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FANTASIA

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"Ei, trenzinho! Espere por mim!
Estive cego, mas agora vejo"

O'Children — Nick Cave

          OS ALUNOS SENTIRAM UMA MISTURA de frustração e impaciência quando Johnny finalmente apareceu no dojô. Era comum para eles lidar com atrasos recorrentes do Sensei, mas ainda assim, a espera era sempre irritante.

— Finalmente apareceu — Lilith se ergueu do chão com um misto de alívio e irritação quando Johnny finalmente chegou.

— Você pediu pra gente chegar às cinco, certo?

— É, mas cancelei o treinamento de hoje.

— O que? Por que? — Miguel questionou, sua voz carregada de indignação.

— Por que eu quis — respondeu entrando no dojo.

Ambos seguiram-no, embora suas expressões revelassem descontentamento e desconfiança.

— O Miguel fez algo — Lilith disse, sua voz carregada de uma energia elétrica.

— Olha, não estou afim — Johnny disse, pegando uma cerveja e dando um longo gole.

— Mas acho que vai gostar, Sensei — Lilith insistiu, seus olhos brilhando com determinação, enquanto Miguel abria o notebook.

— É uma página do Cobra Kai. Fiz na sala de estudos. Clica na cobra — Miguel explicou, mostrando a tela com a logo do Cobra Kai.

Hesitante, Johnny clicou na cobra, e ela fez um sinistro que ecoou, em seguida indo para a página de login.

— Certo, está é a página de entrada. Pensei em fazer um aplicativo pra monitorar o progresso — Miguel explicou, sua voz transbordando com entusiasmo.

— Fazer uma campanha nas mídias sociais, alcançar a escola toda — Lilith acrescentou — As possibilidades são infinitas.

O rosto de Johnny se iluminou ao ver seus alunos tão envolvidos.

O toque de celular de Miguel interrompeu a conversa, quebrando o momento de empolgação.

— É minha mãe. Eu ligo pra ela depois — desligou.

— Ei, isso é... — o loiro começou a perguntar.

— Ratt? É demais, não é?

— Com certeza — Lilith e Johnny concordaram.

— Procurei o Guns N' Roses na internet e acabei achando umas bandas de rock dos anos 80. Me amarrei nesse som.

— Agora você tem bom gosto para música — Lilith tocou o ombro do garoto.

— Certo — Johnny disse, deixando sua cerveja na mesa com um gesto brusco — Me encontrem na escola à meia-noite. Não se atrasem.

— Pra que? — Miguel se levantou, sua expressão uma mistura de curiosidade e nervosismo.

— É, isso soou meio macabro — Lilith disse, sua voz trazendo um toque de incerteza.

— Querem aprender a lutar? Então têm que aprender a chutar.

A emoção tomou conta do ambiente, ambos estavam animadíssimos, e com essa notícia, ainda mais.

O TREINAMENTO DE PERNA SE intensificou ao longo das semanas, desafiando-os a superar seus limites na piscina. Inicialmente, a ideia de se afogar era assustadora, mas à medida que seus músculos se fortaleciam, os chutes se tornavam mais poderosos.

— Queria poder mostrar o que fiz com as pranchas, mas se minha mãe souber onde estou, me mataria — Miguel comentou enquanto colocava suas meias.

Quando Johnny saiu do dojô segurando papéis, eles imediatamente perceberam que algo estava acontecendo.

— O que foi? — Lilith perguntou, seus olhos atentos à expressão do Sensei.

— Nada — ele respondeu brevemente — Vistam suas fantasias. Vou levar vocês para o baile e vamos arranjar mais alunos.

— Não vou ao baile — Lilith declarou com uma mistura de teimosia e frustração.

Ela já estava cheia da história de baile. Os meninos passaram a semana toda tentando convencê-la a ir e ela já não aguentava mais ouvir a palavra baile.

— Por que não vai? — Johnny a encarou.

— Por que eu não tenho fantasia...

— Sobre isso... — Miguel interrompeu, correndo até sua bolsa e retirando uma caixa — Pediram para te entregar.

