eleven
Fazia alguns minutos que Dabi não parava de me mandar mensagens e eu fazia de tudo para o ignorar, mas aquele barulhinho de notificação estava ficando chato.
— Hey! Desliga o celular - Toga brigou comigo pela segunda vez.
— Perdão - peguei meu telefone e vi dez mensagens e uma ligação do rapaz. Suspirei.
O filme já havia começado fazia vinte minutos e em nenhum momento Dabi desistiu de me atormentar. Decidi que iria o responder para ele parar de me encher o saco.
Sete mensagens e uma ligação não visualizada
Xx
não me ignora, poxa :(
fere meus sentimentos
você está fazendo isso por semanas..
Me
o que você quer?
Xx
conversar
Me
não enche, eu quero ver o filme
Xx
nesses 20 minutos você não olhou para a TV em nenhum momento, como quer ver o filme?
Me
aff, você é muito irritante
Xx
você não reclamou disso algumas semanas atrás...
Parei de responder por um momento, tentando me concentrar na televisão a minha frente. Porém foi em vão, meu celular continuava a vibrar, tirando minha concentração.
Olhei para Dabi antes de visualizar as mensagens. O mesmo tinha um sorriso provocativo no rosto, me encarando enquanto esperava uma resposta.
Xx
só tem nós dois nesse sofá, ninguém vai perceber se ficarmos conversando por aqui
Me
dá para você parar? está me irritando
Xx
ah, perdão meu amor, mas é minha especialidade te irritar
é só você me dar atenção que eu paro de ser insuportável...
Pensei por alguns segundos, imaginando se valia a pena ficar gastando meu tempo com o outro. De qualquer jeito, o filme não ia me entreter, então eu iria passar aquele tempo conversando com Dabi.
Me
certo, vamos conversar então...
Xx
:)
então, a pergunta que não quer calar...
por que está me ignorando?
Me
eu não tenho motivos para ficar conversando com você sempre
Xx
tem sim!
Me
quais?
não sei de nenhum...
Xx
eu sou o amor da sua vida, você deveria sempre conversar comigo...
Desliguei o celular. Não ia ficar aturando as chatices de Dabi e também, ler aquilo me abalou um pouquinho.
Meu coração batia rápido, aquilo que ele havia dito mexeu com meu psicológico e eu queria que isso não tivesse acontecido.
Olho para o mesmo, vendo que ele ainda escrevia em seu aparelho. Então seu olhar sobe, encontrando o meu, e um sorriso de lado se abre em sua boca.
Dabi chegou mais perto de mim, ficando do meu lado no sofá. Seu braço passou em volta de mim e sua boca chegou perto de meu ouvido. Arrepiei levemente por sua aproximação, até começar a borbulhar de ansiedade com o que o mesmo disse:
— Gostou do que eu falei? - sua respiração bateu em meu pescoço.
Tentei o afastar, o que não deu certo. Então apenas sussurei no mesmo tom de divertimento, tentando disfarçar os sintomas que o mesmo me causava.
— Achei ridículo.
Ele sorriu, com o rosto ainda perto do meu. Se afastou e me observou por alguns segundos, até buscar seu celular novamente e digitar mais alguma coisa. Senti meu aparelho vibrar nas pernas.
O peguei e vi pelo ecrã o que estava escrito, logo indo responder o que o moreno havia me mandado.
Xx
quer sair?
Me
que?
agora?
Xx
é né
Me
sair para onde?
Xx
andar pelas ruas
e conversar :/
Me
não
Xx
vou salvar seu contato como 'careta'
vamos!! vai ser legal
eu dou uma desculpa pro pessoal de que você não está se sentindo bem e vou te levar para minha casa ;)
Me
não estou afim de sair contigo
pare de me incomodar
Xx
tsk
você é muito chata, até aquela loira obcecada pelo Twice é mais legal
Me
por que não chama ela então?
Xx
garotas que fazem cu doce não são legais
coloque seu tênis, vou convencer Compress de que você está enjoada.
Parei de receber mensagens. Olhei para Dabi, que começou a se mexer ao meu lado, indo em direção ao homem deitado no colchão. Entrei em desespero internamente, não imaginei que ele estivesse falando sério. Maldito defunto.
