🧟♀️|Inveja.
Olá prezado leitor. ♡
"E o sangue dos escolhidos será a chave que abrirá o portão para um novo mundo, mas aquele que o derramar carregará o peso da destruição." - The cure.
13 anos atrás.
- Papai, eu também vou ter que ir com eles? - perguntou o pequeno Taehyung, com a cabeça escorada na janela de vidro, observando o interior frio e estéril do laboratório.
Do outro lado do vidro, ele via as crianças enfileiradas, sendo conduzidas pelos cientistas. Sempre havia guardas armados, e Taehyung reparava na maneira como elas andavam: ombros caídos, olhares vazios. Ele sabia que, quando voltavam, pareciam exaustas, quase como bonecos de trapo. Aquela cena o perturbava e, ao mesmo tempo, despertava sua curiosidade.
- Não, eu já te expliquei como funciona - respondeu o pai, sua voz áspera e distante. Segurava sua arma com uma postura rígida, sem desviar os olhos do corredor à frente.
Taehyung franziu a testa, apertando os lábios enquanto seus dedos traçavam desenhos invisíveis na janela.
- Mas, papai... eu esqueci. - Seus olhos grandes e curiosos se voltaram para o pai, com aquele olhar pidão de criança que sabia que, mais cedo ou mais tarde, conseguiria a atenção que queria.
O pai suspirou, incomodado com a insistência. Ele sabia que o filho não pararia até ter uma resposta mais clara. Girou a cabeça minimamente na direção de Taehyung, mas manteve a expressão dura.
- Você não significa nada para eles, Taehyung - declarou sem rodeios. Sua voz soava sem emoção, quase como se estivesse apenas recitando um fato, não falando com o próprio filho. - Não ainda. Mas eu vou fazer com que se torne importante.
Taehyung olhou para baixo, decepcionado. Seus dedos continuaram traçando as formas na janela, agora sem propósito. Ele não entendia por que seu pai parecia tão distante de tudo. Às vezes, sentia falta da forma como sua mãe o olhava - com carinho, com orgulho.
- A mamãe dizia que eles eram super-heróis, papai... - murmurou, mais para si do que para ele. - Eu queria ser como eles.
O pai virou-se finalmente, com o cenho franzido.
- Não, eles não são super-heróis, Taehyung - sua voz se tornou mais severa. - Sua mãe era muito ingênua. E você sabe que ela...
Antes que pudesse terminar, Taehyung o cortou, sentindo um nó na garganta.
- Morreu por isso... - disse com a voz falhando, seus olhos se enchendo de uma tristeza que ele ainda não sabia como expressar completamente. - Você não me deixa esquecer.
Houve um silêncio pesado entre eles. O pai respirou fundo, desviando o olhar para a longa fileira de crianças sendo levadas novamente. Ele apertou o cabo da arma, talvez tentando controlar o desconforto.
- Só não seja como ela foi, Taehyung. - Sua voz era quase um sussurro agora, mas carregava um peso que ele não conseguia disfarçar. - Este mundo... não é para pessoas com um coração bom.
Taehyung não respondeu de imediato. Em vez disso, olhou para a palma da mão que agora tocava o vidro frio. Do outro lado, as crianças desapareciam por um corredor, mais uma vez sendo levadas para algo que ele ainda não compreendia. O suspiro que escapou de seus lábios era longo e pesado.
- Mas se eu não tiver um bom coração, eu vou ser o quê, então? - perguntou baixinho, sem esperar realmente uma resposta. Ele sabia que o pai raramente oferecia consolo.
Seu pai apenas balançou a cabeça, sem olhar para ele.
- Você será o que precisa para sobreviver.
As palavras ficaram suspensas no ar, mais frias do que o vidro que Taehyung tocava. Mesmo sendo tão jovem, ele já entendia que, naquele lugar, o amor e a bondade eram luxos que poucos podiam se dar ao luxo de ter.
Taehyung estava sentado na beirada da grande janela de vidro, como sempre fazia quando estava no laboratório. Ele via as mesmas expressões vazias, olhares sem vida, enquanto voltavam após as coletas diárias de sangue, quase arrastando os pés de tão fracas. Taehyung não entendia completamente o que acontecia ali, mas algo dentro dele sabia que não era certo.
