sᴜᴅᴅᴇɴ ᴅɪsᴀᴘᴘᴇᴀʀᴀɴᴄᴇ | 𝓒𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟏

━━━━ CAPÍTULO 1.
desaparecimento repentino.
atualmente | Nova Iorque.

AOS TRINTA E OITO ANOS ANYA HAVIA ATINGIDO O AUGE DE SUA CARREIRA, como economista claro. Após dezesseis anos ela havia finalmente superado esse lance de ser super heroína, foi um de seus sonhos mas nem todos podem ser realizados, ideologias e objetivos mudam e isso aconteceu com ela. Cuidou das filiais de hotéis do seu pai por muito tempo, dois anos atrás ele acabou por falecer e a Blanchet não via mais sentido em continuar ali sem a pessoa mais importante que fazia parte disso.

Sem falar que com todos os acontecimentos em sua vida pessoal nos últimos anos a fez perder o pouco de interesse que nutria por economia, infelizmente sua grande amiga estava desaparecida faziam longos oito anos, tantas merdas aconteceram. E Anya odiava se lembrar. Se culpa muito pelo ocorrido.

É algo tão doloroso, como se pequenas facas fossem atiradas em seu coração toda vez que alguém a lembrasse disso. Entrou em um ciclo de tortura enorme, os antidepressivos que ela nunca deixou de comprar desde sua primeira gravidez lhe fazem companhia, tratam sua dor da depressão, mas são incapazes de curar o sentimento de culpa e muito menos tratar sua angústia da solidão.

E perder seu pai depois que tudo aconteceu, Angus faleceu de ataque cardíaco, Anya perdeu seu melhor amigo, um ótimo conselheiro, um grande fã.

Tudo parecia triste e cinzento, Tudo e todos à volta de Anya pareciam chorar com a dor da partida repentina do mais velho, mas é no meu coração da mulher que ela pesa mais. Ele se foi para sempre e continuar viver sem a presença dele é muito doloroso, tanta dor que parece ser impossível de aguentar.

Rebecca não estava lá para segurar sua mão. Semanas e mais semanas, sem seu grande pilar, sem sua amiga e tendo que retirar forças de onde não tinha para cuidar de sua família.

Anya não sabia ao certo, Rebecca havia recebido uma proposta de emprego que pagava mal e ela a indicou na Vought para que cuidasse da carreira de Translúcido. A platinada achou até irônico mas eles iriam pagar o triplo que lhe pagavam no marketing do antigo emprego.

Ela jamais deixaria essa proposta escapar para sua amiga, então lhe deu o total apoio. Só que aos poucos, elas pararam de se ver, até que semanas depois a mulher foi dada como desaparecida e até hoje nunca foi encontrada.

Brigas e discussões aconteceram depois do ocorrido, Anya por um período ficou no fundo do poço de seu alcoolismo.

'Eu deveria ter feito algo.'

Sempre pensava nisso. Sabe que a Vought é traiçoeira, só não poderia imaginar que fariam isso justo com uma pessoa do marketing.

Ela passou odiar a ainda mais essa empresa de merda.

Hoje em dia ser super heroína para ela é como um insulto, óbvio que aceita seus poderes e até hoje guarda seu traje. Mas definitivamente está fora de cogitação deixar seus filhos seguir por esse caminho.

Isso mesmo. Filhos.

Meadow agora tem quinze anos e faz dezesseis daqui algumas semanas, Anya tem absoluta certeza de que ela quer ser como o pai, Translúcido continua sendo o queridinho da América e para melhorar, sua filha veio com uma perfeita junção do seus poderes com o dele.

Ela consegue ficar invisível mesmo com suas roupas, consegue voar mesmo ainda não sendo tão boa nisso, tem super força e seus olhos ficam cinza claro quando sua visão raio laser sai por eles.

Ela é incrível.

Anya tem muito arrependimento de ter deixado se desenvolver depressão pré e pós parto, só conseguiu ficar completamente recuperada quando Meadow tinha dois anos e oito messes. Perdeu poucos momentos mas até hoje sua relação é conturbada com a filha por conta disso, Meadow cresceu e pareceu perceber os problemas que a mãe enfrenta, é pouco fechada e sempre mantém distância. Ela prefere seu pai as vezes, Anya fica triste mas ela entende e não julga.

