|12| Noite badalada
[...]
<3
— Sério que sua irmã vai com a gente? Fala sério, Atticus!
Noah reclamou assim que pus os pés na sala da Green Hill e tive que dizer que Diana iria com a gente, pois teria uma festinha lá próxima a qual Diana foi convidada, e ela iria por já estarmos passando pelo mesmo caminho. E mesmo assim ele ainda resmungava vez ou outra.
— Reclama com a babá, cara, não é culpa minha. — Retruquei. — A babá que cuidava da Diana se despediu.
— Se despediu? Por que raios ela se despediria? — Noah perguntou.
— Diana é encrenqueira, é raro ela gostar de uma babá. Se uma mulher encarregada de cuidar da Diana já ficou mais de um mês lá em casa foi muito.
— Mas sua irmã parece ser tão carinha de anjo.
— E ela é. — Ouvi Noah bufar ironicamente confuso. — Ela se faz de encrenqueira até encontrar uma babá perfeita, palavras dela.
— Por que mulheres demoram tanto para se arrumar? — James resmungou impaciente, fugindo do assunto. — Estamos parados aqui em pé a horas.
— Ah, meu caro James. — Ray começou. — Uma coisa que aprendi com a vida de comprometido é que a espera sempre vale a pena. — Encaramos Ray como se fosse um estranho. Mas barulhos de salto vindo da escada nos fez virar para olhar a fila de mulheres lindas vindo em nossa direção descendo as escadas.
A primeira era Stella, e nossa, quase pude ver Noah babando. Ela usava uma saia curta preta com brilhos chamativos e uma blusa preta simples de manga comprida que fazia jus ao brilho da saia. Assim como todas as outras mulheres que caminhavam à nossa frente, Stella também usava acessórios. Havia um colar dourado em seu pescoço, uma pulseira prata com pingentes — a qual ela nunca tira, pois não é um simples acessório para ela —, e três anéis combinando com a pulseira de prata. Além dos acessórios, seu cabelo estava solto, jogado para o lado e um pouco ondulado, e, por fim, havia uma bolsa preta com alça de correntes trançada em seu corpo.
A segunda era Sadie, que usava uma saia de brilho também preta parecida com a de Stella, e top preto com mangas deslocadas laterais bufantes, as quais se alargavam até seu pulso antes de se expandir regaladamente. Ela não carregava uma bolsa, mas notei uma corrente simples dourada com pingente de chave pendurado nela. Seus cabelos ondulados também estavam soltos, e posso afirmar acho que nunca havia visto Sadie tão linda.
A terceira era Naomi, estava vermelha de vergonha com o meu e o olhar de todos os outros garotos pesando. Diferente de Sadie e Stella, Naomi usava um vestido — também preto — curto sem nenhum tipo de brilho, mas com retalhos do próprio tecido que marcavam seus seios. O vestido não tinha alças, mas era acoplado com mangas bufantes de tecido meio transparente preto com borboletas bordadas em linha preta com rendas nas bordas. Como acessório, ela decidiu usar alguns anéis e um colar, ambos dourados. Seus cachos perfeitamente finalizados. Olhei para Ray e ele só faltava babar, a boca escancarada ele já tinha. Tive que segurar o riso.
A quarta era Clara, e nossa, eu nem consigo descrever a cara do Tanner. Se Ray parecia hipnotizado, o Tanner nem parecia estar mais vivo. Eu conseguia ver a alma dele saindo pela boca. Clara, como sempre, apelando pro lado fatal. Ela usava uma saia bem curta preta com uma fenda na lateral, um top preto com retalhos em brilhantes que todos nós concordaríamos em dizer que se parece mais com um sutiã e uma blusa branca de manga comprida que a bainha só ia até metade de seus seios, dando visão para o top — eu sabia que Tanner se imaginava arrancando aquele top no final da noite em seus pensamentos. Por fim, Clara usava botas brancas de cano alto feitas de couro, um colar dourado com o seu nome escrito nele, uma bolsa branca combinando com a bota e alguns anéis. As pontas do longo cabelo loiro estavam um pouco cacheadas, por isso estavam mais curtos.
E então, ela entrou em meu campo de visão.
E... nossa! Eu não tinha palavras para definir o quão linda ela estava.
Zarah usava um vestido todo à brilho com uma fenda lateral triangular que amostrava parte de sua fina cintura e um decote generoso que ia desde seu ombro direito até próximo as seio esquerdo — cada nervo meu tremeu ao olhar naquela direção. Haviam três braceletes dourados em seu braço — não no pulso, não no antebraço, no braço. Seu cabelo estava perfeitamente partido no meio e com as leves ondulações de sempre, ela não usava óculos e isso me dava acesso livre para admirar seus incríveis olhos azuis-cinzentos, que estavam destacados graças ao delineado nos olhos e a maquiagem simples, porém chamativa, assim como a de todas as outras garotas.
