𝕮𝖆𝖕 10

Cap 10: Que vença a melhor

O dojo estava mergulhado em um silêncio tenso, com o som abafado das respirações sendo a única coisa perceptível. Cada detalhe parecia amplificado: o atrito do vento, as árvores balançando suas folhas um pouco afastado deles, e o olhar fixo de Hana, analisando cada movimento e expressão de Tory. A garota permanecia imóvel, mas sua presença era sentida como uma força constante, enquanto Hana, do outro lado, lutava contra a insegurança que insistia em se infiltrar em seus pensamentos. Apesar disso, ela ergueu o queixo, determinada a projetar confiança. Sua ambição queimava em seus olhos, e sua postura denunciava o desejo de provar, para si mesma e para todos, que poderia ser a melhor.

No entanto, Kwon Jae-sung quebrou o silêncio com uma risada carregada de escárnio, ecoando como uma provocação no espaço vazio.

— Então essa aí é a sua "campeã", sensei? — Ele falou com desdém, deixando o veneno escorrer por cada palavra. — Ela não me parece saber como funciona uma luta de verdade.

A voz firme da sensei Kim cortou o ambiente como uma lâmina.

— Kwon Jae-sung! — A repreensão dela foi severa, carregada de autoridade.

Mas Kreese, sempre calculista, levantou a mão em um gesto tranquilo, indicando que Kim deveria deixá-lo prosseguir.

Kwon lançou um olhar de agradecimento sarcástico para Kreese, inclinando a cabeça levemente enquanto um sorriso provocador brincava em seus lábios.

— Obrigado, sensei Kreese — disse ele, com um tom de deboche, rolando os olhos para dar mais impacto às suas palavras. — Vai ser fácil acabar com essa aí no torneio. Tem certeza de que ela vai ser útil? Além disso, como capitã?

Os olhos de Tory se estreitaram ligeiramente, mas ela permaneceu em silêncio. No entanto, a raiva borbulhava sob a superfície, crescendo com cada palavra de Kwon. Ela manteve o controle, sua postura rígida, mas era evidente que a tensão em sua mandíbula denunciava sua luta interna.

Kreese deu um passo à frente, sua postura firme e autoritária, e caminhou lentamente até Kwon. Enquanto caminhava, aumentava a tensão no ar. Ao se aproximar, Kreese parou diante dele, encarando-o com um olhar que parecia perfurar sua confiança. Kwon, incapaz de sustentar o contato visual, desviou os olhos, seu sorriso desvanecendo.

— Nem todo céu claro anuncia calmaria, assim como nem toda superfície frágil esconde o que é fácil de quebrar; cuidado ao julgar o que seus olhos veem, pois o que realmente importa está além do que você pode enxergar. — A voz de Kreese era firme, carregada de um tom que misturava lição e advertência.

Kwon abaixou a cabeça, enquanto o silêncio voltava a tomar conta do lugar.

Enquanto isso, Hana permanecia com os olhos fixos em Tory. Ela a estudava intensamente, curiosa sobre as habilidades da garota que havia sido apresentada como sua oponente e, possivelmente, como uma futura aliada.

Kreese então se afastou de Kwon, caminhando de volta para frente dos alunos, com sua postura tão firme quanto suas palavras. Ele se virou para encarar a turma, seus olhos faiscando determinação.

— Tory Nichols seria nossa capitã, porém, tive uma conversa com a sensei Kim Dae-un — disse Kreese, sua voz ecoando pelo dojo. Ele lançou um olhar penetrante para Hana antes de continuar. — Ela me falou sobre as habilidades fascinantes da colega de vocês.

Os alunos trocaram olhares curiosos, enquanto Kreese fazia uma pausa calculada.

— Então, nada mais justo que uma luta. Uma luta verdadeira e boa de karatê. A que ganhar será a capitã. A que perder obedecerá as ordens dos capitães junto com os outros. Entendidos?

