Declaração |14|
Oieee, meus anjossssss!!! Olha quem voltou?!
(EU SEI QUE TÁ UMA BOSTA, ME PERDOEM, MAS EU ESTOU SEM IDEIASS)
Sem enrolações, beijos na bunda e fiquem com o décimo quarto capítulo!!
[...]
<3
- Acho que me dei mal nessa prova.
Já era a quarta vez que Ray resmungava isso.
- Cara, nós já entendemos, não precisa repetir. – Noah sendo Noah.
- E você sabe que precisa ter, pelo menos, média oito para poder participar dos jogos. Então sugiro que corra atrás, porque faltam duas semanas para o campeonato. - alertei.
Não que eu quisesse deixá-lo desesperado, mas parece que deixei. Ray era um ótimo jogador, eu reconhecia, mas não era muito inteligente. Ele demorava um pouco mais do que os outros para entender as matérias, exceto química.
Eu não fazia ideia de como ele conseguia ser bom em química.
Tudo bem que Zarah era quase um gênio em ciências no geral, mas isso ela levaria para vida toda visto que queria ser médica, mas Ray? Eu sabia que ele queria fazer publicidade, então deveria ser bom em línguas, artes e comunicação, mas química? Vai entender.
Era estranho pensar que eu não fazia ideia do que queria fazer com a minha vida. Era frustrante não saber o que fazer com sua vida. Zarah faria medicina, Ray faria publicidade, Noah faria ciências políticas porque seguiria os passos do pai, Clara faria relações internacionais por ser poliglota, Tanner poderia fazer qualquer coisa que quisesse que se daria bem, palavras dele, Stella faria moda, Naomi faria letras, Sadie iria para o lado de engenharia civil, James faria direito, Max quer fazer medicina veterinária; Fred quer gastronomia, Liam faria biologia e Zander, - por mais exótico que seja -, oceanografia.
Eu era o único entre meus amigos que não fazia ideia do que faria. Eu não gostava de muitas coisas, além do basquete. E ser jogador não era algo que eu tinha em mente, pelo menos não como carreira.
Durante todo intervalo e final das aulas, fiquei me perguntando o que eu faria com a minha vida. Não cheguei em nenhuma conclusão e desisti de pensar nisso para poder me concentrar no treino de basquete. Zarah foi para minha casa depois do treino. Eu sentia seus olhos me observando, mas não voltei meu olhar a ela. Estava pensativo e queria chegar à uma resposta. Durante o jantar, comi calado. Apenas ouvi as conversas paralelas que se seguiam à mesa, mas que não me interessavam.
- O que é que você tem?
Porra. Zarah sussurrou no meu ouvido, e me tirou de meus pensamentos. Ótimo jeito de chamar atenção de alguém.
- Você quer me matar do coração? - perguntei em um tom baixo, não um sussurro, baixo.
- Você está pensativo desde que saímos do colégio. O que aconteceu?
- Não é nada de mais.
Desviei minha atenção e olhos de seu olhar e corpo, me levantei e caminhei para o banheiro. Quem sabe um banho me relaxaria.
Assim que me aproximei da banheira, retirei os tênis e as meias, depois passei a camisa pela cabeça, mas quando estava prestes a tirar a calça, a ruivinha entra no banheiro e me encara com os braços cruzados.
- Zarah, eu vou tomar banho.
- Eu não estou te impedindo, pode tomar seu banho.
- Green Hill, eu vou ficar nu na sua frente.
- Ah, jura? Pensei que o normal era tomar banho nu.
Porra. Suspirei rendido.
- Tudo bem, ruivinha, você venceu. Qual o problema?
- Qual o problema? Eu que te pergunto! Você ficou pensativo e distraído o dia inteiro, mal falou uma frase direito, não falou nada durante o jantar e quando finalmente consigo te arrastar para fora do mundo da lua, você foge e diz que não é nada de mais? – certo, eu não estava surpreendido.