Ela estava maravilhosa, até senti uma certa animação ao ver que Zarah usava o colar que eu havia lhe dado de presente de aniversário e, eu mesmo ter o colocado em seu pescoço.
Ouvi um assobio.
— Uau! — Pisquei três vezes e me virei para Noah. — Vocês estão gatas demais! Alguém vai servir de guarda-costas essa noite. — Ele cantarolou divertido.
— Zarah, por um acaso você tem algumas ataduras por aí? — Ray se levantou e foi até a namorada, beijando suas mãos.
— Tenho, está no banheiro. — Eu aponto para o cômodo. — Mas para que, exatamente agora, você quer ataduras, Ray?
— Ah, é para enfaixar as mãos. Com certeza socarei a cara dos engraçadinhos que olharem para minha namorada.
Thomas gargalha e eu rio da cara brava de Ray, eu não duvidava que ele faria isso, mas era engraçado ver o brincalhão e divertido Raymond Banks com ciúmes.
— Achamos o guarda-costas de hoje. — Thomas ainda ria quando se levantou da poltrona. — Vou buscar as ataduras, e amanhã vou querer saber se rolou briga. — E subiu a escada rapidamente.
— Thomas! — A ruivinha gritou em repreensão e suspirou, logo vindo em minha direção. Seus olhos alcançaram os meus e por um momento esqueci como respirava. — Me diz que Ray está brincando.
Sorri de lado e neguei, e ela fechou os olhos, provavelmente soltando um palavrão mentalmente, e quase ri com esse pensamento. Imaginar Zarah xingando era engraçado.
Thomas entregou as ataduras para Ray e enfim pudemos sair da casa da ruivinha. Diana já estava com uma cara emburrada, ela tanto quanto eu, odiava esperar. Mas assim que viu as meninas fez a mesma brincadeira do guarda-costas.
— James, onde está seu carro? — Perguntei enquanto nós saíamos para de fora da casa.
— Então, cara... falando nisso, o carro está no conserto. — James falou coçando a cabeça, envergonhado.
— Mas é a sua vez de dirigir! — Retruquei.
— Qual é, não é culpa minha.
— O que aconteceu com o carro?
— Eu bati. — Ele o quê?
— Então a culpa é sua sim!
— Você não veio de carro? Então por que não dirigi?
— É a sua vez de dirigir! Eu estou afim de beber hoje.
— Só dessa vez, Atticus!
— Parem de brigas! — Stella entrou no meio de nós dois. — Por Deus! É só um carro, a gente dá um jeito.
— Qual?! — Eu perguntei, já irritado.
— Eu posso ir no colo do Ray. — Naomi deu sua sugestão. — A Clara pode ir no colo do Tanner.
— Se não for problema para você, — Noah se virou para Stella antes de falar. — ...você pode ir sentado no meu colo, Stella.
Stella reagiu um pouco envergonhada. Mas assentiu, concordando.
— James? — Sadie o chamou. Ela não precisava falar mais nada. James assentiu.
— Sobrou você e o Atticus. — Ray disse para Zarah, que já estava com os olhos arregalados.
— Mas eu preciso dirigir. — Eu interrompi antes que qualquer um pudesse falar algo. — A polícia pode parar a gente, e corre risco de a gente pagar uma multa.
— Eu pego um taxi. — Zarah disse, apressadamente. — Não tem problema.
— O quê? Não! Ficou maluca? — Clara perguntou. — Você vai com a gente.
— Mas não tem como. — Zarah insistiu.
— Algum problema aí? — Thomas apareceu na porta.
— O carro está cheio, não tem espaço para mim. Eu vou chamar um táxi. — Zarah explica para seu irmão de criação.
— Ela não vai chamar táxi porra nenhuma, ela vai com a gente. — Clara, delicada como sempre, respondeu.
— Calma aí, eu te levo. — Thomas desencostou da porta e foi até a garagem.
Minutos depois, a Lamborghini branca saiu da garagem e estacionou atrás do meu carro.
Zarah foi até lá, e entrou no banco do passageiro.
Não gosto disso. Sei que era impossível colocar tanta gente em um só carro e esperar não tomar uma multa, mas, se fosse para eu ter que sacrificar minha noite de bebidas para dirigir, ao menos Zarah poderia vir comigo.
— Não.
— Clara... — Tanner chamou a atenção.
— Ela vai com a gente.
— Stella... — Noah chamou a atenção.
— Deixa isso. — Retruquei, ainda irritado, e nem mesmo sabendo porque estava assim.
