thirty four
Andávamos pelas ruas de Tóquio durante uma madrugada fria e melancólica da capital. O vento gélido batendo em meu cabelo negro, fazendo o mesmo tampar minha visão vez ou outra.
A minha frente havia um prédio comercial pouco movimentado, de mais ou menos 10 andares. Era moderno e espaçoso, ocupando grande área do bairro escolhido por Shigaraki.
As laterais eram pichadas, com frases revolucionárias ou críticas ao governo de heróis. Jovens ficavam encostados nessas paredes pintadas, alguns comentando crimes, outros fumando maços de cigarro.
Tomura parou de frente para a entrada de vidro do local, encostando-se na vidraça. Fizemos uma meia lua em volta do líder, esperando que ele dissesse algo.
— Vamos esperar, Kurogiri deve chegar a qualquer momento - meu coração parou e a respiração falhou.
Já se passara um mês desde que Dabi, Compress e Kurogiri saíram para procurar novos membros. A única conexão que tínhamos com eles, era quando ligavam a procura de mais ordens vindas de Shigaraki. E também, eu quase não recebia mensagens de Dabi.
Eu sinto falta dele, queria o ver logo. Queria seu toque quente em mim novamente. E saber notícia tão repentina, me deixa extremamente ansiosa e suando frio.
Apertei a corrente em minha mão direita, puxando levemente para perto de mim. Uma pessoa acorrentada pelo pescoço para perto, sendo reforçada suavemente pela força que fiz veio.
Katsuo me olhou, tossindo seco. A coleira em volta de si brilhou, chamando minha atenção e me tirando de meus devaneios. Observei o rosto do velho. Ele estava acabado, uma expressão morta e doentia, os olhos fundos e escuros.
Toga, ao outro lado de Katsuo, cutucou sua costela com uma faca afiada.
— Fica quietinho ai - disse brincando com a arma branca na lateral de seu corpo.
O homem nada disse, observando uma faca arrasta-se por sua pele Coberta apenas por um tecido fino. Ele tremia, de frio e medo pelo o que poderia acontecer com o mesmo.
As palmas de minha mão congelavam em volta do ferro que o prendia. Também tremiam, por nervosismo. Era difícil controlar a respiração naquela situação, ao mesmo tempo que me sentia ameaçada ao lado de Joseph, sentia uma chama de excitação no interior.
Durante este longo mês, Shigaraki requereu por um novo esconderijo, achando um bairro conhecido por ser a casa de vilões de pouca ameaça. Era onde nos encontrava no momento, sendo observados pelos olhos curiosos e desconfiados que cobriam a área do prédio.
A era construção o abrigo de alguns aliados pouco ativos da Líga, que também ajudaram Tomura com a busca de nossa nova moradia. Como o edifício era mais bem cuidado do que o último em que ficamos, o líder exigiu que todos morassem lá, por segurança dos membros e para não sermos vistos com mais frequência.
O vento bateu mais uma vez, tampando meu campo de visão por pouco segundos. Escutei uma voz fresca e meio molhada, como um dia de chuva, onde a grama ficava encharcada, a atmosfera fria e as poças formavam-se eliminadas pelos asfaltos.
Olhei em direção ao som, encontrando uma garota ruiva, cabelo curto e liso, olhos cinzentos, um com uma cicatriz vinda da testa chegando até sua bochecha. Lábios carnudos e tonalizados com um vermelho escuro. A brisa levou seus fios laranjas, jogando o mesmo por seus olhos cinzas como um céu nublado. Nosso contato visual acabou ali, pois outras presenças chamaram minha atenção.
No total eram dez pessoas, todos mais jovens. No meio daquele grupo encontrava-se Kurogiri, Compress e Dabi, que tinha seus olhos azulados em mim. Um arrepio passou por meus músculos, os deixando tensos, um borbulhar no estomago me incomodava a cada segundo, porém eu tentava ignorar.
Os três tomaram seus rumos, Compress e Kurogiri indo relatar sobre uma missão, e o moreno indo cuidador dos recrutas, dando instruções corretas sobre seus novos companheiros. Soltei o ar, não seria agora que poderíamos tocar novamente.
Meu corpo ardia para poder ficar próxima do mesmo novamente, e eu me sentir sedenta para beijar, para poder ouvir sua voz sussurrando em meu ouvido, para sentir o calor de seu corpo. Para sentir tudo dele.
Porém algo atrapalhava meu foco, algo no interior de meu coração, tentando chamar minha atenção urgentemente. Eu não entendia aquela sensação, era meio sufocante não sabre o que estava acontecendo. Eu tinha uma palavra na ponta da língua, mas sempre me escapava o palpite.
Olhei para a garota ruiva novamente, que conversava com uma rapaz um pouco mais alto que ela. Ele tinha cabelo preto, uma tatuagem no pescoço, usava uma calça escura, camisa social de seda cinza e um sapato igualmente social da mesma cor que a calça. Já a menina vestia uma jaqueta de couro, calça e botas, todas pretas. Uma gargantilha brincava com sua pele da garganta.
Ela era interessante, me trazia um estranho sentimento de familiaridade. O rosto oriental, com sardas, olheiras abaixo dos olhos cansados, os fios avermelhados bagunçados. A cicatriz era atraente em sua bochecha redonda e rosada.
Katsuo mexeu-se, chamando minha atenção com o movimento da corrente gélida. Virei minha cabeça em sua direção, observando-o enquanto o velho se remexia com ansiedade e desespero.
— Para - mandei, puxando o ferro, que o enforcou um pouco.
Ele continuou, passando as mãos pela coleira em volta de seu pescoço. As unhas arranhando a pele alva e suja do mesmo. Aos poucos, os olhos do maior se reviravam devagar e espuma saia de sua boca.
Arregalei meus olhos, encarando a cena assustada. Katsuo caiu no chão agoniado, buscando tirar a corrente que o prendia. Himiko percebeu e também ficou assustada com a cena repentina.
Rapidamente os membros da Líga se aproximaram, buscando entender o que acontecia, coisa que eu não soube explicar. Encarei Tomura, que desencostava do vidro e chamava a atenção dos que estavam ali.
— Vamos entrar. Alguém carregue esse encosto para dentro - apontou para Katsuo, que desmaiou após de mais uns segundos de 'desespero'.
Compress chegou perto, analisando meu rosto antes de pegar o velho e o arrastar para dentro do edifício que seria nosso novo esconderijo. Fiquei estática, tentando entender o surto repentino de Joseph, até sentir uma mão quente em minhas costas, me dando um leve impulso para andar. Escutei a voz de Dabi, me despertando para realidade:
— Vamos?
*
oi amorecos!! como estão?
mais um cap para vocês!!
gente, estou pensando em fazer uma fic do suna, porém penso em começar a postar mesmo, quando "you" estiver quase acabando (que no caso faltam uns 10 caps para isso)
vocês leriam?
enfim, beijocas!! espero que tenham gostado do cap
sem revisão!!!!
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