Quando Meadow tinha seis anos, Anya havia desistido da ideia de adotar uma criança quando viu a reação de Meadow. Ela não gostou, não seria justo, então a mulher não quis mais. Porém, meses depois o destino acabou lhe dando um presente.

Deixado há oito anos atrás na porta de sua casa, em uma cesta coberto por um grosso lençol, um bebê com pouco menos de dois messes. Apenas um fino cordão com a inicial 'P' e mais nada, nenhum tipo de cartão, papel ou qualquer tipo de identificação.

Apenas o bebê.

Ela pegou o mesmo e cuidou como se fosse seu, obviamente Meadow não gostou nem um pouco em ter que dividir sua mãe. Anya tentava entender o lado dela, mas bastou apenas semanas para se apegar ao neném. Então ela conversou com sua filha da forma mais compreensiva possível e relutantemente a criança entendeu, com a confirmação que precisava, Anya adotou o mesmo e colocou seu nome de Nathaniel, ou como ela chama, meu pequeno Nate.

Meadow sempre foi acostumada a ter seus pais só para ela, mesmo não sendo tão apegada a mãe ela sentiu ciúmes de ter outro bebê sendo paparicado em casa e não ser ela.

Ela não tinha memórias da sua mãe sendo tão legal com ela quando criança, por que precisa ter com outra? Não gostou nem um pouco, escondia toda sua insatisfação porque gosta de ver sua mãe feliz.

Mas, messes depois ela perdeu sua pose de durona e aceitou o irmão quando ele ainda bebê deu sua primeira risada em seu colo.

Anya hoje é economista mas largou qualquer emprego neste nicho e segue dando aula de balé para crianças no centro de Nova Iorque, agora quem cuida da parte financeira dos hotéis dos pais é a sua irmã mais nova. Sua vida é diferente do que ela um dia já imaginou, mas ela tem certeza que é bem mais agradável assim.

Não conseguia explicar a felicidade que sentia em ver o pequeno Nathaniel com a camiseta do super-mário saltitar dentro da loja de eletrônicos sabendo que ganharia seu primeiro video-game. Nate e Meadow estavam com boletim com as notas pouco baixas e Anya prometeu coisas se eles tirassem notas boas, a adolescente conseguiu um celular novo e o garotinho um vídeo-game.

Graças a Deus ela é rica. Anya assim que se tornou mãe descobriu que ter filhos é uma coisa cara, parece que com os anos os preços das coisas só aumentam e que bom que ela tem dinheiro porque se não passaria um aperto.

─── Quero esse. É esse mãe, esse daqui. Olha. ─ Nate puxou Anya pela mão levando até a prateleira.

A platinada deu um riso sem graça se desculpando por ter esbarrado em uma cliente e um vendedor, Anya riu soltando a mão do pequeno e ajeitando sua camisa social listrada a pondo dentro da calça antes de se agachar e olhar o valor do console.

─── Uau... que caro. ─ Anya reclamou vendo o preço ouvindo a risada do mais novo ao seu lado.

Ela realmente achou e se fosse outro caso não daria esse a Nate, porém o menino se mostrou esforçado e suas notas agora estão ótimas, por isto ele merece assim como Meadow.

─── Temos outros modelos se vocês quiserem dar uma olhada. ─ Um vendedor falou ao chegar perto.

Anya se levantou e olhou o homem, jovem, cabelos claros, bem mais alto que ela, com uniforme da loja e com um sorriso simpático no rosto.

─── Oh! Não. Está tudo bem. ─ Negou com um sorriso educado ─ Tem certeza que é esse, Nate? ─ Perguntou ao mais novo ainda vidrado no console.

─── Sim, sim, sim. Esse é novo mãe. ─ Falava animado abraçando a cintura da mulher ─ Por favor. ─ Pediu fazendo beicinho.

Anya riu assim como o vendedor.

─── Tudo bem, vamos levar. ─ Assentiu vendo o mais novo comemorar.

Ela se virou para o vendedor e cerrou os olhos tentando ler o crachá em seu peito.

─── Hughie Campbell. ─ Apresentou-se educado para mulher vendo ela rir sem graça por não ter conseguido ler seu nome.

─── Certo, Hughie. Pode embalar para nós? ─ Pediu educada.

─── Claro! Venham comigo. ─ Chamou caminhando ao estoque da loja.

Anya ficou observando alguns eletrônicos ao balcão junto de Nate enquanto Hughie foi ao estoque buscar o video-game do garoto, ele ficou imensamente feliz com os dois clientes.

