𝟬𝟬. A chegada

Eve wang estampou um largo sorriso ao observar Nova York da pequena janela do avião.

Estava imensamente animada para a nova fase da sua vida, estava feliz com a mudança para Nova York. Não que não fosse feliz na Coreia, gostava da sua vida no lugar, porém não conseguia evitar o quanto se sentia deslocada. Era metade americana, então sentia que uma parte sua pertencia a Nova York, e talvez aquilo fosse por causa do pai que nunca conheceu. Estaria mentindo se dissesse que não pensava em o procurar estando ali, talvez tão perto do homem.

Mas aquele não era seu foco no momento. Seu foco era fazer com que sua estadia na sua nova cidade fosse incrível. Estava animada por ter conseguido entrar na Universidade de Empire State, o local parecia ter um curso de arquitetura excelente, e arquitetura era o curso do seus sonhos desde quando era apenas uma criança.

Despertou dos seus pensamentos com o pedido da aeromoça para que colocasse seu cinto de segurança, pois estavam prestes a pousar. Logo que o piloto informou do pouso, Eve levantou-se rapidamente, quase num pulo para pegar sua mochila no compartimento do avião.

━━ Filha, calma! ━━ exclamou Caroline, sua mãe. ━ Garanto que cada parte de Nova York permanecerá no lugar, não precisa correr.

Eve apenas assentiu, mas continuou com a sua animação e correria, afinal queria explorar a cidade. Sim, ela sabia que teria todo o tempo do mundo para isso, porém, desde pequena Eve era extremamente ansiosa, quando qualquer ideia ou pensamento surgia não conseguia se segurar.

A garota saiu do avião e logo ela e sua mãe já estavam pegando as malas, e caminhando em direção ao motorista que segurava uma placa com o nome das duas, então rapidamente o motorista guardou as malas e as duas entraram no carro.

Eve observava a cidade através dos vidros do carro, perdida em pensamentos, Eve sentiu sua mãe a cutucar e percebeu que a mulher já tinha a chamado algumas vezes.

━━ Desculpa ━━ pediu a garota. ━━ Estava distraída.

━━ Tudo bem, só queria te pedir uma coisa antes de chegarmos.

Lá vem, pensou Eve.

━━ Queria pedir para você tentar ser um pouco mais amigável com o Martin ━━  começou Caroline, e Eve bufou ━━ Você o trata muito mal, Eve.

━━ O trato como ele merece. ━━ contrapôs ela, cruzando os braços.

━━ Como ele merece? Ele nunca lhe fez nada. ━━ disse a mulher.

De fato sua mãe tinha razão, mas para Eve alguma coisa naquele homem gritava falsidade. Toda a cordialidade parecia uma máscara, uma fachada para quem ele era de verdade.

━━ Eve, olhe pra mim! ━━ pediu ela, segurando a mão da filha ━━ Logo logo Martin será o meu esposo, seremos uma família. Estou pedido pra você dar uma chance para essa nova vida aqui em Nova York. Se não quer fazer isso por ele ou por você, faça por mim.

Eve sabia que sua mãe gostava de Martin Li, e parecia feliz com o homem. Não poderia estragar a felicidade de Caroline por causa de uma implicância sua.

━━ Certo, mãe ━━ disse Eve ━━ Prometo ser um e exemplo de amabilidade.

━━ Ótimo! Obrigada, filha. ━━  agradeceu sorrindo minimamente, mesmo sabendo que havia um pouco de ironia na fala de Eve.

━━ Mas não espere simpatia para aquela filha insurportável dele. ━━ murmurou Eve colocando a cabeça no ombro da mãe.

Caroline riu minimamente. Não iria forçar uma amizade entre as duas garotas, mas esperava que aquela animosidade passasse logo.

Depois de um tempo, as duas finalmente chegaram ao prédio onde morariam. E logo as duas pegaram o elevador e subiram até o apartamento. Caroline rapidamente pegou dentro da sua bolsa a chave que seu noivo havia a dado. Quando as duas passaram pela porta, se deparam com um apartamento bem amplo e luxuoso.

