#𝟏𝟕 - 𝖴𝗆 𝗅𝗈𝖻𝗈 𝗻𝗮̃𝗼 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲𝘃𝗶𝘃𝗲 𝗅𝗈𝗇𝗀𝖾 𝖽𝖺 𝗆𝖺𝗍𝗂𝗅𝗁𝖺
Os primeiros raios de sol mal tinham despontado no céu quando Drasilla ajeitava as coisas próxima a Flarion, a comitiva para Jardim de Cima sairia em bem breve e o dragão estava aninhado no pátio lateral, longe das pessoas, mas ainda as vendo a uma distância considerável, por mais que achasse Flarion um ser amigável e racional, Drasilla não sabia como ele iria reagir ao ver tantas pessoas novas juntas, querendo ou não, ele ainda era um dragão, um animal volátil que ela não controlava totalmente e nem pretendia.
A figura de Rasmus Tyrell se ajeitava nas próprias roupas enquanto vinha caminhando na direção da esposa que fazia carinho no dragão, ele parou a uma distância considerável, fazendo uma reverência, Drasilla já tinha dito que era exagerado demais, mas o lorde buscava ter o respeito que Flarion merecia e só quando o dragão parou de encará-lo e a morena veio caminhando em sua direção que ele finalmente voltou a caminhar para o encontro dela.
— Está tudo pronto, estão só me esperando despedir de você para partirmos. — Ele sorriu tomando as mãos dela junto as dele. — Não podia ir sem um beijo do meu lírio.
— Claro que não podia, eu também não posso voar sem um beijo de boa sorte. — Ela piscou tocando as mãos no rosto dele e o trazendo pra perto.
Flarion era a o único ser assistindo a cena, ele virou a cabeça para o outro lado, cuspindo labaredas de fogo ao notar a cena, como se quisesse dizer ok casal feliz, já está bom de demonstração de amor por hoje, isso - é claro - tirou uma boa risada da dupla que já se separava, mas ainda estava próxima, por Rasmus ela iria ao lado dele, com os dedos entrelaçados com os seus, mas ele sabia que competir com Flarion era uma causa perdida, ela pertencia ao céus e ao dragão.
— Você não quer vir com a gente? — Drasilla quebra o silêncio com uma ideia maluca. — Flarion parece pequeno mas ele consegue levar duas celas, Daemon e eu voamo juntos nele em Pentos quando o Caraxes machucou uma das asas.
— Aprecio sua oferta e confio no Sir. Flarion, mas prefiro manter meus pés bem grudados no chão. — O loiro ri tocando a ponta do nariz dela.
— Eu já disse que ele não é um cavaleiro pra você ficar chamando de Sir. Flarion. — Ela riu o empurrando pro lado. — Mas ok, os vejo em Jardim de Cima.
Ela o observa se afastar, logo se aproximando da carruagem que os levaria de volta pra casa, casa essa que agora também era a dela e a deixava um pouco apreensiva. Drasilla ainda esperaria um tempo, para que eles tomassem distância, voar de dragão era sempre mais rápido. A princesa acariciou Flarion, o dragão poderia voar um pouco até que ela precisasse ir embora, ele sempre sabia quando voltar, sabia obedecer os comandos dela em Alto Valiriano, queria tirar a cela dele, mas não tinham tempo como ela gostaria.
O dragão nem tinha partido ainda quando Daemon se aproximou, o príncipe rebelde estava de longe, observando a irmã se despedir do marido, nossa como ela tinha crescido rápido demais, lembra de ter pego aquela praguinha de cabelos escuros e olhos violeta quando ela não era nada mais que um bebê e resmungado que ela não era tão fofa com Viserys, antes do irmão mais velho estapear a cabeça do mais jovem, agora lá estava ela casada e logo poderia ser ela segurando o seu próprio bebê.
— Você ia mesmo embora sem falar comigo? — Ela cruzou os braços a frente do corpo, já perto o suficiente dela. — Aposto que falou com Viserys, seu irmão favorito.
— Nosso rei. — Ela o corrige passando os braços em torno de um Daemon ainda na mesma posição. — Promete que vai me escrever sempre em Jardim de Cima?