Enquanto observava o movimento do outro lado do vidro, a porta da sala onde ele estava abriu, e alguém entrou, era um dos cientistas de jaleco branco, o senhor Joy. Taehyung, curioso, manteve-se em silêncio, escutando a conversa que acontecia do outro lado da sala. Ele sabia que o pai o repreenderia por bisbilhotar, então se concentrou em parecer desinteressado, mas seus ouvidos estavam atentos a cada palavra.
- Estamos chegando perto, senhor Kim. - A voz grave do senhor Joy ecoou pela sala, carregada de orgulho. - As últimas coletas mostraram uma progressão significativa. Só precisamos de mais tempo, mais sangue. Esses espécimes... digo, essas crianças, são a chave.
- Bom. - O tom do senhor Kim era frio, quase desinteressado, mas havia um toque de expectativa em sua voz. - Quanto tempo até a cura?
- Difícil dizer com precisão, mas estamos próximos, muito próximos. Algumas das crianças têm um sangue... especial, como você sabe. O que antes era só uma teoria, agora está se confirmando. Elas têm uma capacidade de regeneração incrível. O sangue delas não só combate o vírus, mas parece reconstruir os tecidos danificados. Se continuarmos com os testes, em breve poderemos replicar essa cura para a população... as que restarem, claro.
Taehyung franziu o cenho. Aquela era a primeira vez que ele escutava algo tão específico. Ele sabia, vagamente, que aquelas crianças eram diferentes, mas não entendia o porquê. Seu pai nunca havia explicado em detalhes.
- E quanto ao descarte das crianças que não têm esse sangue? - A voz de seu pai soou com um tom prático. - Não podemos desperdiçar recursos com elas.
- Elas não têm utilidade. - A resposta do senhor Joy foi rápida, como se não quisesse perder tempo discutindo sobre algo tão irrelevante. - As que não mostram nenhum sinal de aptidão... bem, elas são enviadas para fora. São liberadas para o mundo exterior, expostas ao vírus, à própria sorte.
Taehyung sentiu um arrepio subir pela espinha ao ouvir aquilo. "Expulsas para o mundo exterior" soava como uma sentença de morte, mas seu pai não demonstrava nenhum sinal de compaixão.
- Sim, é necessário. - Disse o senhor Kim, como se estivesse discutindo a melhor forma de descartar lixo.
- Exatamente. - O cientista concordou. - Não podemos arriscar que elas fiquem aqui, consumindo recursos que precisamos para os especiais. Cada minuto conta, cada gota de sangue vale ouro.
O coração de Taehyung batia forte enquanto escutava aquilo. Ele sabia que o mundo fora da zona segura era uma terra devastada, um inferno de destruição, contaminado por um vírus mortal. As crianças que eram mandadas para fora... não havia esperança para elas.
Quando a conversa diminuiu, ele olhou instintivamente para a janela de vidro, tentando processar tudo o que tinha acabado de ouvir. Foi então que algo chamou sua atenção: no interior do laboratório, um cientista de jaleco branco, um dos muitos que ele já tinha visto por ali, estava com uma criança pequena, frágil, sentada em uma maca. O garoto parecia tão indefeso... tão perdido no meio de tudo aquilo.
O cientista passou a mão pelos cabelos do garoto, num gesto que pareceu incrivelmente carinhoso. Ele balançou os fios escuros do menino como se fosse um pai afetuoso com seu filho. Taehyung observou, seus olhos se fixando naquela cena, e uma sensação estranha tomou conta dele. Inveja.
Por que ele nunca teve algo assim? Seu pai nunca foi gentil, nunca fez algo sequer próximo de demonstrar afeto. O toque suave daquele cientista no garoto, o cuidado... tudo isso fez Taehyung sentir uma pontada no peito. Ele olhou mais atentamente para o garoto, e foi aí que algo dentro dele estremeceu.