Eve andava pela sala analisando e decidindo se havia gostado do lugar. Estava prestes a ir até a cozinha quando observou Eleanor Li, filha de Martin, descer as escadas. Eve revirou os olhos, não suportava aquela garota, e era mútuo, não faziam questão de esconder o desgosto uma pela outra.

━━ Caroline! ━━ exclamou Eleanor, andando até a mulher para lhe dar um abraço ━━ Estou tão feliz em vê-la.

━━ Também estou feliz em te ver, querida. ━━ falou a mulher, abraçando a enteada

Eleanor voltou-se para Eve e à encarou dos pés a cabeça com um olhar de deboche, que foi retribuído por Eve.

━━ Eleanor, onde está o seu pai? ━━ perguntou Caroline.

━━ Recebeu um ligação e saiu às pressas pra empresa.

━━ Achei que sairíamos para jantar juntos. ━━ murmurou Caroline um pouco decepcionada

Eleanor apenas deu de ombros.

━━ Bom... ━━ começou Eve ━━ Já que não vai ter jantar nenhum, posso ir dar uma volta?

Caroline conhecia Eve o suficiente para saber que a filha a importunaria até que ela cedesse, então apenas assentiu, fazendo com que Eve desse um pequeno pulo em comemoração.

━━ Valeu, mãe! ━━ disse Eve, dando-lhe um rápido abraço

A garota pegou sua mochila e a colocou nas costas, e logo saiu do apartamento. Ao colocar os pés para fora do prédio, parou por um segundo para pensar para que lugar iria primeiro. Eve abriu um largo sorriso ao lembrar que havia visto um museu ali por perto.

Caminhou por alguns minutos até avistar o museu, rapidamente entrou no lugar e ficou realmente impressionada com tudo ali. Passou uma hora admirando as antiguidades, até decidir ir pra outro lugar.

Enquanto caminhava calmamente, observando cada detalhe por onde passava, avistou um carrinho de hambúrguer e sua barriga roncou, nem lembrava na última vez que havia comido.

Comprou um hambúrguer e passou à comer enquanto andava na direção de uma biblioteca que queria visitar, e mais uma vez ficou com encantada. Era uma amante de livros, então aquela biblioteca era um sonho.

Depois de um tempo, Eve checou seu relógio e assustou-se levemente com as horas, então decidiu voltar para casa.

Por onde passava havia sempre muitas pessoas e muita movimentação, afinal era Nova York. Porém, Eve entrou em um bairro com menos movimento, e a garota caminhava calmamente com os fones nos ouvidos quando observou uma neblina estranha tomar conta de toda de toda a rua, não parecia ser fumaça de algum incêndio, pois não havia cheiro de nada. Eve se alarmou ao sentir sua visão ficar turva e sua cabeça começar a doer.

Cada vez mais a névoa se intensificava dificultando a visão de Eve, mas a garota se forçou a correr mesmo sentindo-se mal. Depois de correr bastante, Eve finalmente conseguiu chegar no seu prédio, e ao entrar no apartamento que estava completamente escuro, Eve andou aos tropeços até o sofá e jogou-se ali. Sentiu sua visão ficar cada vez mais turva, seus olhos pesavam, então ali mesmo no sofá, Eve desmaiou.

Eve Wang ainda não sabia, mas aquela simples névoa estranha, mudaria sua vida por completo.

Como vocês puderam ver, esse capítulo foi um prólogo, pra vocês entenderem a origem dos poderes da Eve, pois não queria só deixar jogado ao longo dos capítulos que ela tem poderes, ate porque existe uma historinha por trás...

Essa "névoa" que deu os poderes a Eve foi inspirada na bomba terrígena, presente nos quadrinhos. Mas obviamente o contexto foi mudado, então só saberam o que rolou ao longo dos capítulos.
E é isso, até a próxima. Beijos.

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