— Se já resolveu o problema dos carros. — Clara caminhou com passos largos até o tesla, parando logo ao lado da porta de trás daquele carro. — Eu vou junto com a Zarah.
Silêncio por alguns míseros segundos. Stella caminhou ao lado da amiga, e ambas entraram no carro esportivo.
— Naomi? — Ray perguntou para a namorada. — Você quer ir?
Naomi foi.
— Eu não sou menino. — Diana reclamou e fez bico antes de acompanhar Naomi.
Todas entraram naquela Lamborghini.
Todas entraram naquela maldita Lamborghini.
<3
Chegamos na boate e logo de cara avistamos Oliver na porta. É, o pai dele era dono da boate e por isso podíamos entrar mesmo sendo menores, e claro que nem na fila nós precisávamos entrar.
— Olha o que temos aqui, uma virgem! Essa eu nunca vi por aqui. — Oliver escancarou o sorriso quando viu Zarah ao meu lado. E ela se sentiu desconfortável era possível perceber isso.
Clara logo fechou a cara para ele.
— Ei, calma. — Interrompi Clara antes que ela fosse pra cima de Oliver. Me virei para Zarah. — Virgem aqui significa novato, que vem à boate pela primeira vez.
Ela relaxou em seguida.
— Já ia dar um belo tabefe nele. — Clara estalou.
— Você é muito agressiva, Clara. — Comentei rindo. Nos aproximamos de Oliver e trocamos um cumprimento ensaiado. — Como que está hoje?
— Está uma 'belezura', meu querido. A casa está quase lotada, como todo fim de semana. — Ele sorriu e esfregou as mãos ao olhar para Zarah. — Devo dizer que é uma linda virgem, senhorita. Oliver, ao seu dispor.
Oliver sorriu galante e beijou a costa da mão da ruivinha.
— Zarah, prazer. — Ela deu um sorriso de canto, apenas um repuxar fraco de lábios.
— Como tradição, todo virgem tem direito ao primeiro drink por conta da casa. — E pôs uma pulseira fluorescente no pulso da ruivinha.
— Obrigada.
— Ray, meu garoto! — Oliver se virou para meu amigo.
E os dois começaram a conversar enquanto esperávamos os outros se aproximarem. Já havíamos deixado Diana na festinha dela.
James entrou na frente para se encontrar com os amigos, e depois que Oliver fez questão de cumprimentar toda turma, nós entramos na boate.
A música alta quase estourava meus tímpanos, o cheiro de álcool era evidente e as pessoas que já se acabavam de dançar na pista se roçavam sem o menor pudor, mas claro que não ficaríamos no meio da bagunça. O privilégio de ser amigo do filho do dono é que sempre tínhamos um lugar reservado para nós, onde apenas pessoas seletivas e com dinheiro ficavam. Tínhamos acesso a uma área privada na frente do pequeno palco da boate, onde tinha menos pessoas e acesso a um bar exclusivo.
Senti Zarah agarrar minha mão com força conforme eu abria caminho para passarmos, já que era o primeiro. Cumprimentei o segurança grandão que separava a área VIP e que já nos conhecia, já que sempre ficávamos ali, e ele logo abriu passagem para nós.
— Quando Stella disse que viríamos a uma boate, pensei que ficaríamos enfurnados no meio da multidão suada. — Zarah falou alto se aproximando do meu ouvido, já que a música ali era bem alta.
— Não é isso que acontece quando se é amigo do filho do dono. — Sorri com sua feição surpresa.
— Oliver é filho do dono?! — Assenti. Seu olhar varreu o local e logo voltou para mim, sorrindo.
Sorri com sua aprovação.
Eu e os rapazes fomos ao bar pegar bebidas, e aproveitei para levar a Green Hill junto, já que ela tinha direito a um drink por conta da casa. Noah e Ray já estavam pedindo whisky e cerveja, James não quis beber álcool, então pediu um refrigerante, eu e Tanner pedimos uma dose de tequila para ficarmos acordados. Mas, diferente dele, eu não posso exagerar.
Zarah também escolheu sua bebida. E o barman que nos atendia estava a comendo com os olhos, e isso incomodava bastante.
Tanto a mim, quanto à própria Zarah.
— Um coquetel sem álcool. — Ela pediu e a cara de decepção do barman quase me fez rir. Ele retirou a pulseira que indicava que era sua primeira vez no bar com uma tesoura e foi preparar seu pedido. — A ideia para atrair novos clientes para a boate é inteligente, mas eu não bebo. — E deu de ombros.
— Então parece que alguém fará companhia para a Naomi. — Ray apareceu carregando um balde de cerveja e um coquetel sem álcool para Naomi.
— Estamos indo na frente. — Noah se adiantou.
— Aqui está.
