TPM |21|

Este capítulo é mais simplório, assim digamos. 

Ele não bem dá a continuidade necessária, é apenas um adicional para vocês.

Mostrará mais como é um pouco das complicações do dia a dia na rotina do nosso protagonista.

Beijos na bunda e fiquem com o vigésimo primeiro capítulo!

[...]

<3

- Atticus, precisamos levantar.

- Só mais cinco minutinhos... – resmunguei ainda de olhos fechados. Puxei seu corpo com meu braço que descansava em sua cintura. Abracei seu corpo e passei uma perna por cima dele, para sorrir com o som da sua risada.

- É sério, Atticus, vamos nos atrasar. – E não pude fazer muita coisa quando senti seus lábios em minha bochecha. – Levante-se, dorminhoco.

- Tudo bem, já acordei. – Dei um bocejo antes de, enfim, abrir os olhos e me deparar com um céu cinzentos em formato de bolas radiantes em minha frente. – Bom dia, minha pequena.

- Bom dia, moreno. – E seu sorriso completou a minha definição de visão dos deuses.

Apesar da pouca iluminação devido aos poucos raios de sol que entravam através da cortina, eu conseguia observar perfeitamente a beleza matinal de Zarah, e se em alguma vez eu acreditei que ninguém era capaz de ser bonito ao acordar, agora sei que Zarah é exceção a isso.

Depositei um beijo em sua testa antes de libertá-la do meu aperto e deixá-la se arrumar para mais um dia de aula.

Eu já tinha o dia inteiro planejado. A maioria dele incluíam doces, modéstia parte.

Ontem à noite, Zarah chorava de soluçar vendo a cena de uma morte do cachorrinho no filme 4 vidas de um cachorro, e eu – como o bom namorado que sou – apenas lhe estendia os lenços de papel e os pedaços das barras de chocolate, porque se tem uma coisa que Zarah come com vontade na TPM, é chocolate. Na verdade, ela devora doces no geral, mesmo. Mas se tem um doce que Zarah não se sacia facilmente quando está desse jeito, é um muffin integral caseiro que apenas minha mãe sabe fazer e tem gosto de aveia.

Depois de arrumados, descemos para tomar café da manhã com minha mãe e Diana, que aparentemente se encontrariam atrasadas se não logo saíssem.

Parecia que minha mãe adivinhou que Zarah estava em seus dias, porque foi apenas o momento em que a Green Hill se sentou à mesa que minha mãe depositou um prato com os tais muffins integrais em sua frente.

- Bom dia, meus amores! – mamãe exclamou sorridente antes de abraçar Zarah e me dar um beijo na bochecha.

- Bom dia, Dona Emilie. Obrigada pelos muffins, mas não precisava se incomodar.

- Ah, deixe de bobagens! É um prazer para mim.

- Eca! Tem gosto de aveia. – Diana emburrou e devolveu um muffin que silenciosamente havia pego do prato de Zarah, desprezando a pequena mordida que havia dado.

- Diana! Esses muffins não são para você! – Minha mãe a repreendeu.

- Eu não comeria se fossem. – Dona Emilie levou sua mão esquerda ao busto, simbolizando indignação. – Desculpa, são ruins.

Diana se levantou e guiou-se até a pia, lavando sua boca antes de voltar ao seu lugar e sentar-se novamente como se nada tivesse ocorrido. Durante todo o seu trajeto, Dona Emilie a fuzilava – boquiaberta.

- Ah, mas que petulância! – Diana deu de ombros, bebendo o suco de laranja em sua frente como se desejasse que aquele gosto ausentasse. - Quanto atrevimento! Não levará melancia de lanche hoje!

Quando Dona Emilie isso demandou, Diana arregalou os olhos e apressou-se para agarrar a lancheira em cima do balcão – como se isso protegesse seu precioso lanche das garras de nossa mãe.

- As melancias não! – Diana correu até a sala e ficou atrás do sofá. Dona Emilie foi atrás.

- Trarei outra babá, e não a dispensarei até que se comporte! – Dona Emilie desvencilhou o objeto da mão de Diana em um único puxão.

Enquanto ainda ocorria o atentado das melancias dado pelo desprezo aos muffins, desviei meu olhar das duas e me virei para Zarah.

A mesma mastigava lentamente enquanto averiguava a muffin em sua mão, girando-o e observando atentamente.

