Cap 1: Sekai Taikai

O ginásio estava lotado. As luzes intensas iluminavam o espaço, destacando cada detalhe do palco e das bandeiras que decoravam o ambiente. Todos os dojos estavam ali reunidos, formando um verdadeiro espetáculo visual. Os alunos, alinhados de forma impecável, mantinham a postura ao lado de seus senseis, os rostos tensos, porém determinados. Era um momento histórico: o maior torneio mundial de karatê, e a expectativa pairava como uma eletricidade no ar.

No entanto, enquanto a maioria dos competidores parecia ansiosa, havia uma figura que mantinha um semblante sereno: Yuna. Ela segurava firmemente sua faixa, os dedos pressionando o tecido como se buscassem força ali. Ao seu lado, seu irmão, Kwon, exibia um olhar firme, a postura de um verdadeiro líder. Ambos eram os capitães do Cobra Kai Coreia, um dojo que carregava um legado de força e disciplina. Estavam prontos para representar seu país e seu dojo com honra.

A agitação foi interrompida quando o apresentador se posicionou, ajustando o microfone com um gesto confiante. Ele esperou alguns instantes enquanto as câmeras se posicionavam, prontas para transmitir o evento ao vivo para o mundo inteiro. Com um sorriso carismático, ele deu início à cerimônia.

— Bem-vindos, competidores, senseis, patrocinadores e estimados convidados, a... Barcelona! — anunciou com entusiasmo, sua voz ecoando pelo ginásio. — Este ano do maior torneio de karatê de todo o mundo: o Sekai Taikai!

A reação foi imediata. Uma explosão de aplausos tomou conta do espaço, gritos de entusiasmo preenchendo o ar. Cada país havia enviado seu dojo mais promissor, e os competidores agitavam bandeiras, exibindo com orgulho suas cores nacionais. A vibração era contagiante, um espetáculo de união e rivalidade saudável.

Quando os aplausos finalmente cessaram, o apresentador retomou com um tom mais formal.

— O Sekai Taikai se orgulha por sua história rica e honrosa. E se vocês estão aqui, é porque personificam tudo o que o Sekai Taikai representa: liderança, respeito e espírito esportivo. Capitães, amarrem as faixas na cabeça.

Os capitães de cada dojo deram um passo à frente em perfeita sincronia. Entre eles estavam Yuna e Kwon. Com movimentos precisos, eles amarraram as faixas em suas testas, o símbolo máximo de que agora representavam oficialmente o Cobra Kai. A faixa parecia reluzir sob as luzes fortes, como se carregasse o peso de todas as expectativas e do orgulho de seu dojo.

Yuna olhou para Kwon, os olhos dela refletindo confiança e determinação. Ela esboçou um sorriso tranquilo, e seu irmão retribuiu com um gesto igualmente seguro, uma cumplicidade silenciosa que dizia mais do que palavras.

O apresentador deu um passo à frente, sua voz ganhando intensidade.

— Capitães, vocês terão a honra e o privilégio de competir em nosso torneio de campeões televisionado. Mas isso só acontecerá se o dojo de vocês se sair bem o suficiente em nossas competições em equipe e chegar às finais. No encerramento do torneio, vamos contabilizar os pontos que todos os dojos conquistaram. O dojo com mais pontos vence o Sekai Taikai!

Houve murmúrios e olhares trocados entre os competidores. A pressão começava a se intensificar, mas também acendia a chama da competitividade.

— As provas em equipe começam logo e cada uma delas contará pontos. Todas elas vão surpreender. Mas hoje — continuou ele, com um sorriso sugestivo — é o dia de aproveitar nossa cidade anfitriã e fazer novos amigos... ou inimigos. Já temos um tour programado para nossos competidores. E para os nossos senseis, um coquetel com nossos ilustres patrocinadores, representando algumas das maiores marcas de artes marciais do mundo.

Os olhares dos competidores variavam entre empolgação e seriedade. Alguns já visualizavam as futuras rivalidades, enquanto outros planejavam estratégias para impressionar no torneio.

— Esse é um belo dia para causar uma boa impressão, e eu sugiro que vocês aproveitem, porque amanhã... suas vidas mudarão para sempre. Boa sorte e bem-vindos ao Sekai Taikai! — finalizou com entusiasmo.

Mais uma vez, aplausos tomaram o ginásio, mas desta vez eram acompanhados por uma energia diferente. Os competidores sabiam que o verdadeiro desafio começaria em breve. Para Yuna e Kwon, aquele era apenas o começo de uma jornada que prometia testar não apenas suas habilidades, mas também sua determinação e parceria como irmãos.

[...]

A brisa suave de Barcelona circulava pelo espaço, mas parecia não alcançar Yuna, que estava sentada em um dos bancos mais afastados, longe da agitação do grupo. Sua faixa repousava em suas mãos, os dedos deslizando levemente pelo tecido como se buscassem conforto nele. De longe, ela exalava confiança, como a figura de uma líder inabalável. Mas ali, sozinha, sua postura dizia outra coisa. Seus ombros estavam ligeiramente curvados, os olhos fixos no horizonte, enquanto sua mente navegava por pensamentos de dúvida e insegurança.

Mesmo com toda a responsabilidade que carregava, um leve desconforto ainda se fazia presente. Não era algo que ela demonstrava facilmente, mas, sozinha, era impossível esconder.

De repente, o som de passos ecoou pelo chão próximo, e ela ergueu os olhos ao perceber alguém se aproximando. Antes mesmo de virar totalmente a cabeça, uma voz grave e familiar interrompeu seus pensamentos.

— Por que não está com os outros? — Era Kreese, seu sensei. Ele se sentou ao lado dela, os olhos analisando cada detalhe de sua expressão.