O jovem vendedor quer um pouco mais de dinheiro para ter mais sua independência e com Anya comprando um Nintendo switch da última geração, faria ele ganhar uma bela comissão.

Poucos minutos se passaram quando Hughie voltou colocando a caixa no balcão, Nate agora perambulava pela loja maravilhado com os video-games enquanto Anya permaneceu no balcão de olho nas câmeras através do vidro.

─── Essas são Polaroid, as fotos saem na hora. Bem legal, não acha? ─ Falou sugestivo.

Anya assentiu pouco alheia lembrando-se de como Meadow ama tirar fotos, gravar vídeos. Com início da adolescência a garota pegou esse hábito de registrar tudo que acha bonito ou importante.

─── Vocês tem essa só que rosa? Minha filha adora rosa. ─ A platinada perguntou com leve riso sem graça.

─── Claro. Olha, bem... aqui. Isso. ─ Hughie comentou passeando a mão em baixo do vidro do balcão e pegando a pequena caixa da câmera rosa claro. ─ Ela já vem com uns filmes para as fotos, mas é sempre bom comprar a mais...

A mais velha viu o sorriso sugestivo do homem e cerrou os olhos prendendo o riso quando ele ergueu as sobrancelhas por diversas vezes.

─── Tudo bem, me vê mais alguns. ─ Anya se deu por vencida e riu quando ele comemorou erguendo os braços ─ Pode embrulhar esse para presente? Por favor. ─ Pediu educada.

─── Deixa comigo...? ─ Olhou com rosto ansioso a espera do nome da mesma.

─── Anya. ─ Respondeu bem humorada.

─── Deixa comigo, Anya. ─ Piscou.

A mulher deu leve riso observando ele habilidoso embrulhando a pequena caixa no papel para presente da Minnie e pondo em uma bonita sacola de papel junto dos cartuchos, ele não precisou embrulhar o video-game e então apenas colocou dentro de outra sacola.

Entrando no computador ele botou os dados da loja para que saíssem na notinha da compra e colocando seu nome para que toda comissão da compra fosse para ele, tranquilo ele calculou tudo e tentou esconder o sorriso vendo valor.

─── 2,200$ dólares, Anya. ─ Comentou calmo virando-se para ela ─ Forma de pagamento? ─ Perguntou ansioso.

─── Débito. ─ Respondeu simples pegando sua carteira na bolsa em seu ombro e entregando seu cartão.

Hughie passou o cartão com destreza e no segundo seguinte já emitiu a nota lhe entregando de volta o cartão, Anya agradeceu o guardando na bolsa e chamando por Nate que saiu dos vídeo-games que observava e correu até a mãe praticamente saltitando de felicidade.

─── Toma, esse é seu. ─ Anya pegou a grande sacola no balcão e entregou ao menino que pegou de imediato ─ Peça obrigado ao Hughie, ele nos atendeu. ─ Incentivou pegando a outra sacola.

─── Obrigado, Hughie. ─ Agradeceu contente.

─── Que nada, cara. Espero que se divirta. ─ Desejou com sorriso educado.

─── Obrigada, uma boa tarde. ─ Anya agradeceu com sorriso atencioso pegando na mão do filho.

─── Obrigado, você.

Ela deu um último sorriso ao vendedor e saiu da loja vendo a rua super movimentada sendo comum de Nova Iorque e apertou a mão de Nate para que eles atravessassem a rua, caminharam por alguns minutos até chegaram no estacionamento.

Anya andava até seu carro com Nate ao seu lado tagarelando sobre como ele venceria a irmã no Mário kart e a mais velha estava todo ouvidos, ela riu quando o menino reclamou da irmã ser lenta demais e abriu a porta de trás para o mesmo.

Garantindo que o cinto dele estivesse apertado e devidamente preso, ela fechou a porta dando a volta no carro e entrando no seu assento de motorista. Anya fechou a porta travando todas e colocando suas bolsas no assento vazio ao seu lado, seu celular começou a tocar em seu bolso e ela pegou vendo o nome de seu ex-marido brilhar em seu visor.

─── Que foi Schecht? ─ Perguntou preocupada lembrando-se que Meadow foi hoje passar alguns dias com o mesmo.

─── Merda. Não me chame assim, sabe que odeio. ─ Reclamou contragosto.