Zarah nota muitas coisas, até demais. Mas esse seu jeito quieta e silenciosa a faz parecer inofensiva e totalmente
- É porque não é nada de mais, Zarah. Eu estava pensando em algumas coisas que só dizem respeito a mim, por isso fiquei calado. Eu não sou o tipo de pessoa que expõe meus pensamentos aos quatro ventos, muito menos para qualquer um.
Silêncio.
E foi por causa desse silêncio que eu soube que tinha falado merda.
- Tudo bem, vou te deixar sozinho com seus pensamentos.
Ela bateu a porta do banheiro com tanta força ao sair que até me sobressaltei. Resmunguei um palavrão e vesti minha camisa novamente às pressas. Corri atrás dela descalço mesmo e xinguei em alto e bom som ao bater meu dedinho na quina do aparador que tinha no corredor antes da escada. A desci correndo sentindo uma dor infernal no dedinho do pé esquerdo, mas consegui alcança-la antes que saísse pela porta.
- Ei.
- Me solta, Atticus.
Porra, ela estava muito irritada.
- Desculpa, eu não quis dizer...
- Quis sim. – engoli em seco quando Zarah me interrompeu me olhando com seu olhar perfurando minha alma. – E já que quer tanto ficar sozinho com seus pensamentos, eu vou respeitar sua decisão e vou embora.
O que? Sozinha?!
- Não vou te deixar ir embora sozinha.
- Me solta.
- Zarah, você não vai embora dessa casa sozinha.
Nem que o inferno congelasse eu a deixaria ir para casa sozinha. E não adiantava o quanto ela parecia querer me matar naquele momento, meu lado protetor gritava para arrastá-la de volta para o quarto e trancá-la lá.
- Eu não preciso da sua proteção, sei me cuidar muito bem. – ela conseguiu se livrar da minha mão em seu braço com um único movimento. – E agora eu que quero ficar sozinha com meus pensamentos.
- O que está havendo aqui?
Olhei para o lado quando a voz de dona Emilie inundou a sala. Esfreguei o rosto e baguncei o cabelo. Eu sabia que ela não mudaria de ideia, e deixa-la ir para casa sozinha estava fora de cogitação.
- Emilie, pode levar Zarah para casa?
- Eu já falei que não preciso de proteção, Atticus!
- E eu já falei que você não vai embora sozinha!
Cacete, não era assim que eu queria terminar o meu dia. Quando cheguei em casa com a ruivinha, eu imaginei perfeitamente nós dois dormindo juntos, abraçados como da última vez, mas parece que todo meu plano de ter uma ótima noite de sono foi por água abaixo.
Sentei no sofá depois de ver dona Emilie acompanhar a ruivinha até sair de casa e escutei o carro da minha mãe saindo da garagem. Bufei e me joguei no encosto macio e confortável para minhas costas. O teto parecia ser o lugar mais interessante para manter meu olhar, e só desviei quando ouvi a porta se abrir e vi a figura confusa de Emilie se aproximar.
- Pode me dizer o que diabos aconteceu? A garota só faltou te chamar de santo.
Ela deve ter me xingado de tudo que é nome possível e existente.
- Para falar a verdade, eu não faço ideia do que aconteceu. Ela simplesmente surtou e saiu.
- Normalmente eu diria que mulheres são loucas e que você nunca vai entendê-las, mas Zarah é a garota mais tranquila que já conheci, então você deve ter dito algo que realmente a irritou. – bufei me jogando novamente no encosto do sofá. – Conta tudo desde o início, mocinho.
Rendido e tendo a certeza que não dormiria bem, resolvi falar. Contei tudo desde o começo do dia, disse que estava frustrado e confuso porque não sabia o que faria da minha vida, que basquete não era uma opção profissional a seguir e que por isso fiquei pensativo e distraído, calado e avoado. Contei o que aconteceu no quarto, as patadas que ela me deu e o que eu disse antes dela falar que ia me deixar sozinho e ir embora.