Por um momento, Yuna hesitou, mas logo respondeu com calma.

— Deixei meu irmão no comando deles. Precisava de um tempo sozinha.

A resposta foi direta, mas seu tom carregava uma sombra de cansaço que não passou despercebida por Kreese. Ele inclinou levemente a cabeça, estreitando os olhos.

— Se sente bem?

— Sinto... Eu só... precisava de um pouco de ar. Mas já estou bem. — A voz dela falhou levemente no início, mas ganhou firmeza na última frase.

Kreese permaneceu em silêncio por um instante, como se estivesse ponderando suas próximas palavras. Então, ele se inclinou ligeiramente para frente, sua presença dominando o espaço.

— Yuna, sabe, você é alguém forte. Alguém que precisa mostrar ao mundo sua força. Alguém determinada a continuar. Para mim, você tem mais potencial que qualquer um deles, inclusive seu irmão. Só precisa colocar isso dentro de si.

As palavras pesaram no ar, penetrando na mente de Yuna como um desafio e, ao mesmo tempo, um estímulo. Ela abaixou o olhar por um momento, um leve suspiro escapando.

— Eu sei, mas... ninguém nunca me viu assim. Só vivia causando problemas. A sensei Kim Dae-un me odeia por esse motivo. — Sua voz tinha um tom melancólico, refletindo a dor de suas memórias.

Kreese ergueu uma sobrancelha, um sorriso quase imperceptível surgindo em seus lábios.

— Mas agora é diferente. Você vai provar a ela que deve se orgulhar de ter uma aluna tão talentosa como você. Mas isso só vai acontecer se você deixar essa insegurança de lado e provar, até para si mesma, que pode.

Yuna levantou o olhar, encarando-o com um brilho renovado nos olhos. As palavras dele começaram a fazer eco em sua mente.

— Posso confiar em você para trazer essa vitória a nós? Sem distrações, com toda a força? — Kreese finalizou, a intensidade em sua voz deixando claro que aquela era mais do que uma pergunta: era uma ordem.

Yuna endireitou a postura, o semblante agora firme.

— Sim, sensei! — respondeu com convicção.

Kreese se levantou lentamente, ajustando o casaco enquanto olhava ao redor.

— Ótimo. Agora vá com os outros. Causar uma boa impressão e até uma intimidação para seus oponentes é fundamental. Enquanto isso, eu converso com os patrocinadores.

Ele deu as costas sem esperar por mais respostas. Seu andar era confiante, cada passo ecoando com autoridade.

Por alguns segundos, Yuna permaneceu sentada, observando a figura de Kreese se afastar. Suas palavras ainda ecoavam em sua mente. "Sem distrações. Com toda a força." Ela apertou a faixa em suas mãos, sentindo a determinação crescer dentro dela.

Finalmente, ela se levantou, os olhos brilhando com uma nova intensidade. Não haveria espaço para compaixão. Ela tinha um propósito e iria cumpri-lo. Provaria ser digna daquela faixa e, acima de tudo, de vencer.

Yuna ergueu o olhar, deixando que a brisa fresca afastasse o peso que sentia há pouco. Seus olhos logo encontraram seu irmão Kwon, que estava junto ao grupo do dojo Cobra Kai, parado de frente para outro grupo. Havia algo no jeito como aqueles oponentes se posicionavam: uma postura ereta, confiante, mas calma, quase como se soubessem que não precisavam provar nada.

Ela estreitou os olhos, analisando-os de longe. Seus uniformes na mochila e o símbolo que carregavam confirmavam suas suspeitas.

"Eles devem ser do Miyagi-Do. O tão falado pelo sensei Kreese."

A lembrança das palavras de Kreese sobre o Miyagi-Do veio à mente. Ele havia descrito aquele dojo como o oposto do Cobra Kai, pregando equilíbrio e defesa, algo que ele considerava fraqueza. "Mas fracos ou não", pensou Yuna.

Por um momento, ela considerou a ideia de ir até eles. A possibilidade de confrontá-los e intimidá-los ao lado de Kwon soava atraente. Ela podia quase visualizar a tensão crescendo, as trocas de olhares afiadas e o impacto que causariam como representantes do Cobra Kai.

Mas algo dentro dela hesitou. Não era exatamente o que ela queria agora. Aquilo parecia previsível, repetitivo.

Com um suspiro, Yuna revirou os olhos de maneira brincalhona na direção de Kwon, que notou seu gesto e arqueou uma sobrancelha em resposta. Ela respondeu com um pequeno sorriso de canto, dando de ombros de forma despreocupada.

Sem esperar por uma reação, virou-se e começou a andar em outra direção. Seus passos eram decididos, mas despreocupados, enquanto ela observava o movimento ao redor.

"Preciso de algo mais interessante. Algo que realmente me entretenha. Andar pelos quartos ou ficar encarando rivais não é suficiente."

Yuna deixou o som das conversas e risos do grupo para trás enquanto explorava o local. Ela não sabia exatamente o que procurava, mas tinha certeza de que havia algo naquele lugar que a tiraria daquele tédio momentâneo e a colocaria novamente no controle de sua mente inquieta.

Continua...

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🥋

Bem vindos a minha mais nova fanfic!
Espero que já tenham gostado da forma que irei desenvolver nossa nova protagonista, Yuna!!

Eu pensei nessa fanfic assim que assisti cobra Kai, olhei para o Axel e pensei "cara, uma fanfic com ele seria perfeita" e assim, depois de um tempinho eu finalmente desenrolei essa ideia.

No próximo capítulo irei mostrar mais a relação dos personagens e os conflitos que já irão ter!
É isso, até o próximo capítulo!