Era Jungkook. Ele não sabia o nome do menino na época, mas aquele olhar perdido, a fragilidade... Taehyung reconheceria em qualquer lugar. O garoto estava sempre entre os que voltavam exaustos das coletas, mas, por alguma razão, o cientista parecia tratá-lo com mais cuidado, como se ele fosse mais importante.
Taehyung congelou, incapaz de desviar o olhar. Era como se o mundo tivesse parado por um instante. Ele não entendia por que aquilo o afetava tanto, mas a cena parecia... errada. Ele conhecia a natureza daquele lugar. Sabia que nenhum carinho era real ali dentro.
- O que houve, Taehyung? - A voz dura de seu pai quebrou o transe, fazendo-o virar rapidamente.
- Nada, pai. - Respondeu ele, tentando esconder o desconforto em sua voz. Seu olhar voltou à cena do outro lado do vidro, mas o cientista já havia se afastado da criança. Jungkook permanecia na maca, olhando fixamente para o chão, como se já estivesse acostumado a ser tratado como objeto.
Senhor Kim olhou para o filho, avaliando-o por um segundo, antes de voltar sua atenção ao senhor Joy.
- Continue com o bom trabalho, Joy. - Disse ele, voltando-se para a porta. - Eu quero resultados em breve.
- Não se preocupe, senhor Kim. - O cientista sorriu, um sorriso que não alcançava os olhos. - Logo não precisaremos mais de tantos testes. A cura está quase ao nosso alcance.
Quando os dois homens saíram da sala, deixando Taehyung sozinho, ele se aproximou da janela mais uma vez. Seus olhos ainda estavam presos ao garoto, àquele pequeno ser que parecia tão isolado, tão vulnerável. Taehyung não conseguia explicar o que sentia, mas algo em Jungkook o atingia de um jeito que ele não conseguia ignorar.
Ele fechou os olhos por um segundo, desejando que, por algum milagre, pudesse estar em um mundo diferente. Um mundo onde ele, também, fosse visto e cuidado daquele jeito.
Após o cientista sair pela porta automática, com o som metálico dos pés ecoando pelo corredor vazio, o silêncio tomou conta da sala. Taehyung ficou ali, parado, observando a porta se fechar lentamente, ainda absorvendo o que acabara de ouvir. Os ecos da conversa entre seu pai, o senhor Kim, e o cientista, o senhor Joy, ainda martelavam em sua mente, mas ele não ousava demonstrar nada. Seu pai estava ao seu lado, observando-o de forma implacável.
O silêncio se arrastou até que o senhor Kim finalmente se virou para Taehyung, com um olhar frio, quase como se esperasse que ele falasse. Mas Taehyung sabia melhor do que isso. As palavras que seu pai sempre usava eram pesadas, e ele jamais as questionava.
- Taehyung, - começou o senhor Kim, com sua voz profunda e autoritária, - você tem que entender que o seu destino já foi selado. Você não pode ser como essas... crianças. Eles são peças no sistema, e você, meu filho, tem um papel muito maior.
O garoto engoliu seco, seus olhos se fixando no chão. O peso das palavras do pai sempre o fazia se sentir pequeno, insignificante. Ele sabia que não podia, e jamais ousaria, contestar o que estava sendo dito. O futuro dele não estava em suas mãos; estava nas mãos de seu pai, nas mãos do império que ele construíra.
- Eu não... - Taehyung tentou falar, mas a voz não saiu como ele esperava. Ele se calou imediatamente, temendo dizer algo que pudesse desagradar seu pai.
O senhor Kim, aparentemente insatisfeito com o silêncio do filho, deu um passo à frente e colocou a mão firme no ombro dele, fazendo Taehyung se encolher um pouco, como se o toque de seu pai fosse uma lembrança constante de suas responsabilidades.
- O que você não entende, Taehyung, - continuou o senhor Kim, com uma firmeza que soava quase como uma sentença, - é que não existe escolha. Não temos a liberdade de escolher nosso destino, e você sabe disso melhor do que ninguém. As crianças lá fora... elas são descartáveis, elas servem a um único propósito. Mas você... você tem um propósito maior.