- O que houve, pequena? – Zarah subiu seu olhar para mim. Lágrimas. – Zarah! Está tudo bem? – apressei-me e levantei do banco onde me sentava anteriormente, me dirigindo até Zarah. Pousei minhas duas mãos sobre seus ombros, deslizando-as pelos seus braços. – Algo de errado?

Diana e Dona Emilie rapidamente tornaram suas cabeças para minha garota, levadas pela minha preocupação.

- São ruins...? – Zarah disse, ainda de boca cheia. Seus olhos lacrimejavam e eu quase via um bico surgir em seus lábios. O comentário de Diana realmente afetara Zarah.

Dona Emilie agora se encontrava furiosa e fuzilou Diana.

- Agora sim ficará sem as melancias! – Diana praguejou, olhando para baixo.

- Eu gosto dos muffins... – Zarah alegou.

- Oh, minha pequena. Não se importe com o comentário dela... São bons. – Para que Zarah se sentisse melhor, peguei um dos muffins em seu prato e levei à boca. Eu não aprecio muito o gosto da aveia, mas já estava tão acostumado já que Scott nos fazia tomar um batido verde com aveia toda semana.

- Você não gosta de aveia. – Os olhos que antes lacrimejavam agora excresciam lágrimas, as mesmas deslizavam pelas bochechas rosadas de Zarah. – Você comeu um muffin de aveia.

- Não seja por isso, meu amor. – Trouxe Zarah até meu peito e a abracei, a mesma largou o muffin em seu prato e agarrou minha cintura. Ela chorou ali mesmo.

A lamentação de Zarah causou o aparecimento de um singelo sorriso em meus lábios.

Olhei para o relógio. Merda! Já estávamos atrasados.

E pior, não poderia dizer isso à Zarah, a menos que eu desejasse que ela chorasse ainda mais e se culpasse pelo inconveniente.

[...]

<3

Dizer que eu não ficava com o estômago embrulhado ao ver Zarah devorando doces seria mentira. Ela praticamente jantou chocolate ontem, comeu muffins no café da manhã e nesse exato momento está com os olhos marejados enquanto acaba com seu pote de sorvete e lê O Menino do Pijama Listrado no meio do intervalo.

Todos que passam pela nossa mesa a encaram confusos por causa de sua cara de choro e seus olhos vermelhos, até mesmo nossos amigos a encaram assim.

- Me explica de novo por que a Zarah está parecendo que vai inundar o colégio quando as lágrimas dela começarem a rolar. – Ray cochichou, encarando-a de soslaio.

- Tpm.

- Por quanto tempo ela vai ficar chorosa assim? – o tatuado voltou a perguntar.

- Não sei, ela é muito imprevisível para determinar uma certa data. – Respondi, vendo a careta de Ray.

- Boa sorte, campeão.

Eu precisaria, de qualquer maneira. Suspirei com meu pensamento.

Pior que eu não poderia tentar tirar o livro dela para fazê-la parar de chorar, a última vez que fiz isso quase tive o nariz quebrado pelo soco espontâneo em resposta à minha ação repentina. Tenho que admitir, doeu para caralho, a ruivinha pode ser magrinha e baixinha, mas tem uma força demasiada abundante.

- Zarah, vai acabar desidratando se continuar chorando.

- Mas é tão triste... – seus lindos olhos azuis-acinzentados estão vermelhos por causa das lágrimas que ela derramava a cada parágrafo que lia.

- Eu sei, mas que tal fazer uma pausa? As pessoas não param de olhar para você e estou começando a ficar realmente preocupado.

Lhe ofereci um lenço de papel, esperando que ela enxugasse as lágrimas e atendesse meu pedido. O que eu agradeci quando ela o fez, fechando o livro e secando o rosto molhado.

- Obrigado, pequena.

- Mas eu ainda vou comer sorvete.

- Te compro até um pedaço de torta se você quiser. – Sorri vendo seus olhos brilharem, e lhe dei um beijo no topo da cabeça.

O som do fim do intervalo soou e voltamos para a sala para mais algumas aulas.

[...]

<3

O apito do treinador soou alto assim que a bola atravessou a cesta. Troquei um hifive com Ray, nossa sincronia estava melhor a cada treino. Olhei para Zarah sentada na arquibancada, comendo uma porção de salada de frutas enquanto observava o treino ao lado de Naomi e Sadie. Pelo menos o 'doce' da vez era um pouco mais saudável.