- Bati meu dedinho esquerdo no aparador do corredor, mas consegui alcançá-la antes que saísse, e então você chegou.
- Entendi. – Diana também olhava para o teto como se fosse a coisa mais interessante para se olhar, até que soltou um suspiro. – Meu Deus, Atticus, você é muito burro.
Me sentei de imediato.
- O que? Por que? O que eu disse de tão grave?
- Você realmente não percebeu? – arqueei uma sobrancelha, esperando a resposta. – Ela ficou preocupada com você, cabeção.
- Preocupada com o quê? Não era nada de mais.
- Atticus, não sei se você reparou, mas a Zarah é muito observadora, e você não é o tipo de pessoa que fica pensativo por muito tempo por ser perspicaz, ou seja, você capta tudo rapidamente e na mesma velocidade seu cérebro elabora uma resposta.
- Continua.
Ela soltou um risinho.
- E você, basicamente, disse que seus pensamentos não eram da conta dela. - Diana me aconselhava enquanto eu seguia sua linha de raciocínio. - As mulheres gostam quando homens são sinceros com nossos pensamentos e sentimentos.
- Então eu, basicamente, a expulsei do meu quarto e da minha vida?
- Basicamente.
- Porra.
- Olha a boca, peste! - minha mãe me repreendeu.
Me joguei novamente no encosto e baguncei o cabelo, enquanto minha mãe ria da minha desgraça.
- Nunca pensei que te veria tendo problema com mulheres.
- Se você não lembra, eu nunca tive uma namorada, todos os meus relacionamentos eram casuais de uma noite ou simplesmente sexuais. E a Zarah é... diferente.
Sincera, forte, corajosa, meiga, engraçada, divertida, inteligente, companheira e linda.
Fechei os olhos e me desliguei de qualquer barulho ao meu redor, em contrapartida, o som do meu batimento cardíaco era nítido em meus ouvidos, parecia que meu coração estava ao lado dos meus tímpanos e não na minha caixa torácica.
Minha mente imediatamente projetou imagens da ruivinha como em um telão de cinema, passando cada imagem dela de cada momento em que a vi. E, como se estivessem conectados, meu coração começou a acelerar conforme as imagens ainda projetavam em minha mente.
Até que tudo repentinamente parou com a frase de dona Emilie.
- Você gosta dela.
[...]
<3
A consequência de não dormir a noite, é estar sentindo-se um morto-vivo pela manhã. E por mais que meu corpo implorasse para ficar na minha cama macia e dormir, meu consciente mal esperava para chegar no colégio e poder ver e falar com a ruivinha.
Por causa disso fui o primeiro a chegar. Literalmente o primeiro estudante a entrar no colégio.
Observei cada um dos alunos entrando pelos portões e indo para seu lugar de costume ou apenas para um canto qualquer esperar seus amigos. A cada vinte minutos eu bocejava, minhas pálpebras estavam pesadas de sono, mas eu não conseguiria dormir sem falar com ela. Teria sido mais fácil se ela tivesse respondido minhas mensagens ou atendido minhas ligações, mas depois da quinta eu entendi que ela realmente não queria ouvir minha voz.
- Madrugou no colégio, Atticus?
Estranhamente, Zander foi o primeiro do pessoal a chegar, e logo depois, Liam.
- Não dormi à noite, então vim mais cedo.
Dei de ombros, como se ter sido o primeiro estudante a cruzar os portões não fosse nada anormal.
- Está parecendo um zumbi.
- Está tão na cara assim?
- Então... éh... por aí.
- Desembucha... - Zander me interrompeu.
- Sim.
- Nesse caso, obrigado por dizer o óbvio, Zander.
- Ah, não tem de quê. – encarei seu sorriso cínico com a maior cara de tédio que consegui. – Sério, o que aconteceu?
Suspirei.
- Eu e Zarah discutimos.