─── Oh! Claro. Prefere translúcido? ─ Debochou segurando celular no ouvido com ombro enquanto passava o cinto.

─── Preferia quando você me chamava de amor... ─ Falou zombeteiro deixando sua voz galanteadora.

Anya reprimiu a vontade de revirar os olhos e deu um leve riso, apesar do casamento não ter dado certo eles tinham uma boa relação pela filha e ele é um ótimo pai.

Sem contar que quando ela adotou Nathaniel, ele fez questão de assumir o posto de figura paterna na vida do menino com medo de que ele crescesse sem.

─── É meu pai? Posso falar com ele? ─ Nate perguntou ansioso se colocando para frente e agarrou o aparelho assim que Anya lhe entregou ─ Oi pai... sim, quero ficar com a mamãe essa semana... tudo bem... tá... também te amo, tchau. ─ Falava sorridente por breves segundos.

Anya ao se virar deu um sorriso com a feição contente do menino que agora lhe entregava seu celular, qual ela pegou e colocou direto em seu ouvido.

─── Aconteceu alguma coisa? ─ Perguntou novamente.

─── Nada, liguei para avisar que Meadow chegou faz alguns minutos.

─── Claro! Obrigada. Ela já decidiu quantos dias vai ficar? Imagino que na outra semana você terá que ficar com Maverick. ─ Anya comentou casualmente ligando carro.

Maverick é o primeiro filho de Translúcido, de seu primeiro casamento, ele é apenas dois anos mais velho que Meadow.

─── Sim, sim. Irei fazer isso. ─ Afirmou ─ Queria na verdade, saber como vamos fazer no aniversário da Mae?

─── Ela já disse que quer passar com você, não tenho muita escolha. ─ Anya deu de ombros com a voz descontraída de modo que fingisse que não importasse.

─── Estava pensando, que tal sairmos para jantar juntos? Eu, você e as crianças? ─ Propôs esperançoso.

Anya franziu o cenho.

Feito uma família?

─── Quando? ─ Perguntou com estranheza.

─── No aniversário da Meadow, e-e, depois, bom... e-eu, gostaria muito de que aceitasse meu convite para um jantar. ─ Falava nervoso aliviado por ela não estar vendo sua postura e gestos histéricos.

A Blanchet não pode se sentir mais ainda estranha e reprimiu a risada nervosa. Um jantar? Translúcido e ela já não são um casal faz anos e definitivamente ver ele nervoso para lhe chamar a um encontro a fez querer rir.

Porém ela parou alguns segundos pensativa, ambos não se envolveram com ninguém desde que se divorciaram. Mas Anya ainda gosta dele. Claro que não todo amor que sentia, porém de uma forma mais fraternal pela amizade que nutrem em respeito aos filhos.

Meadow já se queixou poucas vezes que nunca teve o prazer de ter os dois pais juntos realmente se amando, não feito um casal de amigos, ela os queria assim como todas suas amigas da escola tem os pais juntos, ela parecia se importar com isso mas Nate não ligava tanto, desde que tivesse Anya por perto. Mas ele sempre deixou claro o quanto gosta de Translúcido.

Não é uma má ideia, certo?

Ele é o pai de seus filhos.

Que mal teria?

'Todo possível.' Pensou Anya fechando os olhos com certa força e negando mentalmente. Ela e Translúcido estão ótimos como apenas amigos, não gostaria de dar falsas esperanças a ninguém. Ainda mais em algo que nunca vá existir.

─── Não posso.

A chamada ficou em um certo silêncio e Anya sentiu-se constrangida.

─── Peraí... como? ─ Translúcido questionou com um riso nervoso.

─── Somos amigos, melhor assim. Certo? ─ Afirmou com a voz calma e serena.

A linha ficou em silêncio novamente por alguns segundos.

─── E-eu, bem. Não é essa resposta que eu queria, sabe como gosto de você. Sem cerimônias. ─ Translúcido deixou claro fazendo que um pequeno suspirar involuntário saísse dos lábios da mulher ─ Bem, conversamos depois? Mae está me chamando. ─ Desconversou com certa vergonha.

─── Claro! Está tudo bem. ─ Anya falou rápida estalando seu dedo em um ato nervoso ─ Conversamos depois. Ainda somos amigos, né? ─ Perguntou com certa urgência.

Anya não o quer amorosamente, ela sabe que não funcionaria novamente por Translúcido ser quem ele é. Suas ideologias mudaram e ficar ao lado de alguém que segue ordens ou trabalha para Vought está fora de cogitação.