Zarah pegou seu coquetel, agradeceu e nem sequer retribuiu o sorriso mal-intencionado do barman, apenas se virou e saiu conversando com Ray.
E eu pude sair com um sorriso satisfeito nos lábios.
Quando nos juntamos, Clara já estava bebendo whisky junto com o irmão, Stella e Sadie foram na cerveja como eu e Ray, Zarah e Naomi bebiam coquetéis sem álcool e James e Tanner estavam na água.
Voltei minha atenção para a turma e quase engasguei quando vi Zarah dançando com Stella, Clara e Sadie. Apesar da baixa iluminação e das luzes cruzadas, eu podia vê-la perfeitamente. Seus olhos estavam fechados, seus braços estavam no alto e ela se balançava ao som de Alone, de Kim Petras e Nicki Minaj.
[Sugestão opcional de ler enquanto toca a música "Alone, de Kim Petras e Nicki Minaj" para melhor experiência]
— Eu adoro essa música! — Clara gritou em meio ao som alto para que fosse possível escutá-la antes de ir até as três meninas.
Se eu não tivesse ouvido de boca de Zarah que não bebia álcool, podia dizer que ela já estava meia embriagada. Dava para ver que ela realmente não saía, pois parecia se divertir como se fosse realmente a primeira vez.
Zarah e Stella dançavam uma de frente para a outra, e foi olhando Stella que me lembrei de sua situação com Noah. Mudei meu foco para o mesmo e ele parecia um gavião observando a loira. Bufei.
Ele era muito cabeça dura.
— Quando você vai tomar vergonha nessa cara e tornar seu lance não tão secreto com a Stella, oficial? Fala sério, Noah, pensei que fosse mais corajoso.
Ele bagunçou os fios loiros e bebeu o restante do whisky em seu copo num gole.
— Não se trata de coragem, Atticus. Eu só não quero que a turma fique num clima desconfortável se não dermos certo.
— Você não pode se impedir de ficar com ela se baseando no que pode ou não acontecer. Você nem sabe se vai estar vivo amanhã, e pode acreditar, essa sua desculpa só funciona com você mesmo. — Dei uma pausa para dar um gole na cerveja. Olhei para frente e vi Zarah e Stella conversando mais afastadas das meninas, suspeitei que fosse sobre Noah, e tive minha confirmação quando Zarah olhou para ele, depois para mim e voltou seu olhar para Stella. — Escuta, antes de qualquer coisa, somos todos amigos. Está mais fixo na sua testa que você ama a Stella do que essa tatuagem escrota que você fez.
Ele gargalhou com minha comparação. E era pura verdade. Ele devia estar muito louco de álcool quando fez essa porcaria, e ainda mais na testa!
— Você nunca vai parar de implicar com a minha tatuagem, né?
— Não.
Rimos mais um pouco e ficamos observando as duas voltarem a dançar. Como se fosse ensaiado, começou a tocar Havana, de Camilla Cabelo e um outro cara. Era um ritmo envolvente e perfeito para juntar aqueles dois.
[Sugestão opcional de ler enquanto toca a música "Friends – Chase Atlantic" para melhor experiência]
— Vamos resolver esse problema. — Tomei o copo de whisky já reabastecido de sua mão e o depositei junto com minha cerveja na mesa que usávamos. — E espero que nunca mais me faça dar uma de cupido.
— Fala sério, Atticus! Você não vai...
— Vou. — O empurrei para cima das meninas bem na frente de Stella. — Vem, ruivinha, está na hora de conhecer outros ritmos.
Estendi minha mão para Zarah e ela sorrindo, depositou a sua por cima da minha.
— Eu estava prestes a fazer isso com Stella, mas parece que alguém foi mais rápido. — Ela sorriu ao olhar na direção dos dois, que começavam a dançar o ritmo da música. — A propósito, Atticus, você sabe dançar?
— Saber, eu sei, mas não danço.
— Mas agora vai, já que me chamou.
Ela sorriu desafiadora e começou a se aproximar remexendo o quadril no ritmo da música. Sua mão ainda estava sob a minha, e quando capturei a outra, puxei seu corpo para perto do meu e pus suas mãos rodeando meu pescoço, segurando em sua cintura com as minhas.
"Girl, tell me what you're doing on the other side?
And so, just tell me, what you're doing with that other guy?"
Mas ela parecia propensa a me instigar, já que passou uma de suas pernas para fora das minhas, colocando-a em minha cintura, e com isso eu tinha meu joelho próximo demais de sua intimidade. Como se por instinto, segurei sua perna erguida aonde estava com uma das minhas mãos. E como se já não estivesse foda me segurar, a ruivinha ainda me inventa de rebolar em mim.