- Entendi, por isso não pregou o olho a noite toda. Não é? – apenas concordei.
Zander e Liam permaneceram em silêncio após nossa breve conversa, e eu agradeci por isso, não estava a fim de conversar sobre o meu relacionamento não nominado com a Green Hill com meus amigos.
Se é que ela considera isso um relacionamento.
Aos poucos o resto do pessoal foi chegando, Ray fez um escarcéu por eu ter chego primeiro que ele – quando normalmente é o contrário – e Noah até fez uma aposta com Ray, James, Tanner e Max para saberem o motivo. Claro que ameacei Zander – com o olhar – para que ele não abrisse o bico. Eu preferiria privar esse detalhe.
Eu estava ficando impaciente enquanto ela não chegava, e a julgar que Stella, Clara, Naomi e Sadie também não haviam chegado, tinha certeza que as cinco estavam juntas, o que é péssimo, porque Clara e Stella vão querer arrancar meu fígado.
E quando vi o carro de Clara cruzar os portões, eu soube que minha certeza estava corretíssima. E me amaldiçoei quando a vi. Deus, ela estava linda. Calça jeans preta e um top preto de renda que estava quase que completamente escondido pelo cardigã bege de botões brancos.
Parecia que ela se arrumava de propósito só para me ver babar.
De acessórios, Zarah usava uma bolsa preta em seu ombro esquerdo e um colar dourado com pingente de borboleta.
Ela não estava usando o colar que eu dei à ela...
Eu já estava com o discurso ensaiado na mente, tinha treinado diversas vezes em frente ao meu espelho imaginário, mas nada saiu conforme o esperado.
Nenhuma das meninas parou para nos cumprimentar. Nenhuma. Stella, Naomi e nem Clara fizeram questão de vir cumprimentar seus respectivos namorados, apenas acenaram de longe e passaram direto, as cinco de braços dados.
E Zarah estava no meio. E ela nem sequer me olhou.
- Que diabos foi isso?
Ray foi o primeiro a questionar. Suspirei e esfreguei o cabelo, nervoso.
- Certo, quem fez a merda dessa vez? Porque claramente elas estão defendendo alguma das meninas. – Tanner e seu cérebro brilhante. Todos se entreolharam e eu já imaginava Zander me dedurando. – Lembram quando Karine tentou empurrar Lilith para o Ray no começo do namoro?
- Ah! Elas agiram exatamente assim em defesa da Naomi!
- Eu não fui, nem completei um mês de namoro ainda. – Noah levantou as mãos em rendição.
- Eu também não fiz nada. – Ray foi o próximo.
- Eu nem tenho namorada. – James, Max, Zander e Liam falaram juntos.
- Nós. - James corrigiu. - Nós não temos, basicamente.
- Bom, eu não tenho vocação para suicida, então... – Tanner deu de ombros.
Como se fosse ensaiado, todos os olhares caíram sobre mim.
- Não... – eles falaram, desacreditados.
- É... culpado. – ergui a mão, dando um sorriso de canto fajuto.
- Nossa, nunca pensei que viveria para ver o famoso "Atticus Pegador" tendo problemas com mulheres. – Max comentou, arrancando risos do pessoal. Revirei os olhos.
- O que foi que você fez, idiota?
- Eu e a Zarah discutimos, ontem.
- Discussão é normal, todo relacionamento tem. – Noah comentou, sendo concordado por Ray e Tanner.
- Só que... bem, resumindo, eu basicamente disse que os meus pensamentos não eram da conta dela.
- Uhhhh...
Coral abreviado de: 'uh, que merda'.
- E acho que dei a entender que por isso o nosso relacionamento não seria levado a sério.
- Ihhhh...
Coral abreviado de: 'ih, está fodido'.
- E depois eu meio que obriguei minha mãe a levá-la para casa porque disse que ela não iria sozinha.
- Que merda.
- Isso foi ensaiado? – tive que perguntar, porque não é possível.