─── Claro, claro. ─ Assentiu rápido com leve riso ─ Isso foi um fora mas eu ainda sou o pai dos seus filhos.

Anya riu sem graça.

─── Tchau, Translúcido. ─ Se despediu.

─── Tchau, Blanchet.

A linha se fez muda e Anya desligou a ligação também, deu um suspiro e uma leve risada feliz que a situação embaraçosa acabou logo.

Se esticou para guardar o celular no porta luvas e mordeu o lábio inferior ao ver o cantil de prata, provavelmente ainda deve estar cheio já que ela não tomou o whisky que havia colocado ontem.

Obviamente ela não beberia agora, por estar dirigindo e estar com seus filhos, sem falar que odeia beber na frente deles. Por mais que eles já tivessem a visto bêbada mais vezes que poderiam contar.

─── Mãe. ─ Nate chamou com a voz calma.

Anya suspirou fechando porta luvas, virou-se para trás com um pequeno sorriso olhando o garotinho que tinha feição preocupada.

─── Que foi? ─ Anya riu curiosa.

─── Seu remédio. ─ Lembrou amoroso.

Ela olhou rapidamente o horário no relógio em seu pulso e arregalou os olhos vendo as exatas 15hrs que é o horário de um dos seus anti-depressivos.

─── Bem na hora! Obrigada, meu amor. ─ Falou carinhosa e o mais novo sorriu observando ela pegar o pequeno pote de comprimidos na bolsa pegando rapidamente um comprimido e pondo na boca ─ Tem água aí? ─ Perguntou com dificuldade por estar com ele na língua.

Nate riu e pegou sua garrafinha de água no banco e entregou para mais velha, que tomou rapidamente enquanto ligava o carro.

─── Obrigada de novo, querido. ─ Anya agradeceu virando lhe dando a garrafinha e voltando ao volante pondo suas mãos firmes ao mesmo.

─── Por nada, Fênix.




HOJE ANYA NÃO ESTEVE DE FOLGA, ELA DA AULAS DE BALÉ DE TERÇA A SÁBADO, mas deu uma aula rápida pois estava indo buscar Meadow na torre. Já faziam mais de duas semanas que ela estava com pai e a mais velha já está sentindo falta da adolescente em casa. Nate queria vir apenas para ver Translúcido porém ainda estava na escola, e por incrível que pareça o herói não estava.

A Blanchet olhou-se através do espelho do elevador, uma meia calça branca em suas pernas e na sua cintura uma saia preta que vai até o meio de suas coxas, usa um body preto de mangas longas aberto em suas costas, nos pés sapatilhas brancas de ponta e seus cabelos estão presos em uma linda trança lateral. E uma bolsa esportiva branca, traspassada em seu corpo.

Ela sentia sua respiração ficar pesada quanto mais chegava perto de seu andar. Odiava vir aqui. Geralmente quando era a semana de Translúcido, ele ia buscar Meadow em casa e a levava de volta, Anya estranhou muito quando sua filha a ligou de manhã avisando que ela teria que ir buscar. Porém de todo modo, está aqui por sua filha.

Quando a porta abriu revelando a enorme sala de reuniões, Anya sentiu seu estômago se revirar. Tinha perfeitas memórias das inúmeras reuniões, qual comercial a Fênix de prata irá fazer? Riu nasalmente só de lembrar. Esse lugar é um show de horrores quando quer.

─── Anya, querida. ─ Ashely falou bem humorada com um homem ao seu lado, provavelmente algum assistente.

A platinada andava até a mesa, descendo os poucos degraus vendo a ruiva vestida com seu terninho habitual, sempre colorido, dessa vez um blazer vermelho e uma calça listrada em preto e branco.

Anya odiava qualquer um que trabalhasse nesse lugar, mas tinha certa afeição por Ashley porque Meadow uma vez contou que ela é legal com ela e Nate.

A Blanchet chegou mais perto e viu uma loira sentada na mesa de reuniões, Luz estrela. Nova queridinha recém anunciada nos sete, era impossível de se não saber quando os noticiários só falam sobre isso.

A loira tinha um olhar curioso sobre ela, mas ela sentia uma familiaridade com a mulher.

Como se a conhecesse.

─── Ashley. ─ Anya deu um meio sorriso ─ Pode chamar minha criança? Aliás, pode chamar o Translúcido pra mim? ─ Pediu educada.