"'Cause I ain't got patience to slow down the bass
All your girlfriends are wasted
They need it, they chase it
Face it, you want it, you crave it
Believe when I say that you'll know once you taste it"
Puta que pariu!
E para piorar ainda mais, uma de suas mãos vai para meu couro cabeludo e a outra desce para meu ombro.
— Porra, ruivinha... Posso ser seu amigo mas ainda sou homem. Eu te agradeceria se parasse de rebolar essa bunda gostosa em mim.
"All of your friends have been here for too long
They must be waiting for you to move on
Girl, I'm not with it, I'm way too far gone
I'm not ready, eyes heavy now"
Ah, foda-se também!
Se já está no inferno, então abraça o capeta.
Apertei sua cintura e a deixei fazer o que queria. Ela desceu um pouco rebolando na minha perna, roçou em mim, demos alguns passos ainda colados um no outro e quando ela começou a rebolar em um vai e vem, chocando seu ventre contra mim, foi demais para aguentar.
— Está tentando me seduzir, Zarah Green Hill?
— Por que? Você é seduzível, Atticus Connor?
"Heart on your sleeve like you've never been loved
Running in circles, now look what you've done
Give you my word as you take it and run
Wish you'd let me stay, I'm ready now"
Sorri malicioso e acompanhei seu vai e vem, pude ouvi-la arfar. Deus, parecia que iríamos nos comer ali mesmo.
— Sou muito seduzível, Green Hill. — Sussurrei bem no pé de seu ouvido e ver seus pelos eriçarem foi melhor do que ver o placar de vitória de um jogo de basquete.
"Just give some time and space to realize that you
Were busy lying sleeping 'round with other guys
And what the hell were we?
Tell me we weren't just friends
This doesn't make much sense, no
But I'm not hurt, I'm tense
'Cause I'll be fine without you babe"
Senti seus lábios se repuxarem num sorriso e logo estremeci com seu sussurro:
— Que ótimo.
Eu não estava preparado para o que veio a seguir. Meu sistema nervoso entrou em curto circuito e todos os comandos de resposta que meu cérebro mandava, meu corpo não conseguia executar.
Seus lábios tinham gosto de morango por causa do coquetel, e tenho certeza que minha boca estava com gosto de cerveja misturado com menta.
Porra, ela me beijou!
Zarah me beijou de novo!
Cacete!
"All of your friends have been here for too long
They must be waiting for you to move on
Girl, I'm not with it I'm way too far gone
I'm not ready, eyes heavy now
Heart on your sleeve like you've never been loved
Running in circles, now look what you've done
Give you my word as you take it and run
Wish you'd let me stay, I'm ready now"
Eu estava estático e de olhos abertos, sem acreditar que ela realmente havia feito isso na frente de todos e não no gazebo isolado de sua casa. Quando seus lábios se soltaram dos meus, eu os observei, ainda rosados por causa do gloss, e assim que seus olhos abriram, lá estava aquele azul-cinzento como um céu nublado incrivelmente lindo. Os observei indo de azul-cinzento satisfeito para azul-cinzento incrédulo.
— Ah, merda! Atticus! Me desculpa, eu...
Não. Eu não a deixaria se desculpar por isso. E quando meu corpo, enfim, processou os comandos de meu cérebro, puxei seu corpo para o meu e ataquei sua boca assim como fiz na quarta-feira.
Ah, sim! Porra, como eu ansiava por isso!
"Wish you'd let me stay, I'm ready now
I'm not ready, eyes heavy now"
A senti estremecer e soltar um gemido na minha boca. Caralho!
Rodeei sua cintura com um braço e segurei seu rosto com a outra mão. Sua mão que estava em meu couro cabeludo se afundou ali e ela puxou com um pouco de força. Todos os meus pelos eriçaram.
Passei a língua em seu lábio inferior e o puxei com os dentes. Ela soltou outro gemido contra minha boca. Porra!
— Puta que pariu!
— Eita, caralho!
— Eita, porra!
— Caralho, Atticus!
As vozes dos meus amigos estavam embaralhadas e nem fiz questão de identificar quem falou o quê, beijar a Green Hill estava bom pra caralho e eu não queria parar por nada nesse mundo.
— Ray, você viu o... cacete!
Novamente não foi possível identificar.
"All of your friends have been here for too long
They must be waiting for you to move on
Girl, I'm not with it I'm way too far gone
I'm not ready, eyes heavy now
Heart on your sleeve like you've never been loved
Running in circles, now look what you've done
Give you my word as you take it and run
Wish you'd let me stay, I'm ready now
I'm not ready, eyes heavy now
Wish you'd let me stay, I'm ready now
I'm not ready, eyes heavy now
Wish you'd let me stay, I'm ready now"
Apesar de ter certeza que éramos o centro das atenções, eu não conseguia parar de beijá-la, e ela também não parecia dar a mínima com todos os nossos amigos e mais outros desconhecidos nos encarando atônitos com a nossa pegação.
