimos meses. Ela tem sido essencial em manter a ordem e motivar os outros. Uma verdadeira líder nata.

Os olhos do senhor Matsuda brilharam com interesse.

— Impressionante. Jovem e tão talentosa... Você deve ser um grande exemplo para os outros, Hana.

Hana sorriu de maneira contida, mas algo em suas palavras parecia prender na garganta. Sentiu a necessidade de corrigir aquilo.

— Eu agradeço pelas palavras, senhor Matsuda, mas gostaria de esclarecer que no Cobra Kai nós trabalhamos como uma equipe. Não existe mérito individual sem o esforço coletivo. Todos os meus colegas têm contribuído igualmente para o nosso progresso.

Kim lançou um olhar para Hana, mas manteve o sorriso para o patrocinador.

— Isso é verdade, claro. Mas sempre é preciso alguém para liderar e inspirar, e Hana faz isso com excelência.

Hana respirou fundo, agora sentindo sua paciência começar a se esgotar.

— Com licença. — Ela disse de maneira firme, virando-se para sair do coquetel.

Antes que pudesse se afastar completamente, Kim segurou seu braço.

— O que foi isso? — A voz da sensei saiu baixa, mas carregada de repreensão. — Por que você me cortou daquele jeito?

Hana olhou diretamente nos olhos de Kim, sua expressão agora mais resoluta.

— Sensei, eu não quero que me vangloriem por algo que eu não fiz sozinha. Tudo o que conseguimos foi resultado do esforço de todos. Se quiser agradar patrocinadores, fale sobre o dojo inteiro, não apenas sobre mim.

Kim estreitou os olhos, soltando o braço de Hana devagar.

— Você tem potencial para ser uma líder ainda maior, Hana, mas precisa aprender a aceitar reconhecimento.

— Eu aceito reconhecimento, sensei. Mas só quando ele é merecido.

Sem esperar resposta, Hana se afastou, deixando Kim sozinha, com os pensamentos mergulhados em uma mistura de frustração e respeito pela postura da aluna.

[...]

Hana corria as pressas para voltar para o evento, ela pode ver uma movimentação em um canto, assim que se aproximou mais viu Kwon, junto com o pessoal do cobra Kai. E diante deles, os meninos do Miyagi-do. Parecia um confronto. Ela cruzou os braços um pouco de longe tentando entender a situação.

Ela viu Robby, o capitão do Miyagi-do.

Robby respirou fundo, concentrando-se, enquanto os olhos de todos estavam fixos nele. Ele deu um salto no ar, e o chute foi firme e preciso. Quando seu pé atingiu a parede, o giz deixou uma marca limpa e alta, chamando atenção de todos os presentes.

O som dos murmúrios cresceu entre a multidão, e algumas pessoas pareciam impressionadas.

Kwon, por outro lado, manteve a calma, observando com um sorriso debochado no rosto, como se já soubesse o resultado final.

— Eita p̶o̶r̶r̶a̶! — exclamou o garoto de moicano, que os outros chamavam de Falcão. Ele olhou para Robby com uma mistura de surpresa e orgulho pelo chute impressionante.

Os olhos de todos acompanharam seus movimentos. Kwon parou por um momento, respirou fundo, e então deu o salto. Seu chute era perfeito, preciso e fluido, quase como uma coreografia planejada. O som de seu pé atingindo a parede foi alto, e quando o giz deixou a marca, era claro: ele havia superado Robby.

Os amigos de Robby trocaram olhares decepcionados, e os murmúrios começaram novamente, mas dessa vez com um tom diferente. Já o grupo de Cobra Kai irrompeu em sorrisos e gritos de comemoração, satisfeitos com a vitória de Kwon.

Kwon se aproximou de Robby, um sorriso debochado estampado no rosto. Ele estendeu a mão, e, sem escolha, Robby entregou os cartões do quarto, acompanhado de um dos amigos de Robby ainda relutante.

— Relaxa, cara, eu deixo suas malas no corredor — Kwon disse, com um tom que transbordava provocação, arrancando gargalhadas de seus amigos.

Kwon, sem perder o ritmo, levantou a mão e puxou mais um coro animado:

— Cobra Kai! Cobra Kai! Cobra Kai!

Os gritos ecoaram pelo local enquanto o grupo de Cobra Kai comemorava a vitória. A plateia, empolgada com o show, também se juntou ao coro, celebrando junto deles.

Enquanto ainda gritavam, Kwon, percebeu, Hana parada olhando para eles com os braços cruzados de frente a eles.

— E sobre não fazer burrada? — Ela perguntou.

— Burrada? Eu ganhei um quarto extra, fora que me diverti também. Você deveria tentar ao invés de ficar com essa cara seria para sempre.

— Sério isso, Kwon? Já está arranjando mais brigas com o Miyagi-do?

— O que eu tenho haver se eles são terríveis?

— Não é pra isso que viemos. Temos que lutar com honra, e não sair provocando os dojos alheios por aí.

Kwon respirou fundo, perdendo um pouco de sua paciência.

— Vamos entrar em um acordo, beleza? Capitão para capitã. Eu me divirto do meu jeito, você se diverte do seu. A gente não briga e cada um vive sua vida, que tal? — Disse ele antes de sair andando.

Ela respirou fundo tentando manter a calma antes de chama-lo fazendo ele olhar para ela.

— Depois não diz que eu não avisei. Isso ainda vai acabar de um jeito ruim. Vê se toma cuidado com o que anda ouvindo por aí do Kreese — ela disse antes de dessa vez, ela sair andando deixando ele para trás claramente irritado.

Continua...

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