- Ela ainda não parou de comer doces?

- Não, e não vai parar pelos próximos dias. Ao menos ela parou de chorar. – Encarei Noah.

- Stella quando fica nesses dias também fica extremamente sensível. Uma hora chora por causa do filme romântico, na outra quer arrancar a minha cabeça só porque não lhe dei chocolate, e logo depois quer me matar por ter lhe dado o chocolate. – Ele suspirou e eu ri, junto de Ray e James.

- Naomi também fica irritada mais facilmente, mas logo depois ela está com os olhos marejados me pedindo desculpa por ter sido grossa. – Rimos novamente. – Mas ela também fica carente de atenção, o que não me incomoda nem um pouco, mesmo que não possamos fazer nada além de ficar abraçados.

- Pelo amor de Deus, não me faz imaginar você tendo esses momentos com a minha prima. – James resmungou fazendo uma careta.

- Como se você não soubesse de nada. – Bebi um pouco de água da minha garrafa e voltei a encarar a ruivinha, conversando com as outras duas. – Zarah fica extremamente emotiva. Ontem ela chorou copiosamente quando o Bailey morreu.

- Quem diabos é Bailey? – James perguntou.

- Aquele cachorro no filme 4 vidas de um cachorro. – dei de ombros.

- Ah, qual é! Agora eu a entendo. Nossas namoradas choram por um motivo bobo, mas o motivo de Zarah não foi um qualquer, até eu chorei assistindo aquele filme. – Noah fez uma careta e eu o encarei, sem expressões. – Ah, vai me dizer que não chorou também? – O encarei novamente, mas dessa vez, com uma feição de obviedade. Noah me olhou, boquiaberto. - Você não tem coração, seu monstro!

- Sabe, Noah, às vezes tem minhas dúvidas sobre seu gênero. – Noah se indignou com o comentário de Raymond.

- Vai se arrepender de dizer isso quando eu te derrotar no mano-a-mano! – Noah o intimidou, o que particularmente não funcionou – apenas despertou o lado infantil e competitivo de Ray.

- Ah, é? Está me desafiando?! Espere só quando eu enterrar sua cabeça no lugar da bola, bobão! – Ray atacou.

- Quero só ver! Duvido que realmente o faça! – Noah revidou.

Infantis.

Quanta imbecilidade.

[...]

<3

Depois de tomar um banho e trocar de roupa, saí do vestiário trocando ideias com James sobre nosso próximo adversário, eles seriam um páreo duro de enfrentar por causa da altura.

Ray e Noah ainda batalhavam no estádio e se recusaram a pararem a disputa para tomarem um banho.

Encontramos as meninas e logo eu e Zarah já estávamos dentro do carro indo em direção da minha casa, mas antes eu pararia em um lugar. A questão é, que Zarah não sabia disso ainda.

- Onde estamos indo, Atticus? – a ruivinha perguntou assim que percebeu que eu havia desviado do caminho.

- Vamos passar num lugar antes de ir pra casa, quero comprar algo pra você. – Sorri para sua confusão. – Não se preocupe, é de comer.

Seus olhos automaticamente brilharam e não demorou muito para que estivéssemos em frente a uma loja muito conhecida por mim. Segurei a mão de Zarah e entramos na famosa confeitaria Glacie Est'Belle.

Apesar de ser quase seis da tarde, a loja ainda tinha bastante movimento. Olhei ao redor para ver se via uma negra de cabelo trançado e assim que a encontrei, seus olhos também pousaram em mim.

- Não acredito! Quanto tempo, Atticus! – ela saiu de trás do balcão e me abraçou. Pude ver Zarah fuzilar a garota. – Pra quem me conhece desde a infância, eu quase não o vejo.

- Sabe como é, colégio, campeonato, provas... essas coisas. – Dei de ombros. – Bonnie, quero que conheça Zarah, minha namorada.

- É um prazer finalmente conhecê-la! Zander falou coisas ótimas de você, principalmente o quanto você é incrível por ter feito o Atticus finalmente desencalhar.

Eu juro que vou matar Zander!

Bonnie agarrou Zarah num abraço de urso, que a deixou incrivelmente sem graça e fazendo com que o ciúmes felizmente fosse passageiro.

- É um prazer conhecê-la, Bonnie.