- Idiota, você se fodeu.
- Muito. – Noah comentou aos risos.
- Pra caralho. – Tanner complementou.
- Nossa, estou me sentindo bem melhor com os comentários otimistas de vocês.
- Ironia é o primeiro sintoma de que você está na merda.
- Vai se foder, Noah.
As risadas dos meus amigos só não chamaram mais atenção porque o sinal de início das aulas soou. Peguei meus livros das primeiras aulas no armário e nem sinal da ruivinha.
Parece que terei que chamar a atenção dela discretamente durante as aulas. Imaginei Zarah me ignorando diversas vezes durante o dia. Péssima ideia. Eu preciso conseguir chegar nela de alguma forma, isso! É simples, é só chegar e falar com ela.
Ledo engano.
- Caralho, Idiota, você está muito fodido.
As meninas meio que fizeram um escudo ao redor da Green Hill.
Zarah estava sentada na carteira do meio com Naomi a sua frente, Stella a sua direita, Sadie a sua esquerda e Clara atrás.
Ela realmente estava decidida a me deixar sozinho com meus pensamentos. E isso estava começando a me dar nos nervos. Mas como a formação de proteção à Green Hill não me permitiria chegar perto dela, eu teria que conseguir durante o intervalo. E eu espero conseguir, ou teria que matar o treino de hoje para conseguir conversar com ela.
[...]
<3
As aulas foram um verdadeiro saco, mas enfim chegou a hora do intervalo e eu estava que nem um desesperado procurando a ruivinha pelo refeitório e soltei um xingamento quando a vi.
- Mas será possível?! – exclamei exasperado. Porra, as garotas não desgrudavam. – Tirem as namoradas de vocês de perto da Zarah.
- Quem fez a merda foi você, amigo. – Noah passou por mim completamente despreocupado.
- Agora você resolva. – Tanner parecia até mais relaxado.
- Não sei o que vai fazer, mas boa sorte, idiota!
Eu ia precisar.
Suspirei para criar coragem e caminhei até a mesa onde elas estavam. Stella foi a primeira a me olhar. Depois Clara, seguida por Sadie e Naomi. Zarah não desviou os olhos de seu livro.
- O que você quer, Atticus?
- Quero falar com a Zarah, Stella, podem nos deixar sozinhos?
- Não.
Acabei de receber um não quadruplo. Suspirei.
- Zarah, vamos conversar. – pedi com calma e gentilmente, irritá-la era a última coisa que eu queria.
- Já cansou de ficar sozinho com seus pensamentos?
Ela nem ao menos me olhou antes de dar um tiro desses.
- Me deixa explicar...
- Explicar o quê, Atticus? – agora ela desviou o olhar para mim. – Você queria ficar sozinho para pensar e eu respeitei sua vontade, o que você tem para explicar? – ela parecia calma e sua voz estava firme, mas eu podia ver um lampejo de tristeza em seu olhar.
- Eu não queria ter discutido com você, nem queria que tivesse ido embora daquele jeito. Vamos conversar, eu vou explicar o porquê estava pensativo ontem.
- Eu não preciso saber e você não precisa me contar.
- Mas eu quero contar, Zarah. Eu quero ser honesto com você.
Eu estou começando a ficar irritado com essa enrolação toda. Eu sinto os olhares dos abutres fofoqueiros nas minhas costas, e estou louco para sair do olhar faminto deles e poder conversar com a minha ruivinha em paz e sem plateia, de preferência.
- Olha, Atticus. – ela fechou o livro e o colocou sobre a mesa. O olhar firme no meu. – Eu errei em ter te cobrado uma explicação, afinal, nós não somos namorados. Eu fiquei preocupada porque você não é de ficar quieto, mas isso não me dá o direito de te cobrar algo, portanto, você não precisa me dar explicação alguma. Seus pensamentos são só seus, não me dizem respeito. Eu concordo com a sua decisão, afinal, não temos nada.
