four
We were too close to the stars
I never knew somebody like you, somebody
Falling just as hard
I'd rather lose somebody than use somebody
~ The Neigbourhood - Reflections
Naquela noite, Louise me encheu de perguntas, procurando saciar sua curiosidade. Quastionava coisas de cunho sexual, inventava paranóias e até mesmo criou uma história entre mim e Osamu, dizendo que formávamos um belo casal. Apenas ignorei a garota, me direcionando para minha cama, pedindo que me deixasse dormir um pouco.
A verdade era que Suna me irritou com aquele comentário, me magoou e me fez odiar o mesmo. Eu estava pouco me lixando para seu estresse pós-jogo, ele não deveria agir desse modo só porquê os colegas chamaram-no de fracassado. Minha pessoa não tinha nada a ver com sua irritação. A única saída que encontrei para cessar meu ódio, era dormir, e assim fiz.
Porém, acordei de madrugada ouvindo cochichos fora dos dormitórios e isso despertou minha curiosidade e indignação por ter acordado. Procurei pelos indivíduos que fugiam naquele horário de seus quartos, encontrando dois garotos embaixo da cerejeira em minha janela. Um platinado e outro moreno, os dois dividindo um cigarro na noite escura.
Osamu e Suna conversavam, um encostado na parede e outro sentado na grama úmida. Era difícil entender o que diziam, porém era compreensível o assunto. Os rapazes discutiam sobre o time que jogaram contra, comentando coisas incompreensíveis para minha mente sedentária, às vezes eu entendia a palavra "saque" e "manchete", além disso, um ponto de interrogação mantinha-se firme em minha testa.
Meu sono sumiu e eu fiquei ali, escutando a conversa dos dois, me sentindo intrometida. O assunto alheio deles me deixava constragida algumas vezes, Suna não parecia importava-se em dizer com quem saiu semana passada ou quem o atraía sexualmente na escola. O que mais me surpreendia, era que Samu correspondia com o que o moreno dizia, vez ou outra comentando sobre garotas e etc.
Quando os dois terminaram o beck, decidiram ir dormir, sumindo de minha vista depois disso. Fiz o mesmo, encolhendo-me em minha cama sentindo o vento fresco da primavera adentrar no quarto escuro. Fiquei um tempo acordada, pensando em
coisas banais até que meus olhos fechassem e eu dormisse pelo que me restava da noite.
*
A professora lia o roteiro da peça que ensaiávamos. Suas expressões pareciam exageradas para quem estava de fora, porém os atores e atrizes ali dentro, no palco, sentiam suas emoções esvoaçarem pela atmosfera sensual da encenação.
— "Por que não dança comigo, Comandante?" - fingiu um olhar perverso, pegando o pedaço de pano grudado em sua cintura e o puxando, como um ato de luxúria.
Parou, olhando para os alunos ali presentes, vendo se captamos sua demonstração.
— Eu quero que seja assim, quero que vocês mostrem ao público os verdadeiros sentimentos de Marry - apontou para uma garota do clube de teatro, que pegou o papel principal da peça.
A protagonista andou, indo em direção à professora, dando um giro em volta da outra e parando com a mesma posição que a mais velha. Fizeram alguns passos de dança e logo após isso, eu e mais cinco garotas, descemos as escadas que tinham no fundo do palco, acompanhando sensualmente, os movimentos das duas mulheres na frente.
Ao fim da coreografia, a professora aplaudiu, dando um sorriso de satisfação quando finalmente mostramos a sensualidade que ela queria. Algumas das alunas se sentiam inseguranças e tímidas para fazerem este tipo de dança, porém eu me sentia extremamente confortável em fazer algo do tipo, afinal, eu seria uma modelo, tinha que me acostumar com expressões e gestos.
Aquele era o motivo mais evidente de eu ter escolhido o clube de teatro no internato. Eu seguia o caminho que me levava para mais perto da profissão desejada, mesmo que eu não gostasse de atuar, seria ótimo para o futuro ter um conhecimento melhor das emoções e expressões. Não podia perder a oportunidade.
A professora nos liberou, vendo em seu relógio que já era o horário de almoço dos alunos. Eu e o resto dos integrantes do grupo fomos em direção ao vestiário, meninas para um lado e meninos para o outro. Tomei um banho gelado e rápido, colocando o uniforme e rumando caminho para o refeitório, onde Louise me esperava impaciente.