Ele apertou mais um pouco o ombro do filho, como se estivesse transmitindo toda a força e o peso de suas palavras.
- Você vai seguir os meus passos, Taehyung. Vai assumir o comando, vai comandar esse exército. Vai liderar a nossa missão, a missão de trazer a cura ao mundo. Não será fácil, mas é o que você nasceu para fazer.
Taehyung permaneceu em silêncio, suas mãos suando e seu peito apertado. Ele queria agradar o pai, queria ser digno das expectativas que ele depositava sobre ele. Mas, no fundo, havia uma parte dele, uma parte que mal ousava admitir, que se sentia incomodado. Ele não sabia por que, mas sentia uma pequena revolta nas palavras do pai, na forma como ele via as crianças do laboratório.
Ele sabia que seu pai não as via como seres humanos, não as via como algo além de recursos. Mas Taehyung ainda não entendia como poderia ser diferente. Ele não sabia se seria capaz de lidar com esse futuro, mas não tinha escolha. E o pior era que ele temia isso. Temia falhar diante dos olhos de seu pai.
- Você entende, não é? - O senhor Kim questionou, a voz agora mais suave, mas igualmente firme.
Taehyung respirou fundo, tentando controlar o nó na garganta, e levantou os olhos para o pai, fazendo um esforço para não mostrar fraqueza.
- Sim, papai. Eu entendo. Eu vou... cumprir meu dever.
O senhor Kim, vendo que o filho finalmente havia se conformado, deu-lhe um sorriso satisfeito, mas que não era de carinho. Era um sorriso de aprovação, de controle, como se Taehyung fosse apenas mais uma peça em seu grande tabuleiro.
- Muito bem. - O senhor Kim deu um tapinha no ombro de Taehyung antes de se afastar. - Isso é o que eu esperava de você.
Taehyung ficou parado ali, observando o pai se afastar, um turbilhão de sentimentos conflitantes dentro de si. Ele sabia o que esperavam dele, mas, por dentro, havia uma parte dele que desejava algo diferente, algo mais humano. Ele só não sabia o que era.
••
Jungkook estava deitado na maca, os fios de seu cabelo escuros e bagunçados caindo sobre os olhos, enquanto seu pai, o senhor Jeon, preparava os instrumentos ao seu lado. O cheiro químico da sala de coleta era pesado, e o som das máquinas zumbindo parecia amplificado, como se quisessem sufocá-lo. Mas, em meio a tudo isso, Jungkook sabia o que significava estar ali. Ele sabia o que seu sangue representava e o que seu pai esperava dele.
Seu pai sempre o tratou de forma diferente das outras crianças, um cuidado, uma atenção que não era dada a mais ninguém. Ele sabia que isso significava algo maior, mas às vezes se perguntava se esse tratamento era de fato amor ou apenas uma conveniência para o trabalho que ele precisava fazer.
O senhor Jeon, vestindo seu jaleco branco, se aproximou de Jungkook com uma expressão de orgulho, mas também de uma forma possessiva, como se estivesse prestes a examinar um valioso troféu. Ele ajustou a mesa de coleta, e o som da agulha sendo colocada no lugar fez Jungkook se encolher um pouco. Era sempre assim, uma dor que ele já estava acostumado, mas que nunca deixava de ser desconfortável.
- Eu sei que isso não é fácil, filho, - começou o senhor Jeon, sua voz suave, mas com um tom de comando. - Mas você é a chave. Você é o nosso futuro, Jungkook. O sangue da sua linhagem vai salvar o mundo.
Jungkook não respondeu, seus olhos fixos no teto enquanto seu pai começava a coletar o sangue. Ele sentia o frio da agulha perfurando sua pele, o peso do olhar do pai sobre ele. Sempre que estava ali, era como se fosse um objeto, algo a ser usado para um fim maior.
- Você é um grande troféu para mim, Jungkook, - o senhor Jeon continuou, sem desviar o olhar do sangue que começava a ser retirado. - Sua linhagem, o seu sangue... você não sabe o quanto está ajudando a humanidade. Você vai trazer a cura, meu filho. Eu sempre soube que você era especial.