─── Na verdade, era sobre isso que eu queria falar. ─ Ashley assumiu um tom de voz mais sério ─ Ele não esteve com você? ─ Perguntou calma.

Anya franziu o cenho.

─── Não...? ─ Respondeu confusa passando a mão sobre a calça em um ato de nervosismo ─ Como assim ele ainda não está aqui? ─ Perguntou atônita.

─── E-eu, ele não apareceu hoje cedo. ─ Respondeu nervosa com o olhar duro da mulher sobre si.

Luz estrela as observava e aos poucos se dando conta, seus olhos se arregalaram.

Puta que pariu.

Ela não conseguiu acreditar que a extraordinária Fênix de Prata estava bem na sua frente, ela já foi queridinha da América, se lembra em como se vestiu da mulher quando criança.

Ligou os pontos pois sabia que a Fênix De Prata é a mãe da filha de Translúcido.

A mulher após sua gravidez desapareceu das mídias e mundo heroico, aos poucos a Vought parou de falar dela como se entrassem em um consenso com o público de a esquecer.

Mas ela jamais esqueceria de sua heroína favorita.

─── Oh meu Deus! Você é a Fênix De Prata, não é? Eu sou sua maior fã. ─ Luz estrela falou animada.

Anya pareceu voltar sua atenção a ela, vendo seu traje branco e dourado, a feição da mais nova mostrava o quão feliz ela está no novo emprego.

Coitadinha. Pensou Anya.

─── Luz estrela, certo? Vi as notícias. Traje legal. ─ Anya se limitou a responder com sorriso amigável vendo a loira sorrir largo ─ Cadê minha filha, Ashley? ─ Perguntou voltando sua feição seria.

A ruiva sentiu um arrepio a espinha, Anya sempre foi super legal com ela mas quando ela lançava seu olhar bravo conseguia sentir medos que nem sabia que tinha.

Antes que ela pudesse responder, passos se aproximando foram ouvidos e ao se virarem observavam Meadow andando em passos calmos carregando uma mochila nas costas, vestindo uma calça jeans cinza e um cardigã azul, nos pés all star brancos fazendo Anya franzir o cenho por reconhecer seu tênis perdido.

─── Esse é o meu tênis? ─ Anya riu de leve a observando.

─── Você não estava usando. ─ Meadow justificou erguendo as mãos.

─── Aham! Certo. E cadê seu pai? ─ Perguntou interessada evitando o assunto do tênis já que seria um caso perdido.

─── Não sei. ─ Meadow respondeu dando de ombros e erguendo as mãos confusa.

Anya parou para observar a filha mais velha, faziam alguns dias que elas não se viam. Seus cabelos loiros estavam soltos e ondulados naturalmente, tão loiros que se não tivessem o ar acobreado poderiam ser platinados. Igualzinho aos seus. Meadow havia vindo pouco parecida com ela em questão de aparência, desde criança elas são pouco parecidas.

Anya tem seus cabelos platinados naturalmente, ela não entende como alguém pode ter cabelos tão brancos sem ao menos ter 80 anos.

Mas tem certeza absoluta que tem a ver com seus poderes, Meadow tem cabelos parecidos, seu formato do rosto é idêntico ao seu e seus sorrisos e risadas são os mesmos. Mas seus olhos azuis, suas sobrancelhas e boca são iguais ao de Translúcido. Pouco da personalidade também.

─── Podemos ir embora logo? Eu já tô de saco cheio. ─ Falou chateada mostrando sua irritação.

Anya ergueu a sobrancelhas enquanto agarrava a mesma pelos ombros vendo Meadow ficar aliviada pelo contato. Os outros três presentes na sala, estavam quietos assistindo o desenrolar da cena.

─── Saco cheio? De que exatamente? ─ Anya perguntou irônica ─ Trabalhou muito?

─── Eu não tô pra brincadeira hoje, Anya. ─ Respondeu de cara fechada ajeitando a mochila em seus ombros.

Anya não havia gostado tanto de seu tom de voz, mas resolveu não advertir. Afinal, precisava saber o que estava se passando para ela estar tão irritada assim.

─── Ah! Claro. Conversamos no carro. ─ Anya falou calma a ouvindo bufar ─ Ashley, pode me avisar assim que ele aparecer? Obrigada. ─ Pediu e ao menos deixou que a mulher recusasse.