Flarion virou a cabeça olhando a dupla, para ele Daemon era uma criatura comum e normal de se ter por perto, ele estava lá quando o dragão eclodiu do ovo, quando Drasilla ainda era um bebê, ele escolheu o ovo com seu pai, ele ensinou Drasilla a montar, para o príncipe o dragão sempre seria um filhote, como a irmã, mas isso não impediu Flarion de mostrar os dentes da Daemon.
— Você não tem nem idade para comer alguém do meu tamanho. — Daemon resmunga em Alto Valiriano par o dragão, ele e Drasilla riem. — Claro que vou escrever, mas quero que faça o mesmo quando estiver em Dragonstone.
— Claro e você me conte sobre a Sigmis quando a ver, queria poder estar mais com ela, mas é complicado em Jardim de Cima. — Drasilla bufou se afastando do irmão. — Diga a Rhaenyra também que eu já fui, ela estava com o Jace quando passei e não deu pra vê-los.
— Falo sim, boa viagem. — Ele se aproximou tomando o rosto dela em mãos e lhe dando um beijo na testa.
Daemon se afastou um pouco, vendo a irmã montar no dragão e alçar voo, sempre que a via voar ele parava e ficava observando, era estranho as vezes pensar em como ele se sentia em relação a Rhaenyra e como era em relação a Drasilla, a morena era como sua filha, mesmo que as duas tenham crescido juntas, era algo que ele não queria seguir pensando no momento, deveria focar em coisas que precisavam da sua atenção.
Para Drasilla, voar era sempre um deleite, as vezes ela sentia que aprendeu a voar de dragão antes mesmo de falar ou caminhar, era natural, não estar com Flarion era estranho e ela não viveria em nenhum lugar onde não pudesse repousar com seu dragão, ele era parte de si, como a corporização da sua alma. Flarion planou por um tempo sobre a capital até que de fato migrasse para sua nova morada, o dragão se sentia estranho, apesar do costume de viver viajando ao passar anos na companhia de Drasilla, não era como se fossem voar de volta pra capital um dia, lá não era mais sua casa.
Eles pousaram em um dos grandes pátios de Jardim de Cima, a comitiva dos Tyrell ainda não havia chego, várias pessoas olharam na direção de Flarion quando o dragão ainda voava e se aproximaram curiosas quando ele pousou e a princesa Drasilla saltou de sua cela para o chão. Flarion não gostava de muitas pessoas a rua volta, então ficou claramente agitado, olhando pros lados, ameaçando abrir a boca, Drasilla o acariciava, sussurrando coisas em Alto Valiriano pra ele.
No meio das pessoas outros três emergem de entre os curiosos, eram Leo e Alys Tyrell, ao lado do irmão de Rasmus estava Sir. Gawyne Hightower, quem fez as sobrancelhas de Drasilla se estreitarem, ela não esperava ver o irmão mais novo de Alicent ali, mesmo que soubesse da proximidade dele com seu cunhado e também das casas de ambos, Vila Velha não ficava tão longe assim.
— Seja Bem Vinda a Jardim de Cima, princesa. — Leo a cumprimenta cordialmente. — Meu irmão e a comitiva de meu pai não chegaram ainda, mas vim para recebê-la.
— Obrigada Sir. Leo. — Ela sorri olhando para Alys que se encolhe atrás do irmão. — Olá milady.
— Oi! — A moça ri se escondendo mais ainda de vergonha.
— Sir. Gwayne ... — Ela o cumprimenta com aceno de cabeça, sempre estava desconfortável próxima de Hightowers. — Não imaginei vê-lo aqui, não estava na cidadela com vosso tio? Meu marido havia comentado algo a respeito.
— Em Jardim de Cima qualquer amigo e aliado dos Tyrell são bem vindos, princesa. — Leo cortou Gwayne que mal tinha aberto a boca ao não gostar do que ouviu de Drasilla. — Aliás, onde pretende deixar vosso dragão?
— A Campina é grande, Sir. Leo e um dragão não pode ser controlado. — Drasilla olhou pra Flarion e depois para o trio. — Ele residirá onde achar apropriado, mas não dará problemas, Flarion é acostumado a viver fora do fosso dos dragões da capital.
