thirty one
Eu sacudia o corpo deitado embaixo de mim. Sua cabeça deitada em meu colo, manchando minhas pernas com o líquido vermelho ferroso.
Minhas lágrimas tampavam minha visão, fazendo-me levar a mão suja de sangue ao rosto, também o tingindo de rubro.
A cabeleira negra grudava em sua testa, os olhos azuis abertos, sem vida e cor. O turquesa brilhante que eu tanto amava se apagara, deixando um azul morto. A boca entreaberta com sangue escorrendo pela mesma.
Seu corpo não era mais quente, agora era frio. Sua mão estava ao meio da minha, mole e leve, não se mexia e nem apertava meus dedos, como fez nos últimos segundos de vida.
Dabi me encarava, morto, deitado ao chão. A metade de si estava em pedaços, a perna lhe faltava assim como o braço, sangue por todos os cantos do mesmo.
Desespero. Era essa a palavra certa ao ver meu único porto seguro partir em frente aos meus olhos. Era gelado, frio e solitário. O desespero é um misto de sensação, é não sentir o chão e o ar, é não conseguir respirar, é não conseguir raciocinar. É seu peito doer a cada batida.
Joguei a cabeça para trás, gritando com todo meu pulmão, lágrimas manchadas de vermelho escorriam por minhas bochechas até chegarem nas de Dabi. Eu apertava sua mão com força, tentando a todo custo o trazer de volta a vida.
Como aquilo fora acontecer?
Levantei, sentindo meu corpo todo doer. O coração martelava fortemente no peito, os olhos arregalados tentando entender o que acontecia. Sentia meus braços falharem enquanto eu me apoiava na cama.
Minha respiração acelerada me fazia ficar mais perdida ainda. Tudo tão confuso, toda aquela claridade do local me irritava.
Senti mãos quentes subirem por meu braço, como um carinho lento. Olhei para o lado, encontrando o par azulado que tanto admirava.
Dabi me encarava com o cenho franzido, o peito descoberto assim como o resto do corpo. Seus fios escuros caíam sobre a testa, tampando os olhos vez ou outra.
Um alívio tomou meu corpo, o coração desacelerou e a respiração se estabilizou. Uma lágrima escorreu por meu rosto. O moreno automaticamente me observou com mais cuidado, colocando a mão em minha bochecha e limpando a gota.
— O que foi? - chegou mais perto, grudando sua testa na minha e dando um selinho em mim.
Fechei meus olhos, aproveitando de seus toques íntimos em minha pele sensível. Inspirei fortemente o ar antes de falar.
— Apenas um pesadelo - afastei-me, deitando novamente na cama.
O moreno fez o mesmo, ainda encarando meu rosto.
— Sobre?
— Minha irmã - arrumei uma desculpa. Não queria dizer-lhe a verdade - Por que está acordado?
— A cortina ficou aberta - ele apontou para a vidraça.
O sol forte batia no quintal, dando vida ao verde tropical da ilha. Meus olhos se cegaram de primeira, então tampei o rosto com o braço, me acostumando com a claridade. Estava um dia bonito, ótimo para passar o tempo na praia.
Me levantei da cama, espreguiçando meu corpo aos poucos, procurando por minha calcinha no quarto. As memórias da noite passada ainda prevaleciam em minha mente, porém o pesadelo tomava 80% de minha atenção no momento.
Arrepios passavam por minhas costas ao lembrar do desespero de ver ele morto. Eu ainda sentia uma forte vontade de chorar e poder o abraçar, porém não me sentia confortável para isso.
Ouvi Dabi se levantar também, indo até a janela e observando os raios solares escaldantes. Observei seus movimentos, agradecendo por tudo não ter passado de um pesadelo.
— Ahmya - me chamou.
— Hum? - respondi, pegando minha lingerie jogada pelo quarto e a colando no corpo.
Agora eu vestia minhas peças íntimas e a social branca de Dabi, que continuava aberta.
Cheguei perto do moreno, observando o jardim junto com o mesmo. O mar no horizonte trazia um clima calmo e sereno, as árvores se mexiam continuamente com o vento e as gaviotas voavam no litoral.