E apesar de não querer soltar aqueles lábios deliciosos e carnudos, meus pulmões já começavam a doer pela falta do tão precioso oxigênio. Separamos nossos lábios com um estalo que apenas nós fomos capazes de ouvir. Eu queria muito perguntar por que ela havia me beijado, mas quando olhei aquele céu nublado brilhando para mim, senti minha garganta arder e minha voz ficar entalada.
— Deus, eu queria fazer isso na frente de todos desde o meu aniversário.
PUTA QUE PARIU!
Dei um grito internamente que fez meu cérebro tremer.
— E por que só agora? — Minha voz estava mais rouca que o habitual, e a senti remexer as pernas.
— É que você estava sexy e gostoso pra caralho me guiando enquanto eu rebolava e roçava em você que não consegui me conter. — Seu olhar transmitia satisfação e um pouco de constrangimento ao mesmo tempo.
E eu só consegui rir por causa do palavrão. E eu ria tanto que encostei minha testa em seu ombro para que ela não me visse rindo.
— O quê? O que foi que eu disse? Atticus! — Sua voz me repreendendo me fez rir mais. — Para de rir de mim!
Ela me empurrou levemente para se afastar, mas a puxei de volta pela cintura e ela cruzou os braços.
— Espera, desculpa. — Respirei fundo para cessar o riso, mas às vezes escapava. — Sério, desculpa. É engraçado ver você soltar um palavrão com essa carinha linda de anjo, não combina com você. — Segurei seu queixo e virei seu rostinho lindo para mim. Lhe dei um selinho e ela relaxou em seguida. — Me desculpe por ter rido, e se serve de consolo, sorte sua que antes de tudo somos amigos, senão eu teria te tirado dessa boate no momento que você rebolou, com esse vestidinho curto, muito, muito, curto, em mim.
Vi seu rosto enrubescer e sorri com sua vergonha pelo que eu havia acabado de dizer.
Ouvimos um pigarreio em conjunto e quando nos viramos, todos, exceto Naomi, nos encaravam de braços cruzados e sorrisos maliciosos. Me esqueci que eles estavam ali.
— Atticus, não precisava jogar na cara como se toma uma iniciativa, seu filho de uma maravilhosa mãe!
Noah esbravejou e lhe lancei um olhar torto.
— Noah, se tu xinga a minha mãe, eu dou um murro na sua cara. — Ameacei.
— Eu nunca faria isso, tia Emilie é um anjo.
Eu apenas sorri de canto.
— Dá licença, Connor, precisamos de uma conferência. — Stella enganchou o braço no de Zarah e a arrastou com Clara, Sadie e Naomi em seu encalço na direção do banheiro.
Pus minha mão direita no bolso e baguncei o cabelo com a esquerda, observando Stella, Clara e Sadie falando e gesticulando enquanto se afastavam, e antes de entrarem no corredor dos banheiros, Zarah se virou e piscou na minha direção com um sorriso nos lábios.
— Ah, esse é o meu capitão! — Ray passou o braço por meu pescoço e começou a bagunçar meu cabelo empolgado. — Porra, esse é meu melhor amigo!
Me soltei de seu aperto rindo e ajeitando o cabelo, mas logo outro braço passou por meus ombros.
— Não acredito que meu melhor amigo vai desencalhar! Porra, tô emocionado!
— Foi só um beijo, idiota, relaxa. — Afastei seu braço de meus ombros e fui até a nossa mesa, passei longe da cerveja, precisava de algo mais forte. Enchi um copo com whisky e gelo, misturei um pouco e bebi tudo num gole. Desceu rasgando minha garganta, mas pude respirar melhor depois disso.
— Só um beijo? Atticus, vocês estavam a ponto de se comerem ali mesmo! — Tanner exclamou aos risos. — Pega leve com a Green Hill senão você vai assustar a garotinha.
Eu ri. Garotinha? Não, Zarah não era uma garotinha. Eu ainda pensava naqueles gemidos que ela soltou, mas não sabia se foram involuntários do tipo que você está tão envolvido que acaba soltando sem querer ou do tipo que solta sem nem ao menos saber por quê soltou.
— Foi ela que me beijou, Tanner. — Foi tudo o que eu disse.
Ray e Tanner engasgaram e Noah e James riram. Eu estava me sentindo bobo, e sabia que Zarah estava sendo interrogada do mesmo jeito que eu ou até pior, não duvido de Stella. Mas eu estava louco para beijar aquela boca de novo, e talvez algo além.