Compress olhou para mim quando Dabi parou de cochichar algo e sorri amarelo para disfarçar a situação, tentando ao máximo fingir uma cara de doente. O mesmo não pareceu convencido, então ativei minha quirk e me arranhei, sentindo uma dor absurda. A expressão de dor que fiz com certeza me ajudou naquela fachada.
Os dois conversaram entre si e logo o moreno estava ao meu lado novamente, me olhando com um ar de vitória. Suspirei derrotada e comecei a calçar meu sapato.
Logo eu e Dabi estávamos andando pela casa de Compress e saindo pela porta de entrada. Aparentemente, ninguém notou nossa movimentação pela sala.
Quando chegamos do lado de fora do apartamento, olhei de forma emburrada para o maior, que não percebeu minha expressão. Então comecei a brigar com o mesmo, o xinguei de todos os nomes possíveis e ainda lhe dei uns tabefes no braço. Única coisa que ele fez foi rir de mim.
— Para! - chutei a perna do mesmo, que continuava a rir.
— Você fica feia brigando comigo - ele segurou meus braços pelo pulso, tentando me fazer parar.
Me senti extremamente ofendida com o que o mesmo disse, soltando meus braços com brutalidade e o encarando incrédula.
— Caralho, Dabi. Você é um babaca mesmo, hein - me virei e andei em direção ao elevador, sabendo que o mesmo me seguia.
Naquele momento eu já sabia que meu objetivo de ignorar o outro tinha ido por água a baixo. Eu estava constragida por isso, constrangida por meu fracasso com ele e por saber que eu tinha um ponto fraco em relação ao moreno.
— Não fique brava - passamos pelas portas de ferro.
Permaneci em silêncio, até que estivéssemos fora do prédio de Compress e começássemos a andar pelas ruas escuras de Tóquio.
Coloquei minhas mãos no bolso do moletom, tentando esquentar as mesmas. Por sorte não estava chovendo.
— E então, agora que me trouxe aqui fora, para onde vamos? - parei de andar e olhei para ele, que vinha logo atrás de mim.
— Podemos ir para minha casa - ficou ao meu lado, olhando para o céu.
Bufei. Primeiro que eu não sabia em que parte da cidade estavamos e segundo que, eu estava justamente com Dabi. Não sei se posso confiar nele mesmo.
— Se você quiser, nós podemos sair para comer.
— Não estou com fome - apenas o respondi secamente.
Ele percebeu meu tédio e ficou quieto por alguns segundos, voltando a andar logo após. Tive que apressar o passo para o alcançar, não queria ficar perdida.
Ficamos em silêncio por um tempo, sem trocarmos uma palavra sequer. Comecei a ficar preocupada, Dabi não disse para onde estávamos indo, apenas andou.
Era difícil decifrar ele, nunca sabia o que estava pensando ou o que queria. O mesmo apenas ia lá e fazia o que vinha em sua mente, isso me deixava extremamente irritada e curiosa. Eu queria saber o que ele sentia e pensava, para o entender melhor e para o interpretar melhor.
Os barulho de nossos sapatos batendo sobre a calçada me irritava, me deixava sem paciência. Estávamos a minutos andando e nada. Não paramos em nenhum lugar e parecia que o moreno andava sem rumo. Até que ele parou em frente uma praça com parquinho para crianças e vários banquinhos espalhados. Fiquei confusa.
— Eu tenho um cigarro aqui, vamos sentar em algum lugar - ele disse, me olhando por cima de ombro.
— Tá - caminhei aos balanços no parquinho, me sentando e começando a balançar levemente.
Dabi fez o mesmo que eu, ajeitando sua blusa preta no corpo e pegando a caixinha de cigarros do bolso traseiro. Acendeu o fumo e logo o colocou na boca, tragando a fumaça nada saudável.
O mesmo me ofereceu o cigarro e aceitei de bom grado, colocando-o em minha boca e fumando lentamente, sentindo o calor preencher minha boca.
Percebi o olhar do outro em mim e me virei para o encarar de volta. Tirei o cigarro dos lábios e o deixei em mãos, soltando a fumaça no rosto de Dabi, que fechou os olhos e inspirou o ar. Seus olhos se abriram novamente, o azul cintilante me penetrando como sempre. Era impossível se acostumar com aquela sensação de superioridade dele.