Suas palavras foram como balas em meu peito, por algum motivo. Realmente, não tínhamos nada.
Então porque eu sentia que tínhamos??
- Ah, pelo amor de Deus! - resmunguei. Eu não queria - sequer devia - irritar Zarah ou qualquer outra menina naquele momento, mas não estava suportando mais. Talvez, eu resmunguei por não saber o que fazer para melhorar essa situação, o que devo dizer nessas horas. E parecia estar mais irritado comigo mesmo por essa frustração do que com esse quarteto fantástico que protegia Zarah como guardas-costas bem pagos.
Protegia.
A palavra ecoou na minha mente. Elas estavam protegendo Zarah... de mim.
- Concordo com a sua decisão, desculpe por me preocupar demais.
Eu não aguento mais isso! Vê-la se desculpar pelo meu erro foi o fim.
Dei a volta na mesa, a arrastei ainda na cadeira e a virei para ficar frente a frente comigo. Seu rosto estava vermelho e eu não sabia se era de irritação pelo movimento repentino ou de vergonha por todos estarem nos olhando.
- O que diabos você está fazendo?! - apoiei minhas mãos na cadeira a qual Zarah estava sentada, colocando cada mão ao lado de cada coxa de Zarah.
Eu queria tanto colocar minhas mãos naquelas coxas naquele momento, mas tinha que manter o foco e dizer todo aquele discurso bobão que eu ensaiei que nem um frouxo.
- Estou tentando dizer que gosto de você e quero ficar com você, será que pode deixar?!
Os olhos cinzentos-azulados que eu adoro ficaram arregalados a medida que seu rosto ficava mais vermelho.
- AÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!!!!!!
- MANDA VER, GARANHÃO! – esse foi Noah.
- EU SHIPPO, HEIN! – e esse, Zander.
- Calem as bocas! – tentei segurar o riso, mas foi impossível. Era mais um riso de nervoso do que de graça. Me agachei em sua frente para ficar mais perto e não precisar falar tão alto. – Me desculpa. Eu não queria ter dito aquilo, de verdade. Se você entendeu que por não termos nada sério, eu não precisava compartilhar meus pensamentos, eu peço desculpas novamente.
- Atticus...
- Escuta, por favor. – peguei em suas mãos. – Zarah, eu gosto de você e quero ficar com você. Prometo te explicar porquê fiquei pensativo e avoado ontem, e desculpe não ter te dado atenção. Queria ter conversado com você em particular e não ter basicamente me declarado no meio do refeitório do colégio, mas você não me deu muitas alternativas.
Suas bochechas coraram e seus olhos desviaram para o chão.
- Desculpe.
- Tudo bem, não é como se fosse a primeira vez que meu nome seria o assunto do momento. – dei de ombros, até porque não era a primeira e com certeza não seria a última. – Podemos conversar a sós? Sabe, sem milhares de pares de olhos nos observando a cada segundo.
- Sim.
Seu sorriso tímido se abriu e o canto de meus lábios se repuxou involuntariamente. Beijei as costas de suas mãos e antes que eu pudesse fazer algo quanto a presença de Stella atrás de Zarah, a platinada já empurrava a cadeira para frente, jogando a ruivinha em cima de mim.
- Beija logo, vocês dois! Não temos o dia todo.
- Pega com vontade, Zarah!
- Clara! – a Green Hill reclamou enquanto eu ria de seu constrangimento. Bom, eu também estava com vergonha, mas conseguia disfarçar. – Você adora rir da minha vergonha.
Ela cruzou os braços e virou a cara. Segurei seu queixo e trouxe seu rosto para mim.
- É porque você fica linda quando está com vergonha. - eu disse enquanto meus olhos se fixavam em seus lábios rosados e atraentes.
Por um segundo, jurei que sua boca criou olhos e ficou olhando para mim em desaprovação.