Mordi o lábio inferior com o pensamento e tomei mais um gole de whisky. Ray estava com um sorriso orgulhoso depois que as meninas voltaram e não pude deixar de sorrir também.
Zarah e eu mantínhamos contato visual a cada cinco minutos, até Stella e Naomi a puxarem na direção do bar. Voltei a prestar atenção no papo dos machos, mas senti um frio na espinha e isso me deixou inquieto. Mexi o pescoço e dei mais um gole, mas senti novamente um frio na espinha e isso me fez largar a bebida.
Olhei para Thomas, que parecia super empolgado conversando com uma garota morena e pelo seu sorriso de lado, eu sabia que depois dali ele não nos daria carona para casa. Isso por que ele nem teria vindo, para início de conversa, mas ficou para "vigiar a irmãzinha".
Voltei meu olhar para o bar ainda sentindo aquele frio na espinha, e franzi o cenho com o que eu vi.
Zarah e Stella estavam protegendo Naomi e encarando três marmanjos maiores que elas.
— Ray, Noah.
Minha voz séria fez todos me encararem, encerrando seja lá o que eles estivessem falando.
— Que foi, imbecil? — Ray pôs a mão no meu ombro, mas a afastei ao tirar minha jaqueta de couro e jogar para Tanner.
— Acho que vai usar suas ataduras, Ray.
Caminhei a passos pesados na direção do bar.
— Já falei que somos comprometidas, porra! Saiam da nossa frente!
Stella gritou e tentou empurrar o de cabelo castanho que estava em sua frente, mas ele agarrou seus pulsos e a imprensou com força na parede ao lado do bar. Zarah tentou ir até a platinada, mas um loiro segurou seu braço. Eu já estava com as mãos e punhos prontos para socar a cara do infeliz, mas a ruivinha agarrou o braço dele e o jogou no chão com um golpe.
O outro loiro que estava de frente para uma Naomi encolhida tentou afastar a ruivinha que aplicava uma perfeita chave de braço no sujeito que jogou no chão, mas antes que chegasse nela eu agarrei sua jaqueta e o puxei para trás, na direção de Ray, que o agarrou pelo colarinho da blusa e deu um belo de um soco em sua cara, jogando-o no chão.
— Se chegar perto da minha namorada, eu acabo com a tua raça!
A voz de Ray era carregada de raiva, e aposto que depois que ver o estado de Naomi, ele vai querer espancar o babaca. Eu só consegui ver de relance um Noah voar na direção do cara que imprensava Stella na parede como um touro raivoso, e só ouvia os grunhidos de dor de alguém, mas com certeza não eram do ruivo.
Levantei Zarah do chão, fazendo-a libertar o imbecil de sua "chave de perna", mas antes que ele cogitasse levantar, agarrei o colarinho de sua camisa e lhe acertei três socos rápidos e certeiros em seu nariz, e quando o larguei ele estava quase inconsciente.
— Se tocar nela de novo, vai ganhar mais do que um nariz quebrado. — Ameacei, apesar de achar que ele não me escutava. Balancei a mão para tirar o sangue que estava nos nós dos meus dedos e me voltei para o bar, fuzilando os barmans por não terem a mínima decência de afastar aqueles imbecis.
Peguei dois guardanapos e limpei minha mão, e voltei para a Green Hill, que batia em sua saia para tentar limpar, mas já estava suja.
— Tudo bem? — Perguntei para ter certeza, mas fiz uma busca por algum ferimento em seu corpo e nada.
— Sim. — Respondeu depois de um suspiro. — Tirando o meu vestido novinho em folha sujo, e acho que quebrei uma unha. — Fez uma careta ao olhar os dedos. — Obrigada.
— Só terminei o que começou, mas por favor, me diz que está de calcinha por de baixo do vestido. — Supliquei, lembrando da chave de perna que havia dado em um dos sujeitos. Ela riu, assentindo, e eu fiquei aliviado. — Me lembre de nunca te irritar.
Ela assentiu com um sorriso lindo e me deu um selinho.
— Que porra é essa?!
Viramos e demos de cara com um Oliver irritado acompanhado de Sadie, Clara, James e Tanner, e uns quatro seguranças enormes atrás deles. Seus olhos varreram o local e ele olhou para mim, depois para Ray que abraçava Naomi e Noah que tinha um braço ao redor de Stella, e enfim olhou para os três imbecis no chão.
— Muralha, tira esses três babacas da minha boate. — Oliver indicou os caras com o dedo.
Um cara grande, negro e de óculos escuro e terno tomou a frente e mais dois o acompanharam, eles levantaram os três do chão e os levaram na direção da saída. Típico traje de guarda-costas de filme.