Jungkook sentiu um nó no estômago. Ele odiava quando o pai falava assim. Sempre com aquela mistura de orgulho e possessividade, como se ele fosse apenas um meio para um fim, uma peça de um quebra-cabeça muito maior. Ele odiava pensar que sua vida tinha esse único propósito. Mas ele não tinha escolha, não podia questionar seu pai, não sem sofrer as consequências.
Depois de um tempo, o senhor Jeon retirou a agulha e olhou para o sangue que estava sendo coletado com um sorriso satisfeito.
- Você está fazendo o bem, filho. Todos dependem de você. - Ele passou a mão na cabeça de Jungkook, um gesto que deveria ser carinhoso, mas que Jungkook sabia que não era, no fundo, mais do que uma forma de possuí-lo, de fazer com que ele se sentisse ainda mais responsável pela cura.
Jungkook fechou os olhos por um momento, tentando se livrar da sensação de sufocamento. A pressão era grande demais. Ele queria que fosse diferente, queria que seu pai realmente o amasse por quem ele era, não pelo que ele representava.
- Pai... - Jungkook murmurou, com a voz baixa, como se estivesse hesitando. - Eu... posso fazer outra coleta daqui a alguns dias? Não estou me sentindo bem... tenho sentido muitas dores.
O senhor Jeon olhou para ele com uma expressão que não podia ser confundida. Era como se o filho fosse uma peça de um mecanismo, e que qualquer pedido de Jungkook fosse uma tentativa de alterar esse mecanismo.
- Não, - respondeu rapidamente, sem hesitar. - Já te falei que as coletas precisam ser feitas todos os dias, Jungkook. O seu sangue é a cura. Todos dependem de você, e você precisa se lembrar disso. Não podemos parar, não podemos fraquejar.
Jungkook sentiu seu coração apertar ainda mais. Ele queria discutir, queria que seu pai visse o quanto ele estava exausto, o quanto seu corpo não aguentava mais. Mas ele não podia. Não era permitido. O peso da responsabilidade era pesado demais, e ele tinha medo das consequências de ser fraco.
Em meio ao silêncio da sala, um grito distante cortou o ar. Jungkook se virou instintivamente, e seus olhos se fixaram em uma das outras crianças, que estava passando pelo processo de coleta. O garoto, mais jovem, estava claramente desmaiando, seu corpo já fraquejado por tantas coletas anteriores. Os guardas, sem nenhum tipo de compaixão, começaram a sacudi-lo brutalmente, obrigando-o a levantar e continuar a coleta. O garoto tentou resistir, mas seu corpo não respondeu.
Jungkook engoliu em seco, o medo apertando seu peito. Ele sabia o que acontecia com aqueles que não conseguiam aguentar mais, com aqueles que não serviam mais. Eles eram descartados. Ele já tinha visto isso antes, sabia o destino dessas crianças. O que o aterrorizava não era o fato de eles desmaiarem, mas o que acontecia depois.
O senhor Jeon, que estava observando o sangue sendo coletado com uma satisfação calculada, não fez nenhum movimento. Ele olhou para o garoto desmaiado com indiferença, como se fosse algo completamente normal.
- Você tem que ser forte, Jungkook. Lembre-se de que o mundo inteiro depende de você. - Ele não olhou para o filho, ainda focado no sangue que estava sendo extraído.
Jungkook olhou para a cena, com o coração apertado, e depois voltou seu olhar para o pai, tentando disfarçar a angústia que sentia. Ele sabia que não podia desmaiar, não podia ser fraco. Se fosse, seu pai... bem... de qualquer maneira, todos dependiam dele.
Mas, na verdade, Jungkook se perguntava, mesmo em silêncio, se ele teria forças para continuar sendo a "cura". E se ele um dia fosse também descartado, como as outras crianças.
Olhava para o outro garoto do lado de fora da janela do laboratório, pensava quanta sorte ele tinha em não ser usado para as experiências e nem insuficiente o suficiente para ser enviado ao descarte.
Jungkook tinha inveja dele.
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Espero que gostem de the cure 🧟♀️❤️
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