— Eu gosto de te ver vestida assim - se apoiou na janela e me olhou.
Espreitei os olhos, analisando sua expressão perversa.
— E? Só isso? - encostei minhas costas na vidraça.
Dabi fez o mesmo que eu, deixando seu corpo escorado no batente da janela. Ele continuava nu, sem se importar comigo tendo visão de toda sua extensão malhada.
O maior passou os dedos por meu braço, subindo até meu ombro e indo em direção ao meu queixo, que o puxou com cuidado. Os olhos profundos encaravam o meu cinza melancólico, como se quisessem me ler perfeitamente e desbravar por todos os meus pensamentos.
Se ele soubesse que só havia o moreno em minha mente, provavelmente o mesmo me abandonaria.
Era simples como eu me sentia completa ao lado de Dabi. Eu o queria ao meu lado em todos os momentos, o queria inteiramente e exclusivamente para mim.
— Eu quero você para mim - ouvi sua voz grossa dizer, baixa e direta.
Os dedos continuavam em meu queixo, trazendo-me para mais perto lentamente. O calor do corpo dele ficando mais forte a cada centímetro mais próximo.
— O quê você disse? - perguntei, apenas para ter certeza de suas palavras.
— Quero você para mim - a mão passou rapidamente por meu rosto, adrentando por meu cabelo negro.
Ele me puxou para si agressivamente, um braço em minha cintura e o outro em meu pescoço. Dabi me colocou em sua frente, me tirando da posição anterior. Eu sentia minha respiração pesada ao tê-lo tão perto de mim.
O moreno chegou perto, colando seus lábios em meu ouvido e sussurrando palavras que me deixaram extremamente sensível.
— Unicamente para mim - beijou o contorno de meu rosto - Você é minha?
Perguntou, jogando meu cabelo para trás enquanto beijava o pescoço exposto. Meu corpo gritava por ele, gritava para poder responder sua pergunta.
— Eu quero ser sua - levantei o rosto para poder o beija.
Fomos interrompidos pela porta sendo aberta rapidamente. Olhei automaticamente para aquela direção, encontrando Compress com um copo e remédios em mãos.
Ele estava estático na porta, nos olhando surpreso. Senti meu rosto esquentar um pouco, com vergonha da situação em que estávamos.
Dabi ainda tinha as mãos e meu corpo e a cabeça perto de meu ombro. Os olhos cintilantes encarando o mágico com uma sobrancelha arqueada.
— Os remédios... - Compress começou a fechar a porta - Vou deixar na cozinha.
E saiu do quarto, me deixando extremamente constrangida na presença de Dabi. Me afastei do moreno, virando de costas para poder disfarçar minha pele corada.
Andei até a saia que eu havia usado no dia passado, vestindo a mesma e logo após abotoando a blusa social. Dobrei as mangas e ajeitei o cabelo com pressa, olhando para Dabi depois de ter me arrumado.
O moreno ainda estava encostado na janela, observando meus atos com cuidado. A mão direita tampava sua boca enquanto a outra pendia ao lado de seu corpo nu. Os olhos azuis estavam espremidos e a expressão mantia-se séria.
— Onde você pensa que vai? - disse autoritário.
— Tomar os remédios - na verdade eu só queria sair dali, tirar o constrangimento de meus músculos.
Ele veio em minha direção, parando em minha frente enquanto aproximava seu rosto perto do meu. Me deu um leve selinho antes de entrar no banheiro do quarto e sumir de minha visão.
Soltei o ar que prendia em meus pulmões e sai do cômodo, fingindo esquecer a situação constrangedora.
*
GENTE 14k DE VIEWS AAAA
EU AMO VOCÊS SABIAM?
UM BEIJO NA TESTA DE CADA UM QUE APOIA A FIC❤️
avisinhos: se preparem que essa fic vai ficar agitada!
desculpem a demora de caps, ensino médio é difícil :/
beijocas amores, qualquer coisa me chamem no insta: @nanda__zx
cap sem revisão!!!!!!!
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