ALLISON BRYER estava apressada, os dedos tremendo enquanto enchia os bolsos de sua jaqueta com bolachas do supermercado. O som dos pacotes amassados preenchia o silêncio do corredor. Ela estava imersa em um desespero frio e implacável; a necessidade a forçava a agir dessa maneira. O ambiente ao seu redor estava repleto do cheiro doce e artificial dos produtos, uma ironia cruel para quem se via na miséria.

O coração de Allison batia acelerado, como se estivesse em uma corrida contra o tempo. Cada vez que ela ouvia os passos dos policiais se aproximando, uma onda de pânico a dominava. Ela sabia que o que estava fazendo era errado, mas a fome a guiava mais do que a moralidade.

De repente, a voz de um policial interrompeu seu raciocínio, cortando o ar pesado com uma autoridade que a fez estremecer:

— Ei, parada aí! — ordenou, enquanto se aproximava com uma expressão séria e o olhar fixo na morena.

Allison tentou manter a calma, mas a ansiedade a fazia tremer. Sua voz, ao responder, saiu mais fraca do que esperava:

— O que querem comigo?

O policial mais velho, com uma expressão de desdém, colocou a mão no cinto onde carregava sua arma, tornando o gesto ainda mais ameaçador:

— Mostre os bolsos!

O medo se transformou em uma mentirosa tentativa de negação:

— Não preciso disso, eu não fiz nada!

O outro policial não se deixou enganar, a firmeza em sua voz cortava qualquer resquício de esperança:

— Não minta! Vimos você roubando as bolachas!

A desesperança tomou conta de Allison, que percebeu que não havia mais saída. Com um salto de adrenalina, ela decidiu tentar a única rota de fuga que lhe restava: passar pelos policiais e correr. O sorriso de alívio foi breve, e logo deu lugar a uma expressão de desespero ao perceber que havia outro policial esperando na saída do supermercado.

— Droga... — murmurou, o som de sua voz misturado ao lamento silencioso de sua derrota.

Os policiais a algemaram com eficiência, a frieza de seus movimentos refletia a seriedade da situação. O caminho até a delegacia foi um borrão de humilhação e medo. Ali, foi acusada de roubo e, devido à sua idade, sentenciada a um centro de atendimento socioeducativo para adolescentes, conhecido como reformatório.

O reformatório prometia a ela uma nova chance, uma oportunidade para corrigir seus caminhos, mas a realidade revelou uma verdade mais complexa. Em vez de encontrar o caminho da redenção, Allison se mergulhou em um ambiente de rebeldia e influência negativa, estabelecendo uma reputação como uma das mais problemáticas daquele lugar.

A história de Allison estava apenas começando, e o reformatório se tornaria o palco de uma jornada cheia de desafios e escolhas que moldariam seu futuro de maneiras inesperadas.

Continua...