─── Claro, querida. ─ A ruiva respondeu simpática ─ Tchau, Mae. ─ Falou alto.

A adolescente ergue a mão dando um tchauzinho de volta a fazendo sorrir e Luz-Estrela sorriu juntamente observando as duas irem ao elevador. Anya parecia falar algo com a adolescente ao seu lado que parecia querer não ouvir fazendo caretas e abandando o ar com as mãos.

Luz-Estrela sabia que ela estava na torre, havia visto algumas vezes mas não fazia ideia de que essa era a filha de Translúcido. Filha. Ela sabia que ele tinha um do seu primeiro casamento pois a Vought deixou todos saberem, assim como sabem sobre Meadow de seu segundo casamento.

Ela mostrou pouco pavio em apenas alguns segundos, mas parece ser uma adolescente legal e Translúcido parecer ser um bom pai já que todo momento em que ele esteve com tempo livre ele dizia que passaria com a filha. Ela reparou em como a adolescente parecia chateada com sumiço do mais velho e Luz-Estrela também não pode deixar de ficar curiosa.

Onde será que está translúcido?





ANYA ANDAVA PELO ENORME E LONGO CORREDOR COM MEADOW EM SILÊNCIO AO SEU LADO, queria ir embora o quanto antes, mas a preocupação com desaparecimento repentino do ex-marido lhe deixou intrigada.

Translúcido nunca sumiria sem avisar sua filha. Sem avisar ela. E ele não saiu, ele realmente sumiu porque ninguém sabe sobre nada.

Meadow que estava ao seu lado deixou seus passos diminuírem ficando logo atrás, lembrando-se exatamente do acontecimento esquisito de ontem. Ela não é muito de se abrir com a mãe, faz mais isso com a sua avó. Porém, parecia certo Anya ser a primeira a saber disso.

─── Mãe? ─ Meadow chamou cautelosa parando de andar.

Anya travou em seu lugar.

Meadow não a chamava de mãe.

Exceto pelos momentos em que ela ficava nervosa, triste ou com medo. Se preocupando, em um ato repentino ela se virou vendo a filha parada com olhar perdido.

─── Mae, conversamos no carro? Sabe que odeio esse lugar. ─ Justificou desconfortável.

─── Aconteceu uma coisa estranha ontem. ─ Meadow falou com olhar pouco receoso e a voz calma ─ Acho que pode ter acontecido algo com papai. ─ Falou temerosa.

Anya ajeitou sua postura, ela engoliu nervosa. Olhou para os lados vendo que estavam sozinhas, olhando para o final do corredor e vendo alguns funcionários sabendo que eles estão longe suficiente para não escutarem nada.

Ela deu alguns passos para frente, ficando centímetros longe de sua filha.

─── O que aconteceu, Meadow? ─ Perguntou tentando passar a maior calma possível.

Meadow respirou fundo.

─── Ontem veio um cara estranho, ele era alto, cabelos claros, tinha cara de otario. ─ Meadow falava com desdém incomum enquanto fazia careta se lembrando do mesmo ─ Eu não sei o que ele veio fazer, mas ele usou o banheiro no mesmo tempo que eu e aquele idiota entrou no feminino. Então eu fiquei invisível pra ver o que ele queria. ─ Explicava com nervosismo crescendo aos poucos vendo o rosto curioso de sua mãe ─ Ele foi tão burro que deixou algo cair no chão, então quando ele foi embora eu fui na cabine dele e achei uma escuta. ─ Contou abaixando tom de voz.

Anya ouvia com atenção, sabia que a Vought tinha milhares de podres e inimigos, o cara bobalhão que Meadow contava não era o primeiro nem último atrás deles.

─── Eu não sabia o que fazer, então eu contei pro papai e entreguei pra ele. ─ Falou com a voz frustada deixando seus ombros caírem ─ Ele pediu obrigada e falou que cuidaria disso, eu dormi tarde e vi ele saindo. Eu acho que ele foi atrás dele, mãe. ─ Deduziu com pavor.

Anya deu um leve sorriso pegando em sua mão, com carinho ela colocou o braço sobre os ombros da mais nova.

─── Seu pai é um super herói não é? Esse é o trabalho dele. ─ Anya dizia com a voz calma ─ Assim como eu ele é indestrutível, nada vai acontecer, Meadow.

─── Você acha? ─ Perguntou exibindo seu medo.