- Ainda não te perdoei, Connor. - Connor? Ignorei.
- Já não acha que basta a vergonha que estou passando aqui? - ouvi Stella resmungar algo, mas não dei ouvidos.
- Vergonha? - seu sorriso caiu um pouco. - Tem vergonha de mim?
- Não foi isso que eu disse, linda. - me xinguei internamente por não ter pensado nas consequências de minhas falas. Novamente, jurei que pude ver sua boca semicerrando o olhar para mim. Deus, eu estava ficando louco. - Você entendeu errado.
- Do quê, então, você tem vergonha? - pensei, pensei e pensei, afim de não estragar tudo. Ou quase estragar - uma segunda vez -.
Mas mesmo depois de pensar, eu não sabia responder. Não sabia do quê, exatamente, eu tinha vergonha. A única coisa que eu sei, é que não sinto vergonha de estar com Zarah.
Isso! É isso que eu vou falar. Eu tentei.
Tentei.
Tentei abrir a boca, e dizer.
Anda, Atticus! Tic Tac, Tic Tac... vai deixar ela pensar que você realmente acha que tem vergonha dela??
Os gritos, assobios e aplausos foi tudo que ouvi depois que a beijei.
A melhor distração.
Eu precisava de mais tempo para pensar. Normalmente eu não beijaria alguém no colégio, quer dizer, não na frente do colégio inteiro, mas aqueles lábios rosados estavam me atiçando e não consegui resistir. Senti Zarah tentar me afastar, empurrando meu peito com as duas mãos. Eu não tenho certeza se era a coisa certa a se fazer, mas apenas aprofundei o beijo. Medo. Eu estava com medo dela recusar aquilo e simplesmente dizer que: "Sim, você realmente tem vergonha de mim afinal, não é? Eu te odeio, Atticus!" Ou melhor: "Eu te odeio, Connor!" Connor. Zarah me chamara pelo meu sobrenome uma vez durante essa conversa, ou talvez, durante essa reconciliação, e eu apenas ignorei. Zarah somente se referia a mim com o meu sobrenome quando ela me via apenas como o cara popular que pega Deus e o mundo, enquanto ela era apenas uma garota que me rejeitara, uma desconhecida e praticamente invisível aos meus olhos até então.
Voltei a vida real e me afastei dos lábios de Zarah.
Graças à Deus aqueles olhos que eu havia jurado ver haviam desaparecido.
Havia uma roda ao nosso redor - a mesma que formariam caso isso fosse uma briga, e não um beijo -.
E assim como fariam em uma "rodinha de briga", a maioria ali gritavam coisas. E posso afirmar, boa parte dessa maioria são meus amigos. Só que ao invés de coisas tipo: "Agarra o cabelo dela!", ou "briga! Briga! Briga!". Gritavam coisas como:
- ATÉ QUE ENFIM, PORRA!!
- UHULL!!
- AÍ SIM!!!
Merda. Eu sabia que fazer isso seria um problem, sabia que meu nome agora ficaria na boca do colégio pelo resto do ano.
Porém...
E não gostei - nem Zarah - quando vimos ela entre a multidão.
[...]
<3
[Notas da autora]
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!
GENTE! ELES SE BEIJARAM!!!! AAAAA!!! SÓ Q N FOI UM BEIJO QUALQUER, FOI UM BEIJO EM PÚBLICOOOOOO!! NO MEIO DO REFEITÓRIO! EU NÃO ESTOU ME SENTINDO BEM, CARA, TO SURTANTO. Acho que vou desmaiar akakakaakkakakaka.
VCS TEM NOÇÃO..??!!?!
ELES SE BEI-JA-RAM!!!! EM PÚ-BLI-CO!!!
Para quem estava curioso, essa é a roupa que a Zarah estava vestida quando o Atticus disse todas aquelas melequices.
"Parecia que ela se arrumava de propósito só para me ver babar."
"E me amaldiçoei quando a vi. Deus, ela estava linda."