Sentei em sua frente, vendo a francesa tirar os olhos de seu caderno de desenhos e me encarar com um sorriso, sorri de volta, pegando meu celular e vendo se papai e mamãe me enviaram alguma mensagem.
— O que você vai querer almoçar? Acho que vou comer alguma coisa mais sofisticada hoje - a loira chamou minha atenção, mordendo a ponta de seu lápis gasto.
— Sofisticada como? Vai trocar apenas o tomate pela batata? - busquei seu caderno, vendo o desenho de uma garota ali - Desenho bonito.
— Obrigada - pegou o material novamente - E escuta aqui, eu sempre como coisas diferentes, tá?
Levantei-me, rindo da indignação de minha amiga. Louise me acompanhou, caminhando comigo em direção à fila da cantina, onde paramos atrás de um garoto loiro. O mesmo se virou para trás, procurando alguém com os olhos e logo gritando o nome da pessoa com quem era idêntico.
— Samu! - abanou o braço, tentando chamar a atenção do platinado do outro lado do refeitório.
Osamu veio até seu irmão, com um olhar tedioso. O mesmo não notou minha presença, respondendo o loiro com irritação algumas vezes, hora ou outra observando o tamanho da fila. Enfiou-se na frente de Atsumu, mandando o gêmeo ficar quieto enquanto pegavam o almoço.
Fazia duas semanas que eu já estava no internato, e durante todo este tempo, não tive oportunidade de entregar a camiseta de Samu. Nem mesmo encontrei com ele pelos corredores do colégio ou do dormitório, nossas salas eram diferentes e nossos clubes eram um em cada extremidade da escola. Quase não nos víamos, a não ser no refeitório.
Cutuquei Atsumu, que me olhou emburrado, mas logo abriu um sorriso perverso no rosto.
— Oi gatinha - colocou um braço na cintura - Em que posso ajudar?
— Posso falar com seu irmão? - Atsumu murchou, ficando de mau humor em menos de dois segundos.
— Samu idiota, estão te chamando - cutucou o platinado, que virou dando um tapa na mão do irmão.
Osamu encarou-me, reconhecendo com um pouco de dificuldade o meu rosto.
— Ivy! - arregalou os olhos minimamente - Quanto tempo.
Ele trocou de lugar com Atsumu, colocando as mãos nos bolsos da calça social do uniforme. Seu cabelo jogado para o lado, olhos baixos e avermelhados, a boca repuxada em um sorriso estranho e os alargadores em suas orelhas. Osamu conseguia ser estiloso sem se esforçar.
— Pois é... Eu ainda não consegui te entregar a camiseta, não tive tempo - soltei uma risada descontraída.
— Não se preocupe, eu também não estou tendo tempo - fez gestos com as mãos, tentando amenizar a situação - Os treinos de vôlei estão mais pesados, estamos treinando mais.
Vi Atsumu, colocar a cabeça no ombro de Samu, se intrometendo em nossa conversa.
— Quem é ela? - perguntou.
O gêmeo platinado suspirou, revirando os olhos por conta da inconveniência do irmão.
— Uma amiga - Atsumu respondeu com um "hm".
— Qual seu nome mesmo? - a fila andou e tive que apontar com a cabeça para os dois, caminhando enquanto respondia.
— Ivy.
— É um nome bonito - Atsumu sorriu, jogando o cabelo loiro para trás - Você pode me chamar de Tsumu se quiser, mas meu nome é Miya Atsumu.
Sua pronúncia combinava com o nome, e a forma como o gêmeo dizia ficava extremamente atraente nele. Paramos de andar, Osamu voltando a conversar comigo, deixando o irmão de lado.
— Eu posso te entregar a camisa amanhã? Hoje tenho ensaio do clube de teatro - perguntei, vendo a inquietação de Louise atrás de mim.
— Sim, claro. Me entregue no final da tarde, vou estar na quadra de vôlei - concordei, vendo Osamu sorrir e voltar para sua posição na fila.
Suspirei, me sentindo aliviada por finalmente conseguir entregar a camiseta do platinado.
*
Oi!
como vocês estão xuxus?
mais um cap, espero que estejam gostando de fic, de verdade...
até a próxima amores, amo vocês!! 🥰🥰
cap sem revisão!!! [28/04/21]
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