Leo não gosta muito da resposta e mantém a face de poucos amigos, Drasilla se afasta alguns passos, dando espaço e pedindo que as pessoas em volta façam o mesmo, Flarion se move e o rabo quase acerta um guarda, então ele alça voo e todos ficam olhando o dragão, ainda admirados com sua presença.
Em um lugar longe dali, um rapaz e seu cavalo estavam envolvidos em muitas camadas de roupas, os ventos frios do Norte já no cair da noite deixavam-no ainda mais trêmulo, já estava próximo a Winterfell quando um grupo de soldados o intercepta, não o reconhecendo e o escoltando como prisioneiro até a residência oficial do Lord Stark. Rickon estava a mesa com alguns lordes vassalos quando dois guardas chegam com o rapaz e explicam onde o encontraram.
— É meu sobrinho Cadmus, idiotas. — Ele ri meneando a mão. — Soltem-no!
— Claro milord. — Um deles teve pressa em desamarrar as mãos de Cadmus. — Desculpe-nos senhor.
— Tudo bem. — Cadmus respondeu alisando os punhos.
— É bom ver que você voltou pra casa, meu sobrinho. — Rickon se levanta, dando passos até ele, por tempo Cadmus foi o seu herdeiro, até que Cregan nascesse, antes que ele e seu irmão se afastassem. — O Norte sentiu sua falta, achei mesmo que o senso de ver no casamento da princesa o lembraria da importância de sua casa.
— Eu não voltei em definitivo. — Cadmus mirou os olhos em Sara, a prima estava em pé em um canto do cômodo e concordou postivamente. — Só vim resolver alguns problemas de família. Estava com saudades da minha mãe também.
— Certo. — Rickon então parou a frente dele, era mais alto que si, um rapaz forte, esperava que seu filho fosse como ele. — Espero que você consiga lidar melhor com ela, ela está com a sua avó e os Mormont no momento.
— Minhas irmãs estão com ela? — Ele perguntou desviando o olhar do tio. — Tentarei, mas não prometo.
— Estão sim. — Ele bateu duas vezes no ombro de Cadmus. — Confio em você.
Rasmus demorou a chegar, a caravana dos Tyrell encontrou Jardim de Cima quase ao anoitecer, estavam cansados e a viagem longa fazia Lyonel sentir fortes dores nas costas, com isso o lorde foi se recolher logo, já Rasmus procurou pela esposa, conhecendo a espontaniedade de Drasilla achou que a encontraria em algum lugar da grande residência Tyrell, em um dos pátios ou se entretendo, mas em compensação a encontrou aflita no quarto que dividiriam, ela usava um belo vestido preto e vermelho, marcas da casa Targaryen.
— Meu lírio? — Ele chamou passando pelas portas e já desabotoando o casaco que usava. — Achei que fosse jantar com os outros. Ou que te veria com um belo vestido verde florido.
— Er ... Não, não sei. — Ela apertava os próprios dedos. — Eu fiquei aqui o dia inteiro, esperando você.
— Você não precisava Drasilla, esse é seu lar agora. — Ele tomou as mãos dela consigo. — Pode fazer o que quiser.
— Eu sei, mas não sabia como sem você. — Ela bufou apertando as mãos dele com cautela. — E eu prefiro meus vestidos, eu sou uma Targaryen, sempre serei uma Targaryen.
— Mas você se casou comigo, também é uma Tyrell agora. — Ele ponderou. — Um azul quem sabe? Naquele tom Velaryon? Temos amarelos também.
— Azul e amarelo é bom, não gosto de vestidos verdes, desculpa. — Ela riu nervosa e ele a abraçou. — Estou só dificultando as coisas não é?
— Não, tudo bem, é só um período de adaptação. — Ele a confortava. — Vou estar aqui com você por um tempo, meu pai não tem nenhuma viagem pra mim em breve e o Leo pode representá-lo em assuntos na Campina, serei só seu por um tempo.
— Isso é bom. — Ela sorriu mais tranquila, se sentia um pássaro fora do ninho.
— Vou tomar banho e descer para o salão de jantar, me espera? — Ele questionou se separando ela e aolhando nos olhos.
— Claro. — Ela sorriu tentando ficar mais calma, seria difícil.
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