Bla bla bla, né, enfim:
Roupa da Zarah:
Nota de vocês:
Ah! E reforçando o fato de quê ela não estava usando o colar que o Atticus deu para ela!! Se quiserem, imaginem que ela está usando esse mesmo colar da foto. Ou um outro qualquer. Ou então nenhum colar, de qualquer forma. Só relembrando de que ela não usou o colar dele.
A coisa está feia para o seu lado, viu Atticus?
Enfim, fiquem com os memes!
[...]
Gente, que que foi esse babado, néé???
E eu achando que o Atticus era um pegador descarado que nunca assumiria um relacionamento sério.
...
Opps... eu sou a autora, né? AH, tá! Então deixa eu voltar para o meu papel!
AAKAKAKKKKAA
Juro!
E o QUARTETO FANTÁSTICO que ficou protegendo a Zarah que nem muralha da China akakakkaka?!
A Zarah aquele momento:
O Atticus ficou todo irritadinho.
Fofo ele, né meninas??
"E parecia estar mais irritado comigo mesmo por essa frustração do que com esse quarteto fantástico que protegia Zarah como guardas-costas bem pagos."
akakakakaakak
A Clara estava mais nervosa que o normal inclusive.
Na minha cabeça, ela estava tipo assim:
KAKAAKAKAKAKAKAK
A Zarah deu um bofe no Atticus, né?!!
"Olha, Atticus (...) Eu errei em ter te cobrado uma explicação, afinal, nós não somos namorados. Eu fiquei preocupada porque você não é de ficar quieto, mas isso não me dá o direito de te cobrar algo, portanto, você não precisa me dar explicação alguma. Seus pensamentos são só seus, não me dizem respeito. Eu concordo com a sua decisão, afinal, não temos nada."
Vocês acham que ela estava certa???
Gente... o Atticus já está todo todo boiolinha, né?
"Fechei os olhos e me desliguei de qualquer barulho ao meu redor... (...) Minha mente imediatamente projetou imagens da ruivinha como em um telão de cinema, passando cada imagem dela de cada momento em que a vi. E, como se estivessem conectados, meu coração começou a acelerar conforme as imagens ainda projetavam em minha mente."
Até que tudo repentinamente parou com a frase de dona Emilie.
- Você gosta dela.
akakkaakakaa
O melhor foi a Zarah:
"- Zarah, eu vou tomar banho."
"- Eu não estou te impedindo, pode tomar seu banho."
"- Green Hill, eu vou ficar nu na sua frente."
"- Ah, jura? Pensei que o normal era tomar banho nu."
Pois bem.
Por mim, eles são namoradinhos que não namoram... (ainda).
"- Estou tentando dizer que gosto de você e quero ficar com você, será que pode deixar?!"
"- (...) Eu concordo com a sua decisão, afinal, não temos nada."
"Suas palavras foram como balas em meu peito, por algum motivo. Realmente, não tínhamos nada."
"Então porque eu sentia que tínhamos??"
Eu:
Vocês:
Ai, gente...
#Alguémavisa #Plmds
Mas...
Como nem tudo são flores...
"Merda. Eu sabia que fazer isso seria um problem, sabia que meu nome agora ficaria na boca do colégio pelo resto do ano."
"Porém..."
"E não gostei - nem Zarah - quando vimos ela entre a multidão."
Quem vocês acham que "ela" é???
Eu:
Vocês:
AKAKAAKAKKAKA
E a Stella e a Clara??
"- Beija logo, vocês dois! Não temos o dia todo."
"- Pega com vontade, Zarah!"
AKAKAKAKAKAKAK
[...]
Chega de memes, né?
Quase 1 mil palavras só de meme.
E outra! O Wattpad tem limite de 20 imagens por capítulo, então não deu pra fazer muito mais que isso.
Bjocas!
[...]
Até o próximo capítulo!
VOTEM MUITOOOO!!!
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