Lilith estranhou mas pegou a caixa. Quando ela desamarrou o laço verde e abriu a caixa, viu um uniforme da Sonserina novíssimo.

Havia uma camisa branca social, o colete de lã, a gravata com o símbolo da casa, uma saia verde xadrez, a meia calça e a capa.

— Quem te deu isso? — ela perguntou, olhando para Miguel em busca de uma resposta.

Ele não precisou dizer nada, apenas levantou as sobrancelhas e ela sacou.

Eli tinha comprado aquilo para ela.

É claro que ela sabia que ele e Demetri eram meninos mais ricos, mas ela não sabia que era ao ponto de sair comprando as coisas para os outros.

A realidade era que Eli queria ver sua amiga no baile, e achou que comprando a fantasia, assim ela iria.

— Agora tem uma fantasia — Johnny sorriu — E você tem que ir, precisamos recrutar alunos.

— Vamos lá — Miguel implorou, seu olhar cheio de esperança.

— Tá certo — ela se levantou — Eu vou.

— Cadê sua fantasia? — Johnny se virou para Miguel.

Ele pegou alguns lençóis que estavam no chão e vestiu.

— Que merda é essa? — Johnny o encarou.

— É minha fantasia de Halloween. Minha yaya fez. Começou como Deadpool. Depois virou Homem-Aranha e depois virou um super-herói genérico — Miguel explicou, terminando de vestir a "fantasia".

Era apenas um conjunto de lençóis floridos com alguns buracos para os olhos, mas Miguel estava determinado a abraçar o espírito da ocasião.

— Sim, um super-herói bem pobre — debochou Johnny.

— Você é o super-pobre — a platinada brincou e Johnny estendeu a mão fazendo um high five.

— Já deu — Miguel pediu.

— Não posso deixar você ir assim. Eu tenho uma reputação a manter — Johnny declarou, determinado a ajudar seu aluno.

— O que sugere? — Miguel perguntou, intrigado com a proposta de Johnny.

— Deixa comigo.

QUANDO RETORNARAM AO CONDOMÍNIO, Johnny e Miguel foram em busca da fantasia antiga de esqueleto, enquanto Lilith correu para sua casa para se arrumar.

— Onde vai correndo? — o irmão mais novo perguntou, surpreso com a pressa dela.

— Me arrumar — ela respondeu enquanto corria para dentro do quarto e fechava a porta atrás de si.

Lilith era orgulhosa demais para dizer que sempre quis ir ao baile, mas sua teimosia a impedia de admitir. A desculpa de não ter uma fantasia era apenas isso: uma desculpa. Apesar de tudo, ela não pôde deixar de enviar uma mensagem de agradecimento a Eli.

Como a mágica da Cinderela, ela passou de uma garota suada e descabelada para uma verdadeira princesa da Sonserina.

Deu uma última olhada no espelho alisando sua roupa. Pela primeira vez em algum tempo ela gostava de si mesma, de quem ela se tornou. A antiga Lilith fez muitas coisas até chegar aqui, coisas ruins. Mas é claro que isso não ia estragar sua noite.

Quando saiu do quarto, encontrou sua mãe na sala.

— Onde vai? — Diana perguntou ao ver a filha.

— Ao baile de Halloween da escola — Lilith respondeu, se aproximando.

Ao ver a filha vestida impecavelmente, Diana ficou surpresa.

— E essa roupa? Onde conseguiu?

— Foi um amigo que me deu — murmurou.

— É mesmo? — Diana começou a inspecionar a roupa da garota — Parece cara — passou a mão pela capa — O que teve que fazer para receber um presente assim? Deve ser muito boa.

— Que nojo! — Lilith exclamou com repulsa — Eu não sou você mãe! E pretendo nunca ser! — foi em direção a porta.

— Lilith — Diana chamou antes que ela saísse — Somos farinha do mesmo saco, meu amor. Você querendo ou não, vai acabar igual a mim. Uma velha, bêbada que já fez de tudo por dinheiro.

Sem paciência para continuar aquela conversa, Lilith bateu a porta com força e saiu.

Espero que gostem!❤️

S C A R S
© 𝖻𝗒 𝗅𝖺𝗐𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋𝗌, 2022.

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