─── Acho.

Anya sorriu calma vendo a mais nova m curvar os lábios num meio sorriso, ela puxou a adolescente para andar e a apertou em um rápido abraço ouvindo seu leve riso trocando o clima por um mais leve.

A Blanchet sabia que Translúcido voltará uma hora ou outra, como ela disse.

Ele é indestrutível.

Além de ficar invisível, sua pele é tão grossa e forte que é impenetrável, não havia jeito de mata-lo ou de mal algum acontecer.

Ele vai voltar e ela sabe disso.

Anya iria pedir agora que Meadow contasse de seus dias que passou com pai, mas praticamente tomou um susto quando viu quem vinha na direção delas no corredor.

Capitão Pátria.

Vestindo seu habitual traje azul com detalhes em dourado e vermelho, com sua enorme capa fazendo alusão a bandeira dos Estados Unidos. 'Esse cara é um pateta.' Anya revirou os olhos vendo o mesmo. Anos se passavam e parecia que ele não mudava, sempre com sua confiança, nariz em pé e patriotismo por onde passava.

─── Fênix de Prata, quanto tempo. ─ O homem loiro forte falou com ar descontraído ─ Como vai? Sabe, você combina mais com a sua identidade secreta. Bonita. ─ Elogiou simpático.

Óbvio que eu combino. Pensou Anya.

Ele tem um sorriso enorme a observando, quando Anya foi afastada dos sete Capitão Pátria foi um dos mais felizes. Afinal, deve ser bom sempre ter seu posto de queridinho sem nenhuma ameaça sequer.

O público, as pessoas, amavam Anya. Eles tem poderes em comum, a mulher possui a destreza de reviver que ele jamais poderia. Bem, nenhuma arma sequer poderia matar o Capitão Pátria, entretanto. Poderiam muito bem criar uma, ao contrário de Anya. Que jamais poderá ser morta por nenhuma delas.

E isso chamou atenção deles, o mundo amou a Fênix De Prata. Enquanto Capitão Pátria a odiou por cada segundo de atenção roubada.

Voltando ao momento de agora, Anya sorriu forçadamente com silêncio desconfortável enquanto Meadow tentavam retorcer sua careta vendo a expressão indecifrável do homem olhando sua mãe, achava ele um super herói legal mas viu em alguns momentos o mesmo sendo esquisitão e isso a assustava de certa forma.

─── Obrigada. ─ Agradeceu minimamente.

─── Eu desisti da minha faz muito tempo.

─── E eu desisti da minha identidade heróica há muito tempo. ─ Rebateu irônica ao se afastar puxando sua filha ─ Bom, eu preciso ir.

─── Ah! Fênix, querida, faz um favorzinho. ─ Capitão falou no mesmo tom de ironia se colocando na frente das dua bloqueando a passagem ─ Quando o Translúcido aparecer, pede pra ele vir direto pro trabalho tá? ─ Mandou.

Anya ergueu as sobrancelhas.

Cuzão.

O deboche do mesmo ao piscar o olho fez os seus quererem ficar cinzas, mas ela respirou fundo e controlou suas emoções.

─── Translúcido é meu ex-marido, não meu filho. ─ Cortou com a voz dura mostrando impaciência no olhar ─ Quando ele aparecer, você me dá uma ligadinha e pede pra vir falar comigo, Capitão. ─ Debochou ao desviar dele puxando sua filha.

O homem sentiu seu lábio tremer de raiva assistindo as duas desviar do mesmo e ir embora, idiotas. Capitão Pátria nutre uma raiva descomunal sobre as duas e por um motivo bastante esquisito que todos achariam estranho se descobrissem.

Super estranho.

PRIMEIRO CAPÍTULO VAI TOMANDOOOOO

quando eu pesquisei o translúcido no wiki e vi que o nome dele era Schecht eu ri muitooooooo
pqp além de otário tem nome feio

eu to AMANDO desenvolver isso aqui e super ansiosa pelos próximos capítulos, já já teremos billy bruto dando ar da graça...

MEADOW E NATE!!! ambos tem um propósito GIGANTE para história. Então espero que vocês gostem dos queridos, meio que serão nosso alívio cômico no meio de tanta 💥🆘💣

gostaram do capítulo? não se esqueçam de votar e comentar muito. Me ajuda a saber o feedbacks de vocês e me incentiva a continuar ;)

bjaooo, amo vcs <3

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