twenty one
Nobody seemed to hear us, but we said it
Neither of us planned it
And for a long time I took it all for granted
~ The Neighbourhood - You Get Me So High
Observei os olhos amarelados de Suna encararem meu rosto profundamente enquanto fumava um baseado encostado na árvore atrás de si. Osamu mexia no celular com um dos braços circulando meus ombros, trazendo-me para perto. Contemplávamos o luar pouco a pouco, às vezes nossa atenção era tirada por algum aluno que também fugia do horário de recolhimento. Conversávamos baixo, assuntos paralelos invandindo nossas bocas e se fazendo presente no ambiente em que estávamos.
— Vôlei está consumindo muito meu tempo - disse Osamu, tragando do cigarro.
— Os treinos estão mais pesados - a voz rouca de Suna preencheu meus ouvidos e causou arrepios estranhos em meu corpo.
— Desde o jogo com a Karasuno que estamos nesse ritmo - o gêmeo suspirou.
— Faz quanto tempo isso? - questionei, brincando com meus fios escurecidos.
— Quase três meses - Rintarou respondeu, colocando as mãos nos bolsos do moletom.
— Foi justamente quando você chegou na escola - Samu completou.
O tempo passou tão rápido que eu não havia percebido. Naqueles três meses, virei amiga de Louise e consequentemente de Atsumu, que de um mês para cá, vivia atrás de mim e da francesa. Viramos um trio, onde um estava, os outros dois também estavam. Conhecer Osamu me proporcionou tantas coisas que era confuso raciocinar sobre. De brinde à sua amizade, tive a oportunidade de me aproximar do time de vôlei, igualmente com Suna Rintarou. Depois daquela festa, nós três nos encontrávamos com frequência, embora nada tão chamativo, sempre saindo para fumar às escondidas no campus do internato, ou uma conversa tranquila no dormitório dos garotos.
Mesmo que fosse constante, não nos víamos todos os dias, variava entre uma semana e outra, nos finais das aulas. Nos finais de semana, eu mantinha-me no quarto junto com
Louise e Atsumu, que não se separavam de forma alguma. Eu aproveitava aquele tempo com meus amigos para colocar os assuntos em dias, surpreendendo os dois pelo fato de minha relação confusa com o gêmeo platinado e o moreno de olhos amarelados. Não era nada oficial, porém era difícil convencer os loiros a entenderem isso. Era apenas uma forma de desestressar e eu tinha certeza que os garotos com quem tinha contato íntimo sentiam o mesmo.
Minha atenção foi tomada pelo celular de Osamu tocando loucamente, o contato de seu irmão aparecendo no ecrã com um emoji de abelha ao lado. Achei fofo a forma como Samu tratava seu clone de cabelos amarelados, mesmo sendo totalmente ignorante e irritante com Atsumu, ele admirava e se preocupava com o mesmo. O platinado atendeu a ligação indignado, chamando o irmão de todos os xingamentos possíveis por nenhum motivo evidente. Ficou em silêncio por um tempo, apenas escutando o que Tsumu tinha a dizer, suspiros pesados saindo dos lábios rosados dele. Desligou a chamada com poucas palavras, logo se virando para mim e Suna.
— Atsumu está com problemas, preciso ir limpar a bagunça dele - guardou o celular no bolso da calça jeans.
— Está tudo bem? - observei ele preparar para sair.
— Sim - foi simplista, não dando detalhes - Nos vemos por aí.
Andou para os dormitórios dando um tchauzinho, nem mesmo nos dando a oportunidade de entender melhor a situação. Após Osamu desaparecer pelo prédio ao nosso lado, um clima estranho percorreu minhas extremidades, como se uma sensação desconfortável se instalasse no ambiente. A verdade era que minha socialização com Rintarou havia desandado desde o dia em que transamos, eu não me sentia confiante o bastante para iniciar uma conversa com o garoto, precisava de Samu para aquilo. O Miya era a ponte para mim e Suna termos algo a mais que apenas encaradas descaradas.
Respirei fundo, pensando se deveria ir embora ou continuar ali, em silêncio enquanto as orbes meio esverdeadas do Rintarou me encaravam. Fiquei constrangida, devolvendo a intensidade de seu olhar, contemplando o quão belo Suna era. Suas olheiras fundas acentuavam seu rosto pálido, as pálpebras baixas lhe dando a impressão de estar sempre cansado e a boca ressecada, porém rosada, chamava atenção em todo o preto e branco que era sua face. O brilho dourado que exalava em seus olhos me hipnotizava, e se não fosse por sua voz baixa e rouca, eu teria ficado paralisada o encarando.
— Você vai ir embora? - ele disse.
— Talvez - brinquei com meus pés. Eu não tinha coragem de o olhar enquanto falava.
— Por que não olha para mim? - senti seu dedo tocar meu queixo e levei um susto por sua aproximação repentina - Faz um mês que estamos assim.
— Assim como? - fiz questão de encarar ele enquanto as palavras saíam por meus lábios.
— Apenas nos falamos se Osamu der brecha - tirou a mão quente de minha pele arrepiada - Não te fodi bem? Por isso está desse jeito?
Senti uma raiva se aflorar em meu peito. Suna tinha muita audácia para se referir daquele jeito comigo e eu iria responder na mesma intensidade.
— É - revirei os olhos, afastando-me de seu toque - Samu é bem melhor.
— Você acha? - Rintarou levantou uma sobrancelha em puro sarcasmo.
— A chupada dele é bem melhor que a sua foda - encarei as belas orbes amareladas, vendo um tom mais escuro cobrir a pupila.
Era mentira, Suna fodia tão bem que minhas pernas tremiam apenas de lembrar. O Miya não era diferente, sua habilidade com a boca era única e excitava-me quando as memórias invadiam a mente. Os dois faziam trabalhos divinos.
— Entendo - o moreno sussurrou, iniciando a caminhada para o dormitório, deixando-me sozinha - Dá próxima vez eu mudo sua ideia sobre isso.
Completou antes de sumir inteiramente pelo prédio alto e longo.
*
OI GENTE SAUDADES AAA
como vocês estão??
vejam minha bio, tem o link da playlist de nervous!!
outra coisinha, fic do sukuna está vindo hein.... se preparem!!
cap sem revisão!!! [12/06/21]
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