— Tudo bem? — Oliver perguntou se aproximando. Passei um braço pela cintura de Zarah e lhe dei um beijo na testa.
— Sim, mas já vamos. Perdemos a animação por causa disso. — Troquei um cumprimento com Oliver e passamos por ele.
Peguei minha jaqueta com Tanner e entreguei para a ruivinha. Segurei em sua mão e fui abrindo caminho até a saída. Sabia que Thomas não dirigiria, e James acabou bebendo mesmo assim, então saí enquanto aguardávamos os táxis.
James levou Naomi, Ray e Sadie. Noah, Stella, Tanner e Clara dividiram um táxi e eu e Zarah pegamos outro. Descemos em frente à casa da ruivinha, e depois de pagar a corrida, a levei até a porta.
— Desculpe ter nos feito voltar mais cedo.
— Ei, está tudo bem. — Levantei seu rosto segurando em seu queixo. — O que importa é que não aconteceu nada com vocês.
— Eu queria tanto tê-los quebrado, mas só arremessar um já foi difícil, não tenho certeza se teria dado conta dos três. — Ela desabafou enquanto olhava para baixo. Seus dedos subiam por meus braços expostos e suas unhas me causavam arrepios. — Não sabia que fazia academia.
— E não faço. — Sorri de canto com sua surpresa. — Resultado do basquete.
— Basquete te faz muito bem. — Seus olhos enfim alcançaram os meus. Seus dedos deslizaram por meu rosto, depois foram para meu cabelo. — Alguém já disse que você é lindo?
Soltei um riso nasalado.
— Minha mãe sempre diz isso. — Sorri de canto, fazendo-a rir. — Vai descansar, parece estar com sono. — Foi só terminar de falar que Zarah bocejou. — Não precisa me devolver a jaqueta agora. — Falei quando ela ameaçou tirar a mesma de sob seus ombros.
Zarah bocejou novamente, depois abraçou meu pescoço delicadamente. Ficamos assim por alguns minutos até ela se afastar o suficiente para me beijar. Seus lábios ainda tinham resquício do coquetel de morango e não tínhamos pressa, queríamos aproveitar cada segundo.
Seus lábios eram viciantes. Carnudos, macios e habilidosos, eu poderia beijá-la o dia inteiro e não me cansaria.
Mas tudo que é bom sempre dura pouco.
— Boa noite, Atticus. — Sussurrou contra meus lábios.
— Boa noite. — Sussurrei de volta.
Trocamos mais alguns selinhos antes de nos separarmos.
— Atticus. — Zarah falou.
— Hm.
— Eu menti.
— Não entendi, ruivinha. Mentiu sobre o quê?
Ela se aproximou do meu ouvido.
— Eu não estou usando calcinha por de baixo do vestido. — Ela sorriu maliciosamente, mordendo o lábio inferior para me provocar antes de entrar em casa, sem mais nem menos.
[...]
<3
[Notas da autora]
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!!!!
Genteeee!!! QUE CAPÍTULO FOI ESSE!!?!
PI PI PI, PO PO PO!
É PRA LÁ, É PRA CÁ!
É AQUI, É ACOLÁ!
QUE QUE FOI ISSO!
ATÉ EU SURTEI ENQUANTO ESCREVIA! Para vocês terem uma ideia.
[...]
Antes de mais nada, quem aí mais ficou curioso com os looks das garotas??
Quero saber, hein!!
Enfim!
(lembrando que não são exatameeeente esses looks, mas foram os mais parecidos com os que eu imaginei)
Stella:
Qual a nota de vocês para o Look da Stella:
Sadie:
Qual a nota de vocês para o Look da Sadie:
Naomi:
Qual a nota de vocês para o Look da Naomi:
+ cabelo da Naomi (só para vocês terem uma ideias dos cachos):
Clara:
Qual a nota de vocês para o Look da Clara:
E por fim, nossa amada...
Zarah:
Qual a nota de vocês para o Look da Zarah:
E aí???
Fiz uma boa escolha com os looks?!
Lembrando que todas as meninas, menos a Clara, tem 17! A Clara tem 18. Só para esclarecer. Então eu não queria colocar roupas muito extravagantes de pessoas com mais de vinte anos ou mais, para não fugir muito desse contexto de idade e "corpitcho" de adolescente.
Entenderam?
[...]
[NOTAS DA AUTORA]
✒Capítulo escrito em: 16/02/2022
✒Capítulo publicado em: 12/07/2023
✒Capítulo corrigido gramaticalmente em: 24/01/2025
✒Capítulo reescrito em: 24/01/2025
[...]
Quem aí quer o próximo capítulo??
VOTEM MUITOOOOOO!!!
Beijos da sua (possível) autora favorita!<3
~Jade
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