- Sem essa Za.. é Zarah, né? – Minha garota assentiu e Bonnie a abraçou – esmagou – novamente. – Sem essa, Zarah, somos quase família!

- Bonnie é irmã de Zander. – expliquei, vendo a ruivinha arregalar os olhos com a compreensão.

- Na verdade, ele é adotado, por isso que você não consegue ver semelhança com aquele traste e eu. – Ela falou agitada e levantou as mãos para cima.

Zarah arregalou os olhos novamente, e dessa vez, eu também.

- Bonnie, ainda com isso? Tem que parar de chama-lo assim, daqui a pouco as pessoas realmente pensaram que é verdade. – alertei-a.

- Nem vem! É o único jeito de explicar tamanha diferente entre mim e aquele poste ambulante.

- Sabe que sou mais alto que Zander, não? – a olhei com indiferença.

- Ah, tanto faz! Você é um poste maior, pronto!

[...]

<3

Após a pequena discussão, finalmente convenci Zarah a escolher mais de um doce. Fiz meu máximo para que ela concordasse em escolher mais de um sem que chorasse por se culpar por me fazer gastar muito dinheiro. Ah, mal sabe ela que tampouco quantia não me assusta.

- Vim fazer Zarah experimentar seu bolo de frutas vermelhas.

- Deixa eu adivinhar, dias de "luta"? – Bonnie fez aspas na última palavra, e entendi que aquilo era um código para os dias de fluxo vermelho, ainda mais quando Zarah confirmou.

– Vieram em ótima hora, terminei um tem uns trinta minutos. E se você for daquelas mulheres que adora se empanturrar de doces nesses dias, vai adorar meu bolo de chocolate belga com morango.

Eu observei Bonnie mimar Zarah com bolos enquanto as duas conversavam como se já fossem amigas íntimas, o que eu entendo perfeitamente dado a personalidade simpática de Bonnie. Bom, alguma coisa ela tem em comum com Zander, afinal.

[...]

<3

Chegamos em casa quase atrasados para o jantar e só não tomei uma bronca de Dona Emilie porque ela viu o bolo que Bonnie havia mandado e ficou radiante com o mimo da sobrinha.

No meio do jantar Zarah começou a sentir cólicas e subiu para o meu quarto, e assim que terminei de comer, subi para ficar com ela. Quando passei pela porta, fiquei encarando parado a coisinha mais fofa de todo mundo sentada na cama vestida com um pijama do banguela lendo um livro.

- Se continuar agindo assim eu vou te esmagar, sabe disso? – soltei uma risadinha quando ela corou. – Tomou algum remédio?

- Sim, depois que tomei banho. – Ela fez uma pequena careta e se remexeu. – O efeito deve começar logo.

Assenti e fui tomar um banho. Coloquei uma calça moletom e uma camiseta e voltei para o quarto. Agora a ruivinha estava assistindo televisão. Me sentei atrás dela e Zarah deitou em meu peito. Eu revezava o olhar entre ela e a televisão, que estava concentradíssima assistindo algum episódio de uma nova série lançada na Netflix. Peguei meu celular na mesa de cabeceira, abracei seu corpo e tirei uma foto nossa. Ela estava muito fofa e não consegui me conter em postar a foto.

Rolei meu rolo de câmera, vendo mais algumas fotos nossas ou só dela – que tiro escondido. Adquiri um hábito de tirar fotos de Zarah distraída, tipo a que tirei hoje mesmo dela rindo ao lado de Bonnie na confeitaria.

Os olhos azuis-acinzentados brilhantes e o sorriso que me encantou desde a primeira vez que o vi.

Levei um tempo mexendo no celular, respondi algumas mensagens dos garotos no grupo do aplicativo de mensagens e mandei Ray ir à merda por tirar sarro da minha cara só porque postei mais uma foto com Zarah. Bom, não é como se eu não o entendesse. O Atticus de alguns meses atrás nunca pensaria em postar uma foto de alguma garota, ainda mais de uma namorada.

Só percebi que Zarah havia dormido quando percebi que ela não estava se mexendo. A deitei com todo cuidado do mundo, desliguei a televisão e me aconcheguei atrás de seu corpo, sentindo-a se aninhar em mim inconscientemente e sorri. Levei dois dedos até sua testa e dei uma leve batida, sussurrando três palavrinhas que ainda não tenho coragem de dizer em voz alta.

[...]

<3

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