A tensão era palpável, com os olhares dos alunos alternando entre Tory e Hana. Ambas se preparavam mentalmente para o que estava por vir, sabendo que, no tatame, suas ações falariam mais alto do que qualquer palavra.

[...]

A noite estava serena, mas no pequeno campo de grama iluminado pela luz pálida da lua, o som rítmico dos movimentos de Hana quebrava o silêncio. Seus pés deslizavam pelo chão, o corpo ágil e disciplinado como o de uma lutadora que parecia ter nascido para isso. Cada golpe, cada salto, cada ajuste era executado com precisão. Seus movimentos eram rápidos e fluidos, como se o karatê fizesse parte dela há séculos, mesmo que, em sua mente, ela ainda o considerasse uma disciplina nova.

A brisa noturna carregava o cheiro da terra úmida, e as sombras das árvores ao redor dançavam sob o brilho da lua. Hana continuava sem pausa, determinada a aperfeiçoar sua técnica. Cada repetição era uma promessa silenciosa de vitória, uma reafirmação de que estava disposta a vencer a qualquer custo.

De repente, um som interrompeu seu foco. Passos firmes se aproximavam, quebrando o ritmo cadenciado de sua respiração e os ecos de seus movimentos. Ela parou, virando-se com um reflexo instintivo. Seu olhar encontrou o de Kreese, que se aproximava calmamente, as mãos cruzadas atrás das costas. Seus olhos a avaliavam com admiração velada, mas seu semblante era tão rígido quanto sempre.

— Você é ágil, é boa. Mas por que insiste tanto em se conter? — Kreese perguntou, sua voz grave e direta.

As palavras pareciam pairar no ar, e Hana franziu a testa, confusa. O questionamento do sensei ecoava em sua mente, provocando algo que ela ainda não havia considerado profundamente.

— O que quis dizer com isso, sensei? — Ela perguntou, a dúvida clara em sua voz.

Kreese deu mais um passo à frente, seu olhar fixo, quase desafiador.

— O que eu quis dizer é: por que não usa tudo que sabe?

Hana respirou fundo antes de responder, sua voz carregando a hesitação de alguém que buscava justificar o injustificável.

— Bem, minha vida toda eu aprendi tang soo do. O karatê é parecido, mas tem algumas coisas que ainda são novidade para mim. Mas, com um pouco mais de esforço, eu consigo dominá-los.

Kreese balançou a cabeça levemente, sua expressão inalterada.

— Não, essa não foi minha pergunta. — Sua voz era mais firme agora. — Você luta se contendo. Não sei o que tanto protege. Não quer se machucar ou não quer machucar os outros?

Hana abaixou a cabeça, seu olhar fixo no chão, como se as palavras dele tivessem tocado algo que ela evitava confrontar.

Kreese continuou, com sua voz carregando o peso de uma lição:

— Você me parece uma lutadora habilidosa, mas enquanto se conter, irá sempre ficar atrás de todos. De Kwon, Taeyang e até mesmo de Tory. Ninguém terá compaixão de você no torneio só porque não quer machucá-los. Eles vão lutar até o fim. Você deve ser mais rápida ainda e usar toda a sua força e habilidade para acabar com eles.

Hana ergueu o olhar para ele, sua expressão mudando de hesitação para determinação. As palavras de Kreese ressoavam dentro dela, incitando uma decisão. Ela assentiu lentamente, absorvendo o peso do que havia sido dito. Kreese a observou por um momento antes de se virar e caminhar para longe, os passos firmes desaparecendo na escuridão.

Sozinha novamente, Hana respirou fundo, seus punhos cerrados. Determinada, ela prometeu a si mesma que, dali em diante, lutaria sem contenção. Se era isso que o torneio exigia, ela estava disposta a pagar o preço. Não haveria mais espaço para dúvidas ou hesitação.

Continua...

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🥋

Notas da autora.

Gente, estou escrevendo uma fanfic do Axel Kovačević!! Vocês preferem que eu poste esse mês ainda ou eu publico mês que vem no dia do lançamento da 3° parte da 6° temporada de cobra kai?

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