Era vez de Dabi tragar, então passei para ele e fiquei olhando a noite estrelada, enquanto o mesmo relaxava ao meu lado aos poucos. Resolvi que colocaria uma música, então peguei meu celular e procurei por uma de minhas favoritas canções.
Toquei na faixa R U Mine de Arctic Monkeys, deixando o som tocar baixinho entre mim e Dabi, que me olhou assim que a música ecoou entre nós. Meus lábios cantaram automaticamente a letra, enquanto meus olhos ainda observavam a escuridão coberta de estrelas. Ignorei a presença do moreno, apenas curtindo o momento.
Peguei o cigarro outra vez e traguei mais um pouco, me sentindo cada vez mais poluída por dentro, mas eu não ligava muito para aquilo.
— Podemos sentar em um banco? - Dabi chamou minha atenção, tocando em minha mão de leve.
— Claro - levantei e o segui para um banquinho afastado, onde pouca luz batia.
A música continuava a tocar em meu telefone e antes que eu pudesse me sentar junto a Dabi, me deixei levar pela vibe e comecei a dançar levemente enquanto cantava a melodia.
Eu permaneci em pé de frente para o moreno, que fumava e me observava agir naturalmente em sua presença. Peguei o cigarro do mesmo e traguei novamente, deixando o clima leve me consumir. A sensação de me sentir confortável na frente de alguém era rara, mas eu não ia perder a oportunidade.
O moreno de olhos azuis cantou comigo, bem baixinho, apenas acompanhando minha vibe.
— R U Mine? - se levantou e ficou perto de mim, seu rosto tocando o alto de minha cabeça.
Meu corpo esquentou. Eu estava gostando de estar perto dele assim, de ter ele para mim de forma tão vulnerável. Eu queria ter mais contanto e mais controle dele.
Minhas mãos subiram por seus dois braços e parou nos ombros, onde me apoiei e me mexi para um lado e para o outro, acompanhando o ritmo musical que tocava.
Dabi colocou sua mão direita em meu quadril, me puxando para perto. Seus pés acompanharam minha dança simples e sua boca continuava a cantar baixinho. A voz rouca arrepiando meus pelos e o calor de seu corpo me deixando quente naquela noite fria.
Levantei meu olhar, acompanhando os detalhes de seu corpo enquanto meus olhos subiam devagar. Quando cheguei em seu azul vibrante, senti um arrepio estranho, como se eu fosse uma adolescente que conheceu o amor pela primeira vez.
O cabelo de Dabi se deixava cair de lado e tampar um pouco seus olhos baixos, dando-lhe uma aparência sexy e agradável de se olhar. Cheguei mais perto de si, não aguentando o impulso de meu corpo.
Estávamos colados. Uma de suas pernas estava entre as minhas, sua mão esquerda em meu rosto e a direita na cintura, nossos peitos batiam um contra o outro. A tensão sexual ficou no ar, então Dabi cantou o nome da música como uma pergunta.
— Are you mine? - chegou mais perto do meu rosto. Seu hálito de fumo batendo em mim, me deixando anestesiada por ele.
Fechei meus olhos automaticamente, esperando ansiosamente pelo contato de seus lábios. Então o senti dando um selinho no canto de minha boca e depois mudando para me beijar totalmente.
Sua boca tinha gosto de fumo, embora isso não me incomodava. Seu beijo era profundo e intenso, mas não deixava de ser lento e devagar, me instigava. Continuei o beijo, sem perceber que a música acabara e que o cigarro caía de minha mão.
Segurei na lateral de seu rosto, sentindo sua pele quente em contato com a minha. Seu cabelo engrenhou-se em meus dedos e aproveitei para puxa-lo mais em minha direção, necessitando de mais contato do mesmo.
Seu aperto em minha cintura ficou mais forte, igualmente em meu pescoço, para onde sua mão desceu durante o beijo.
Assim que ficamos sem ar, parei para o olhar e Dabi me encarava com os olhos baixos, foi então que eu entendi que aquela noite seria longa ao lado dele.
*
.....
para quem esperava o beijo, aí está:)
espero que tenha gostado! esse cap foi o meu auge, escrevi 2053 palavras!
deixei sua estrelinha ^^
cap sem revisão!!!!
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